Eidos escrita por Emilly


Capítulo 3
Cap. 1 Despertar (Parte 3 de 4)




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...
Desde que deixamos minha casa para tomar o metrô externo, Dea, não parava de falar sobre todo tipo de coisa. O pai dela ouvia-a calmamente e sorria sempre. Junto deles eu me sentia meio estranha, já havíamos saído tantas vezes juntos, mas eu sempre parecia deslocada. Eu estava feliz, sempre me sentia bem com ela e sua família, mas um travo no fundo da garganta nunca me deixava. Mergulhada nesses pensamentos acabei fitando a janela...

A paisagem urbana me fascinava. Prédios simetricamente dispostos, cuja altura tentava riscar o céu noturno, vias de transporte se entrecruzando, levando de um canto a outro, como veias alimentando a cidade. Nosso trem mal fazia barrulho, sobre seu trilho energisado. Tudo brilha! Ofusca... Atrai. Curiosamente me lembro de um velho aparato, que vimos num museu virtual, uma lâmpada para matar insetos. Rio comigo mesma. Vendo tantas vidas junto às coisas brilhantes. Acabo por sussurrar.

- Insetos...

- O que? ONDE? – Andréa começa a vasculhar o banco de plástico escuro procurando pelo inseto imaginário.

- Não... Quero dizer, não há insetos eu apenas... – Fico sem graça e meus cabelos, meio desajeitados, caem sobre meu rosto.

- Hahahahahaha – o pai de Dea sorri para mim e depois acalma a filha. – Pronto. Finalmente você foi pega. Bom trabalho Emi.

- Ah! Hehehe. Ok.- Dea se senta novamente. – Então o que vocês querem fazer hoje? Eu soube de uma simulação especial sobre séries antigas, muito boa. Sou louca pelas obras do fim do segundo milênio.

- Pode ser. Mas da ultima vez que usamos um modelo destes, sua mãe não gostou da história. Ela detesta como eles representavam a medicina naquela época. Provavelmente ela nos encontre na madrugada e não gostaria de chatea-la. E você Emi?

- Ah... Também gosto destas séries antigas, mas eu queria usar um tema menos retro e mais clássico... Não sei.

O senhor Mendonsa nos olhou inquisitivo e depois pareceu decidir-se, mas eu não pude ouvi-lo, pois meu palmIn tocou. Pedi licença e verifiquei-o. Na tela, pouco maior que minha palma, vi formar-se o rosto de Marcus. Ele estava vestindo um uniforme de Endorama e achei esquisito.

- Atender.

*|Emi. Oi. Liguei para sua casa e Idas me falou sobre seu passeio com Mendonsa. Eu queria me desculpar pela semana passada então queria convidar vocês para um Endorama. Posso passar o módulo por aqui. Quatro horas de diversão, que acha? |*

- Não sei... – Ele estava tão gentil e eu queria muito vê-lo. – Vou perguntar a Dea. Ok?

Eu estava desviando da tela quando ele me chamou.

*|Eu te amo, anginho.|*

DROGA! Ele tinha de dizer isso. Meu coração sempre dói quando ouço ele falar assim. BRURRA! BURRA!

- Dea, senhor Mendonsa. O que acham de testarmos um Endorama, por quatro horas sem custos? O Marcus está convidando e vai passar o mod.

Eu conhecia bem aquele olhar da Andréa, era como me dizer *Vamos conversar mais tarde*. Contudo ela sorriu e já estava curiosa para saber qual o tema. O pai dela não fez objeção e até agradeceu, pois poderia aproveitar as horas extras em sua pesquisa pessoal.

Sorri.

- Ok. Nós vamos. Passa o mod.

*|Maravilha! Ah! Fiz uma conta dupla para você não dizer que eu sempre quero controlar sua casca. Assim a gente pode ou não se encontrar. Você escolhe. De qualquer forma meu nick vai ser Aragon. Bjss, Anjo|*

Ele desligou, mas o mod estava chegando sem problemas. Estava impressionada com as palavras dele, quando o trem parou.

- Vamos Emi. O centro é logo ali. Você já jantou?
- Ah ta. Já sim. Mas sempre tem espaço para um sorvete.
- Ok. Vamos comer!!

Saímos junto com os outros numa plataforma coberta, mas o céu, que estivera limpo há pouco tempo atrás agora se escondia sob nuvens grossas. Os primeiros pingos tingiram a noite de cinza. Estremeci. Era como na transmissão... Engoli meio asustada.

- Calma – Falou o senhor Mendonsa.- Não há nada para ter medo. – Ele nos guiou pela mão até o Centro de Endoramas.

De alguma forma eu sabia-me segura.

Um visor na loja ao lado mostrava cenas de guarda-chuvas antigos e lamparinas...

(continua)

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