Capítulo 23 – Por-do-Sol
Mônica e Cebola encontraram Cascão desmaiado, após ter levado um soco de Joaquim. Cebola ficou para cuidar do amigo, enquanto Mônica corria atrás do agressor. Marina e Franja procuravam Magali pela floresta até ouvir duas garotas gritando ao longe, e passaram a seguir o som. Enquanto usso, Cascuda ia encarar Magali de frente para contar vantagem. As duas gritaram muito e Cascuda levou um tapa, só para depois cair em prantos e admitir que tudo o que sentia era inveja da comilona
O sol começava a desaparecer no horizonte, tornando o céu uma paleta de cores. Rubros, rosas, laranjas e roxos se misturavam na imensidão azul. Um dia cheio que stava chegando ao fim. Para nós, basta saber como ele termina...
Cebola acudia Cascão até que o garoto acordasse. Após abrir os olhos, sentou-se confuso, tentando se lembrar de tudo o que estava acontecendo. Cebola esperou pacientemente pelo amigo, até que Cascão deu um pulo:
- Magali! – Cascão gritava, subitamente se lembrando de todo o ocorrido
- Calma cara. A Mônica foi pegar o Quinzo e nós precisamos ir ajudá-la.
Nesse momento, via-se uma garota dentucinha chegando por entre as árvores.
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Mônica precisava agradecer aos garotos, afinal, era graças às travessuras infantis deles que ela corria tão rápido hoje em dia. Correu muito atrás de Quinzo e o alcançou em tempo recorde. Agarrou o braço do garoto e segurou-o com força:
- Ai sua louca! Isso dói!
- E um soco na cara não dói? Não, não responda! Você está prestes a descobrir sozinho!
A garota juntou alguma força e virou um soco direto no olho de Joaquim, que caiu desmaiado. Pegou-o então pelo braço e passou a arrastá-lo sem dificuldade até onde estavam os garotos:
- Amor! – Cebola corria para ver se Mônica estava bem.
- Oi Cê! – Mônica o cumprimentava com um selinho e arrastava Joaquim para mais perto de Cascão – Me ajudem aqui. Peguem essas cordas
Os três amarraram-no bem firme e depois se separaram: Mônica e Cebola levariam Joaquim até o acampamento, enquanto Cascão ia atrás de Magali.
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Cascuda ainda chorava e Magali foi consolá-la:
- Cascuda... Eu não... Eu não sabia! Não fazia idéia que você se sentia assim.
- Claro que não, Nunca disse a ninguém. Não tenho ninguém para contar, na verdade. A Denise e a Carminha não se desgrudam, além de serem as maiores fofoqueiras da história. Você e Mônica... Bom, é óbvio. Ana e Marina só sabem do namorado. A Dora é a melhor amiga da Keika... Sobrou quem?
- Poxa Má, você deveria ter dito que se sentia tão mal! Nós teríamos te ajudado.
- Isso já não importa mais. Eu só queria te pedir desculpas por tudo que eu fiz. Não deveria ter agido daquela maneira, e agora eu sei que tenho amigas. – Cascuda falava entre soluços.
- E um namorado!
Cascuda dava uma leve risada sem humor.
- Bom, não tem dado muito certo entre eu e o Quin, mas eu gosto muito dele. Quero tentar de verdade, sem empecilhos dessa vez, e a gente vê se funciona.
- Meninas! Ai meu Deus, achei vocês! – Marina aparecia muito desesperada – Fran, amor, achei as garotas!
Franja corria por entre as árvores até encontrá-las.
- Vocês estão bem? Está tudo certo? Ouvimos gritos e... – Franja falava desesperado.
- Está tudo bem agora, a roupa suja já foi lavada, e pelo jeito tudo vai ficar bem. – respondia Magali, dando um sorriso para Cascuda.
- Ta legal, mas a gente tem que voltar. Está anoitecendo rápido.
- Magali! – Cascão chegava correndo e arfando
- Ah, você. Oi. – respondia Magali, segurando para não chorar.
- Magali, me perdoa Eu não queria fazer aquilo! O beijo e... – Maria Cascuda colocou a mão em seu ombro, fazendo-o se calar.
- Fui eu, Magá. Eu o beijei e ele me empurrou logo depois. Ele gosta mesmo dee você.
Todos voltaram ao acampamento e cascuda ia explicando todo o golpe para o casal, pedindo desculpas por cada ato. Depois contou como Quinzo era sempre contra destruir Magali e Cascão:
- Na brigávamos muito por causa disso. Ele dizia que estava feliz por estar comigo, que vocês não importavam mais. – Cascuda explicava.
