Terno Negro escrita por Ana Carol M


Capítulo 4
Discussões frequentes.


Notas iniciais do capítulo

Mais um capitulo.



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 O garoto ajudou Amber a subir os degraus de pedra da pequena escada. Havia diversas pessoas, com animais variados e que com certeza teria causado espanto a qualquer humano. Havia barraquinhas com uma variedade imensa de objetos mágicos e amaldiçoados, duas velhotas admiravam um vidro com um pó verde. Parecia ser caro.

- Veneno- respondeu ele com apenas uma olhadinha no tal vidro.

Respondendo a curiosidade da garota. Como se tivesse lido a mente dela.

Já fazia bem uns vinte minutos que andavam pela cidade, com as mesmas pedras irregulares da loja de Peter, as pessoas rindo, outras pareciam maléficas. Quando um estampido soou por todo o canto. Peter agarrou o pulso da garota, puxando o capus da capa dos dois com a outra mão. E eles se enfiaram em um beco escuro do qual o garoto havia tido um raciocínio rápido. Havia muitos barulhos, pareciam cavalos.

- São os soldados, se eles verem você estamos encrencados.- disse Peter mais uma vez com raiva do mundo.

Uma porta se abriu atrás deles, no mesmo beco.

- Peter? – perguntou um homem que parecia um açougueiro careca.

Peter o encarou por um momento, depois acentiu com a cabeça.

- Entrem – disse ele olhando para os lados.

Não havia outra saída, eles entraram no lugar, realmente era um açougue. Havia carne pendurada por todos os cantos.

- Subam todas as escadas, vocês sairão na cidade dos humanos. E não voltem aqui hoje. – Falou o homem.

Peter puxou Amber pelo braço com muita agressividade, e fez com que ela tropeçasse varias vezes durante a subida.

- Peter, faça o favor de não arrancar meu braço – resmungou ela enquanto tentava se soltar.

Eles chegaram a uma casa totalmente comum. Peter já se dirigia a porta de entrada quando Amber conseguiu se livrar e chamar a atenção do garoto.

- Você realmente vai querer sair na rua com essas roupas? Achei que seriamos discretos – zombou ela enquanto cruzava os braços.

O garoto fez um barulho com a boca e puxou as roupas da mochila, enquanto Amber fazia o mesmo. Com um pouco de magia era fácil carregar aquela enorme mochila e nem senti-la.

Eles saíram quase correndo da casa. Amber novamente de salto alto e Peter com a famosa cara emburrada.

- Dá pra você esperar? – murmurou a garota com Raiva.

Peter parou e se dirigiu a um restaurante ali perto.

Eles se sentaram e ficaram encarando o prato a sua frente.

- Olha... – falou Amber.

- Nós temos que ... – dizia Peter ao mesmo tempo.

Eles trocaram olhares rápidos e a garota suspirou deixando Peter falar.

- Nós temos que resolver logo isso, vai ficar cada vez mais arriscado andar pela cidade se não soubermos o que fazer.

- Pela primeira vez concordo com você.

- Há dois amigos da minha família na cidade abaixo. Se conseguirmos nos comunicar com eles ficará mais fácil encontrar o Conde.

- Não podemos voltar lá hoje. Você ouviu o homem dizendo. E quem era aquele?

- Ele fornecia a carne para minha casa quando eu era pequeno.

- Bem, acho melhor nós encontrarmos algum lugar para ficar, ou voltar para a sua casa. Já esta escurecendo e não é bom andarmos a noite.

Peter revirou os olhos e riu sarcasticamente – Tem medo do escuro?

- Claro que não, só acho mais fácil alguém nos seguir a noite.

- Ninguém vai procurar você aqui em cima, é quase como suicídio.

- Porque você diz isso?

- Porque tecnicamente você tem certa proteção extra aqui em cima. Não esta tão vulnerável como lá embaixo.

- Explique melhor.

- Aqui em cima há tantas pessoas que é quase impossível de te rastrear, já lá embaixo há criaturas capazes de fazer isso. Mas elas não podem subir aqui, no momento em que olharem a luz do sol os guardar aparecerão e será o fim para elas.

- Por que minha marca de retraiu hoje ?

