Lembranças De Infância escrita por Gabriela Alves


Capítulo 1
Capítulo Único - Minha Primeira Boa Lembrança


Notas iniciais do capítulo

OI, bem, não tem muito oq escrever aki, então, espero que gostem.



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                        POV Annabeth

            Nós (eu, meu pai, minha madrasta e meus meio-irmãos) tínhamos acabado de chegar à nossa nova casa em Nova York, meu pai havia cansado da vida lá em São Francisco e tinha resolvido mudar-se para Nova York. E bem, eu estava terminando de abrir as caixas para ajudar a arrumar, quando eu me deparo com uma caixa de lego, daquelas de montar uma cidade, com mais de 5 mil peças. Só que essa, não era dos meus irmãos, era MINHA.

            Sorri ao lembrar-me do dia que ganhei aquela caixa, eu tinha apenas 5 anos. E , acredite se quiser, foi meu pai que me deu. Sentei-me no sofá, coloquei a caixa no colo e vi meu pai entrar na sala. Ele viu a caixa e sorriu.

- Eu me lembro muito bem desse dia. – falei sorrindo. Ele sorriu.

- Vamos montar uma cidade juntos? – ele agachou-me na minha frente, colocando a mão em cima da caixa.

            Eu sorri. Coloquei a caixa no chão, abrimos a caixa e começamos a montar a cidade.

                        Flashback on

            Eu estava correndo para chegar a casa na hora, se eu me atrasasse meu pai bateria em mim novamente. Então, eu acabei tropeçando em uma pedra e machuquei-me, só que não parei para chorar, levantei-me e continuei correndo.

Cheguei em casa e olhei em volta, ninguém, corri até o meu quarto, coloquei o pacote que tinha em mãos na mesinha e fui tomar banho. Coloquei minha roupa, que já estava ficando pequena e desci, com o pacote em mãos. Olhei em volta, ninguém de novo, olhei a hora no relógio: 8h30min da noite. Coloquei o pacote num canto da sala e sentei-me ao seu lado.

Olhei meus machucados, eles doíam tanto que eu comecei a chorar. Então, depois de uns minutos ali, ouvi meu pai abrindo a porta de seu quarto e falar:

- Há!! Hahaha! Vamos comemorar isso! – ele desceu a escada com sua namorada ao encalço.

            Ele me viu no canto chorando e chegou perto de mim, com uma expressão preocupada, uma coisa rara dele quando o caso sou eu.

- Ei. O que houve? – perguntou.

- Eu... – soluço de choro. – Estava... voldando... pa casa... e tai... – e continuei a chorar.

- Porque não me chamou? – perguntou

            Apontei para o outro lado da sala, onde tinha um papel que mostrava o que eu podia e não podia fazer em casa.

- Regla número sete, não posso te chamar quando vuxê tá no carto. – falei.

O choro já havia cessado, mas as lágrimas ainda desciam. Ele olhou para o papel e virou-se para mim.

- E porque não se sentou no sofá?

- Regla número cinco, não posso sendar no sofá sem sua permissão.

            Ele aproximou sua mão de mim e eu fiz um gesto furtivo, afastando-me dela. Ele olhou-me assustado.

- Ei, não vou te machucar. – ele aproximou mais e me pegou no colo.

            Isso não era de seu costume, ele nunca se importava comigo. Colocou-me no sofá e eu me encolhi ali. Olhei em volta, a visão dali era diferente. Eu sempre ficava no canto da sala, como se não existisse.

- Me fala o quê que houve.

- Eu tava voltando pa casa, e tropecei.

- Você tava correndo? – assenti com a cabeça. – Por quê?

- Pa chegar em casa na hola. – falei. Limpei as lágrimas que caiam.

            Ele afastou minha mão do meu rosto, eu fechei os olhos, mas ele não fez o que eu achava, ele secou as lágrimas direito. Sem fazer força. Abri meus olhos devagar e olhei-o. Meus estômago roncou, eu me encolhi mais e olhei para cozinha. O jantar ainda não estava pronto e abaixei minha cabeça.

- Ei, que foi? – perguntou levantando meu rosto pelo queixo. Minhas mãos estavam na minha barriga. Meus braços e meus joelhos estavam todos esfolados e sangrando.

            Ele sorriu, falou alguma coisa com sua namorada, e foi em algum lugar e ela foi até a cozinha. Meu pai voltou com uma caixa de primeiros socorros em mão e sentou-se na minha frente novamente. Ele abriu a caixa, pegou um pote com algodão, um pouco de gaze e um frasco de álcool.

- Olha, isso vai arder um pouco, mas é para ajudar a curar, tá bom? – eu assenti.

