Fin De Siècle escrita por Reira


Capítulo 3
O Chapeleiro Maluco Dos Contos De Terror


Notas iniciais do capítulo

Bem, estou aqui com mais um capitulo para vocês XD
Como vocês podem ver, o meu senso para títulos é bastante... digamos, enlouquente!
E... Apesar desse capitulo não ter frases tão romanticas quanto o anterior, eu me surpreendi bastante com ele.
Tentei colocar um pouco de comédia e conservar esse "clima" clássico, mas não sou boa com comédia, mas quem sabe eu consiga arrancar alguma risadinha? rsrs...
É isso, espero que gostem.



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                                                                Fin de Siècle

                                                                Fim do Século

  Depois que lorde Louis finalmente tomou a iniciativa de pedir ao Sebastian para que encontrasse Kouta, o jovem mestre sentiu-se satisfeito ao saber aonde seu brinquedinho andara.

“No cemitério, primo? O que procuravas?”  Perguntou o lorde com uma máscara de tristeza e pena atada ao rosto.

  “Eu estava lhe procurando... E...”   O primo planejara contar sobre o fantasma, mas as palavras travaram em sua garganta e pensou sobre como o lorde reagiria após as palavras serem ditas. Com certeza iria chamá-lo de louco, maluco e o expulsaria da mansão.  “E...”

  “Está tudo bem primo. Não se preocupe, ta?”

                                                               Kouta

                                                 O Chapeleiro Maluco

                                                Dos Contos De Terror...

  O dia logo se passou, apesar do pôr-do-sol estar sempre presente no céu daquele lugar, o pequeno carregava consigo o relógio com o horário de Londres. A noite logo chegou e o pequeno adormeceu sonhando em rever os pais à muito não vistos...

  “Irritado, Kouta fez as malas e desceu a curva escada que levava à sala de estar a qual seus pais o esperavam ansiosos. Quando desceu o último degrau, levantou os olhos e encarou o sorriso contente da mãe que jurava estar fazendo o melhor para o filho.

  A cabeleira prateada da mãe despenteou-se com a leve brisa que passara intrometidamente pela fresta da janela.

  O pequeno tentou ir direto para a porta quando ouviu o táxi buzinar, mas os pais o impediram com um abraço apertado.

  “Vai lá, filhão”  Disse o pai enquanto despenteava as madeixas negras do filho.

  “Vamos sentir saudades, não deixe de ligar! Divirta-se! Mande abraços para seu primo!”

  O menino tristonho saiu do doce lar para passar uma semana na sombria e fria mansão do primo.”

  Assustado Kouta levantou-se da cama. Agora que havia acordado, decidiu trocar-se decidido a vasculhar os quartos da mansão. Vestiu-se com roupas escuras as quais a mãe colocara na mala e deixou o quarto.

  Subiu e desceu corredores, abriu e trancou portas, entrou e saiu de quartos, mas tudo o que encontrou foi corredores escuros, salas vazias e o nada.

  “Estás a procuras de alguém?”    Perguntou a suposta voz da escuridão.

  __ Quem está aí?

  Soou uma risada infantil juntamente com um suspiro impaciente.

  “Procure neste corredor, na parede esquerda, em meio a escuridão”  Retrucou ambas as vozes, uma brincalhona e a outra grosseira.

  __ O que...?   --   Kouta estava com medo mas a ansiedade crescia em seu peito, logo levantou-se e começou a passar as mãos na parede escura.

   “Tem uma porta... Uma porta que vai te levar ao...”   Kouta encontrara a porta e sem pensar duas vezes, girou a maçaneta pesada e uma forte luz veio de encontro aos seus olhos fazendo com que estes se fechassem. Na sala, via-se dois bonecos como se estivessem tomando chá.  “Ao mundo encantado do chá inglês.”   A fina e delicada boca dos bonecos movimentou-se sem vida.

  __ Mundo encantado do chá inglês?   --  Perguntou o pequeno perplexo diante daquelas criaturas.

  “Sim. E não. É apenas chá. Já ouviste falar?” 

  O boneco da voz séria estava sentado no final da mesa, tinha os olhos lilases, usava por cima das vestes negras um manto marrom com um grande laço verde preso ao pescoço, as madeixas castanhas enfeitadas com um grande, enorme e gigantesco chapéu roxo com várias flores de diferentes cores atadas à base do chapeu, as flores eram belíssimas e esparramavam-se pelo chão. O boneco menor, da voz gentil e brincalhona, tinha os olhos azuis muito grandes. A cabeleira loira e o delicado traço do rosto deixavam-lhe ainda mais juvenil. Vestia-se com roupas comuns de tom azulado e estava sempre com um sorriso engraçado no rosto.

