Ela entra com cuidado. E encontra uma cena que jamais imaginou ver: Gregory House na cozinha fazendo comida pra ele e uma criança. A qual não parava de sorrir e bater palmas. Sorriu. Nessa hora ele repara que não estavam sozinhos. E deixa cair a panela com óleo quente em cima dele mesmo.

- AI! SOCORRO! ME AJUDA! TÁ QUENTE! - Gritou House desesperado.

Cuddy larga a bolsa no chão e corre pra tentar ajudar House.

- CALMA HOUSE! SENÃO EU NÃO CONSIGO TE AJUDAR! - Gritou Cuddy de volta, também desesperada.

- Mama! - Disse Rachel assim que viu que Cuddy chegou.

- Espera Rach! - E ela corre pra pegar gelo - Droga! Por quê a Marina tinha que ter descongelado a geladeira justo hoje?!?! CALMA HOUSE! CALMA! - Falou Cuddy mais pra se acalmar do que acalmar House. - Isso tem que servir! - E joga uma garrafa de água gelada em House.

- Ah, ah, ah. Obrigado, obrigado... - Falou ele arfando.

- Ufa! - Disse Cuddy passando a mão na testa para limpá-la como se estivesse suada.

- Mama! Me pega, me pega! - Falou Rachel estendendo as mãozinhas pra ser segurada.

- Ah, oi Rach! Como tá a minha bonequinha? Foi boa a creche hoje?

- Uhum! Pu quê o House tá se abanando, mamãe?

- Porque ele foi inventar de mexer na cozinha, quando não sabe nem segurar a panela, e...

- Hey, peraí! Foi por sua causa que eu derrubei a panela! - Exclamou House.

- Minha causa? - Perguntou Cuddy sem entender.

- Sim! Porque eu olhei pra você que tá com esse decote enorme e eu me desconcentrei... - Explicou House mas foi cortado por Cuddy.

- Peraí! Você tá colocando a culpa de você mesmo ter se derrubado a panela cheia de óleo quente em mim e no meu decote? Está se ouvindo? - Peguntou Cuddy ainda não entendendo a acusação de House.

- Sim e sim! - Respondeu House

Eles não estavam mais no mundo real, estavam no mundo deles, criado só pra quando estavam discutindo, e nem perceberam que já estavam gritando.

- Papai. - Disse Rachel.

Os dois olharam para a criancinha no colo de Cuddy.

- Do que você me chamou? - Perguntou House não acreditando no que acabara de ouvir.

- Rach, querida, do que você chamou ele? - perguntou Cuddy, também não acreditando no que a sua filha havia dito.

- Papai. - Repetiu Rachel.

House e Cuddy sorriram. Era inacreditável o que uma criança dessa idade poderia fazer com adultos como eles.

- Querida, ele não é o seu... - Cuddy estava explicando e foi imperrompida por House.

- Shut up! Deixa a menina sonhar, Cuddy.

Ela sorriu. Sim, ele estava gostando de ser chamado de papai. Imaginem: "Gregory House, papai. Ninguém acreditaria." Pensou Cuddy. De repente ouviram três roncos. Eram as barrigas deles. Foram olhar no relógio: 08:30p.m. Nessa hora trataram de arrumar a bagunça causada pelo "decote da Cuddy", como diria o House. Cuddy subiu rapidamente para tomar um banho, "Ai, ai, chegar em casa, ter que salvar o seu namorado dele mesmo... Assim desse jeito eu não aguento!" Pensou ela. "Cheguei em casa esgotada e pensando naquela conversa, e... Droga! Ainda tem essa conversa! Eu vou falar pra ele que eu não vou mais adotar um adolescente. Pronto! Essa é a solução!" Continuou o pensamento. Ela subiu para tomar banho.

House continuava a arrumar a cozinha, afinal tinha a bagunça que ele mesmo criou. "Droga de panela com óleo quente! Nossa aquele decote dela tá cada vez melhor! Ela deve ter ajeitado ele pra quando chegasse em casa... HEHEHE!" E ele continuava com pensamentos indecentes que só Gregory House pode ter.

15 minutos e vários pensamentos (indecentes, ou não) depois

Cuddy estava descendo para jantar quando viu House dando comida para Rachel, detalhe, na boquinha dela. Sorriu de novo. Parou rapidamente de sorrir. "House vai acabar derrubando aquele prato de comida em cima da Rachel ou dele mesmo" Pensou ela com uma certa verdade no pensamento. "Own, mas ele fica tão fofo quando dá uma de pai..." Ela não pode deixar de sorrir, e... "Droga. Lá se vai mais um prato de comida, e um namorado limpo..." Sim, ele havia acabado de deixar cair o prato com a comida da Rachel no chão. "Eu tenho que parar de fazer isso." E ela afirmou com a cabeça.

- Droga! Eu tenho que parar de prestar tanta atenção em você. - Reclamou House.

- Ora, não diga isso. Adoro o seu tipo de atenção. - E dá um selinho em House.

- E agora?

- E agora o que?

- Vamos falar daquele assunto?

- Não sei...

- Como assim "não sabe"?

- Ah, qual é House!?

- Ah, tudo bem não tá mais aqui quem falou! - Disse House "se rendendo".

- Acho bom! E aí filha? A comida tava boa?

- Tava sim, mamãe. O House vai dumi aqui hoje?

- Não sei querida. Nós temos que ter uma conversa. Mas não se preocupe. Agora vamos subir e escovar os dentes, vamos?

- Tudo bem! Vamos!

E Rachel subiu a caminho do banheiro.

- House, olha, não vamos falar daquele assunto, hoje, pelo menos. Tudo bem?

- Tudo bem. Sem pressão.

- Sério?

- Sim. Por que?

- Simplesmente não dá pra acreditar.

- Por que?

- Você realmente vai deixar esse assunto pra depois?

- Vou.

Cuddy fica pasma com essa "revelação" de House.

- Ok.

O silêncio reina a cozinha, e não a casa.

- Mamãe! A senhola não vai escovar os dentes? - Perguntou Rachel do banheiro.

- Calma querida eu já vou. - Respondeu Cuddy. E se virando para House: - Mais tarde, ok?

- Ok. - Falou House. - Posso dormir aqui, Lees?

- Po-pode. - Ela respondeu hesitante. - Se você quiser, pode. - Falou ela por fim.

E eles ficaram se encarando por algum tempo, até que...

- Mãe acabei! - Gritou Rachel descendo as escadas.

- Não, vamos Rach, já está tarde pra uma fofurinha como você ficar acordada. Vamos.

- House, você vai dumi aqui? - Perguntou Rachel.

- Vou sim, Rach.

- Aonde?

- No quarto da sua mãe, oras!

- Claro! - Ela dá uma risadinha.

- Rach! House! Cuidado com o que você diz! - Exclamou Cuddy.

- Sim senhora! - Disseram Rachel e House enquanto batiam continência.