Lucas acordou estava um pouco tonto, ele olhou para Mary, mas não conseguia pensar direito, Mary vendo que ele não estava muito bem se ajoelhou ao lado da cama e perguntou:

– Tudo bem Lucas?

Ele não conseguia focalizar a imagem dela, mas falou:

– Não sei Mary, espere um pouco, se eu não melhorar chame o Pedro.

– Mas o que você está sentindo?

– Estou tonto, não se preocupe.

Ele sorriu e ficou olhando para cima, ela se levantou e colocou a mão na testa dele, ele estava com febre e não era pouca, ela foi ao banheiro e pegou um pano limpo, molhando e colocando na testa dele, ela sabia como lidar, estava acostumada, mas era estranho com ele, apesar de terem poucos anos de diferença, ele tinha um ar muito maduro, e agora parecia tão fraco, ela olhou paro o rosto dele, e apesar da cicatriz, ele tinha um rosto muito bonito, ele olhou para ela e ela percebeu aqueles lindos olhos castanhos com um brilho diferente, o mesmo que ela havia visto quando o olhou pela primeira vez, ela sabia o que estava acontecendo com ela, ela estava se apaixonando por ele, mas isso não podia acontecer, ele era seu patrão e seu amigo, ela o observou, e percebeu que ele estava perdendo os sentidos, ela aproximou dele, segurando as costas e o pano na testa dele, o ajudando a sentar, ela olhou para ele séria e falou:

– O que está havendo com você?

– Eu não sei - ele ia cair, mas ela o segurou.

– Meu Deus! Lucas! Olhe para mim!

Ele olhou para ela e ela percebeu que ele não estava se dando conta do que estava fazendo, ela segurou-o e a febre não havia baixado, ela o levantou, sabia o que tinha que fazer, ela o levou e largou ele de roupa e tudo na banheira, ligando-a, ele ficou ali um tempo e ela a observá-lo, e ele foi voltando à consciência aos poucos. Ele olhou para ela desnorteado e perguntou:

– O que eu faço aqui?

– A febre subiu muito e você estava perdendo os sentidos, quer que eu veja uma roupa?

– Em cima da cadeira tem tudo pronto, só traga aqui, por favor.

Ela pegou e largou em cima do camiseiro e saiu, fechando a porta do quarto, ela pegou as coisas e arrumou a cama e começou a limpar o chão do quarto, ele saiu do banheiro vestido e falou:

– Obrigado.

– Não por isso.

Ela sorriu e ele se sentou na escrivaninha, ligando o computador, provavelmente para trabalhar, ela falou:

– Não se importa que eu limpe com você aqui?

– Sem problemas – disse ele – só vou trabalhar um pouco, faz dias que eu não trabalho.

Ela sorriu e seguiu limpando, ainda havia marcas de sangue no chão, ela limpou tudo e seguiu tirando o pó, ela saiu do quarto, e foi para a cozinha, estava perto do meio dia, ela começou a fazer o almoço, preparou uma comida simples e já eram meio dia e ela bateu na porta do quarto de Lucas, ele mandou-a entrar e ela entrou, o viu deitado na cama, o computador ligado em cima da mesa e o livro no chão, ela se aproximou dele e perguntou:

– Tudo bem?

– Está doendo.

Ela se aproximou dele e ele riu e falou:

– Desculpa, estou parecendo uma criança.

– Vamos almoçar?

– Sim, e você poder ir fazer as compras a tarde?

– Sim, senhor.

– Não me chame de senhor.

Ele pegou a chave do carro, que ela havia deixado sobre a mesa na noite anterior e jogou para ela. Eles desceram e almoçaram, ela entrou na garagem, ela nunca tinha estado ali antes, haviam muitas caixas e um álbum bem em cima das caixas, era grande e haviam dois carros, um que pelo jeito era uma caminhonete e outro um carro, ela não percebeu que ele estava atrás dela até que ele falou:

– Um Jeep e um Mercedes. A chave é do Mercedes, mas se quiser, eu te dou a do Jeep.

Ela olhou para ele sorrindo e falou:

– Você vai me deixar dirigir um carro desses?

– Porque não?

Ela correu até ele e abraçou-o, ele retribuiu o abraço, ela era uma mulher e parecia uma menina naquele momento, uma menina que ganhou um brinquedo novo, ele sorriu e ela se soltou:

– Ninguém nunca foi tão bom para mim.

Ele sorriu e abriu a garagem e correu para dentro de casa, ela riu e tirou a capa do carro, subindo nele e saindo, ela fechou a garagem e ele entrou na casa se jogando no sofá, ela tinha ficado tão feliz por ele ter a deixado sair com o carro, ele não conseguia parar de pensar nela, mas o que estava acontecendo com ele?

Ela chegou à loja, reconheceu como uma das do Lucas ela comprou o necessário para arrumar as coisas na casa e chegou no caixa, ela olhou para um homem que estava atrás da atendente e ela reconheceu como o homem que tinha atacado Lucas, no crachá dizia gerente, ele olhou para Mary que tratou de pagar e sair rápido daquele lugar; Ela foi no mercado e voltou para casa colocou o carro na garagem e fechou o portão, quando ela voltou ao carro, ele já estava descarregando-o, ela olhou para ele sorrindo e falou:

– Se você não me deixa fazer as coisas como quer que eu trabalhe pra ti, eu vou acabar sem fazer nada!

Ele deu de ombros rindo e ela terminou de pegar as sacolas, entrou em casa e viu as compras que deveriam estar com Lucas, jogadas no chão, ele estava parado, e muito pálido encarando uma linda mulher, Mary começou a juntar as compras do chão e a mulher falou:

– Oi Luquinhas

– SAIA DAQUI AGORA! – gritou Lucas impaciente

A mulher deu um passo para ficar próxima a ele e ele recuou, ela parou e olhou para Mary que guardava as coisas e perguntou:

– Quem é essa vadiazinha?

– Ela não é nenhuma vadia, ela não é igual a ti, ela é minha amiga.

Lucas se colocou na frente de Mary e disse firmemente:

– Pode ir agora!

– Me disseram que ela trabalhava para você.

– EU SEI QUE VOCÊ ANDA COM AQUELE SEM VERGONHA! SAIA DAQUI!

Ele gritou mais alto e ela virou-se e saiu, assim que ela saiu Lucas que já estava pálido, ficou mais branco ainda e seu corpo afrouxou e ele quase foi ao chão, mas Mary o segurou antes que ele caísse. A cor do rosto dele foi voltando aos poucos, e quando ele já estava com uma aparência melhor, Mary ajudou-o a se sentar e perguntou:

– Está tudo bem, Lucas?