Não, nunca tive um relacionamento... bem, não aqueles que você realmente pode chamar de relacionamento, mas tive dois... dois sei lá o que, visto isso, não tenho experiência nesse ramo, portanto não dá mesmo para dizer que vim aqui compartilhar minha sabedoria com vocês, mas tem uma coisa que eu aprendi foi que ouvir “vamos dar um tempo” duas vezes, dos dois caras que você mais gostou, dói para caralho, e acredite em mim: você não quer passar por isso.  Então lhes escrevo no intuito de pedir e os avisar para que não cometam os mesmos erros idiotas que cometi. A coisa toda funciona mais ou menos assim:

Lição de numero um: Não confie em idiotas.

Não importa mesmo se você conhece o cara há sei lá quantos mil anos, se ele for um idiota (e ele é), ele vai mentir, e como se não bastasse ele ainda vai mentir sobre mentir, enfim, você vai estar tão lindamente sufocada de mentiras que nem vai perceber na furada que se meteu.

Jack Maders. Dezesseis anos. Engraçado. Infantil. Meio bonito, muito estilo.

Aquele cara não era só o meu primeiro amor como também era um grande amigo, conhecia o garoto há uns cinco anos e sempre fomos como unha e carne, meu Deus, maldita hora em que demos o primeiro beijo. Vejam bem, Jack é um conquistador barato e eu sempre soube disso melhor que ninguém, já tinha pegado metade das meninas da escola e já tinha quebrado o coração de todas elas.

Não sei por que achei que seria diferente, quer dizer, a gente sempre acha isso, não acha? Como se a gente fosse algo muito especial mesmo, como se eles se importassem um pouquinho só como dizem que se importam, haha, a única coisa que Jack realmente se importava era em adicionar meu nome a sua listinha de “pegas”. A tola fui eu. Você já sabe como termina essa história.

- Por que você estava chorando ali, Allie? – ele perguntou, enquanto passava os braços sobre meus ombros. Eu estivera chorando no baile de formatura porque o cara tinha dito para minhas amigas que não era apaixonado por mim, só gostava, acho que falta de reciprocidade nos sentimentos também machuca.

- Não é nada, Jack.

- Se não fosse nada você não estaria chorando! O que eu fiz? Está triste comigo?

- Não fez nada... Fui eu que fiz. Sou eu... Estou triste comigo. – ok, confesso que até hoje não consegui descobrir se estava falando a verdade sobre estar triste comigo, quer dizer, talvez eu estivesse mesmo. Burra do jeito que sou, só Deus sabe.

- E por que, meu anjo? – nota adicional para as garotas: não se deixem levar por “meu anjo” “meu amor” “minha linda”, é tudo papo furado.

- Porque, olha Jack, eu estava chorando por uma coisa muito nada a ver, então imagina quando você me magoar de verdade? Eu só não queria...

- Acha que vou te magoar?

- Acho. – cortem essa, pelo menos eu fui honesta.

Beleza, essa é a hora que eu digo que o garoto deve ir trabalhar em Hollywood, porque nunca vi algo tão bem encenado em toda a minha vida, aquela cara de choro... Aquela cara de cachorrinho sem dono... Céus, nunca se deixem levar por isso também, é tudo parte do plano.

- Allie, eu nunca te magoaria, você é a ultima pessoa que eu ia querer machucar, eu nunca ficaria com outra menina enquanto estivesse com você, eu prometo, quando você estava ali chorando... Eu estava morrendo. Eu nunca ia querer te machucar.

Agora conta outra piada, amor. Porque não demorou muito tempo para aquele ali passar a dizer pelas minhas costas que não me amava, que amava a outra, mas isso é história para o próximo capitulo. Isso concluí a lição numero um sobre não confiar em idiotas, principalmente se esse idiota beijar bem, fingir ser fofo e parecer legal – esses são os piores tipos, amiga.