Preciso De Um A... E De Você escrita por SumLee


Capítulo 1
Preciso de um A... E de você


Notas iniciais do capítulo

E aqui está meu presentinho pra MilenaOliveira e pra todas vocês que acompanham Revista Nerd e comentam. Obrigada larissa_sousa04 por ter dado uma idéia e obrigada a isabella_costa pela ideia do nome da fanfic, você me salvou de algum nome ruim que eu poderia criar na minha cabeça com a criatividade que eu estava, kk .
Espero que gostem de como coloquei o ponto de vista do Edward.



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Preciso de um A+... E de você

- Aham. – Isabella balançou a cabeça. – E eu me ferro bonito nisso tudo. Eu espero realmente que você tenha falado com essa tal de Wanda e que ela não fale para mais ninguém porque eu não estou nem um pouco a fim de chegar em casa roxa até no rosto por causa de um mauricinho como você, Cullen. Não quero ter que me meter com essas patricinhas idiotas que você pega ai e depois larga. Eu não tenho nada haver com você e nem quero ter, não sei por que essas garotas idiotas acham que poderíamos ter algo. – ela bufou e para ficar mais marrenta, cruzou os braços. – Escutou? - perguntou.

Eu poderia lhe dar uma resposta a altura do seu discurso, e ainda por cima ter a palavra final e ficar com o meu orgulho no alto, mas estava incomodado mais era com a questão de porque paraela ser tão ruim ficar comigo? Já tínhamos nos resolvido, ficado... "colegas", então qual era o ruim nessa fofoca se espalhar?

A maioria das garotas desse colégio não se importariam se isso acontecesse com elas, na verdade nem iriam querer que desmentisse, mas a Swan fazia toda essa cena falando essas coisas. Essa garota ainda ficava no meu conceito de louca, porque até no que falava para se expressar nunca era normal. E não era só por causa de ela fazer diferente das outras garotas que me fazia pensar isso, mas era também dessa "bipolaridade" dela, que acabava me deixando confuso. Até demais.

E tudo isso que ela falou me incomodou. Não sei o porque, afinal, nós brigávamos bastante, por coisas bestas principalmente, e eu já estava acostumado a isso. Só que dessa vez foi diferente. Não a briga, mas o que eu senti. Deveria era estar gostando disso, porque ver Isabella irritada era melhor que ver Alice irritada. Mas não, eu tinha que dar uma de estranho agora. E senti raiva.

- Escutei. - falei. - Não me aproximarei de você a não ser que seja para coisas do jornal, afinal, não queremos que as patricinhas - ironizei com um sorriso de deboche. - acabem com você.

Não queria chegar aos extremos, mas Isabella tinha mesmo me irritado, e parecia que era isso que ela queria, então...

Querendo sair dali, eu peguei meu fone e entrei no carro, batendo a porta com mais força do que queria. Sai rápido do estacionamento, olhando uma vez pelo retrovisor para ver a Swan ainda parada lá.

Talvez tivesse sido precipitado nisso tudo, mas se Isabella queria evitar Tânia, eu tinha que me afastar. Na verdade, eu podia me enganar - e enganar a todos dizendo que era isso -, porque era mais fácil e menos confuso. E Tânia também não tinha o que fazer para mexer com Isabella, e ainda partindo para a agressão. Essa garota era outra louca, porque ela sabia que não tínhamos nada. GRUDENTA! Eu odiava garotas assim. Tânia tinha perdido mais um ponto comigo por ter machucado Isabella sem motivos. Mas eu iria resolver isso, pois ela tinha passado dos limites.

Eu realmente fiz o que falei: me afastei de Isabella, para o bem dela e o da minha sanidade, porque me incomodar com o que ela diz já estava ficando estranho, e não era do meu normal. O problema nisso foi que eu percebi que a garota marrenta fazia falta. E esse sentimento foi o que me fez ficar quieto no meu lugar por dois meses. Afinal, eu e Isabella não nos gostávamos, e eu não podia sentir falta de brigar com ela. Eu deveria era estar feliz, mas não! Eu finalmente tinha percebido que tinha a doença da Alice e do Emmett: Estranheza. Porque ficar com a Swan na cabeça quase a todo momento não era normal. Não para mim!

Mas preciso confessar que mesmo não sendo normal, era difícil ser indiferente ao lado dela, não dar continuidade ao que falava, eu tinha que fazer como se fosse um estranho puxando assunto comigo e eu só respondendo com "Uhum". Tinha momentos que eu queria lhe dar uma resposta grossa, só para vê-la irritada e começarmos a ter uma discussão sem sentido, mas eu tinha que me segurar, pois era o que Isabella queria.

Eu não queria que garotas idiotas e loucas como Tânia ficassem implicando com as garotas por minha causa, e por isso tinha me afastado de Tânia. Evitava ao máximo trocar palavras com ela, pois finalmente ela poderia entender que não tínhamos nada.

Eu queria evitar Isabella ao máximo, não vê-la, por mais que eu me segurasse para não começar a conversar com ela, uma hora eu poderia falhar comigo mesmo. Era impressionante como o jeito irritante dela conseguia me atrair. Eu tinha um certo encanto com Isabella, porque ela tinha um jeito diferente de ver as coisas. Tudo nela - o jeito que pensava, o jeito que falava, se expressava - era diferente das outras garotas. Claro que cada uma tinha o seu jeito, mas o de algumas garotas lembravam o de outras, e o de Isabella não me fazia lembrar de ninguém. Talvez a espontaneidade da Alice, mas só.

Como as meninas do grupo dos populares, quando Tânia sorria, eu via o mesmo sorriso em Jéssica ou Cate, ou quando Irina mexia no cabelo, era algo controlado como o de Amanda. Mas Isabella não, era tudo no automático, o jeito de erguer a sobrancelha, franzir o rosto quando não gostava de algo ou não entendia, e até o jeito que passava a mão cabelo era tão natural. Como eu disse, ela parecia diferente de fazer as coisas, agir. Fora a sua personalidade forte, de sempre bater de frente com todos, sempre ter argumentos.

Eu ficava irritado, fascinado e confuso com tudo isso. Não era de reparar nas pessoas, mas nela eu reparava em tudo. Como tratava Alice e Renesmee com um carinho que não se via sempre em Isabella, ou como agia com Emmett, sempre brincalhona e sem nenhuma paciência. E até comigo, que era irritada, um pouco quieta, e quando sorria, sempre parecia sincero.

E era isso que acabava comigo, pois não era para essas coisas acontecerem. Nunca tinham acontecido, então...

Fora tudo isso, ainda tinha o sentimento de preocupação que eu sentia com ela. Tanto como proteção. Me incomodava toda vez que lembrava daquela marca que Tânia tinha deixado nela, e também ao imaginar como tinha sido. E também da vez em que vi Isabella sendo carregada por um garoto. Primeiro não gostei daquela cena, mas depois vi que ela não parecia muito bem, estava quase verde, e tinha a calça manchada de sangue na parte do joelho. Claro que ri, pois sabia qual foi o motivo, ela era atrapalhada. Mas então veio a preocupação e a curiosidade, do porque ela estar quase desmaiando. Então fui saber.

Cheguei na enfermaria e fui até o balcão. Ainda pensava em alguma conversa com Lucy que pudesse gerar o assunto da Isabella, mas nem tive tempo, porque Lucy logo me chamou, com um sorriso.

- Você é a minha salvação. - falou e eu franzi as sobrancelhas.

- E porque? - perguntei, me encostando no balcão e olhando de relance para a sala onde ficava a maca. Lá eu vi Isabella deitada com os olhos fechados, até parecia dormindo. Me virei para Lucy novamente. - Em que posso ajudá-la? - pisquei um olho e ela riu.

- Preciso que você ache a sua irmã e fale para ela que Bella está pedindo uma calça. - eu assenti.

Vi minha deixa ali, para saber o motivo do porque da Bella está na enfermaria.

- E porque? - perguntei, me fazendo de desinteressado. - Eu preciso saber porque vou ter que ir atrás da baixinha.

- Ah, o de sempre. - ela deu de ombros. - Bella caiu, se machucou, viu sangue, desmaiou. Ah, o de sempre. - repetiu e nós gargalhamos. - É sério, garotão. Vai lá por sua amiga.

- Ok. - disse, me desapoiando da mesa. - Mas Isabella e eu não somos amigos. - avisei, antes de sair.

Não foi fácil achar Alice, primeiramente porque eu não sabia qual aula ela estava tendo, e também porque não encontrei ninguém que pudesse me ajudar a achá-la. No final, ela estava no Ginásio vendo Renesmee fazer as coisas, então ajudou para ela poder ir buscar a calça no vestiário.

- Me deixe adivinha... - começou, enquanto seguíamos para lá. - Bella caiu, se machucou, viu sangue e desmaiou? - se virou para mim.

- Yep! - fiz.

- O de sempre. - murmurou, rindo um pouco.

Entramos nos vestiário feminino - eu também entrei, porque não tinha nenhuma garota ali. E seria rápido.

- Mas porque vocêque veio buscar a roupa? Pelo que eu percebi, vocês não estão... Se comunicando muito. - apertou os olhos na minha direção.

- Nem vem. - falei, indo me sentar num banco que tinha ali. - Foi Lucy quem me pediu uma "ajuda".

- E o que você estava fazendo na enfermaria? - perguntou, enquanto mexia no armário.

- Eu estava... Estava... - olhei para os lados, procurando uma mentira. - Fui buscar um remédio para dor de cabeça. - dei de ombros, e um sorriso nervoso.

- Aham, sei. - ela se aproximou de mim e me entregou a peça. - Você é um péssimo mentiroso, Edward. Eu sei o que você foi fazer na enfermaria.

- Sabe? - perguntei, nervoso e arregalando os olhos.

- Sei! Você estava mais uma vez fugindo de alguma aula. - ela cruzou os braços.

Me segurei para não soltar nenhum suspiro suspeito.

- Yeah... É isso mesmo... Você... Você me pegou no flagra, Alice.

- Se papai souber disso...

- Mas você não vai contar, não é, irmãzinha? - eu me levantei e a abracei. - Sabe que eu te amo, não sabe, baixinha?

- Vai se ferrar, idiota! - ela me empurrou. - Não vou falar, mas se suas notas caírem, você está ferrado.

- Não se preocupe, elas andam ótimas. Agora eu vou indo lá, entregar a calça para a Isabella.

- Tanto faz.

Eu deixei Alice no vestiário e voltei para a enfermaria. Lucy estava cuidando de uma garota, então eu mesmo tive que ir entregar a calça. Pelo vidro da porta, vi que os dois conversava, então sei saber com que cara entrar, eu apenas... Entrei de supetão.

