Wood Heart escrita por LastOrder


Capítulo 8
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Olá, agradecimentos especiais a Tsukikamii Hinako por ter recomendado a fic.
Brigadaaa!!!



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– Droga, Deidara, quer me matar de susto!? - esbravejou já se levantando. - Olha por onde anda!

Continuou seu caminho ignorando os passos que vinham logo atrás.

– Ei, por que você está tão irritada? Aconteceu alguma coisa.

Bufou irritada, ele não devia ir embora?

– Não, estou ótima.

Algo em seu tom de voz não conseguiu convencê-lo.

– Bem... Onde está indo então?

– Para Suna.

O silêncio que veio foi estranho e longo demais, e apenas por isso Hana parou e se virou, não conseguiu entender a expressão atônita do loiro. Completamente paralisado e com os olhos azuis arregalados.

– Ei, tudo bem?

Aquilo bastou para que sua mente voltasse de qualquer lugar para onde houvesse ido.

– VOCÊ FICOU LOUCA DE VEZ?! - A rajada de vento fez os cabelos da garota serem empurrados para trás. - Não pode ir assim saindo justo agora que acabou de entrar, você tem alguma ideia do que o Líder pode fazer com você se ele ficar sabendo disso?! Você tem alguma ideia do que o Líder pode fazer comigo??!!

Hana piscou rapidamente saindo do estado de choque.

– Escuta, eu sou uma ninja está bem? Não preciso que fiquem me falando sobre os riscos que corro ou deixo de correr... - Parou um pouco analisando a expressão ainda espantada do loiro. - E além do mais, eu não vou ficar aqui sendo que posso acordar um dia e descobrir que fui transformada em uma marionete que...

Seu breve discurso foi cortado pela gargalhada sonora de Deidara, Hana fechou o punho e respirou bem fundo tentando se controlar... Realmente odiava que rissem dela daquele jeito.

– O que foi... Agora?

–Ai,ai - Limpa lágrima- Você não acreditou mesmo no que ele disse, não é?

– Claro que acreditei! - Estressou - Por que não acreditaria?!

– Ele fala isso para todo mundo, não é como se você fosse mesmo te transformar em uma marionete. Quer dizer, eu acho que não. - Deidara parou um pouco ouvindo Hana xingar baixo, mas não sabia se era a ela mesma ou ao ruivo. - Você não mexeu nas coisas dele, não é?

– Bem... - Corou . Pensando bem, talvez tivesse um pouco de culpa no cartório mesmo. - Não importa agora. - Cruzou os braços na defensiva. - A questão é que você tinha que ter visto a cara dele! Qualquer um teria caído! - Bufou voltando a se estressar. - Aquele idiota cabeça de tijolo, eu o odeio.

– Ora vamos, não seja assim. - Passou o braço por cima do ombro da garota. Ela o fuzilou com um olhar "não me toque" fazendo com que se afasta-se num piscar de olhos. - Er... De qualquer forma, se você não tiver nada mais para fazer eu já sei onde podemos ir para que você se sinta melhor.

O garoto terminou com um largo sorriso esperando pela resposta positiva de Hana.

A kunoichi suspirou fundo, não era como se ela tivesse mesmo nada melhor para fazer. E estava cansada de andar sozinha por aí. Na verdade... Nunca gostou muito de ficar sozinha.

– Tudo bem. - Deu um pequeno sorriso.

– Ótimo! Vamos logo, então! - Deidara a segurou pela mão enluvada arrastando-a pelos corredores.

Caminharam por cerca de vinte minutos. Seu tédio e arrependimento cresciam à medida que eram engolidos mais e mais por aquela escuridão sinistra. Revirou os olhos, Deidara não havia parado de falar nem um só minuto.

– Tem certeza que estamos no caminho certo? - Cortou de repente.

– Claro que sim! - Ele respondeu sorrindo confiante ao olhar para sua direção. - Eu venho aqui sempre que posso!

Hana suspirou cansada e nem deu a devida importância ao chão de madeira lisa que era substituído pelo de pedra da caverna.

– A propósito, onde estamos indo mesmo? - Ela nem percebeu que cortara a fala do garoto mais uma vez, o que fez com que este fechasse a cara.

– Você ouviu alguma coisa do que eu disse?

– ... - Não sabia o que fazer. Sorriu amarelo. - Claro, claro que sim, Deidara.

– Então você concorda?

Ok, agora entramos num impasse. Hana engoliu em seco e sorriu.