            Ele limpou meus machucados e colocou a gaze envolta dos mesmos. Ele sorriu, acariciou minha cabeça e levantou-se e foi guardar a caixa. Senti um cheiro bom vindo da cozinha e olhei, minha barriga roncou novamente, eu me sentei, lembrando da regra número um: só podia comer depois que meu pai saísse da cozinha e já tivesse terminado. Nunca sobrava muito para mim, então eu sempre estava com fome.

            Ele voltou e sentou no sofá de novo. Pegou o controle da TV e ligou-a, eu olhei-a e voltei minha atenção para minhas mãos. Eu nunca assistia TV, só assistia quando eles estavam assistindo e sempre no canto da sala, sem dar sinais de vida. Meu pai olhou-me e colocou o controle da TV na minha frente, em sinal para que eu pegasse.

- Pega. – ele falou.

- Mas eu num sei meser. – falei.

            Ele olhou-me espantado, e, pela segunda vez, eu apontei para o papel pregado na parede da sala. Então ele levantou-se, foi lá e arrancou o papel da parede. Lendo todas as regras. Que eu sabia de cor.

O que Annabeth pode fazer:

1. Só pode comer depois que eu, Frederick Chase, sair da cozinha. 2. Só pode assistir televisão com a minha presença ou permissão.

3. Só pode sair entre às 9h da manhã até as 8h da noite.

4. Não pode mexer nos meus livros.

5. Não pode sentar no sofá sem a minha permissão ou minha presença.

6. Não pode entrar na cozinha e comer nada sem ser para Café da Manhã, Almoço, jantar ou para beber água.

7. Não poderá me chamar quando estiver no quarto.

8. Não poderá atrapalhar minhas conversas.

9. Não pode entrar no quarto de visitas

10.  Não pode ir para a cama depois das 10h da noite e nem acordar depois das 9h da manhã.

Ele me olhou e olhou novamente para as regras. Respirou fundo e jogou-as no lixo. Fiquei de joelho no sofá e olhei para a lixeira, espantada com sua ação. Então me sentei novamente.

- Annabeth, o que você faz para se divertir? – ele me perguntou.

            Abaixei a cabeça e respondi:

- Nada, eu não tenho binquedos e nem amigos. – ele me olhou espantado novamente e foi à cozinha.

            Falou alguma coisa com a namorada dele, que terminava de fazer o jantar e saiu. Ela me olhou, sorriu e acenou. Acenei de volta, mas não sorri, não tinha motivos para sorrir. Ela colocou a comida na mesa, abriu as panela e veio até a sala.

- Vamos jantar?

- Mas eu não posso jantar jundo com vocês. – falei.

- Minha nossa, você segue essas regras tão certinha que até me impressiona. – falou se sentando no sofá. – Mas porque você faz isso?

- Faço pa num apanhá do papai. – falei de cabeça baixa.

- Para não apanhar do seu pai? Mas ele parece ser tão calmo. Porque ele bateria em você? – dei de ombros.

            Meu pai entrou em casa com um enorme pacote em suas mãos. Ele sorria.

- Nossa! Que cheiro bom! – falou sorrindo.

            Ele veio até o sofá e colocou o pacote na minha frente e agachou-se do meu lado.

- Pa quem é isso? – falei apontando para o pacote.

- É para você. – falou. – Abre.

            Coloquei minhas mãos em cima do embrulho e abri sem rasgar. Olhei a caixa que tinha dentro, era um brinquedo de montar da marca LEGO, com mais de cinco mil peças. Eu o olhei, ele sorria para mim. Então, depois de muito tempo, eu sorri. Olhei para uma foto e me vi quando tinha dois anos, sorrindo.

- Obigada. – falei sem graça.

- Não há de que. – ele beijou minha bochecha e se levantou.

            Ele e sua namorada foram até a cozinha, mas eu fiquei, não podia ir jantar. Eu sei, ele tinha jogado o papel fora, mas as regras ainda estavam na minha cabeça. Sentei no sofá com as pernas balançando no ar.

- Annabeth? Você não vem?

            Olhei para a cozinha, ele estava me olhando.

- Eu... posso? – perguntei hesitante.

- Claro. Vem. – eu sorri e fui até eles.

            Mas esses momentos de felicidades duraram poucos dias. Dois anos depois, eu fugi de casa, pois não queria mais sofrer.

                        Flashback off

            Sentei-me no sofá e olhei nossa cidade, ele fez o mesmo. Sorrimos um para o outro felizes com o nosso feito. Ele me abraçou e eu abracei-o de volta.

- Queria voltar no tempo, e ser um pai melhor para você. – eu sorri.

- Já está sendo um agora. – falei sorrindo.

FIM


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Notas finais do capítulo

Bem, espero que tenham gostado. Bjs, vj vcs nos reviews.



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