- Swan? - chamei e ela me encarou. Decidi fazer uma brincadeira. – Porque não estou surpreso? – era para eu jogar a roupa em cima da maca, mas foi na direção do rosto da Bella, e por sorte ela pegou antes de acertar.

- É Bella. Swan é meu sobrenome. – ela falou para o garoto, que balançou a cabeça. – O que você está fazendo aqui? - se virou para mim.

- Nada. – dei de ombros e fui me sentar.

O porque de continuar ali? Nem eu sabia!

Ela ficou me encarando, com uma ruguinha entre as sobrancelhas, o que significava que estava confusa. Eu, para disfarçar que realmente não era nada, peguei meus fones e coloquei no ouvido, escolhendo uma música qualquer e fechando os olhos.

Mas eu estava curioso para saber o que eles iriam conversar, então secretamente eu abaixei o volume até poder ouvir a conversa.

- ... você vai ficar aqui?

- Vou. Esperar até você ficar melhor.

- Mas... Eu já estou melhor. – falou baixo. – Você não precisa...

Concordei com a Isabella. O que ele queria ali?

- Não, tudo bem. Então é assim? Digo, toda vez que você vê sangue, você desmaia?

- Bem... Não é toda vez. Só algumas vezes, quando eu não prendo a respiração antes de sentir o cheiro.

- Sangue não tem cheiro.

- Claro que tem! Parece ferrugem e... Sal.

Arregalei os olhos, encarando Isabella, e me segurei para não gargalhar. Ela era mesmo louca, porque sangue não tinha cheiro. Não para mim. O garoto ao contrário de mim, riu. Isabella bufou e virou a atenção para mim, e eu fechei os olhos de novo. Ouvi quando ela se mexeu na maca e depois ouvi o barulho da porta sendo fechada.

Abri os olhos e dessa vez quem me encarava era Daniel.

- O que? - perguntei.

- Nada. - deu de ombros. - Você está matando aula?

- O que você acha? - ele riu.

- Claro, claro. - disse.

Eu não sei porque, mas senti uma pontada de ironia naquele "claro, claro" dele. Só que deixei passar, porque Isabella saiu do banheiro que tinha ali, vestida com a calça da Alice, e com a dela na mão. Ela passou por nós sem falar nada.

- Ela é sempre estranha assim? - o garoto puxou assunto de novo.

- Isabella? - ergui uma sobrancelha e ele assentiu. - Não... Sempre... - fiz careta. - Mas a maioria do tempo. - dei de ombros e ele riu.

- Ok, entendi. Intrigante...

O garoto saiu da sala, e eu fiquei ali sozinho.

- Você não sabe o quanto ela é intrigante. - murmurei.

Naquele mesmo dia, eu me incomodei de ver Isabella conversando com o mesmo garoto da enfermaria. Mais quando ela o abraçou e o beijou na bochecha. Foi como na convenção com o tal de Tony, que a beijou sem nem pedir. Me senti incomodado com aquilo, porque ele não tinha o direito, sendo que Isabella era uma menina direita como Alice.

Balancei a cabeça e continuei olhando o movimento do estacionamento, fingindo que Isabella não falava com Alice, bem ali do meu lado.

O que mais me incomodou em todo esse tempo em que eu comecei a conviver com Isabella, foi ve-la como ficou depois de uma das nossas discussões. Não era a minha intenção falar coisas que pudessem magoá-la, mas vê-la jogando a verdade na minha cara, sem eu querer saber sobre isso. Não da forma como ela falou. E tudo que eu disse... Saiu de forma automática, o que fez em me sentir mais mal ainda, porque depois de ela ter contado sobre a sua mãe, eu fui cruel a ponto de tocar na ferida. Isso me deixou fodido. Eu só agi por impulso quando ela começou com...

- Ah, Cullen, qual é. - bufou. - Isso não questão da minha segurança. Isso é porque você ficou chateado com o que eu falei naquele dia no estacionamento. São águas passadas, vai.

Eu apertei os olhos, repetindo o que ela tinha falado. Não era verdade. Não realmente nesse jeito de verdade. Eu tinha me incomodado, mas com o que...

Decidi tirar aquela ideia absurda da cabeça dela.

- Você não falou nada demais, Isabella. - revirei os olhos para mostrar o meu desdem.

- Tem certeza, Edward? Não foi o que pareceu. - insistiu, e como uma prepotência que me irritou.

Quem era ela para dizer o que eu senti ou não? Se nem eu mesmo sabia, como ela poderia ter essa certeza absoluta sobre mim! Não fazia sentido.

- Porque você acha que eu me importaria com o que você fala? - perguntei. - Não iria fazer nenhuma diferença para mim, Swan. Você simplesmente falou que não queria ter alguma encrenca com as meninas, e é isso que eu estou evitando. Agora, se você tem toda essa certeza de que eu estou preocupado com o que você diz ou não, tudo bem, que se ilude. Mas acredite em mim, não é isso. - dei um sorriso falso.

- E porque você achaque eu me iludiria com algo assim, envolvendo você? Não, Cullen, quem está errado aqui é você. Eu sei o que disse naquele dia, e sei que falei que não queria ter nada haver com aquelas patricinhas, mas isso não iria fazer você, Edward Cullen, parar de fazer o quer só porque eumandei.

  Percebi que Isabella falaria qualquer coisa para ter a razão, até dizer que tinha mandado em mim. Ela não tinha feito nada disso, e mesmo se mandasse, eu nunca faria. Eu realmente me afastei dela por causa das loucuras de Tânia, e eu não tinha culpa se Isabella apenas acreditava nas coisas que queria.

Era tão hipócrita, que eu comecei a rir.

- Sabe o que eu não entendo em você, Swan? É que você é cheia de si para cima de qualquer um aqui do colégio, e tem respostas na ponta da língua, sempre querendo ter a ultima palavra. Mas com sua mãe você abaixa a cabeça. Eu sei que ela é a sua mãe e essas coisas - revirei os olhos - só que isso não vai matá-la se você quiser mudar. Você parece ter uma dupla personalidade, e tudo só porque não consegue quebrar as regras que sua mãe lhe impôs.

- Não começa... - ela falou com os dentes trincados, seu rosto ficando vermelho de raiva. - Renée e suas loucuras não têm nada haver com nossa discussão.

  Eu nem me importei com aquilo, só queria ter uma palavra final, pois Isabella tinha que entender.

- Claro que tem! Ué, não foi você agora que acabou de me dar uma resposta grossa para ter a razão. E com Renée você pode fazer a mesma coisa, mas não faz. Você é tão covarde perto dela. Consegue ser apenas uma garotinha controlada pela mãe, e que não tem opinião própria.

Isabella fechou os olhos e respirou profundamente. Cruzei os braços e ergui uma sobrancelha.

- Você é um imbecil. E eu te odeio. - falou, quando abriu os olhos.

Ela fechou o notebook e saiu rápido da sala. Ainda tentei pegá-la pelo braço - não queria deixá-la sair falando aquilo para mim -, mas ela foi mais rápida. Me encostei na soleira da porta, vendo-a ir caminhar quase que correndo pelo corredor.

- Você só está correndo porque sabe que o que eu falei é verdade. - falei alto o bastante para ela ouvir.

Quando vi Isabella virando no corredor, eu fechei os olhos, apoiei a cabeça na porta e suspirei. Que porra eu tinha falado? Como pude ser tão filho da puta daquele jeito dizendo coisas daquele jeito para ela? Se Isabella tinha problemas com a mãe, eu não tinha que ficar jogando na cara dela. Não daquela forma. Eu senti o arrependimento tomar conta de mim, e com a ideia de ir me desculpar com Isabella - mesmo sabendo que isso seria uma coisa de fazer, pois ela estava realmente com raiva - eu peguei minha jaqueta e fechei a salinha.

Estava quase para virar o corredor quando ouvi a voz de Isabella, e ela praticamente gritava.

- ...Ninguém entende que eu não posso ir contra a Renée! Deus, ela é a minha mãe, eu tenho que... Eu tenho que fazer o que ela manda. Não tenho culpa se Renée é neurótica. Sabe... - fez uma pequena pausa. - As pessoas acham que é fácil, mas não é! Droga, não é mesmo. Se fosse, eu já tinha feito. Só que ninguém vê isso. Ninguém! E ficam me julgando. Fica falando a verdade, que eu sou uma fraca porque eu não faço o que eu quero! Eu odeio isso, Ylsa. Eu odeio.

Aquilo só fez eu me sentir mais mal ainda, porque Bella estava desabafando com alguém o que sentia, e acho que isso não era algo dela. Alguns segundos se passaram e logo eu ouvi soluços. Senti meu coração pesar, porque euera o causador do choro de Bella. Me amaldiçoei internamente, por ter feito aquilo com ela.

O problema não foi ter sido tão ruim, mas ter sido com Isabella. Já tinha feito essas bobagens de jogar coisas na cara quando estava muito puto com algo - uma das coisas que mais odiava em mim -, mas nunca me incomodei como tinha me incomodado com os sentimentos de Bella.

Eu me afastei dali, para dar "privacidade" para Bella, mesmo que ela e nem Ylsa tivessem me visto. Sentei no meio do corredor e esperei uns bons minutos passarem, até imaginar que ela não estivesse mais lá. Engano meu, pois estava ela e Ylsa, sentadas no chão, as duas rindo. Isso fez eu me sentir um pouco menos mal, mas só um pouco. Porque a cara que Isabella fez quando me viu, me fez até me sentir mais mal ainda. Murmurei um Oi pra Ylsa, que foi respondido com um Olá animado. Eu sai da escola, ainda me amaldiçoando por ser tão estupido.

E esse sentimento só piorou quando eu vi o estado de Isabella na hora em que Alice me fez ir até a casa dela. O seus olhos tristes eram mesmo de matar. Fiquei surpreso quando a vi vestida de forma completamente diferente e sem os óculos. Eu já a achava bonita, mesmo do jeito que se vestia, mas vestida daquela forma, ficou ainda mais. E isso foi comentado por todo o colégio, principalmente os meninos.

Na hora do almoço na mesa a primeira coisa que as pessoas comentaram foi de como Isabella estava diferente. Amanda, que pelo que vi tinha falado com Isabella, e nos contou que convidou-a, junto da Alice, para se sentar conosco. Claro que eu sabia que elas não viriam, mas tinha uma pontinha de esperança que elas sentasse, e eu pudesse "recomeçar" com Bella.