  No pires, que cada boneco tinha nas mãos, havia uma xícara de chá perfumado.

  “Quer chá?”   Perguntou o menor fechando os olhos enquanto sorria gentilmente para Kouta.

  __ Eu...

  “Sim. Mais New Moon Drop por gentileza.”  Respondeu o boneco de chapéu.

  Kouta ficou irritado pelo menor ter o enganado, mas optou por sentar-se a mesa junto com os outros dois.

  __ Hum... Sem querer ofende-los, nem nada, mas...  --  O pequeno decidiu ser educado com os bonecos para que pudesse conseguir no mínimo uma pequena pista do que estava acontecendo com aquele lugar.  --  Quem são vocês?  --   A voz do menor saía com ecos pois a sala era grande e a mesa ocupava todo o espaço, de modo que entre Kouta e os bonecos havia aproximadamente 30 cadeiras.

  Os brinquedos trocaram olhares significativos. Minutos se passaram e o boneco que usava chapéu finalmente levantou-se de sua cadeira e à usou como escada para subir na mesa. Enquanto caminhava pelos bules, derramava o chá pela mesa, quebrava xícaras e deixava cair pães e pires. O boneco parou em frente ao pequeno Kouta e o olhou de maneira ameaçadora.

  “Eu sou seu pai. Idiota.”

  __ Me-meu pai?

  “Puf.  Lógico que não. EU SOU...”

  Ambos os bonecos continuaram  “O Chapeleiro Maluco.”

  Não se agüentando, Kouta desatou em risadas.

  “O que é engraçado?!”  Quis saber o boneco que denominara-se como sendo o Chapeleiro Maluco.

  __ Eu acho que estou ficando louco!  --  Gritou o pequeno em meio de tamanha histeria.  --   Eu sou louco! Primeiro vejo um fantasma, agora encontro com brinquedos FA-LAN-TES que tomam chá! E dizem viver no mundo encantado do chá inglês!   

  Ambos os bonecos se entreolharam. O menor, de cabelos louros, levantou-se de seu lugar a mesa, serviu uma xícara de chá perfumado e virou-se para Kouta com o rosto preocupado.

  “Acho que você precisa de um pouco de chá.”   Disseram ambos os bonecos.

                                                                            +++

 

  Kouta passou a tarde tomando chá. Os bonecos vinham e iam para todos os lados, levando e buscando mais chá. Chá de laranja e chá verde, chá de frutas vermelhas e chá de menta com chocolate, chá de todos os tipos. E Kouta fora obrigado a beber, de todos, um bom gole.

  “”Se beber desse perfumoso chá de laranja, tenho certeza que não será mais louco”   Dizia o boneco de cabelos louros.

  “Prove esse chá de menta com chocolate, eu mesmo que fiz, e tem o dom de livrar as pessoas da loucura! Já já estará sentindo-se melhor!”  Recomendou o Chapeleiro Maluco.

  Mas Kouta tinha a impressão de que os bonecos só queriam que ele provasse dos chás e os elogiasse.”

    __ Já provei de todos os chás! Estou bêbado de chá!  --  Gritou Kouta para os bonecos que já voltavam com mais chá.   --  Não quero mais chá. Não me ajudou em nada. Não preciso de chá, preciso de respostas. Quem são vocês? O que está acontecendo nessa casa?

  Os bonecos o encararam como se o pequeno tivesse cometido um crime gravíssimo.

  O boneco louro caiu feito morto no chão de madeira, as finas cordam que o segurava em pé caíram logo depois de bailarem com a brisa que escorreu pela fresta da janela. O Chapeleiro pouco se importou, continuou com os olhos fixos em Kouta que demonstrava preocupação para com o boneco caído.

  Mas o louro logo levantou-se e, com lágrimas nos olhos, juntou-se ao Chapeleiro para encará-lo.

  O dos olhos lilases respirou profundamente e sentou-se em cima da mesa, derramando o que quer que estivesse lá.

  “Pensa que gostamos de chá?”  Perguntou o Chapeleiro.

  __ Obvio que sim! Só pensam em chá, bebem chá, respiram chá e sabe-se lá se urinam chá!

  A cabeça de lindos cabelos castanhos do Chapeleiro tombou-se para o lado fazendo com que o enorme chapéu de belíssimas flores caísse, deixando a mostra os sedosos cabelos castanhos.

  “Odiamos chá.”  Responderam ambos os bonecos.  “Mas só nos servem chá.”   

  __ É só vocês... Espere.Quem serve o chá?!    --  Quis saber de imediato, talvez, assim, encontraria alguma pista útil.

  “O mordomo. O mordomo gosta de chá. Chá de laranja e chá verde, chá de frutas vermelhas e chá de menta com chocolate. Todos os tipos de chá. O mordomo gosta.”   Disseram os bonecos em uníssono.

