Wood Heart escrita por LastOrder


Capítulo 5
Capítulo 4




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Aquele lugar para onde a haviam levado era ainda mais estranho do que a cabana abandonada no meio da floresta. Os corredores eram escuros,fechados, paredes feitas de pedra e chão de madeira.

Os dois andavam pelo corredor, Deidara sumira de repente há algum tempo. Sasori sabia que ele havia ido aprimorar sua “arte”, Hana concentrava sua atenção em acompanhar os passos rápidos do marionetista.

- Se apresse. –Meio que... Ordenou.

Ela suspirou baixo, “Tão gentil”. Revirou os olhos.

- Pra que ir tão rápido?

- Por sua causa estamos mais atrasados que de costume, não gosto de deixar os outros esperando.

Aumentou o passo, quase tropeçou nas barras da calça.

- E quem está nos esperando?

- O líder quer falar com você. – Foi tudo o que disse, e tudo o que ela precisava ouvir para que o sangue sumisse do seu rosto. Não era fácil admitir que estava com medo, mas estava.

Sem armas e ferida, que chances teria caso uma briga começasse? Nenhuma.

- Já disse para ir mais rápido.

Saiu dos pensamentos para encontrar Sasori a alguns passos à frente.

- Estou indo!

Correu até alcançá-lo e bateu o rosto nas suas costas quando ele parou de repente. Gemeu baixo massageando o nariz com a mão. Ele simplesmente ignorou, abrindo a porta à direita.

- Entre.

A sala era escura o bastante para fazer Hana hesitar um pouco antes de entrar. Seus olhos não precisaram se acostumar com a pouca luminosidade do novo ambiente. Tinha certeza de que não havia nada ali, até que o holograma com olhos brilhantes aparecesse bem na sua frente. Como um fantasma.

- Shimizu no Hana, vejo que finalmente conseguiu se recompor. – A voz destorcida fazia com que a situação ficasse ainda mais medonha, Hana se segurou para não engolir em seco. – Eu fico realmente satisfeito.

- O-o que vocês querem de mim?

-Eu sou o líder da Akatsuki, uma organização que tem como objetivo a caça e apreensão dos bijuus, mas para isso precisamos de ninjas com habilidades excepcionais e um bom controle de chakra. Digamos apenas que fiquei interessado nas suas habilidades.

Hana respirou fundo,então havia sido ele o responsável pelo ataque a Suna.

- Então... – Começou escolhendo as palavras. – Você quer que eu me junte à organização?

- Basicamente.

Ela estreitou o olhar.

- E se eu me recusar?

Embora não pudesse ver seu rosto, o tom de voz que o líder usou foi mais ameaçador do que de fato parecia.

- Bem, sendo assim você não será mais útil para mim... – Os passos atrás dela fizeram com que se lembrasse que Sasori ainda estava no aposento. Um arrepio medonho desceu pela sua espinha. – Entenda que não posso deixar que volte com tantas informações sobre a Akatsuki.

Engoliu em seco. Não precisava ser um gênio para saber que Sasori teria o maior prazer em matá-la, e do pior jeito possível. Pelo menos se concordasse com aquilo, teria a proteção daquele líder por tempo suficiente para planejar algo e, se tivesse sorte, fugir.

- A-acho que não há problema, então. – Sorriu amarelo.

Pelo contrário, só haviam problemas.

(...)

“ Não saia daí, eu já volto.” Foi a última coisa que ele disse antes de fechar a porta do seu “novo” quarto e deixá-la sozinha.

E ela devia ter ouvido, se arrependia amargamente de ter desobedecido aquele ruivo egocêntrico. Talvez se tivesse ficado quieta no seu canto, não estaria perdida agora.

Aqueles corredores escuros pareciam cada vez mais infinitos à medida que caminhava mais e mais.

- Tem alguém aí? – Gritou apenas para receber seu eco como resposta.

Droga, o dia estava sendo uma verdadeira bos...

Ouviu um estrondo forte vindo da direção oposta a que caminhava e se virou na hora. Correu sem pensar duas vezes, as barras da calça montando uma armadilha para que tropeçasse no menor descuido...

E caiu, mas não fora por causa da calça de pernas longas.

Hana massageou a ponta do pé. Havia tropeçado em algo realmente duro desta vez. Ergueu o olhar e para sua total surpresa, o que antes era apenas uma pequena ponta verde, transformou-se num grande casulo verde.

- Oh meu... – As palavras ficaram presas na garganta. Quando um corpo emergiu do chão logo depois. E se abriu mostrando uma cabeça, metade branca, metade negra; com olhos amarelos.

- Ah, veja só o que fizemos! Lamento muito mocinha. – A parte branca falou. – Dá próxima vez olhe por onde anda, garota estúpida!

Uma gota escorreu pela cabeça dela, era só o que faltava. Um homem planta com dupla personalidade.

- Não fale assim, ela é tão bonitinha. Qual é seu nome? Para que quer saber o nome? Vamos nos livrar dela de uma vez!- Eles estavam discutindo? -  Não diga algo assim! É apenas uma garotinha perdida! Pft, que garotinha? Pare de ser sentimental, vamos comê-la enquanto temos chance! Mas...

Hana levantou-se devagar planejando fugir dali o mais rápido possível enquanto aqueles dois continuavam discutindo.