Eu era impaciente, precisava pedir desculpas para ela, mas mesmo sendo tão impaciente, não consegui fazer isso na aula de Biologia. Então, por isso ficou, mais uma vez sem trocar nenhuma palavra com Bella. Mas quando deu o sino, e eu ia para a minha aula de cálculo, eu pensei o quanto estava sendo idiota e se deixasse adiar, as coisas iriam ficar piores, eu virei para o lado do Ginásio, pois iria fazer aquilo naquela hora. Quando entrei, vasculhei todo o lugar com os olhos, mas não a encontrei. Só Tânia e suas seguidoras. Essa acenou animadamente para mim, mas eu lhe dei as costas e fui para o lado do campo de futebol americano, onde foi que a encontrei.

Isabella estava sentada na arquibancada, abraçada as pernas. Eu me aproximei, ela me encarou, mas depois virou para a frente novamente. Me apoiei nos cotovelos e fiquei em silencio, porque não sabia como começar a pedir desculpas. Eu era orgulhoso demais.

Foi Bella quem começou, e então eu fiz como Carlisle me ensinara uma vez, entrar no assunto com leveza. Era como ele fazia com um paciente que tinha alguma doença, tocava no assunto calmamente, e com leveza. Só não consegui manter essa calma ao ver marcas roxas no braço da Bella. Eram marcas de dedo, como se alguém tivesse apertado com muita força. Insisti no assunto, mas Bella era irredutível, então desisti e mudei de assunto. Não consegui segurar minha cara de pau e elogiá-la. Foi engraçado e bonito a forma como ela levou o elogio, primeiro corando de forma absurda e rindo um pouco. Eu não pude evitar sorrir com um gesto tão simples dela.

E também não pude evitar soltar algo que eu gostava nela. Que era quando arregalava os olhos, sempre que ficava surpresa ou fazia alguma brincadeira e tinha uma expressão de criança levada. Isso que era fantástico em Bella, ela conseguia ter um jeito inocente de olhar, de sorrir, mesmo que não pareça ser tão inocente como uma menina de dez anos.

Depois de nos acertarmos, nós voltamos para o Ginásio, e dando de cara com Tânia e suas amigas. Eu não deixei passar despercebido a forma que olharam para Bella, então liguei uns pontos e percebi que quem podia ter feito aquilo no braço de Isabella - se ela negou que sendo Renée -, eram essas garotas. E por isso fui falar com elas, colocar um basta nisso... De novo.

- Oi, Eddie. - Tânia cantarolou, me puxando para sentar ao lado dela.

- Oi. - falei seco.

- Nossa, Edward, o que aconteceu? - Irina perguntou.

Era a minha deixa. Eu podia quebrar a minha cara e passar de acusador, ou saber da verdade.

- Não é nada. - dei de ombros. - Eu só estou um pouco decepcionado.

- Com quem? - Tânia fez uma falsa cara de surpresa.

- Com vocês. - falei, e olhei para cada uma.

Elas trocaram um olhar suspeito, e eu suspirei por ver que não ia passar por mentiroso.

- E porque você estaria? - Irina quem perguntou.

- Sobre o que eu falei sobre mexer com Isabella Swan? - me levantei, ficando de frente para elas. - Eu falei que não queriam que vocês fizessem nada para ela, não foi?

- Aquela fofoqueira. - Jéssica falou, com raiva. - Ela vai...

- Ela não vai nada! E Isabella não me contou nada também, porque eu vi no braço dela. O que vocês fizeram?

- Nada. - todas mentiram juntas.

- Aham, claro, claro. - revirei os olhos. - Eu realmente espero que essa seja a ultima vez, Tânia. - me virei para ela, que me encarava com uma expressão de menina birrenta. - Eu já disse que não tenho porra nenhuma com aquela garota, e que é para vocês pararem com essa frescura. Nós nunca tivemos e não temos porra nenhuma, então não começa com tanta idiotice que sai dessa sua cabeça.

Eu dei as costas para elas, mas ainda deu tempo de ouvir Jéssica falar um "Ele realmente ficou nervoso, falou palavrão com nós". Resmunguei mais algumas coisas comigo mesmo, porque essas garotas eram idiotas demais.

Eu nunca gostei de ir para o shopping com Alice, porque ela andava aquele lugar todo e eu sempre que tinha que levar as coisas que ela comprava. Mas com Isabella as coisas não foram tão chatas quanto seria se fosse com Alice. Eu decidi que não tinha pedido desculpas do jeito certo e por isso, sem Bella saber, eu comprei duas camisetas para ela. Não sabia quando teria a oportunidade de dar para ela, mas pelo menos sabia que ia gostar.

Em todo aquele tempo que ficamos no shopping, eu me surpreendi em como Bella ficava bonita quando se arrumava bem, no estilo que realmente combinava com ela. E não que eu não soubesse disfarçar, e nem que fosse tão descarado como estava sendo, mas não podia evitar olhá-la de cima a baixo quando aparecia com uma calça jeans mais apertada e principalmente quando Alice a obrigou a usar um vestido preto. Aquela peça mostrou tudoque Bella escondia durante todo o tempo que nos conhecíamos. Ela era magrela de uma forma engraçada, mas tinha um corpo delineado e bonito.

Quando ela voltou para dentro do provador, Alice sentou do meu lado e deu o maldito risinho que parecia do mal.

- Eu vi. - falou.

- Viu o que? - me virei para ela com as sobrancelhas juntas.

- Você babando, ué. - riu mais uma vez. - Eu sei, Bella é linda.

Balancei a cabeça com o que disse, mas não neguei, afinal, deu na cara que eu quase que comi Bella com os olhos.

Eu vi a oportunidade perfeita para entregar as camisetas para Bella quando ela apareceu na minha casa, vestida de pijama e um pouco úmida por causa do tempo. Novamente ela estava com aquele olhar choroso, e eu deduzi que a "conversa" com Renée não foi nada agradável.

Bella gostou das camisetas, o que foi bom. A Alice me expulsou do quarto dela, eu fui para o meu, mas então Jasper ligou chamando Emmett e eu para jogarmos videogame na casa dele, e nós fomos. Ficamos no quarto dele por algum tempo, apenas falando besteira e jogando, quando os meninos tocou no assunto "a mudança de Bella".

- Ela ficou mesmo muito gatinha. - Emmett disse. - Nem parecia a Bella que ia lá em casa com Alice para fazer trabalho.

- Concordo. - apontei para ele e mordi um pedaço do biscoito que a mãe do Jasper tinha feito para nós. - Vocês precisavam ver ela no shopping hoje com Alice.

- Alice comentou no jantar. - Emmett deu de ombros. - Algo sobre Bella não querer colocar vestido, mas depois que colocou... - ele assobiou. - A baixinha falou desse mesmo jeito. - virou para o Jasper, que riu.

- Algumas garotas parecem não ter gostado, não é? - Jazz virou para mim, com cara de desconfiado.

- Do que você está falando? - perguntei, sem entender.

- Na penúltima aula eu ouvi algo meio como uma discussão no vestiário feminino. - o loiro deu de ombros. - Elas achavam que Bella fez essa mudança por sua causa, Edward.

- Minha? - arregalei os olhos.

- Yep. - assentiu. - Disse que não é porque Bella era nossa amiga que isso ia transformá-la numa popular e falou mais algumas outras coisas malvadas. Eu esperei alguns minutos por mais coisas, estava dando uma de Emmett, eu sei. - Emmett arregalou os olhos e nós rimos. - Bella deu uma resposta merecida para as quatro, que até eu fiquei besta. Ela chamou nossa mesa de idiotas, o que foi engraçado. - ele riu sozinho. - Bella impressiona muitas vezes. - concordei com ele.

- Isso tudo é porque elas se sentem ameaçada. - Emmett disse. - Rosalie também é assim algumas vezes, morre de ciumes e quando se sente ameaçada, fica maldosa. O que é uma bobeira, porque Bella realmente não parece querer ser popular.

- Não mesmo. - Jaspe e eu falamos juntos.

- Agora sobre o lance de elas achar que é por minha causa... Sei lá, porque elas podem achar isso? Quero dizer, nem Isabella nem eu fazemos algo que diga "Oh, sentimos algo a mais que apenas colegas". - fiz careta. - Essas garotas são tão loucas. Isabella gostar de mim e eu gostar dela? - bufei. - Se soubéssemos como somos um com o outro...

Os meninos ficaram me encarando e então assentiram, concordando comigo.

Depois de um tempo Emmett foi para a casa da Rosalie e eu voltei para a minha. Encontrei as meninas assistindo um filme, então fiquei com elas, pois não tinha nada para fazer. O estranho foi eu não consegui prestar atenção no filme, e sim em Isabella sentada ao meu lado. Sentia uma coisa acontecendo, um tipo de formigamento que parecia passar dela para mim. Eu não entendia nada, e tive a ideia débil de perguntar para ela o que era aquilo, se ela também sentia.

- O que está acontecendo? - eu sussurrei para ela.

Bella se remexeu no sofá, fazendo o contato ficar ainda maior. Eu senti o arrependimento tomar conta de mim, por perguntar algo tão idiota.

- Hã? - fez.

Shiii. - Alice fez para nós nos calarmos. - O que aconteceu com ele?! - arregalou os olhos quando o garoto ficou doido e falando meio possuído.

Parecia que Bella não tinha entendido o que eu tinha perguntando, então aproveitei essa brecha para me concertar.

- O que está acontecendo no filme? - refiz a pergunta de forma diferente.

- Ah. - ela fez - Bem... O garoto é esquisito, e numa apresentação ele ficou... Assim.

Não em aguentei e ri com a sua explicação, porque não fazia sentido nenhum. Alice mandou nós calarmos a boca de novo, e assim fizemos. Eu pelo menos fiz, porque Bella perguntou as horas. Quando apertei o botão do celular, o papal de parede apareceu uma foto minha e de Tânia, que fazia um bom tempo que tínhamos tirado. Tinha sido em uma excursão, que ela colocou no meu braço e me perturbou o dia inteiro. Nunca me importei com o que ficava no meu celular, então ela deve ter colocado algum dia e assim ficou. Fiz um lembrete mental de mudar aquilo depois, pois não queria ter que olhar para o meu celular e ver aquela louca.

Em tudo isso que envolvia Isabella, o que mais me intrigava era o incomodo que eu sentia quando via ela com o garoto da enfermaria, o tal de Daniel. Ele era legal, mas eu me incomodava dele com ela, pois sempre era mais próximo. Isso aconteceu quando ganhamos o jornal e na salinha, eu o vi segurando a mão dela. Senti vontade de ir lá e puxar assunto com um dos dois, para fazer aquele contato acabar. Mas ainda bem que não precisei fazer isso, porque o celular dela tocou.

