About To Crash escrita por rogerioCF


Capítulo 14
Final Alternativo


Notas iniciais do capítulo

Esse final é alternativo e não é o final correto da história.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/163077/chapter/14

 Decidiu não ir na escola e sair da cidade. Começou a correr em frente. Ouviu grunhidos vindos detrás. Apertou a corrida. A névoa ia ficando mais densa a sua frente e sua respiração mais ofegante. Quando ele dobrou a esquerda na esquina deparou-se com Garcia parado na névoa na sua frente de costas pra ele.

- Garcia? – gritou para ele.

Garcia se virou, havia um corte no meio de sua camisa, era longo e fino, parecia profundo.

- Você está bem? – perguntou Bronsky.

Garcia não respondeu.

- Você... matou seus parentes?

Garcia abaixou a cabeça e depois de alguns segundos assentiu com a cabeça.

- Droga cara, porque você fez aquilo?

Garcia ficou de joelho e começou a chorar.

- Essa ci-dade – dizia ele, soluçando – ela me enlouqueceu. Me fez pe-nsar que eles eram.. mo-monstros. Quando atirei neles só depois percebi que eram meus pais e meu irmão.

- Tudo bem Garcia, essa cidade é maligna, vamos embora – disse Bronsky, aproximando-se de Garcia.

- PARE! Não se aproxime de mim. Ele me contou tudo sobre você.

- Quem?

- Vincent. Você é um psicopata louco que veio a cidade matar sua filha e esposa.

- Ele mentiu pra você Garcia, elas moram em Brahms, eu só iria visita-las.

- MENTIROSO.

- Escute Garcia, eu posso lhe explicar depois que sairmos dessa cidade, vamos – disse Bronsky.

Porém antes que Garcia pudesse dizer alguma coisa e Bronsky se aproximar algo agarrou Garcia pela perna e o puxou através da névoa.

- GARCIA – gritou Bronsky, e saiu correndo atrás.

Ele só conseguia ouvir os guinchos de dor de Garcia e o som do arrastar do corpo. Depois de alguns minutos correndo atrás dos gritos... tudo ficou em um silêncio mortal. Bronsky parou a corrida

- Garcia? – perguntou Bronsky, mas nada respondeu.

Ele voltou a caminhar mais calmamente agora na sua frente. Depois de alguns metros ele viu. Havia uma cratera impedindo a saída da cidade.

”O quê? Mas... eu vim  por aqui. Essa maldita cidade fez isso?”

- Não há jeito de sair meu caro amigo – disse uma voz debochada atrás de Bronsky.

Era Vincent.

- Essa cidade não vai deixá-lo sair até que você tenha se entregado a Horton.

- Por quê? Por quê ela quer isso?

- Vamos dizer que o Horton é um filho pródigo da cidade. Já você é um filho ingrato, e ela não gosta muito de filhos ingratos.

- Você é um filho pródigo dela também?

- Ah sim.

- Eu consigo entender porque você “ajuda” essa maldita cidade mas porque ajuda ele?

- Ele quem? – perguntou Vincent, debochado.

- Horton – falou Bronsky entre dentes.

- Ah sim. Bom ajudo-o primeiramente porque eu não gosto da sua cara e nem das suas roupas. – falou Vincent sarcástico.

- RESPONDA LOGO – gritou Bronsky em fúria.

- Nossa, temos alguém nervoso aqui.

Bronsky estava bufando de ódio.

- Ok, respondendo sinceramente sua pergunta, eu o ajudo porque ele me libertou.

Foi a vez de Bronsky ser debochado.

- Ele o matou, idiota, não libertou.

- Bom, naquele caso, matar seria o mesmo que libertar. Diferente de Horton, eu nunca conseguiria dominar por completo a verdadeira personalidade. Diferente de você ele não reprimiu a lembrança, ele a tinha em mente, por isso ele era tão violento, eu nunca consegui dominá-lo.

Bronsky parou alguns segundos para processar a informação.

- Então... se eu morrer... Horton vai ser que nem você? Uma lembrança... um fantasma?

A feição de Vincent enrijeceu.

Bronsky, num movimento rápido, quebrou o vidro da vitrine de uma loja ao seu lado.

- O que você vai fazer? – perguntou Vincent, numa voz preocupada.

Bronsky largou o machado e pegou um dos inúmeros cacos de vidro no chão.

- O que você está fazendo?

Bronsky sorriu.

- Eu vou fazer você perder – disse ele, e levou o caco de vidro até no seu pulso esquerdo.

- NÃO FAÇA ISSO – berrou Vincent, horrorizado.

- Olhos verdes, iguais os da mãe – disse Bronsky, com um sorriso no rosto e fechando os olhos. – Cabelo loiro e liso, move-se igual uma princesa.

- PARE DE FALAR ISSO E LARGUE ESSE CACO DE VIDRO.

- Ela será linda no futuro, mas não terá um pai.

- BRONSKY...

- Me perdoe anjo.

- ...LARGUE ISSO...

- Papai te ama, Dominique.

- ... AGORA.

Bronsky cortou o pulso do braço direito profundamente. O sangue quente começou a sair rapidamente e ele se ajoelhou. Uma poça de sangue formava-se em volta dele. Vincent gritava de fúria. A visão de Bronsky começou a se embaçar. Lembrou-se da foto que tinha pego na sua casa. Antes que a força lhe sumisse ele a pegou no bolso detrás. Haviam todos sumido da foto, só restava o pequeno Bronsky sorrindo para a câmera.

A foto caiu de sua mão. A força lhe havia fugido. Ele caiu no chão. Seus olhos iam se fechando, um frio crescia pelo seu corpo e a dor sumia. E então... tudo ficou só escuridão. Era o fim, Horton só iria ser um fantasma pelo auto-sacrificio que ele havia feito.

O rosto de Dominique veio mais uma vez a sua mente e ele sorriu pela ultima vez.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "About To Crash" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.