*Naquela tarde, na casa do Kurt*

Eu e Matt conversavamos, eu estava tão feliz em saber que estava tudo esclarecido entre nós novamente. Não podia me sentir melhor.

— Ei, oque a Mayumi foi te falar aquele dia na sua casa? - perguntei sorrindo. A Mayumi podia ser bem grossa quando ela queria, acreditem. 

— Bom... - ele riu. — Ela chegou na minha casa e disse:

*Flashback mode on*

— Escuta aqui, seu idiota! Quem você pensa que é para fazer o meu melhor amigo sofrer daquele jeito? Ele te ama, sabia? E você ainda tem a cara de pau de beijar aquela magrela, riquinha e burra da Elizabeth? Vai tomar no seu cu, né. Quem você pensa que é, ein, ein?! Você acha que só porque é o cara mais velho e popular da escola você pode fazer o Luck-Chan sofrer? Eu não vou deixar você fazer isso com ele, tá escutando? Se você fizer ele chorar, eu vou cortar o seu bilau enquanto você dorme, tá entendendo? Eu vou cortar tudo!! E você vai ficar sem nada, sem pinto, sem bolas, sem nada! Quem você acha que é para fazer um menino tão lindo e fofo como o Lucas sofrer? Não me importa se você é popular, eu não vou deixar você fazer isso com o meu melhor amigo! 

*Flashback mode of*

— Meu Deus, ela disse isso mesmo? 

— Sim. - ele respondeu. — Por incrível que pareça, ela disse tudo isso... e até coisas piores. - acrescentou. 

— Meu Deus! - eu gargalhei. Eu tinha sorte em ter uma amiga como a Mayumi, mesmo ela me metendo em encrenca na maioria das vezes... eu tinha muita sorte em ter encontrado uma amiga como ela. Sempre me colocando em primeiro lugar acima de tudo e de todos, eu com certeza nunca encontraria alguém como ela. 

— Lucas... - disse Matt. — No que você está pensando? - ele perguntou se aproximando de mim. 

— Estou pensando que sou sortudo em ter uma amiga como a Mayumi. 

— Tem razão. - ele concordou. — Não é sempre que encontramos alguém que gosta tanto assim da gente. - ele acrescentou. 

De repente a japonesa entrou no quarto, ela sorria e pulava alegremente como uma criança que acabara de assoprar as velas de seu bolo de aniversário. 

— Luck-Chan, você não vai acreditar! - ela disse sorrindo e me puxando para perto dela. 

— O-oque foi, Mayumi? - perguntei assustado. 

— O Kurt me pediu em namoro!! - ela anúnciou. 

— Nossa! - tenho que admitir que fiquei um pouco abalado com a noticia, a Mayumi nunca houvera namorado antes... ela nunca se interessou, eu sempre achei que ela fosse lésbica, para falar a verdade. Mas... ela merecia ter alguém que a amasse e o Kurt parecia ser a pessoa certa. — Parabéns, minha amiga. - eu disse sorrindo. — Você merece. - eu a abracei com força e sorri. 

Matt se levantou da cama e a abraçou. — Parabéns, Mayumi. - ele disse sorrindo. — O Kurt é uma boa pessoa, é quase um irmão para mim, vocês serão muito felizes juntos. 

— Arigato, meninos! - ela agradeceu. — Ai, eu tenho um namorado!! - ela sorriu e começou a dançar uma dança estranha e bem engraçada. Logo Kurt chegou até o quarto e a viu dançar, no começo ele ficou um pouco preocupado, mas logo ele entrou na dela e começou a dançar também. Foi bem estranho... 

Então chamei o Kurt em um canto enquanto Mayumi dançava e lhe disse: 

— Eu espero que você trate a Mayumi como ela merece, e se por um acaso... você a fizer sofrer, eu darei um jeito de matar você, entendeu? Eu não estou brincando. Você não sabe o quanto eu gosto dessa garota, ela é quase minha irmã, se você a fizer chorar, magoa-la ou algo do tipo... eu não pensarei duas vezes em acabar com a sua vida. 

— Isso significa que você aprova o meu namoro com ela? - ele perguntou sorrindo. 

— Sim. - eu coloquei a mão na testa, não acredito que a Mayumi arrumou um namorado. — Bem-Vindo a nossa família. - eu disse dando-lhe um abraço. 

— Valeu, paizão. - ele sorriu e retribuiu o abraço. Nós rimos daquela situação e resolvemos ir para o McDonalds...