Isso acontecia também quando o assunto era Tony, o garoto da convenção. Ela e Alice algumas vezes comentavam sobre ele no carro, e eu não tinha como não ouvir. Mas o dia em que eu mais fiquei incomodado com esse tal do Tony - tirando o dia da convenção - foi quando Isabella me falou que ia sair com ele. Ela insistiu dizendo que não era um encontro, mas óbvio que era. Alice quem dizia isso, e as vezes eu acreditava mais na minha irmã - ou quando eu achava que as coisas eram mais óbvia com ela.

E essa minha suspeita só se confirmou quando no outro dia Alice insistiu tanto pra Isabella contar como foi que ela acabou gritando que eles tinham se beijado. E mais uma vez eu me senti incomodado com aquilo, porque aquele garoto não podia ficar beijando ela assim, sem nada. Isabella não era igual a essas meninas do colégio, era melhor.

A minha sorte nisso tudo foi que Alice começou a brincar com Isabella, e eu, para não mostrar meu incomodo, entrei na brincadeira, irritando muito a Bella.

Foi nessa brincadeira que Isabella insistiu mais uma vez para que eu a chamasse pelo apelido, mas o caso era que eu a chamava pelo nome porque era o único a chamá-la assim. E depois de ela dar umas desculpas, eu cedi e decidi chamá-la pelo apelido. Mas claro, tendo um outro que só eu chamasse.

Foi então que matando mais uma aula de calculo, eu aceitei o trato que faria eu ficar ainda mais confuso e entender tudo. Sim, complicado, mas foi isso que eu senti.

Eu, quando não segui para a minha aula, poderia ir para a enfermaria - assim corria menos risco de ser pego - só que não, eu fui para o ginásio, e quando entrei, vi Tânia em um canto conversando com uns meninos. Quando ela me viu, sorriu, mas eu fingi que não vi, porque lembrava o que Jasper havia falado, e estava com raiva daquela garota. Na arquibancada tinha algumas pessoas, e entre elas estava Isabella. Eu fui até lá e me sentei ao lado dela. Ela tinha uma cara de quem não queria estar ali, mas era obrigada. Quando me viu, pegou meu fone e nós começamos a conversar sobre minha aula de calculo. E então ela se ofereceu para ser a minha "tutora" nessa matéria, e como eu sabia que Bella era boa em muitas matérias - se não todas - aceitei. Mas então ela veio com uma pergunta, quando pegou meu celular da minha mão.

- Me tira uma dúvida antes de eu responder. Você e Tânia estão namorando?

- Por quê? - perguntei antes de negar, para caso a loira tivesse inventado alguma coisa, eu pudesse saber.

- Só responde. - Bella mandou, e eu vi que ela não iria responder se eunão respondesse sua pergunta.

- Não! - neguei.

- A foto? - perguntou, balançando o celular com o papel de parede que eu ainda havia esquecido de tirar.

- Ela quem colocou. - expliquei. - E ficou.

- Ok, então. Eu vou ser a sua tutora de cálculo até a prova.

O que isso significava? Se eu fosse namorado de Tânia, ela não aceitaria? Mas claro, com aquela maluca ameaçando ela, nem eu mesmo faria isso. Afinal, queremos evitar, não trazer mais problemas. Só que então eu decidi brincar.

- Porque isso? Está com ciúmes da Tânia?

- Se liga, idiota. - ela me empurrou, rindo. - Caso você não saiba, eu tenho um namorado.

Arregalei os olhos, pois até algumas horas atrás ela estava achando ruim quando falávamos isso. E agora dizia isso. E se fosse verdade? Nãaa, Bella não mentiria para a Alice.

- Assumiu! - eu disse.

- É brincadeira! - negou rápido. - Eu estou brincando, ok? Não vai sair espalhando isso ai até chegar ao Emmett e ele colocar isso no jornal.

- Claro, claro. - ri. - Sabe Swan, te conhecendo melhor parece que você é legal.

Eu estava percebendo isso. Na verdade, já tinha percebido isso a algum tempo, mas era realmente agora, sendo um pouco mais próximo dela, que dava para perceber que Bella era mesmo legal. Por isso que eu coloquei um apelido nela, que a fez rir e ficar irritada. Como sempre ela ficava quando eu fazia alguma brincadeira.

A noite, naquele mesmo dia, Alice e eu estávamos passando por situações constrangedoras com o Tio Aro em casa. E só tinha nós dois, porque Carlisle e Esme tinham ido jantar e Emmett estava na casa da Rosalie. Eram sempre nós que nos ferrávamos nessas horas.

- Vocês dois estão diferentes. - Tio Aro falou pela vigésima vez.

- Não estamos. - Alice e eu dissemos juntos, entediados.

- Estão sim. - insistiu.

Nós dois tínhamos feito um plano, que se o tio Aro estivesse muito chato, iriamos fugir de casa por aquela noite. Por isso estávamos já arrumados, pronto para qualquer coisa. Tio Aro estranhou, mas Alice deu a desculpa de que ela queria ficar bonita - mesmo estando em casa - e que eu também teria que ficar arrumado.

- Eu digo que estão. E sabe porque? - eu revirei os olhos, enquanto ele falava, falava e falava sem parar. - ... Além é claro, de que parecem estar mais ligados a alguém.

- O que? - Alice perguntou, se interessando.

- É isso mesmo. - ele sorriu. - Estou sentindo um clima diferente... - e riu.

Eu revirei os olhos de novo para cada coisa louca que eu tinha que ouvir. E só de pensar que eu poderia está agora em alguma boate, com a galera, curtindo a sexta-feira como sempre. Só que não, eu tinha que ficar aqui, ouvindo essas coisas.

A campainha tocou e eu levantei rápido, indo atender com a esperança de que fosse algum colega com o carro ligado e que me sequestrasse dali para me levar para onde eles estavam que eu nem sabia aonde era. Só que me surpreendi quando vi Bella lá, parada e totalmente parecendo uma garota roqueira com roupa preta. Ela tava ali para buscar Alice, só que eu não deixei, pois não queria ficar ali, sozinho, com o Tio Aro falando aquelas coisas. Graças a Vovó Swan ser meio doidona, eu tive um lugar para sair, pois ela me chamou.

- É, parece que agora eu tenho para onde ir. - falei para as meninas e segui até a avó da Bella.

- Você é mais bonito de perto. - ela falou e eu ri.

- Sou Edward, o irmão da Alice. - estendi minha mão e ela apertou.

- Se você tiver a mesma energia que a baixinha, é bem vindo ao nosso passeio. - piscou um olho.

- Eu tenho. - ri e ela me acompanhou.

- Então entra ai. - mandou e foi o que eu fiz, entrei no Mini Cooper sujinho da Bella.

O engraçado que esse "sujinho" era só por fora, porque por dentro, era limpo e tinha o cheiro dela.

Vovó Swan era legal, mas o ruim era ela ter gostado do Tio Aro e ter chamado ele para nos acompanhar. Bem... Ruim foi quando achamos que ele iria ser doido, mas ao contrário, foi muito mais sem noção e nos levou para um lugar maluco dele. Nisso nos divertimos vendo o diretor Hell apanhando dos lutadores.

Depois desse lugar maluco, nós fomos para um bar e eu me surpreendi vendo que a doideira do meu tio não era por causa de bebida, afinal ele nãobebia bebida alcoólica. Ele pediu lente quente. E estranhamente tinha leite em um bar. Nas nossas conversar, vovó acabou que começou a contar a história de Renée e de ela ser como é com a Bella, e essa no final ficou abalada. Ela não demonstrou isso na frente de todos, apenas disse que precisava de ar.

- Ela não parece bem... - Tio Aro sussurrou. - Acho que foi demais para ela.

- Mas Bella precisava saber. - Vovó Swan disse. - Minha neta é forte, sabe lidar com emoções assim. Só precisa de um tempo.

Dava para ver que vovó não estava tão calma assim, porque seus olhos iam de segundo em segundo para a porta por onde Bella tinha saído. Não entendia o porque de ela não ir lá e falar com a neta, que deveria estar mesmo muito mal depois saber o porque da mãe ser como é. Eu também estava preocupado com ela, porque saber que Bella estava triste, me deixava triste.

- Eu vou lá. - Alice falou, começando a se levantar.

- Alice, fica. - vovó mandou e nós três nos viramos para ela.

- Mas... Mas.. Bella pode estar precisando de um ombro, alguém para conversar! - a baixinha protestou.

- É por isso que o Edward vai. - vovó sorriu pra mim.

- Eu?

- Ele?

Alice e eu falamos juntos, os dois de olhos arregalados.

- Sim, você. - vovó assentiu. - Acho que Bella precisa de vocêagora, Edward.

Tio Aro assentiu, concordando.

- Porque ela precisa dele? - Alice perguntou, se sentando. Ela estava emburrada. - Ele não é nada dela, eu que sou a melhor amiga da Bella!

- Isso não tem haver, Alice.

Eu me levantei e segui rápido para fora do bar, me sentindo mal por Bella. Olhei para os lados a procurando, e vi ela sentada na calçada, chorando alto. Me sentei ao seu lado e a abracei, para ela saber que eu estava ali. Na verdade, eu sentia a necessidade de estar ali, mesmo antes de vovó Swan mandar e Tio Aro concordar. Eu só queria fazer o que não fiz quando falei aquelas coisas ruins para ela. Era como um pedido de desculpas - sem presentes, nem nada disso. Aquilo valia mais que qualquer coisa material. Bella estava se "abrindo" ali, e eu estava com ela, lhe dando um ombro.

E então eu queria que ela percebesse - como eu percebia - que eu sempre estaria ali por ela. Quando precisasse.

Depois que vovó Swan nos deixou em casa, Tio Aro disse que ia para o quarto dele, e quando eu também ia, Alice me segurou ali na sala.

- O que é? - perguntei.

- Porque a vovó disse que você quem tinha que ir falar com a Bella?

- E eu que sei?! - dei de ombros. - Alice, está tarde, então não começa com isso agora, ok?

- Não, não está ok! - ela bateu o pé. - Eu quero entender o porque.

- Ué, então pergunta para ela, não para mim.

Eu me soltei dela e subi as escadas. Quando entrei no meu quarto, eu fui tomar um banho e depois me joguei na cama, demorando um pouco para adormecer. E no final, ainda sonhar com Bella. Agora o que? Nem sei, foram tantas coisas mais malucas que Tio Aro.

Naquele mesmo dia, quando Alice, Tio Aro e eu estávamos tomando nosso café/almoço, Esme apareceu e disse que tínhamos uma festa para ir. Era aonde ela tinha conseguido um novo emprego, uma tal de revista Womania, e era para Alice e eu nos arrumarmos. Eu dormi mais um pouco e na hora me arrumei.