- Era sobre isso que vocês estavam brigando hoje cedo?
- Sim, era sim. O golpe já estava armado, na verdade. Nós íamos pedir desculpas e depois nos vingar de vices de qualquer jeito, mas ele não concordava. A aparição de vocês e a rejeição da Magali o motivaram a manter o plano e me ajudar em qualquer coisa.
- Caraça! Mas se você e o Joaquim estavam bem, por quê se vingar da gente?
- Da Magali ela sabe: inveja. De você, acho que é só por você ter me superado tão rápido. Esperava algum sofrimento, não sei.
- Mas tudo aconteceu muito rápido! Eu não escolhi me apaixonar pela Magali.
E então eles chegaram ao acampamento.
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- E foi isso. Eu não queria fazer nada disso, mas a sede de vingança falou mais alto.
Quinzo explicara a Cebola e Mônica todo o acontecido, enquanto tentava conter as lágrimas de arrependimento. Em sua filosofia homem não chorava. Parece que ele não era tão homem assim, afinal. Ou era.
- Meu Deus! Isso tudo por inveja e vingança? – interrogava Cebola.
- É, mas eu nunca estive tão arrependido na vida! Jamais farei algo desse tipo outra vez.
- Acho bom mesmo! Não me leve a mal, Quinzo, mas você machucou muito nossos melhores amigos por um motivo fútil demais para ser aceitável! E apesar disso, nós vamos te perdoar, e esperamos que eles façam o mesmo. Mas se acontecer qualquer coisa assim novamente... – Mônica deixou a ameaça no ar, tornando-a ainda mais ameaçadora. Joaquim sentiu seu olho roxo doer três vezes mais só de imaginar o que a Mônica faria.
Pouco tempo realmente se passou, embora parecesse uma eternidade. Por ser horário de verão, o céu demorou-se mais um pouco em seu tom rosado. O relógio marcava sete horas: apenas alguns minutos para anoitecer completamente.
O restante do grupo chegava devagar. Primeiro entraram Maria e Franja, rapidamente se prontificando a acender uma fogueira. Logo depois entravam Cascão e Magali de mãos dadas, encarando Quinzo. Eles não sabiam o que sentir: raiva, medo, dor, tristeza ou desapontamento, mas no meio desse misto de emoções, uma se sobressaía: a pena. Atrás deles, Maria Cascuda chegava ainda chorando um pouco e olhou para o namorado, ou seria ex-namorado? Era o que ela iria descobrir:
- Quinzinho, eu...
- Não quero saber. O que você me fez fazer foi errado! O pior erro que eu já cometi!
- Eu sei! Foi meu pior erro também. Me perdoa! – as lágrimas já rolavam, rápidas e incessantes pelo rosto da garota – Eu agi por ódio, por vingança. Não posso mais fazer nada assim! Prometi a mim mesma jamais deixar esse tipo de sentimento de tomar novamente.
Quinzo ficou em silencio, ouvindo atentamente a namorada, medindo a veracidade de cada gesto, Cada palavra, cada lágrima. Por fim, ouviu exatamente o que precisava ouvir:
- Eu te amo, Joaquim! Me perdoa?
O filho do padeiro não pensou duas vezes. Levantou-se do chão e a abraçou, a envolvendo no beijo mais sincero que ambos já tinham dado.
- Também te amo!
Após aquela linda cena, o clima de romance pairando no ar deixou tudo mais bonito. A primeira estrela aparecia no céu e em meio a um beijo em seu amado, fez seu pedido:
“Quero ser feliz pra sempre com meu Cascão.”
- FIM DO 23º CAPÍTULO –
Notas da autora:
Buáá!! Eu vou morrer de saudades disso aquiii!!!
Bom, pra quem ainda não sabe minha nova fic começou essa semana, dêem uma conferida lá... e essa semana eu posto e epílogo e isso aqui acaba de vez “/
Queria dedicar esse capítulo à Kira-chan que nunca me abandona e está sempre aqui deixando reviews e me animando bastante!!
Também vou dedicá-lo à Beatriz, que é uma das minhas poucas leitoras da comunidade e também desde o começo está me acompanhando!!!!
Muito obrigada por me acompanharem até aqui!!
E quem não ganhou dedicatória, vou fazer uma no epílogo ainda, mas como só dediquei os últimos capítulos, não tem como eu dedicar a todos!!
BjoO