*No McDonalds*

Chegamos ao McDonalds, Mayumi e Kurt disseram que iriam se divertir um pouco na sala de jogos que havia na lanchonete enquanto eu e Matt degustavamos dos lanches. Matt insistiu em pagar. Ele se esforçou bastante para que tudo estivesse perfeito, era tão engraçado vê-lo carregando as bandejas, quase ao ponto de deixa-las cair de tão pesadas. Eu tive que ajuda-lo, não aguentava vê-lo tão confuso... Eu podia ver que ele estava realmente nervoso e ansioso. Bom, por fim nós nos sentamos em uma mesa que ficava em frente a uma grande janela em frente ao mar, era tão lindo. 

— Então, oque você tem feito ultimamente? - ele perguntou sorrindo enquanto dava uma mordida no seu Mc Lanche Feliz. 

— Nada... - respondi. — E você? - perguntei. 

— Nada... — ele respondeu. — Então... a Mayumi e o Kurt, né... - ele sorriu. 

— Pois é, que loucura! - eu sorri e dei uma mordida em meu CBO. — Eu sempre achei que ela gostava de caras mais ... loucos, do tipo... cheio de tatuagens e piercings... sei lá. 

— Ela tem cara de quem gosta desse tipo de coisa. - ele disse. — E você... que tipo de cara você gosta? - ele perguntou apoiando seu rosto sob suas mãos. 

— C-como assim? - eu sorri — Eu não sei do que você está falando. - respondi enquanto observava o mar. Matt se aproximou de mim e deslisou uma de suas mãos para de baixo da minha camisa. 

— Ah, você não sabe do que eu estou falando? - ele perguntou. — Então eu posso te fazer lembrar... oque acha disso?! - ele sorriu maliciosamente e acariciou meu abdômen. 

— Matt! - exclamei sorrindo e tirando rapidamente a mão dele daquele lugar, eu ainda me lembrava do dia que eu disse que não queria que ele me tocasse daquela maneira nunca mais. Talvez eu tivesse exagerado um pouco, mas mesmo assim... não poderiamos fazer aquele tipo de coisa em um lugar público. Seria falta de vergonha na cara. 

— Tudo bem... tudo bem... já entendi. - ele disse sorrindo. Ele se aproximou do meu ouvido e sussurrou. — Você é muito malvado comigo, sabia? - ele sorria maliciosamente. 

Meu coração acelerou no mesmo instante e minhas bochechas queimaram, aquele garoto conseguia dizer coisas que me faziam sentir calafrios em lugares que eu nem sabia que podia sentir algo. — M-Matt... - gaguejei sem jeito. — Você é um pervertido. - eu disse e em seguida bebi um pouco do refrigerante médio que ele havia comprado. 

Logo a japonesa e o Kurt chegaram, eles sorriam e carregavam varios dvds e mangás em suas mãos. Mayumi parecia estar mais feliz do que nunca e Kurt estava radiante. Quando dei uma olhada nos Dvds, percebi que eram todos Yaoi. Oh, meu Deus... finalmente ele achou alguém para dividir sua obsessão por garotos com caras inocentes se beijando e dizendo coisas embaraçosas. Finalmente eu estava livre daquelas conversas estranhas, que só ela achava legal. Ah, eu estava feliz por ela. 

— Vocês nem imaginam o quanto esses Dvd's estavam caros, mas o Kurt insistiu em compra-los para mim! - ela dizia enquanto se lambuzava toda com o sorvete que ela havia pedido. 

— Ah, mas deve ter sido bem caro, né. - eu disse olhando para a quantidade de dvd's que ela havia comprado. 

— Mas dinheiro não é problema para mim, apesar de não parecer, meus pais são bem ricos. 

— É verdade. - disse Matt. — Os pais dele sempre doam bastante dinheiro para as festas que a gente resolve dar. Eles são bem legais. - acrescentou. 

— Mas eu não gosto dele só por causa do dinheiro. - disse a japonesa. — Ele é atencioso, fofo, bonito, inteligente e otaku! Ele é minha alma gêmea! - ela disse sorrindo. 

— É isso ai, e a Mayumi é a garota mais perfeita, engraçada, divertida, louca, fofa, carinhosa e mais tudão desse mundão. - disse Kurt. 

— Ta bom, já entendi... vocês se amam. - eu disse enquanto mordia o último pedaço do meu CBO.

— Ah, o Luck-Chan só se faz de bravo, ele é tão doce quanto uma barra de chocolate coberta com açúcar. - disse Mayumi me dando um grande abraço. 

— Isso eu queria ver! - disse Matt rindo, e logo todos rimos juntos. 

Eu tenho que dizer... aquele dia foi perfeito, eu não poderia imaginar ele sendo melhor.