Era uma festa chata, que não tinha nada de interessante. Lá nós - Emmett, Alice e eu - encontramos Rosalie e Jasper, que estavam ali por causa da tia deles. E também Bella. Quando a vi, quase não a reconheci, porque o cabelo, que agora andava sempre rebelde, estava no liso reto de antes. Com maquiagem, vestido rosa e salto, não parecia nada ela. Mas mesmo assim, estava bonita. Então ficamos nós seis numa mesa.

Só que eu, como sempre acontece, me meti numa furada, quando uma mulher de um daqueles velhos que estavam ali, decidiu dar em cima de mim. Dei mil desculpas para me livrar dela, só que a mulher era expert nesse assunto de desculpas e inventou também mais coisas que me prendessem ali. A minha única salvação eram meus irmãos, mas esses não estavam nem ai para mim, então tive que pedir ajuda para Bella, e em um ato de desespero, acabei dizendo que ela era a minha namorada.

Engraçado como tudo que fazíamos juntos, acabava que nos tornávamos "namorados". Mesmo não sendo.

Outra coisa corrida como essa festa foi o que Bella meteu o pessoal do jornal. Por causa de uma vingança, acabou que ela estruiu a maior parte do time de futebol americano e nós que tivemos que ocupar o lugar deles. Depois de tantos ossos quebrados - da parte de Jasper - correria - por causa da Alice - e gritaria, nós vencemos.

Quando Alice falou que iria embora com Jasper, mesmo ela sendo minha irmã, eu entendi muito bem o que aquilo significava. E o loiro e eu podíamos ser amigos, mas isso não lhe dava o direito de pegar a minha irmã. Ao contrário, ele tinha que merespeitar e respeitar o Emmett. Mas como era a baixinha que queria aquilo, ela insistiu, só que eu permaneci forte com o meu "Não". E no final, Bella só precisou tirar um pouco da minha concentração para que a filha da mãe da Alice corresse para o carro do Jasper e esse saísse rápido. E até agora eu ainda não sei o que me deu ao ouvir Bella me chamando de Eddie. Eu odiava a droga desse apelido que meus irmãos me deram, e isso não foi em forma de carinho, foi mesmo para irritar. Mas quando ela falou, eu fiquei sem reação, porque não era irritante. Não tãoirritante quanto era quando os meus irmãos chamavam assim.

O caso era que eu só me irritei com o que estava acontecendo quando Bella parecia que ia falar algo - algo referente ao que rolava -, mas o maldito celular dela tocou. Ela olhou para o aparelho e depois voltou a me encarar.

- Bem, eu vou indo mesmo. - falou e eu me segurei para não fazer uma careta. - Tchau.

Mas que porra!

Caramba, se ela falasse primeiro, eu poderia entender! Só que não, ela deixou para lá e saiu do carro. Eu soquei o volante, xingando esse celular dela. Droga, ela era uma garota, entendia essas coisas mais do que eu, certo? Toda garota entendia, então... Se ela tocasse no assunto, quando começou com o "Eu... Você..." nós poderíamos chegar em algum lugar e eu finalmente entenderia porque me importava demais com ela. Chegava ao mesmo tanto que eu me preocupava com a minha irmã. Yeah, legal, Bella tinha se tornado especial, assim como Nessie e Rosalie. Só que essas duas, eu não pensava quase que em meu dia inteiro.

Suspirei, soltei um "tchau" baixo e acelerei o carro, saindo logo dali antes mesmo que eu abrisse a minha boca e falasse o que não deveria.

No caminho, eu fui me perguntando se era normal se sentir assim em relação a uma garota. Digo, eu sabia mais ou menos o que estava sentindo, só não acreditava. Precisava de uma confirmação, e não sabia quem podia me dizer. Ou sabia...

Assim que cheguei em casa, encontrei Esme na cozinha - como quase sempre que eu chegava um pouco mais tarde. Joguei a chave do carro em cima do balcão e fui até ela, lhe dando um beijo na testa.

- Soube que o time da escola ganhou novos jogadores. - ela falou, rindo.

- Ah, não me lembra. - fiz careta. - O que eu não faço pelo Emmett. - suspirei teatralmente.

- Pelo Emmett? - ela franziu as sobrancelhas, confusa. - Mas me falaram que foi por causa da Bella.

Eu, que estava bebendo água, parei na hora. O que ela queria dizer com isso?

- Como assim?

- Ah, - Esme deu uma risadinha. - Que Bella usou a voz de comando dela, e você teve que jogar.

- Isso é mentira. - menti, porque era mesmo uma verdade.

- Sei não... - ela me olhou desconfiada. - Bella parece ser do tipo que consegue o que quer.

- Nada haver. - dei de ombros. - E então, cadê o resto das pessoas dessa casa?

- Emm e Alice já chegaram e estão lá em cima. Seu pai ainda não chegou.

- Ah sim. Bem, preciso falar com o Emmett.

Eu subi as escadas correndo e entrei no quarto do grandão sem bater mesmo. A cena que eu vi foi traumatizante até o ultimo fio de cabelo. Emmett estava apenas de box amarela do Bob Esponja e fazendo caras e bocas na frente do espelho. Peguei ele fazendo biquinho, o que não era bonito. Pelo menos eu não achava, ao contrário da Rose, que derretia com isso.

- Porra, cara, na próxima bate. - Emmett falou, ficando vermelho de vergonha e indo colocar uma calça. - Mané. - murmurou.

Fiz careta e me aproximei lentamente dele.

- Foi mal. - dei de ombros. - E então, vai sair de novo?

- Yep. - assentiu. - Vou levar Rouss pra jantar. Sabe, porque nós ganhamos e jogo e eu quero comemorar.

- Ah sim.

Eu deitei na cama dele, enquanto ele ia até o closet, pra voltar minutos depois completamente vestido e arrumado. O quarto logo foi tomado pelo perfume dele, e eu espirrei com aquilo. Ele passava demais, e eu nem sei pra que. Um pouco e já dava para sentir de longe. Mas como Emmett era exagerado em tudo, estava acostumado.

Me concentrei em como eu chegaria ao ponto que eu queria. Não podia perguntar logo de cara, porque por mais que Emmett seja um tonto, tinha um pouco de esperteza naquela cabeça e ele entenderia. Eu tinha que ser discreto e como quem não quer nada. Mas agora, como?

- Eu vi a Alice chegando com o Jasper... - Emmett comentou, enquanto arrumava o cabelo, de frente para o espelho.

- Pois é. - bufei. - Era para ela vir comigo, mas a baixinha me passou a perna e veio com ele.

- Você acha que os dois... - fez gestos com as mãos, me encarando pelo espelho. - Quero dizer, ele parece está... Apaixonado.

- É o que?! - pulei da cama. - O Jasper apaixonado? De onde você tirou isso?

- Ah, cara, ele parece ter todos os "sintomas". - fez as aspas com as mãos. - Sabe, o garoto quando ta comigo só fala da Alice. É Alice pra cá, Alice pra lá. Até irrita. E não é uma coisa da qual ele tenha consciência, é meio que automático. Qualquer coisa que você fala, ele já ta comparando com Alice.

- Caramba. - fiz. Vi minha deixa para chegar aonde queria. - E como você sabe disso? Que sintomas são esses?

- Repara só quando estiver com ele e com a Alice perto. Os dois só ficam trocando olhares, sabe. É como... Rosalie e eu. Mas nós somos namorados, e vamos casar! O que significa que nos amamos e temos uma ligação. Isso acontece com o Jasper e a Alice. - Emmett foi para o closet.- E tem mais. - falou mais alto. - Alice suspira, e isso não é um bom sinal. - saiu e parou na minha frente. - E gagueja, fica vermelha, toda atrapalhada e essas coisa de garotas. Ela gosta dele, e o mané gosta dela.

- Entendi... - murmurei mais para mim mesmo do que para ele. - Foi assim que você soube que estava gamado na loira?

- Mais ou menos. - deu de ombros. - Acho que além de ter essas coisas que todos veem, tinha também os sentimentos que só eu via. Você acha que só é coisa de menina isso de coração acelerado e tudo, mas não é. O meu acelera toda vez que vejo Rosalie, não importa aonde ou quando. E eu só penso nela, parece que tudo que eu faço é referido a ela. Rosalie é realmente importante. - o bobão suspirou. - É assim que eu soube. Quando parecia insuportável ficar pensando, pensando e pensando na Rosalie, mas ao mesmo tempo, legal, porque ela era perfeita, e deveria ocupar um bom espaço na minha cabeça. - ele se aproximou de mim. - As vezes acho que sou meio lerdo porque a maioria do tempo estou pensando em Rosalie.

Com essa eu não pude evitar gargalhar, porque Emmett sempre foi lerdo, até mesmo antes de conhecer Rosalie. Mas se ele achava assim, quem sou eu para discordar? Eu deixaria ele ter sua opinião, acreditar nas coisas boas.

- Pode ser. - concordei.

- Só que antes de tudo, eu não sabia realmente o que sentia. Então, eu fui buscar ajuda.

- Ajuda?

- Yep! Eu saí pra curtir a noite e festejar com garotas. A maioria das que eu conversava eram loiras e tinham olhos azuis. Se não eram os dois, tinham pelo menos uma coisa dessas. Eu me sentia perseguido pela Rouss, e até parecia um paranoico. Foi depois de passar o porre que eu decidi que não ia ficar doidão daquele jeito e fui dizer para a minhaloira o que sentia. Graças a Deus eu era correspondido, ou então juro que quebraria a cara de qualquer idiota que chegasse perto de Rouss. Eu fui idiota por não ter percebido antes, mas acho que foi bom eu ter saído naquele dia, porque assim percebi realmente que era ela, e que pra sempre seria. E depois do nosso primeiro beijo então, foi certeza na hora que era ela a garota que eu queria que estivesse ao meu lado.

- Legal, legal... - falei. - Yeah, garotão, a Rosalie te pegou de jeito mesmo. - me levantei da cama e fui para a porta. - Sorte a sua e a dela, por ter um bobão apaixonado como você.

- Com toda certeza. - ele sorriu. Eu dei um sorriso e sai do quarto. - Edward? - chamou, saindo na porta. - Você também vai ter sorte, cara. A garota é sensacional.

- Mas o que...? - fui perguntar, só que ele já tinha fechado a porta na minha cara.

O que ele queria dizer com aquilo? Que garota? E a imagem da Bella veio na minha mente, junto com um pensamento bobo. Ela era mesmo sensacional.

Eu bufei e segui na direção do meu quarto, só que parei quando Alice abriu a porta do dela.

- Nem começa. - falou antes que eu pudesse sequer dizer uma palavra. - Eu não quero saber de nada, idiota.

- Eu também te amo, baixinha. - pisquei um olho.

- Sonso. - rosnou.

- Hey! Porque está me xingando? - arregalei os olhos, sem entender o mal humor dela.

