Existentialism On Prom Night escrita por AnaBorguin


Capítulo 1
One-Shot


Notas iniciais do capítulo

Fic One-Shot. Ou seja, apenas uma cena. PÁ-PUM.

obs: Não tenho direitos sobre o SR ou o BN... Nem sobre o Jesse, nem sobre o John.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/1634/chapter/1

Existentialism On Prom Night

Era o último dia. Havia uma excitação diferente no ar. O ginásio decorado de bexigas douradas criava uma bela imagem. As coisas estavam perfeitas como não poderia deixar de ser, afinal, aquele seria o dia mais importante de suas vidas.

As garotas desfilavam seus belos vestidos de noite, sonhados há mais de anos. Coques, alisamentos, cachos... Afinal, aquele seria o dia mais importante de suas vidas.

Os garotos não pareciam confortáveis de smoking, talvez desejando as costumeiras roupas esportivas. Mas eles podem agüentar por uma noite. Aquele seria o dia mais importante de suas vidas.

Engraçado pensar assim, já que nem pra ele mesmo aquilo era verdade. Este talvez devesse ser o tal do grande dia, na verdade ele tinha uma pequena esperança de que fosse. Agora, vendo o estranho sorriso dele, já não fazia mais sentido.

Bom, ele tem um par - o que é básico pra quem pretende ir a um baile de formatura. Era ela, a garota que ele havia pedido em namoro. Na verdade, ele próprio tinha um par. Não sabia o que tinha lhe dado na cabeça pra convidar aquela garota, mas lá estava ela, sentada ao seu lado, braços cruzados e rosto emburrado. Pobre garota, além de sair com um loser, ainda nem poderia aproveitar o próprio baile. Mas também não tinha o porquê reclamar, pareceu bem feliz com o convite em cima da hora. Pois foi assim que decidiu ir, em cima da hora. Mais uma vez ele pediu e não pode recusar. Ele queria um encontro a quatro. Mas na cabeça de John Nolan só deveria existir dois.  

- O seu amigo gosta mesmo de dançar, não é? – levou um susto em ver que a garota disse algo.

- É... – respondeu vagamente. Realmente não se lembrava de Jesse gostar tanto assim de dançar. Não parara um só minuto desde que chegaram ali. Até a nova namorada parecia um tanto esgotada. E desde quando ele sorria tanto assim? Acho que este é o chamado “efeito-formatura”. Deveria estar bem satisfeito de finalmente dar adeus àquela escola que tanto odiou. Ou talvez estivesse apenas feliz por estar ali... com aquela garota. Afinal, foi ela quem o fez sonhar durante tanto tempo.

No intervalo de uma música, veio em direção à mesa que estavam sentados.

- J No! – foi quase um grito. – J No! – repetiu.

John apenas ergueu a cabeça, tentando não parecer o derrotado que era.

- E aí? – cumprimentou.

- Você conhece a Julliet? – Jesse disse, arrastando a sorridente garota. Ela realmente estava muito bonita. Quer dizer, sempre fora, mas com toda a produção de formatura e... Okay, aquele deveria ser o dia mais importante de sua vida.

- Conheço, Jesse... – eles haviam chegado ao baile juntos, óbvio que já haviam sido apresentados. – E essa é a Rose...

- Rosemary – Corrigiu a garota.

- Ah! A garota estranha do vestiário e...

- Jesse! – Julliet o chamou o repreendendo. Depois sorriu.  – Acho melhor... nós irmos pegar algo pra beber...

John achou que Jesse já havia bebido o suficiente por sua vida toda, mas não se opôs, preferia ficar longe deles aquele dia.

Será que se Jesse soubesse o quanto tudo aquilo o estava ferindo pararia de fazer? Realmente se importava com o que seu melhor amigo estava sentindo? Provavelmente não, afinal, os sentimentos de John estavam bem claros para ele e nada fez para acabar com aquela tortura. Não evitou dançar com Julliet em sua frente, nem de abraçá-la. Ou beijá-la. Estava feliz. Terrivelmente feliz.

Era tão zero à esquerda que não merecia nem um pingo de compaixão? Aquilo deveria ser uma lição que Lacey pretendia aplicar. Algo pra ensinar John a ser menos idiota e ingênuo. E Nolan já se sentia bem arrependido de ter dito todas aquelas coisas na semana anterior. Cara, ele o havia convidado pro baile! E por mais que esperasse uma resposta negativa, não imaginou que sofreria tanto com o “Não, John.” Frio. Ele poderia ser menos direto. Poderia ter entendido que até John ter tomado coragem de dizer aquilo foi um longo tempo. Poderia tentar compreender o quanto o interior do amigo estava confuso com a idéia de chamá-lo para... Aquele que seria o dia mais importante de suas vidas.

Okay, não estava pedindo para que outro de corroesse de culpa e abdicasse dos prazeres de seu próprio baile e seu recém formado namoro, mas poderia tentar ser menos... Escandaloso. Aquele, com certeza, não era o Jesse que conhecia.

- Se não se importa, estou indo embora – Rosemary anunciou em uma hora “x”, já se levantando. John não esboçou nenhum tipo de reação. Na verdade ficou bem tentado a acompanhá-la e ir também. Mas bem, alguém teria que ficar ali para tomar conta dele.

Quando começou a tocar Dancing Queen, John se desesperou. Jesse começara a dançar freneticamente, como se quisesse chamar a atenção de todos para seu novo estado de felicidade e euforia. E quando a situação já estava bem constrangedora, ele caminhou até sua frente e o puxou pela mão.

- Vamos, Johnny! – o forçou. – Vamos dançar!