- Tantas perguntas. Você nunca cala a boca? – perguntou Peter irritado mais uma vez.

- Vai me responder ou terei que torturar você? – falou Amber com o mesmo tom.

- Porque a minha casa é um lugar onde  há constantes magias, e é como se você fosse um peixe e estivesse fora da água e derrepente volta pra água. Como se sua parte mágica voltasse a respirar.

O dono do restaurante já olhava para eles de forma estranha. Foi quando eles levantaram e saíram do local .

- Meus tios tem uma casa aqui perto. – disse Peter secamente.

- Quantas casas sua família tem aqui em cima? – perguntou Amber incrédula.

- varias.

- Ótimo.

- Otimo

Eles  dobraram na primeira rua depois do restaurante, depois a direita, a esquerda, direita e direita. Os pés de Amber já começavam a latejar quando eles chegaram a um prédio abandonado. Havia uma porta velha mas intacta. E as vidraças das janelas estavam rachadas mas ainda inteiras.

- Tem certeza que isso é uma casa?

Peter lançou um olhar repugnante a Amber que o encarou com desdém.

O garoto tocou a maçaneta e abriu, deixou Amber passar e a fechou. O barulho da porta se moldando novamente a casa era audível. Parecia que tinham se soldado á casa. Ninguém poderia entrar.

A casa estava escura e bagunçada, havia sido deixada as pressas.

Amber estalou os dedos, mas nada aconteceu. Peter fez o mesmo e finalmente a bola de luz apareceu a sua frente.

- POR QUE NÃO CONSIGO FAZER MAGIA? – resmungou a garota com certo desespero.

-É um feitiço muito bom você não acha?

Amber encarou Peter com ódio nos olhos, por um momento achou que tinha perdido sua aura mágica.

Eles seguiram em frente, o salto da garota ia esmagando os cacos de vidro jogados no chão.

- O que aconteceu com os seus tios? – perguntou Amber, enquanto andavam em um enorme corredor.

- Foram embora como todos os outros. – por um momento ela achou que escutou um tom de tristeza na voz de Peter, mas logo ele fez aquele barulho irritante com a boca, como se desaprovasse a covardia da família.

Eles subiram uma escada que rangia e faltava algumas partes. Uma trovoada cortou o céu iluminando mais um corredor.

- Nunca para de chover nessa cidade?

- Aparentemente é sua presença que causa tais fatos – sussurrou Peter. Infelizmente Amber ouviu, e apertou o punho com toda força que tinha. Ia resistir.

O garoto chegou a ultima porta do corredor e a empurrou. Era um quarto enorme.

Com uma cama de casal escura e os cobertores todos bagunçados. Como toda a casa o quarto estava bagunçado e havia coisas quebradas. Novamente Amber tentou fazer magia, mas não obteve sucesso.

- Por que só você consegue usar magia aqui dentro? – perguntou Amber curiosa e frustrada.

- Feitiço de sangue. Ele reconhece que sou da família. E ele bloqueia, quem não é.

Peter movimentou a mão e o quarto ficou limpo e organizado. Largou a bolsa em cima da cama e apertou as têmporas em busca de paz.

Amber voltou ao corredor e abriu a porta ao lado e ficou tonta como se fosse cair novamente. Peter correu até ela e fechou a porta. Tudo voltou ao normal.

- Por que coisas importantes você não pergunta? Os quartos estão enfeitiçados. O único que tem é esse.

 Enquanto ela voltava para o quarto, Peter acendeu a lareira que iluminou tudo na hora.

- Não vou dormir com você. – Amber começou a ficar zangada.

- Não pense que eu planejei isso, se pudesse eu estava em casa a essa hora e não aqui com você – retorquiu ele.

Amber rangiu os dentes e sentou-se na cama. Olhando a parede, muito brava.

 Peter a ignorou totalmente. Tirou os sapatos e o casaco e se jogou  no seu lado da cama e logo fechou os olhos.

Amber foi obrigada a fazer o mesmo. E por incrível que poderia parecer eles adormeceram tão calorosamente que ao acordarem deram um berro. Os dois pularam da cama. Haviam se abraçado durante o sono.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.