- Porque você é um idiota! Vocês dois são! - jogou as mãos para cima. - Cegos, sonsos, cínicos, imbecis, e tudo que você puder imaginar.

Eu dei um passo para trás com o ataque de fúria da baixinha. O que tinha dado nela? Será que ela estava falando do Jasper? Se aquele moleque fez alguma coisa para Alice...

- O que está pegando aqui? - Emmett saiu do quarto dele. Todo arrumado e trazendo uma jaqueta de couro na mão. - Porque está tão nervosa, Alice?

- Por causa dele! - apontou para mim.

- O que você fez? - Emmett perguntou.

- Nada. - dei de ombros. - Ela quem começou me xingando aqui.

- Porquevocêssão tudo o que falei. E eu estou começando a me irritar com tanta lerdeza da parte de vocês. Se tocam, vai.

Então ela saiu pisando firme. Emmett soltou um assobio e depois riu.

- Yeah, ela está mesmo ficando nervosa. Acho melhor você se apressar. - bateu no meu ombro e seguiu pelo mesmo caminho que Alice.

Eu, sem entender porra nenhuma, entrei no meu quarto e me joguei na minha cama. Coloquei os braços atrás da cabeça, e com os olhos fechados, eu suspirei.

Tudo que Emmett tinha falado fazia tanto sentido que dava até medo. Afinal, assim como ele, eu também tinha um receio de não ser reciproco. Yep, eu sentia algo diferente pela Swan, e não sabia o que fazer com essa droga de sentimento. Arriscar e levar um fora, porque do jeito que Bella era, ela com certeza me daria um soco e falaria para eu nunca mais olhar na cara dela. Nossa, isso era tão... A cara dela.

Eu ri com esse pensamento, só que parei na mesma hora, porque percebi que estava pagando papel de idiota ali, sozinho. Droga, como isso mexia com a cabeça. Mas era impossível não sorrir imaginando uma cena daquela. A garota mais marrenta que eu tinha conhecido. A mais insuportável suportável que tinha mexido comigo, literalmente.

Eu decidi deixar isso quieto por enquanto, mas era difícil quando estávamos nas nossas aulas de cálculo. Eu me pegava cada vez mais olhando para a Bella, reparando cada vez mais e mais em detalhes nela. Como as poucas sardas que ela tinha na maçã do rosto, ou no castanho escuro dos olhos dela.

Tentava me concentrar no que ela explicava, só que hora ou outra eu me distraia e acabava que eu não entendia nada, e isso me irritava. Já tinha levado um puxão de orelha e uma cadernada na cabeça. E tudo porque eu não conseguia me controlar com algo tão novo para mim. Claro que eu me irritava com Bella por fazer essas coisas - como me bater -, mas quando ela pedia desculpas, eu não conseguia negar - mesmo se quisesse, eu não conseguia.

Quando acabava as aulas, eu sempre ficava cabisbaixo, porque significava que eu não teria mais tempo com a Bella. E por isso inventava qualquer coisa que me fizesse passar pelo menos mais alguns minutos com ela. Eram cappuccinos, muffins, e até sorvete. E num desses dias de sorvete, eu tentei arrancar algo relacionado a Alice e Jasper, só que a garota conseguia negar e ficar de boca fechada. Eu até menti falando que já tinha comprado o presente dela, mas não adiantou. Para aumentar ainda mais a minha frustração em saber se a minha irmã estava saindo com o meu amigo.

Eu era um idiota, como Alice tinha me xingado tantas e tantas vezes. Porque, eu precisei de um incentivo idiota para começar a ver o que queria pra mim. Foi na hora do almoço, quando eu estava sentado na mesa de sempre, com as pessoas de sempre, e Tyler estava sentado ao meu lado, olhando para a filha.

- A Swan mudou mesmo. - ele falou, do nada.

- Pois é. - murmurei, olhando para o mesmo lugar que ele.

- Acho que isso foi porque ela anda com a sua irmã. Na verdade, por uma parte. A outra, com certeza é bem melhor. - sorriu malicioso.

Eu me virei lentamente para ele.

- O que você quer dizer com isso? - perguntei, disfarçando a minha curiosidade, e dando um tom de desinteresse.

- Ah, Edward, é claro que é mais por causa de um garoto, ou garotos. A garota é bonita, gostosa - mesmo sendo um pouco magra -, pra que se esconder daquele jeito? Cara, essa garota ta virando um desafio para os meninos desse colégio. Porque ela não dá nem uma chance.

Senti vontade de pegar Tyler pela camisa e perguntar quem era a porra desses meninos, e essa de dar uma chance significava que estavam dando em cima da Bella. Que tipo de garota eles achavam que ela era?! Bella nunca ficaria com um idiota desse lugar.

Mas ao contrário disso - de demonstrar minha raiva - eu continuei com a indiferença, e busquei mais informações.

- E já tentaram alguma coisa com ela? - perguntei.

- Se tentaram, eu não sei. - deu de ombros. - Mas todos falam que ela é difícil. Até com os populares. Ela não dá nem uma olhada a mais, sabe? Nada disso. Ela faz como se nenhum deles existissem. O que é trágico, porque a Bella é bem pegavel. - e o idiota riu.

Bufei com aquilo. De onde saia tanta idiotice? Como podiam falar daquele jeito de uma garota? Ou melhor, da Bella. É claro que Tyler ainda estava sendo um pouco delicado, pois eles falavam eram coisas piores. Eu convivia com garotos, sabia o que falavam, pensavam. Afinal, eu também era um. E só de imaginar eles falando algo assim da Bella fazia meu sangue ferver, da mesma forma que ficou quando os peguei falando da Alice.

Eu levantei, não aguentando ficar ali, e saí do refeitório. Ao passar pelos garotos, eles me cumprimentaram, mas eu nem respondi nada, porque era capaz de mandar todos eles se foderem e pararem de olhar, falar e pensar em Bella.

Foi assim que eu me decidi, e sabia o que faria. E faria isso hoje. Eu ia pagar uma de Emmett, só que sem festas. Só precisava de uma certeza e pronto, as coisas se resolveriam dentro de mim.

- Bella, você quer que eu te espere? - Alice perguntou, indo na direção da porta. - Já que eu te trouxe...

- Não precisa. - eu cortei Alice rápido, me arrependendo daquilo. Mas nenhuma das duas pareceu ter percebido. - Eu levo a Bells depois.

As duas balançaram a cabeça em concordância. Eu já tinha feito uma parte do meu plano, só precisava fazer a segunda. Falei que ia conversar com uma das lideres e segui para o ginásio. Eu sabia que ia me arrepender depois, mas se isso me ajudasse em entender e acabar logo com aquilo, então dane-se.

Assim que entrei no Ginásio, vi Tânia treinando com as meninas. Rosalie, que também estava ali, acenou animadamente, e eu devolvi o aceno, só que sem tanta animação. As meninas me cumprimentaram, eu me limitei a sorrir. Chamei Tânia com a mão e essa veio correndo, com um sorriso enorme no rosto. A puxei pela mão comigo para fora do Ginásio, parando no corredor.

- O que foi, Eddie? - perguntou, sorrindo ainda.

Eu evitei fazer uma careta com o apelido idiota que ficou mais idiota ainda falado por ela. Sua voz fina demais fazia parecer uma coisa enjoada. Ao contrário de como quando a Bella tinha falado.

- Ah, nada. - eu forcei um sorriso. - Só acho que... - passei os braços pela cintura dela e Tânia imitou meu gesto. - Estou pra perceber umas coisas.

- É? - ergueu uma sobrancelha. Não tinha a mesma graça como Bella fazia. - E o que é?

- Eu aindanão sei. Mas você pode me ajudar, Tânia.

- Posso? E como?

Eu me aproximei dela e a beijei. Eu achei que poderia passar tudo na minha cabeça, desde como era bom o sabor do gloss de morango da Tânia até eu está me arrependendo. Mas só veio uma coisa na minha cabeça: que a porra do Emmett com todas aquelas palavras tinham feito eu me ferrar. Pois, com Tânia não parecia certo, e só vinha na mente a pessoa certa sendo Bella.

Assim que eu me afastei de Tânia, ela sorriu. Eu dei um meio sorriso, para não fazer a garota se sentir pior se souber que eu a "usei" para outra coisa, não para o que ela queria.

- Nossa... Uau. - ela falou, respirando rápido. - Caramba, Edward. Isso foi...

- É, legal. - cortei ela, me soltando de seus braços.

- Acho que foi mais que legal. Mas e então, você percebeu? - perguntou, esperançosa.

- Percebi. - respondi.

- E agora?

- Agora que eu preciso ir.

Eu dei as costas para uma Tânia atônita e andei de volta para a salinha do jornal. Achei que encontraria Bella lá, mas não. O lugar estava vazio. Esperei, porque talvez ela tenha ou ficado conversando com Alice ou tenha ido no banheiro. Mas passou tempo demais, e ela não apareceu, então decidi procurar por ela. A única pessoa que eu encontrei foi Ylsa, que me olhou com uma cara feia.

- Ihh, o que eu fiz? - perguntei, ao me aproximar.

- Algo muito, mais muito errado. - balançou a cabeça. - E então, o que rola?

- O que rola? - repeti e ela assenti. - Rola que eu tive que usar uma garota para saber se gosto de outra. Legal, não é? - fiz careta, e suspirei.

- Muito legal. - ela sorriu. - E então, você sabe?

- Sei. - dei de ombros. - Era o que eu já imaginava.

- O que todo mundo imaginava.

- Como assim o que todo mundo imaginava? Não sabe nem de quem eu to falando... - revirei os olhos.

- Talvez eu saiba. - Ylsa deu de ombros e começou a caminhar.

- Espera ai. - fui atrás dela. - Você sabe?

- Não. Você disse que eu não sei, então eu não sei. - ela piscou um olho e continuou andando, enquanto eu ficava ali, me perguntando se ou ela tinha aprendido com Bella a deixar uma pessoa confusa, ou se foi o contrário.

Eu voltei para a salinha, peguei minhas coisa, fechei tudo e fui para o estacionamento. Mas parei ao ver que caía uma garoa forte, e isso fez minha preocupação com Bella aumentar ainda mais, porque pelo que parecia, ela tinha ido embora, mas como? Com Alice? Talvez... Mas e se ela foi andando porque eu demorei pra voltar?

Peguei meu celular no bolso e liguei para ela, só que só caía na caixa postal. Tentei mais uma vez, e nada. Então liguei para Alice, que atendeu no terceiro toque.

- Fala, burro.- disse e eu revirei os olhos.

- A Bella foi embora com você? - perguntei.

- Não... - respondeu lentamente. - Porque?

- Ah... Por nada.

- Para de mentir, idiota. Anda, fala logo.