  __ Qual mordomo? Qual?! 

  O relógio soou por toda a mansão e ambos os bonecos levantaram-se de imediato e arrastaram o pequeno Kouta até a porta.

  “Está tarde. Você tem que ir, tenha uma boa noite.”   O pequeno foi jogado para fora da aconchegante sala pelos empurrões dos bonecos.   “Volte para o chá amanhã!”

  Ambos os bonecos acenaram para Kouta e fecharam a porta rapidamente.

  Em meio a escuridão, uma triste e emocionante música iniciou-se. O piano cantava notas indistintas e o violino chorava a canção. Ouvia-se somente o leve eco da música, portanto, Kouta decidiu aproximar-se.  Correu pelos corredores em busca de uma porta aberta, a ansiedade aumentava de acordo com a proximidade daquela voz que, doce e triste, cantava as mais belas notas.

 

                                                                Hi miss Alice

                                                          Olá senhorita Alice

                                                            Anata garasu no

                                                                  No vidro,

                                                     Me de donna yume wo

                                                    Vejo seu primeiro sonho

                                                               Mirareru no

                                                           ... Estás vendo?

                                                               Mirareru no

                                                        ... Estás admirando?

                                                               Same kitte

                                                              Sua música

                                                             Meteru outamo

                                                         Me toca lá no fundo

                                                                  Utae nai

                                                              Então, cante

                                                    Still, you do not answer

                                            Ainda assim, você não responde...

                                                          Do not answer

                                                         Não responde...

  No final do escuro corredor o qual Kouta se encontrava, via-se uma porta entreaberta, e pela fenda da porta, via-se um grande clarão. Devido ao vento, a porta abriu-se ainda mais, e o pequeno Kouta aproximou-se.

  Seus olhos ficaram estreitos devido a luz, mas quando os abriu novamente assustou-se com a tamanha beleza.

  Uma mulher charmosa, vestindo um terno negro, sentava em um pequeno banco no canto da sala e, enquanto tocava suavemente o violino, os cabelos negros caíam por sobre o rosto, não deixando nenhum sinal da face. Havia também outra moça, sentada de costas para porta enquanto tocava as mais belas melodias em um piano. Mas o que encantou Kouta fora a bailarina que bailava pelo quarto em um ritmo suave.

  O pequeno observava a bailarina dando voltas e mais voltas enquanto o vestido rodado girava e dançava no ar. Em momento algum perceberam a sua presença, ambas as mulheres concentravam-se em seus instrumentos e os olhos vermelhos escarlate da bailarina estavam tão mortos que não fixavam-se por longo tempo nos objetos à volta. A bailarina vivia para a dança. Os curtos cabelos castanhos deslizavam devido ao intenso bailar que nunca terminava.

  Talvez só terminasse quando o sol se pusesse, mas no céu daquele lugar era sempre pôr-do-sol.

  Quando a música foi aproximando-se do fim, a bailarina dançou ainda mais suavemente com seus sapatinhos de pano.

                            

                                                                      Still Doll...

                                                                Boneca Silenciosa...   

  Após o ultimo verso ser cantado, após a última nota ser arrancada do piano, após o violino chorar sua última lágrima, um reflexo do sol varreu o quarto revelando finíssimas cordas acima da bailarina. Depois disso, tudo aconteceu muito rápido, as cordas caíram juntamente com a bailarina que, caiu feito uma simples boneca.

  Uma marionete...

  As outras duas mulheres levantaram-se e carregaram a boneca até a cama, onde a deitaram e a ocultaram com um fino cobertor.

  Assustado e tristonho, Kouta correu pelos corredores à procura de uma saída. Quero ir para casa.

                                                                                  ...

´´´O fantasma abriu um dos túmulos, examinou a pessoa que adormecia eternamente e encarou os olhos de Kouta.

  “Então acabas de encontrá-lo.”

  __ Não. Ele está vivo...

  “Chegue mais perto para olhaste, já que não confias em mim.”  Novamente o fantasma certificou o horário no relógio e franziu a boca sem lábios.

  __ Mas... E-eu o vi ontem à noite. Estava vivo! E por que olhas tanto para o relógio? Se estás morto, não deve mais se preocupar com o horário!

  “Não quero me atrasar. Morto ou vivo, tenho trabalhos que devem ser realizados.”

  __ E sobre o meu primo?! Eu o vi vivo!

  “Para isto, tenho somente algo a dizer. As aparências enganam.”```

                      Como um fantasma certa vez me dissera, nessa casa, as aparências, sempre,  enganam.


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Notas finais do capítulo

Já vou agradecendo à quem teve a paciência de le até aqui, e quem realmente gostou ou odiou, por favor, deixem um reviewr?
XD'



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