Tempestade.

Escuridão.

Raios que cortam o céu aparecendo sombriamente de tempos em tempos, mostrando com sua luz uma verdade que não se queria ver.

A cada segundo, a chuva parecia mais pesada e cruel.

Havia um homem alto, encharcado, de joelhos no chão, agindo desesperadamente.

Em frente a ele, outro mais baixo estava em pé, com a mesma agonia, mas sem algo que pudesse fazer.

E entre os dois, um terceiro deitado sobre um tapete de água, dando seu último suspiro.

A voz fraca do homem agachado era encoberta pelo som das gotas ferozes e pelos trovões.

Todo instante parecia durar tanto quanto a eternidade.

Faróis mostram em meio à confusão que uma viatura da polícia sobe a estrada, enfrentando a fúria e o tormento daquela noite.

Mas aquele que tenta salvar uma vida não notou.

Ele olha para baixo, com as mãos contraídas sobre os joelhos e o rosto em lágrimas imperceptíveis.

Demonstrando toda sua dor e angústia, grita.

Voltando o olhar para o céu negro, a chuva lhe açoita.

E o grito nunca alcançará seu destino.