A porta de madeira não fez barulho quando foi fechada, e se fizesse, Rowena não ouviria, tão concentrada estava em suas anotações. ''Então eu sou... Antagônico?'' E lá estava ele, Salazar Slytherin, com um ombro apoiado em uma estante e os braços cruzados sobre o peito, um sorriso de genuína admiração dançando em seus lábios. Rowena levou um susto quando ouviu aquela voz. Fechou um livro com força e buscou sua varinha imediatamente. ''Ah, é você...'' Ela suspirou de alívio. ''O que faz aqui, Slytherin?'' ''Sinceramente Rowena, eu prefiro que me chame de Salazar.'' ''O que faz aqui...'' Ela sorriu ''Slytherin?'' Salazar riu alto. Ravenclaw não pôde deixar de sorrir também. ''Estava apenas em busca de uma companhia agradável e inteligente.'' ''Veio ao lugar certo, os livros são ótimos companheiros.''  Ambos adoravam aquela troca de argumentos. ''Sim, os livros.'' Ele andou até a mesa em que Rowena estava sentada e ficou parado ali, encarando-a. ''Procurando algo em especial? Poções, Feitiços, algum livro sobre aventuras, romance?'' Não foi culpa de Rowena, mas inconscientemente ela deu uma ênfase na sua última palavra. Claro que Salazar notou, mas por algum motivo que não cabem a minha mente, não fez nenhum comentário.

''Não sei, o que me recomenda?'' Rowena o encarou profundamente, e pareceu pensar por um momento. Levantou-se decidida e se embrenhou naquele labirinto de estantes, saindo de lá com um volume grosso encadernado em couro negro. Quando Salazar foi pegá-lo, suas mãos se tocaram e seus olhos se encontraram. Lembram o que eu disse sobre as emoções falarem mais alto? Pois é.

O livro caiu no chão com um baque quando Salazar puxou Rowena para si.

Nenhuma palavra precisou ser dita, seus lábios se chocaram com desejo e ansiedade, e não cabe a mim descrever com detalhes como foi o beijo do casal. Quero dizer, imagine duas pessoas profundamente apaixonadas - e se você, leitor, não entendeu que eles estavam contaminados com o amor até agora, eu preciso que tome uma poção para clarear a mente ou abrir os olhos - extremamente teimosas, de beleza fora do comum, vivendo um romance secreto, sabendo que as únicas almas vivas ao seu redor estavam a pelo menos três andares acima de suas cabeças, se beijando. Pronto, você talvez tenha conseguido imaginar o casal. Quando Salazar quebrou o beijo por necessidades físicas - e com isso eu quero dizer ar, seus bruxos sapecas -, Rowena tentou dar um passo para trás, mas Slytherin a segurava pela cintura.

''Isso é certo?'' Ela perguntou enquanto botava um fio de cabelo atrás de sua orelha.

''O quê? Duas pessoas se amarem? É mais que certo, Rowena, é como as coisas devem ser!'' O bruxo falava com uma voz alegre desconhecida por Ravenclaw.

''Então você me ama, Salazar?'' Ela perguntou tentando esconder um sorriso. '

'O quê? Eu... Não! Quero dizer, sim. Ahn, talvez.'' Rowena riu alto. Alto mesmo.

''Você parece um de nossos alunos! Quem diria, o ambicioso Salazar Slytherin gaguejando por culpa de uma garota!''

''Você não é só uma garota...'' Ele disse, a voz rouca e baixa, fazendo Rowena se arrepiar.

''Ah não, então o que eu sou?'' Ela disse, abaixando a voz até um sussurro.

''Você...'' Ele deslizou seu dedo indicador levemente pelo rosto da moça. E olhando fixamente em seus olhos: ''Você, Rowena Ravenclaw, é a mulher que eu amo.''