- É que ela não apareceu até agora, então achei que ela tinha ido com você. - dei de ombros, mesmo que ela não pudesse ver.

- Não, ela não veio comigo. Edward, se você perdeu a Bella eu vou...

- Hey! Não fala como se ela fosse uma criança.

- É, verdade. - suspirou. - Eu vou ligar no celular de...

- Só cai na caixa-postal. - a cortei.

- Ah, sim. Bem... Vou ligar para a Mary então, e depois te aviso.

- Ok.

Eu desliguei e sentei no degrau que tinha ali, para o caso de que Bella não tenha ido para casa, eu a procuraria pelo colégio. Afinal, ela não seria louca para sair naquela garoa sem um carro ou qualquer coisa que pudesse protegê-la... Ou seria?

Uns cinco minutos depois chegou uma mensagem da Alice, que me fez da um suspiro de alivio. Falava que Bella estava em casa, tinha acabado de chegar. Fiquei um pouco chateado por ela não ter nem avisado que ia embora, e eu também tinha falado que ia levá-la, mas essa garota é maluca.

- Então, estudem bastante para amanhã, porque a prova não vai ta fácil. - o professor de cálculo falou, assim que o sino bateu.

Eu bufei e guardei meu material, me perguntando o porque de Bella ter faltado hoje. Logo hoje! Eu precisava dela, porque o que iria cair na prova nós tínhamos apenas começado, eu não sabia muito. Assim que sai da sala, eu fui na direção do meu armário, mas desviei o caminho quando vi Tânia lá, bemno meu armário. Ela com certeza estava me esperando, e eu ia fugir, como tinha feito praticamente a manhã inteira.

Se antes, quando eu nunca tinha dado um beijo sequer nela, a garota era uma louca grudenta, eu fiquei com medo de imaginar o agora. Minha vida talvez até viraria um inferno! Ok, sem todo esse exagero. Mas a questão era que eu precisava me livrar dela de alguma forma. Ta, foi errado o que eu fiz - na verdade, muito errado. Só que era para um bem maior, então não fui um pecador tão malvado assim.

- Edward?

- Ah meu deus! - levei a mão ao peito, sentindo meu coração bater a mil. - Alice, não me assusta assim não, garota.

- Você é louco? - me olhou como se eu fosse um E.T. - O que você está fazendo se escondendo aqui e olhando para o seu... - ela ficou da mesma forma que eu eu. - O que Tânia está fazendo ali? - e logo ela fez uma carranca.

- Está atrás de mim. - suspirei. - Ela anda me perseguindo hoje o dia inteiro, por isso eu estou fugindo.

- Faz muito bem, Edward. Essa garota é louca, então não de bola pra ela.

- Eu sei. - murmurei. - Mas acho que eu fiz tudo piorar.

Alice, que estava olhando para o corredor, virou a cabeça lentamente na minha direção, com uma expressão não muito boa.

- O que você fez? - perguntou devagar.

- Eu... Eu beijei Tânia ontem. - fiz careta. - E é por isso que ela está me persegui... AI! - levei a mão a cabeça, sentindo o lugar que Alice tinha batido, doer. - Você é louca?

- E você é burro! Como faz isso? E pra que, já que sabe como Tânia é? Seu idiota!

- Eu não fiz por maldade. Só foi para... Esquece. - parei logo. - Sei que errei, mas fazer o que?

- Fazer nada, ué. Agora aguenta a garota na sua cola. - Alice fez careta.

- E estou ferrado. - falei e ela assentiu. O sino tocou avisando a ultima aula e Alice começou a ir para a sala dela, mas eu a chamei. - Sabe porque Bella não veio hoje? - perguntei.

- Não. - falou rápido demais. - Se você quer saber, vai você mesmo ligar pra ela e perguntar. - e continuou andando.

Eu suspirei e xinguei a baixinha, enquanto ia para o meu armário.

- Eddieeee! - Tânia chamou animadamente e isso só me fez lembrar que ela estava ali, e que não era para eu ter saído do meu esconderijo.

Tudo por culpa da Bella!

- Ah não. - gemi, indo de encontro a louca da Tânia.

- Te vejo em casa, mané. - Emmett falou, batendo na minha cabeça.

- Vai se ferrar. - rosnei, indo para o meu carro.

Eu liguei o carro e fui para casa, só que no meio do caminho me lembrei que não tinha ligado para Bella ainda e eu precisavaestudar para a prova. É, e era só por isso mesmo, eu não queria inventar uma desculpa para poder ver ela. Não, não mesmo. Peguei meu celular e disquei para ela, que demorou um pouco para entender. Descobri porque ela tinha ido embora ontem, e porque não tinha ido para a escola. Bella mandou eu ir para a casa dela para podermos estudar, já que ela não podia sair por causa do estado doente que tava.

Assim que estacionei o carro atrás do Mini Cooper da Bella, senti um frio na barriga. Só sentia isso quando estava nervoso demais, e com medo também. Eu odiava essa sensação, era incomodante. Ignorando isso, eu peguei minha mochila, saí do carro e segui para a porta da casa dela, tocando a campainha logo em seguida. Foi Bella quem atendeu a porta, e ela estava engraçada num pijama de ursinho. Eu até brinquei com aquilo, para me distrair do clima tenso que eu sentia.

Foi depois de um tempo estudando, que Bella foi buscar algo para bebermos e voltou com bolo. Nós conversarmos um pouco, e então, ela iniciou a conversa que eu mais queria ter, e ao mesmo tempo não. O jeito tímido que ela começou a falar me deixou fascinado, como com quase tudo que ela fazia. Bella falou tudo tão atrapalhado, que eu quase achei que não ia sair.

- Talvez você possa me explicar. Você pode? - ela perguntou baixinho, envergonhada.

Eu não sabia nem como explicar para mim mesmo, como poderia dizer para ela o que era tudo aquilo?

- Eu... Não sei. - fui sincero. - Que coisa?

- Olha... Me diz que você sente... Isso? - ela remexeu as mãos indicando nós. - Sabe, é como uma... Droga! Só tem um jeito de saber...

- Que jeito? - perguntei, curioso.

- Lembra no carro? Então...

Entendi na hora o que ela queria dizer e me lembrei do que Emmett disse:"E depois do nosso primeiro beijo então, foi certeza na hora que era ela a mulher da minha vida”. Eu ri com aquilo, vendo que eu estava fazendo a mesma coisa que Emmett. Só não sabia se os resultados iam chegar iguais aos deles. Mas se fossem, acho que não me importaria nem um pouco.

Eu me aproximei mais de Bella, e isso fez um anseio crescer em mim, de ficar ainda mais próximo. De ter um contato maior ainda. Segurei seu braço, sentindo como umas correntes elétricas se concentrarem nas pontas dos meus dedos.

 - Eu lembro. - eu falei e ela assentiu.

Ao mesmo tempo que eu queria pegar Bella, puxar ela e beijá-la, eu queria prolongar o momento. Não era do meu fetio isso, afinal, era apenas um beijo, mas sei lá... Com ela, as coisas ficavam estranhamente estranhas e boas. E melhores ainda quando seus lábios estavam colados aos meus. Completamente diferente de qualquer outra, e qualquer beijo. Porque ali, não era qualquer uma, não. Ou qualquer beijo. Era a Bella ali, a garota que tinha despertado sentimentos estranhos em mim, desde raiva até me fazer ficar... Fascinado, encantado e... Apaixonado.

Como meu irmão tinha dito, ele fez uma burrada para perceber o certo. Eu também fiz, e estava percebendo que aquilo era muito mais do que certo. Talvez Bella não podia ser a "mulher da minha vida", mas era a única que fazia eu me sentir como me sentia.

Quando nos separamos, eu já tinha toda a certeza que precisava. Mas faltava Bella dizer sobre se ela tinha entendido.

- Isso te ajudou? - perguntei, sentindo minha respiração entrar e sair rápida.

- Não. - murmurou. - Mas foi bom.

- Foi. - concordei e nós rimos.

Eu podia fazer aquilo muito mais vezes por ser tão bom.

Mas então Vovó Swan e Renée chegaram, não nos dando tempo para conversar. Eu ainda tentei na hora que estávamos lá fora, mas Bella queria mais tempo, e foi isso que lhe dei.

Quando cheguei em casa, cumprimentei Esme como sempre, com um beijo na testa, e me encostei no balcão, vendo ela cozinhar. Mesmo que ti vessemos uma empregada, Esme gostava de fazer isso.

- O que foi? - perguntei, quando ela parou e me encarou.

- Não sei, você parece diferente... - me avaliou. - Cresceu mais?

- Acho que não... - franzi as sobrancelhas. - Está ficando doidinha, dona Esme?

- Haha, engraçadinho. - ela me deu um tapa no ombro. - Não fale assim com a sua mãe, moleque.

- Ok, desculpa, mamãe. - brinquei e ela riu.

- Você está mesmo diferente... - balançou a cabeça. - Não é fisicamente não...

- Acho que você está mesmo ficando doidinha. - falei, correndo dela quando tentou me dar outro tapa. - Vou subir para tomar banho.

- Ok. Daqui a pouco o jantar está pronto.

Eu subi as escadas correndo, e quando entrei no meu quarto, eu me deitei. Repassei aquele inicio de noite na minha cabeça várias e várias vezes, não acreditando realmente no que Bella havia feito comigo.

No outro dia, eu acordei com uma gripe que peguei da Bella. Tive que acusá-la disso, mas fiz na hora errada, e percebi a desconfiança nos olhos da Alice. Na hora do almoço eu não consegui me concentrar na conversa do pessoal, porque minha atenção estava sempre redirecionada á Bella, que parecia saber toda vez que eu iria olhar, porque ela também olhava.

A prova de cálculo foi mais fácil do que eu tinha imaginado. Eu fiz todas as contas, algumas com mais dificuldade, mas soube fazer, e tudo por causa dela. Fui quase um dos primeiros a terminar, e até o professor ficou impressionado comigo, porque ele sabia que eu mais matava aquela aula do que me sentava em meu lugar para assisti-la. Ele corrigiu minha prova naquela hora, e para a surpresa minha e do meu professor, eu tirei um A+. Fiquei tão ansioso para mostrar para Bella aquilo, que na hora que bateu o sino, eu passei no meu armário para guardar meus cadernos e pegar minha câmera.

Rodei o colégio inteiro atrás dela, e só a encontrei porque perguntei para Daniel e ele me disse aonde ela estava. Quando cheguei no campo de futebol americano, o meu lado fotógrafo falou mais alto e eu peguei minha câmera para tirar uma foto da Bella. Ela estava tão perdida em pensamentos que talvez, poderia cair o mundo atrás dela, e ela não veria. A foto ficou tão natural, tão bonita, que vi que ela iria para o álbum das melhores fotos.