- Jesse! – John tentou se desvencilhar em vão. Foi arrastado até o centro da pista e ficou parado lá, ainda atordoado, enquanto Lacey remexia o corpo. – Cadê a Julliet? – Perguntou, gritando para ser ouvido apesar da música.

- Eu não sei! – Respondeu gritando sem parar de “dançar”.- Vamos John! Dance!

- Não... – disse oprimido, sendo esmagado pelos casais ao redor.

- Vamos lá! – Jesse sorriu – Este é o dia mais importante de nossas vidas! – e foi puxado e obrigado a balançar um pouco os braços.

Dancing Queen acabou e John já agradecia a Deus, voltando ao seu lugar.

- Ouça! – Jesse gritou, antes que outro pudesse sair dali.

O bailinho foi envolvido por When a Man Loves a Woman, o maior clichê que poderia se esperar. Em um segundo os casais já se aproximavam e começavam a dançar lentamente.

- Precisamos dançar esta! – Jesse sorriu.

- Rose... Alguma coisa, já foi embora – John disse sem emoção. – E você nem sabe onde está a Julliet...

- E daí? Dançamos nós! – respondeu animado.

- O... quê? – e antes que pudesse entender, já era envolvido pela cintura por um braço de Jesse. – Jesse! Você está louco?

- O que tem? Somos melhores amigos, não é o que você disse? – John começou a estranhar aquela reação. Pelo que se lembrava, há pelo menos uma semana havia ganhado o maior fora de sua vida. Arrependera-se muito de ter revelado seus sentimentos naquele dia, na casa dos Lacey. Nunca se esqueceria do rosto de profundo espanto de Jesse. Muito menos da resposta fria que veio a seguir “Não, John.”

E agora, justo ele, que sempre fora o mais centrado dos dois e o mais popular, deixara-se envolver por alguns copos de ponche batizado.

- Faça direito John! – disse pegando a mão de Nolan e a colocando em seu próprio ombro.

- Por que eu preciso fazer a posição feminina? – protestou, mas não desobedeceu.

- Porque é como a música diz! – Jesse respondeu, sem se tocar de quanto aquilo não fazia sentido – Agora, fique quieto! – estranho ele estar mandando isso.

John sentia o corpo de Jesse aquecendo o seu. Seu coração disparara e fechou os olhos tentando se controlar. Como era bom sentir seu aroma habitual, mesmo que a costumeira colônia agora estivesse acompanhada de um alto teor de álcool. Mas ele não se importou. A única coisa que ligava agora era para a mão do cara à sua frente pressionando de leve sua cintura. Tudo estava resumido naquele ato. Relaxou seus músculos, apesar do coração insistir em trabalhar aceleradamente, e se permitiu entrar em estado de torpor.

- Desculpa, John... – a voz rouca em seu ouvido lhe fez acordar. – Mas não existe uma música para o agora...

John não se moveu, sabia que Jesse não havia terminado de falar.

- Você sabe, não é? – Continuou – Que você é importante pra mim, não é? – John continuou imóvel, olhos ainda fechados, preocupado apenas em ouvir a voz que tanto amava invadir seus ouvidos. – E você entende, não é? Que nunca daria certo isto.

- Hum – John murmurou, sem conseguir pensar em uma resposta.

- Desculpe, John. – Jesse concluiu.

- Você está bêbado, Jess. – John falou sem se importar. Já não ligava mais para a reciprocidade. Amava amar Jesse, e ninguém tiraria isso dele.

Ficaram algum tempo em silencio, ainda fazendo passinhos de “pra-lá, pra-cá” ao som da melosa melodia.

- Acho que esse deveria ser o dia mais importante de nossas vidas... – Jesse falou repentinamente.

- Este é o dia mais importante de toda a minha vida. – abriu os olhos e encarou Jesse. Seus olhos estavam vermelhos ou era só impressão? – Você não deveria estar chorando. – sorriu. – Eu amo...

E foi subitamente interrompido pelos exigentes lábios do outro rapaz. A língua de Jesse se enroscou rapidamente na sua e as mãos pressionaram mais sua cintura. Pararam de fingir dançar, agora só preocupados naquele beijo.

- Desculpa se a música não fala de você – Jesse sussurrou em seu ouvido quando seus lábios se afastaram. Não entendia sua fixação por aquele pensamento, John ignorava tudo a sua volta, a música, a dança, as outras pessoas...

- Jess...? – foi uma voz externa que lhe chamou. Abriram os olhos e se afastaram, ignorando o pedido de seus corpos por aproximação. Ficaram um pouco confusos por estarem no centro do salão com um circulo ao redor. As pessoas mais desagradáveis da escola os olhavam com deboche, enquanto comentavam uns com os outros.

Julliet ainda estava parada próxima a eles.

- Julliet...? – Jesse a fitou, um pouco assustado. Ela não disse mais nada, apesar das lágrimas nos olhos, se retirando do salão a seguir. John ainda estava espantado com a situação, mas não pode deixar de notar o olhar fixo de Jesse no local onde Julliet havia se retirado.

- Jesse...?- chamou baixinho, atraindo a atenção do outro. – Você pode ir.

Lacey o fitou confuso e em seguida com um olhar de constrangimento.

- Você entende? – Murmurou. – Desculpe, John. – disse pela terceira vez naquela noite e se retirou ao encalço de Julliet.

John ficou parado no meio do salão, sendo alvo de milhares de olhares de asco.

Não se zangou, apesar do nó incomodo em sua garganta. Afinal, ele sempre entendia,

when a man loves a woman.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Existentialism On Prom Night" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.