– Cla-claro que sim. Vai ser ótimo.

Deidara estreitou o olhar procurando qualquer mentira no sorriso nervoso de Hana.

– Ótimo, então não vamos perder mais tempo,hn! - Segurou sua mão e, ignorando seus protestos, saiu correndo a arrastando novamente para qualquer lugar onde estivessem indo.

Ela apenas percebeu que estavam chegando de fato quando o loiro parou de repente na frente de uma porta.

– Chegamos! É aqui, hn!
Abriu a porta para uma enorme sala feita toda de pedra, não havia nada demais nela a não ser suas longas dimensões, Hana dificilmente podia ver o teto.

– Hã... Onde exatamente é "aqui"?

– A área de treino, ou melhor, meu ateliê, hn.

A principio ela havia ficado surpresa com a constatação de Deidara, mas depois de ver as partes carbonizadas das paredes... Bom, não era nada menos do que poderia esperar.

– Bem, e então...

– Como assim? Você concordou em ajudar a testar o meu C3!

Ela engoliu em seco... Não sabia o que era C3, nem quando havia concordado, mas sabia que nada de bom poderia vir disso tudo.

– Ãh... Deidara, não acha melhor deixar isso para outro dia... - "Daqui a um milhão de anos, por exemplo?"

– Claro que não! Por que deixar para outro dia o que pode ser feito hoje!? - Sorriu com todos os dentes e aproximou-se do ouvido da morena. - Você não vai querer que todos saibam que a Ceifadora corre como uma criançinha e grita como uma garota,não é?

– Eu sou uma garota! - Lhe deu um empurrão para afastá-lo. - E eu não gritei!

– Bem, isso não vem ao caso,hn. - Cruzou os braços. - Você prometeu!

Hana franziu o cenho e estreitou o olhar.

– Alguém já te disse que você é um piralho irritante e impertinente?

Deidara sorriu inocente.

– Sasori- Danna costuma me lembrar disso freqüentemente.

Bufou estava visivelmente estressada agora. Como se não bastasse tudo o que já havia passado, ainda teria de servir de cobaia para a arte explosiva de Deidara. A pulseira transformou-se na foice de ferro negro e Hana aponto a lamina na direção do pescoço do loiro.

Ele engoliu em seco.

– Vamos terminar logo com isso.

O sorriso espalhafatoso e convencido voltou ao rosto do garoto.

– É disso que estou falando. - A massa de argila já estava em uma de suas mãos. - Hora do show, Hana-chan.



(...)


A sala escura era iluminada pela luz forte que saia da lâmpada pendurada sobre sua cabeça, a pinça de metal entre os dedos auxiliava o dificílimo trabalho de unir todas as lascas que em algum momento formaram o rosto do terceiro Kazekage, depois passaria a cola para unir as fendas, lixaria para homogeneizar a superfície e finalmente se dedicaria a refazer os contornos do rosto.

O fragmento de madeira que carregava soltou-se da pinça e caiu no chão. Sasori soltou um suspiro cansado fechando os olhos. Mais essa agora.

– Até quando pretende ficar parado aí?

Pela primeira vez uma movimentação se deu num dos cantos escuros do quarto, algumas das marionetes penduradas no teto balançaram.

– Achei que precisava se concentrar para esse trabalho. - O som de passos se fez presente no cômodo.

Sasori tirou o óculos lupa que usava e se virou na cadeira.

– Diga logo o que quer aqui, Itachi.

O moreno entrou finalmente na área iluminada pela luz da lâmpada.

– Você não perde a mania de assustar os demais, não é?

– E você continua metendo o nariz onde não é chamado. - Resmungou voltando para seu trabalho.

– Por que quer fazer tudo mais difícil se sabe que, de um jeito ou de outro, ela vai ser sua companheira nas missões.- A mão de Sasori parou no ar. - Se revoltar desse jeito não vai fazer o Líder mudar de ideia.

– Eu não fiz nada demais, aquela garota estava mesmo precisando levar um susto para aprender a não sair do lugar. - Levantou-se procurando um pinça mais fina no armário - Você bem sabe que cuidar de um adolescente já é trabalho o bastante. - Sasori o encarou como se estivesse o desafiando a negar.

Itachi sabia bem do ele falava, Deidara já havia dado muito trabalho para toda a Akatsuki com suas tentativas inúteis de matá-lo.

Sasori sorriu de lado, dando de ombros.