Bella só percebeu que eu estava ali por causa do flash. Quando ela se virou para mim, eu sorri, e tirei mais uma foto. Lhe contei da prova e Bella ficou animada, e veio me dar um abraço. Como tinha passado da hora de ir para a próxima aula, nós ficamos ali, conversando um pouco. Até chegarmos ao assunto do Natal e do Ano Novo que estava próximo. Bella contou o que iria fazer, e deu para ver nos olhos dela que ela realmente não queria passar pelo menos o Ano Novo sozinha, então me ofereci para passar o Ano Novo com ela, só para não vê-la daquele jeito. Bella ficou surpresa no começou, mas acabou aceitando isso.

Por causa do treinador, nós tivemos que nos esconder, e Bella acabou me levando ao "esconderijo" dela, que era o observatório do colégio. O lugar era lindo, e como Bella disse, apesar de ser abandonado. Nós ficamos conversando ali, e só depois fui perceber que ainda segurava a mão da Bella, mas não me importei em soltar.

Depois que fomos embora, eu cheguei em casa junto com a Alice. Essa, parecia brava e triste ao mesmo tempo. Ela sentou no sofá, cruzou os braços e fez um bico. Eu, percebendo que a coisa era séria, sentei ao seu lado e passei um braço ao redor do seu ombro.

- Porque ela é daquele jeito? - perguntou.

- Quem? - perguntei, sem entender.

- A Bella! - jogou os braços para cima. - Ela é sempre tão fechada, nunca fala nada comigo ou com a Nessie. Se está triste, ela fala que não é nada. Foi sempre assim. Sabe, Ed, eu achava que com o tempo ela iria se abrir mais com nós, entende? Por nossa amizade se fortalecer mais, ela iria confiar e começar a se abrir, mas não! Ela continua fechada do mesmo jeito. É estranho isso, porque eu nunca a conheço totalmente. - e então a baixinha fungou.

- Oh, baixinha, não fica assim. - a abracei, vendo que ela chorava. - Vocês brigaram?

- Uhum. - assentiu. - Eu só queria que Bella se abrisse mais com nós, entende?

- Mas talvez Alice, isso seja da Bella. Esse jeito. Você precisa ter paciência com ela.

Ela ficou em silêncio, pensando no que falei. Alguns minutos depois, se afastou de mim.

- Você tem razão. - falou, já levantando. - Eu vou lá conversar com a Bella. - eu assenti e ela foi.

Eu peguei o controle e liguei a TV, procurando algo bom para assistir, quando Emmett entrou em casa.

- E ai, cara. - me cumprimentou. - Vamos em Port Angeles? - perguntou, quando sentou do meu lado e pegou o controle da minha mão.

- Fazer? - peguei o controle dele.

- Compras de natal, ué! - revirou os olhos. - Vamos cedo, porque ai não vai está tão lotado aquele lugar.

- Verdade. - concordei. Desliguei a TV e nós seguimos para Port Angeles.

Eu e Emmett nem fomos em muitas lojas. A que eu entrava para comprar, ele também comprava. E vice-versa. Eu não sabia ainda o que dar para Bella - lembrava do que conversamos no carro -, pois não sabia muito sobre ela. Sabia que ela gostava de rock, mas não queria dar mais uma camiseta. Um CD? É, boa. 

Quando nós estávamos seguindo para a loja de CDs - para Emmett o CD era para mim - nós passamos por uma de joias, e algo ali na vitrine chamou a minha atenção. Eu parei e encarei a pulseira pequena.

- Está pensando em dar para alguém? - Emmett perguntou, sorrindo malicioso.

- Talvez. - dei de ombros. - Acha que Esme ou Alice gostariam?

- Bem... Eu sei que Esme e Alice iriam gostar muito. E talveza Bella também.

Eu fechei os olhos e suspirei, xingando mentalmente o Emmett de todos os nomes possíveis.

- Pra que eu daria um presente pra ela? - perguntei.

- E eu que sei?! - me olhou como se eu fosse retardado. - Só estou dizendo que ela poderia gostar. Sabe, até combina com a magrela. - e riu sozinho.

- Hum... - fiz e segui para dentro da loja.

Assim que entrei, uma garota de no máximo uns vinte anos veio nos atender. Ela tinha um sorriso um sorriso bem alegre.

- Boa tarde. - nos cumprimentou sorridente. - Em que posso ajudá-los?

- Nós queremos olhar alianças. - Emmett tomou a minha frente, pegando na minha mão. - Quero pedir meu amor em noivado, não é amor? - e olhou para mim.

- Se liga! - me afastei dele, enquanto ele e a garota riam de mim. - Bem... Eu queria olhar uma pulseira daquela que tem na vitrine.

- Claro, eu já volto.

Depois que a menina saiu, eu me virei para o Emmett e dei um tapa na cabeça dele.

- Seu louco. - falei.

- Ah, Edward, não seja tão carrancudo. Brincadeiras fazem bem, sabia?

- Eu sei, mas não brincadeiras que fazem eu virar um casal gay. - revirei os olhos.

A garota voltou com algo como uma pasta grossa de veludo. Ela colocou sobre o balcão de vidro e abriu, me mostrando vários pingentes diferentes.

- E você quem "faz" a sua pulseira com os pingentes que quer. - ela foi me mostrando os que tinha. - Caso você tenha um em mente que não tenha aqui, nós mandamos fazer.

Eu olhei cada um ali, vendo que tinha uma pequena câmera fotográfica, e também tinha uma de formas de bichos, e entre eles um ratinho. Aquilo me fez lembrar do Ralf, e eu ri. Eu vi ali o presente perfeito para Bella. Falei para a garota o que eu queria, e na ordem. Faltava três pingentes que eu queria e não tinha ali, então encomendei eles. Já deixei pago, e depois fui embora com o Emmett me enchendo falando que aquele presente era muito bom para Bella. Mesmo eu mentindo para ele dizendo que nãoera para ela, ele nem sequer se importou.

Era já véspera de natal e Alice já tinha enfeitado toda a casa, desde o primeiro andar até o segundo. Se possível, no quarto dela deveria ter uma árvore de natal piscando de dia e de noite. A sala toda enfeitada com muitas luzes me dava agonia, mas eu não podia falar nada, ou acabava levando um soco da baixinha.

Como em todos os anos, o clima de natal era sempre ouvir Esme cantando alguma coisa na cozinha enquanto preparava o jantar, o som de jogo na TV que Emmett e eu assistíamos, e Alice reclamando de que algumas coisas estavam fora do lugar. Se Carlisle estivesse em casa, ele assistia com nós, mas hoje ele tava no hospital, em um plantão que iria até pelo menos umas quatro horas da tarde.

- Quando você vai entregar o presente da Bella? - Emmett perguntou.

- Vai se ferrar. - rosnei e ele gargalhou.

- É sério, mané. - me deu um empurrão. - Você já pegou?

- A garota disse que hoje ficaria pronta.

- E o que você está fazendo aqui que não vai buscar?

- Ela disse que ia avisar quando chegasse. - revirei os olhos. - Disse que demora mais, mas como é presente de natal, eles tentaram ser o mais rápido possível.

- Ah sim, entendi.

Eu esperei a garota ligar, mas ela demorou tanto que Alice me obrigou eu me arrumar. Quando estava na sala com Esme, meu celular tocou, e era a menina da joalheria. Eu fui para Port Angeles, e peguei a pulseira. No carro, eu tirei ela da caixinha de veludo e sorri, vendo que tinha acertado no presente. Como o idiota do Emmett tinha dito, a pulseira combinava com a Bella.

Quando cheguei em casa, me surpreendi ao ver Bella e Vovó Swan em casa. Claro que achei demais, pois não precisaria esperar encontrar a Bella para poder entregar seu presente.

O jantar ocorreu tudo bem, e com Alice pirando - internamente, como eu sabia - por causa do Jasper. Ainda não tinha me acostumado com essa ideia, mas se ele a fazia feliz, quem sou eu pra ir contra? Eu só esperava que Jasper respeitasse minha irmã, e se ele fosse bom e legal, estava tudo ok. Depois do jantar, nós ficamos na sala, e quando começou a parecer que só tinha casal, Bella e eu resolvemos sair dali e fomos parar no carro dela. Depois de jogar conversa fora, eu toquei no assunto dos presentes e então entreguei o de Bella.

Antes dela saber o que era, brincou falando que eu iria pedi-la em casamento. Quando ela disse sobre todas as fases que teríamos que passar, eu me perguntei se ela queria passar realmente por tudo aquilo. Namorar nunca foi comigo, eu gostava de não estar preso a alguém, apesar de já ter namorado uma ou duas vezes. E com essas garotas, eu não senti o que sentia por Bella, por isso de ter ficado tão confuso em relação a isso. Só que mesmo não sendo de namorar, pensar em passar tudo aquilo que ela disse - sem ficar grávidos, como ela disse, e ser casados a força - me pareceu bom. Na verdade, muito bom. Como Emmett tinha dito.

Yeah, eu estava me inspirando no meu irmão. Porque, mesmo ele sendo um bobão algumas vezes, o garoto tinha um bom coração e o que ele sentia por Rosalie era invejável – de uma forma boa - de tão verdadeiro. Então, porque não acreditar em suas palavras?

Beijar Bella de novo foi mais uma vez toda aquela explosão de coisas. Aquelas coisas de ficar com ela, estar sempre do lado dela. E pelo que parecia, Bella também sentia alguma coisa. Então, eu me perguntei, porque não fazer aquilo da certo? Eu não era um galinha que iria negar o que eu sentia. Se eu sentia algo por Bella, faria alguma coisa para tê-la. Foi isso que Esme nos ensinou. Algo bom.

E o que eu sentia em relação a Bella era forte, gostoso, confuso. Tantas coisas ao mesmo tempo, mas de uma forma boa. Como meu irmão tinha dito:"E depois do nosso primeiro beijo então, foi certeza na hora que era ela a garota que eu queria que estivesse ao meu lado.”


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Notas finais do capítulo

Está ai, gatinhas. O que acharam desse especial que eu fiz? Apesar de eu ter achado que não ficou como eu queria, estou apostando que vocês tenham aprovado, se não, só falarem, kkk.
Bem, esse é o ponto de vista do Edward, e agora vocês sabem o porque dele ter beijado Tânia, o que ele sentia quando estava com Bella e como ele se tocou de tudo.
Se vocês gostaram, comentem. Se não gostaram, comentem também. Comentários são muito bem vindos, kkk.
É isso, gatinhas. :*
Ps.: Já estou fazendo o próximo capitulo de Revista Nerd, que prometo está engraçado e grandão. :)