- Ei, ela está fugindo! Ah, olha só o que você fez! Eu já disse para ser mais gentil com os convidados. Cale logo a boca e vamos atrás dela!

Ele então sumiu dentro do chão para aparecer bem na frente de Hana, que já imaginava estar a uma distância o suficientemente segura.

- Droga! – Grunhiu parando de repente – O que é você afinal?!

- Meu nome é Zetsu. Isso é tudo o que vou te deixar saber, agora se prepare para...

Alguém estava se aproximando. Ambos ninjas podiam sentir o novo chakra muito perto. Os olhos de Zetsu se voltaram para encarar o recém chegado antes que este pudesse sequer disser uma palavra.

- Oê, Zetsu. O que você está fazendo?

Ele era enorme, pelo menos uns dois metros de altura – ou quem sabe mais, mas isso não era o que deixou Hana pálida de medo...

- Ah, Kisame, encontramos essa garotinha perdida no corredor e não sabemos o que fazer com ela.

O homem azul lançou seu olhar para a garota, e sorriu, um sorriso que mostrava todos os dentes pontudos... “Era só o que faltava, um homem metade tubarão, será que não existe ninguém normal aqui?”

- Ei, qual é o seu nome?

Hana deu alguns passos para trás, incapaz de falar, tinha que dar um jeito de fugir dali. Olhou rapidamente para as mãos, quem sabe se desse sorte, poderia tocar no rosto daquele tal Kisame e derrotá-lo, mas não podia se esquecer do homem planta... Droga, hoje não era seu dia de sorte.

- Acho que ela deve ter alguns problemas mentais.  – A parte negra de Zetsu falou colocando-se ao lado de Kisame. – Será que a assustamos demais?

- É, afinal, o que uma garotinha como ela está fazendo aqui?

- O que?! – Hana exclamou atraindo a atenção dos dois... Ou três. – Eu não tenho problemas mentais! E parem de me tratar como se eu fosse uma criança!

Os três pareceram ficar surpresos com a mudança súbita de comportamento dela. Um minuto de silêncio se passou enquanto todos digeriam qualquer nova informação.

- Bem, como eu ia dizendo, vamos comê-la de uma vez, estou morrendo de fome. – E bastou isso para que a parte branca se revoltasse e uma nova discussão começasse.

O próprio Kisame resolveu se meter na briga, pois segundo alguns gritos que havia Hana havia conseguido entender “Eu não agüento mais vocês dois discutindo como dois pirralhos!”

Uma gota de suor escorreu pela sua cabeça. Pelo menos agora tinha uma chance de fugir dali.

- HANA!

Aquela voz fez com que a discussão parasse no ato, Hana sentiu um arrepio de temor correr pelo seu corpo... Era só o que faltava.

Em pouco tempo ele estava ali segurando seu pulso com uma das mãos.

- Eu não disse para ficar no quarto!

Ela segurou um gemido e tentou fazer com que ele a soltasse, o aperto estava começando a machucar.

- Ah, me solta, Sasori! – Murmurou quando percebeu que suas tentativas de se libertar eram inúteis. Como ele conseguia ser tão forte?!

- Oê, Sasori, você conhece essa garota? – Kisame perguntou.

- Infelizmente. – Ele bufou, soltando-a. – Ela é a garota que Kakuzu e Hidan tinham que buscar em Suna.

O brilho da compreensão iluminou o rosto de Kisame.

- Hmn... Entendo.

- Não acredito que essa garotinha é a Ceifadora. Agora não poderemos mais comê-la. – Zetsu. – O que? Você ainda está pensando nisso? Deveria pensar no que teria acontecido se tivéssemos encostado nela!

- Ah, vai começar de novo. – Kisame reclamou se afastando. – Se precisarem de mim vou estar por ai procurando Itachi-san.

Hana franziu o cenho, ia perguntar de quem ele estava falando, mas Sasori chamou sua atenção novamente.

- Vamos logo, tem algo que ainda preciso falar com você. – Saiu andando sem sequer esperar por ela.

Ela se apressou para acompanhar seus passos e quando percebeu já haviam voltado para o quarto. Sasori se virou, seus olhos castanhos indecifráveis pareceram ler sua expressão por alguns segundos.

- Tome. – E apenas naquele momento Hana percebera que uma das mãos dele estava segurando sua pulseira negra. Ela segurou a peça entre os dedos e lançou um olhar cheio de duvidas para o marionetista, afinal, por que lhe estavam devolvendo sua arma?

- O que...?

- Você vai precisar disso amanhã. Vai ter que passar por um teste antes de entrar oficialmente na Akatsuki. – Se virou para ir embora. – É bom se preparar.

- Ei! Espera! – O nervosismo e a confusão fizeram com que seu tom de voz saísse mais alto do que esperava. Agora além de tudo ia ter que fazer um teste? O que essas pessoas estavam pensando afinal?!

Sasori apenas a encarou com o mesmo olhar inexpressivo que conseguia deixá-la extremamente nervosa. Esperou que continuasse.

- Pelo menos... Diga-me o que eu terei que fazer. – Ela se esforçou para não gaguejar.

Ele deu um meio sorriso.

- Ora, não é óbvio? – Hana sentiu que não ia gostar de saber o que viria a seguir. – Você vai ter que lutar, comigo.


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