– Mas não é como se eu me importasse de qualquer forma. - E continuou sério. - Não se preocupe com a garota, não vou fazer nada de mal a ela... - Sentou-se na cadeira, pegou uma lasca da madeira com a pinça. Ajustou melhor a lâmpada que pendia sobre sua cabeça. - Afinal, ela ainda é o novo objeto na coleção do Líder.

– E você não quer desencadear nenhuma briga desnecessária. - Parecia mais um aviso do que uma observação, Sasori quase riu daquilo.

– Claro, quem você pensa que eu sou?

Itachi suspirou baixo. Passou ainda um tempo observando em silêncio as marionetes nas paredes antes de resolver que já havia gastado tempo demais ali.

– A propósito. - Começou. - Pein-sama quer falar com você.

– Sobre o quê?

– Não tenho certeza, mas acredito que seja algo sobre alguma missão.

Sasori se virou furioso para dizer que não iria a lugar nenhum com aquela garota, mas ele não estava mais lá. A raiva se foi rapidamente, Itachi não era culpado de nada e não seria ele quem resolveria seu problema.

Largou tudo o que estava fazendo, desligou a lâmpada e fechou a porta com força; honestamente sua verdadeira vontade era mandar o Líder para o inferno e ficar o resto da semana trabalhando na sua marionete, mas...

Parou no meio do cômodo observando com seu olhar inexpressivo os pergaminhos esquecidos sobre o sofá e de repente se pegou pensando no que o Uchiha lhe havia dito; talvez houvesse mesmo exagerado um pouco, Hana não parecia o tipo de garota maleável e a última coisa que precisava era que ela se voltasse completamente contra ele.

Pegou um dos pergaminhos se deixando levar pela curiosidade... Leu a inscrição "Criança do Trovão" franziu o cenho e deixou que o selo fosse aberto... O meio sorriso cruzou seu rosto.


(...)


Hana abriu a porta do quarto numa lentidão considerável, seus passos se arrastavam lentamente pelo chão de madeira do quarto enquanto lutava internamente para se decidir entre um bom banho ou se jogar na sua cama e dormir até que Kami desse uma segunda ordem... Ou no caso, até que Pein desse uma segunda ordem.

Decidiu pelo banheiro.

Foi ainda mais lentamente até a frente do espelho onde quase pulou para trás ao ver o estrago que Deidara havia conseguido fazer naquelas míseras, mas incrivelmente longas, duas horas; Como havia aguentado tanto?

– Kami- sama abençoado! - Gritou assustada com o reflexo. O rosto cheio de poeira preta, alguns arranhões nos braços, cabelo desarrumado e as roupas que havia acabado de ganhar, rasgadas.

Não queria nem pensar no que teria acontecido com ela se aquele tal C3 estivesse 100% perfeito, ela provavelmente seria poeira ao vento... Ou talvez nem isso.

Suspirou fundo deixando-se cair sentada no chão; a cabeça apoiada no azulejo frio do banheiro. Realmente... As coisas não estavam saindo como esperava... Nem um pouco. Abriu os olhos devagar para se deparar com a silhueta de algo amontoado sobre a cama; franziu o cenho e levantou-se com certa dificuldade.

O cansaço era tão grande que foi praticamente se arrastando até o quarto e pensou em desistir de tudo e dormir ao sentir o colchão macio sob seus dedos, mas quando seus olhos se ajustaram a penumbra ... Não, ela não podia acreditar no que via.

Pulou até os pergaminhos amontoados em um segundo, de repente não havia mais cansaço. Procurou às pressas o de Hikaru, tinha que ver o real estrago com os próprios olhos e fazer uma lista mental de tudo o que ia precisar para consertá-lo.

Abriu o pergaminho em um movimento ignorando a ardência do arranhão no braço direito e desfez o selo com um sinal de mãos. Hana não achava que poderia ficar mais surpresa do que já estava, mas quando a nuvem de fumaça desapareceu...

– O que...?

Seus dedos trêmulos seguraram com força a marionete de cabelos brancos, procurando qualquer sinal do ataque em seu corpo, mas não havia nada, ela havia sido completamente reconstruída...Como? Ou melhor, quem?

A resposta veio à sua mente sem que realmente precisasse pensar nela...Um sorriso singelo curvou seus lábios; se era esse mesmo seu jeito de pedir desculpas então não cabia a ela não aceitar.

Jogou-se na cama de braços abertos e deixou que uma risada alta e sincera saísse de sua garganta. Pela primeira vez sentiu que as coisas estavam começando a melhorar



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