Fear Of The Dark escrita por Fabi-Aiyu


Capítulo 1
Is it just the fear of the dark...?


Notas iniciais do capítulo

Nada a declarar.

Dedicada para a Tah.
Os eventos aqui descritos acontecem antes de Scarlet Monastery.



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I am a man who walks alone

And when I'm walking in a dark road

At night or strolling through the park

When the light begins to change

I sometimes feel a little strange

A little anxious when it's dark

- Mamãe…

O moreno abraçou o corpo do mãe, que estava realmente desacordado. A escuridão que invadia seu interior não lhe deixava nada mais do que o desespero. Invadindo seu coração lentamente, as lágrimas começavam a escorrer e cair sobre o corpo morto em seus braços.

Suspirou e soltou a mulher tão jovem sobre o chão. Eles haviam mesmo cumprido o prometido e matado-a sem piedade. E sabia bem que nunca mais voltaria a ver seus maravilhosos olhos azuis, tão brilhantes na escuridão.

Levantou-se, sentindo um pouco da escuridão tomá-lo a ponto de levá-lo a loucura, sentindo-se um pouco tonto e amargurado. Já fazia um tempo que gostava de sentir o efeito que a droga da escuridão poderia fazê-lo sentir, mas não imaginava que deixaria ser levado por ela dessa forma.

Shiroyama Yuu era um espadachin excelente. Exímio em seus passos, perfeito em cada detalhe. Atencioso e perspicaz, conseguia pensar em cada detalhe que as coisas poderiam lhe causar.

Caminhou pela rua e se deparou com uma figura, que olhou dentro dos seus olhos e mordeu o lábio.

- O que faz perdido desse lado...?

- Quem... É você...?

- Está sujo de sangue. O que está fazendo perdido aqui? Você não deveria estar em casa? – a figura sorriu – Ou aprontou alguma coisa?

- Mataram minha mãe... Levaram minha mãe embora de mim, e ela era a única coisa que me restava... – seus olhos desejaram realmente chorar – E eu acabaria com qualquer um por isso...

- Te dou a oportunidade, se vier comigo.

A figura sorriu. Yuu não conseguiu pensar duas vezes em que opção escolher, e não havia pílula vermelha ou azul. Não havia coelho com relógios, buracos ou beba-me.

- Te ofereço meus serviços... Se me deixar matá-los.

Have you run your fingers down the wall
And have you felt your neck skin crawl
When you're searching for the light?
Sometimes when you're scared to take a look
At the corner of the room
You've sensed that something's watching you

- Eu não quero ir…

- Vai de uma vez, não há como voltar...

Aquelas palavras sempre iam e voltavam na cabeça de Aiji, enquanto seus dedos dedilhavam o vidro do seu quarto. Já faziam três meses que estava preso lá e continuava vendo coisas, por todos os lados.

Quando a cabeça encostava no travesseiro tão fino, mesmo sem cobertor, pensava em quantos dias haviam se passado. Não era tão louco a ponto de rabiscar paredes atrás de razões e marcas que pudessem lhe dizer qual era o motivo que as pessoas lhe consideravam um lunático.

Ainda sentia os mesmos arrepios subirem por sua nuca, lembrando daquele julgamento que o levou ao hospício, quando aconteceu o trágico incidente de uma queima de um silo e outras pessoas mortas, que já havia avisado que aconteceria e ninguém quis acreditar no que dizia.

Aiji não tomava medicamentos, não ficava preso ou amarrado na cama, não era visitado todos os dias pelos médicos, e não precisava mesmo daquilo. Toda a vez que olhava para trás, era capaz de ver seus amigos bem ali, lhe olhando.

E já havia mesmo desistido de procurar pela luz em alguma coisa.

- Aiji.

O médico entrou com a seringa na mão. De quatro em quatro dias, os médicos vinham para lhe dar aquela maldita injeção de vitamina, já que nem comer direito não podia. E aquilo não era o suficiente – quer dizer, era o que os médicos queriam, já que assim não tinha força o suficiente para se mexer e reagir a qualquer tipo de ação.

Virou-se e estendeu o braço.

- Não tem medo de morrer aqui?

- Não vou. Um dia, eu vou sair. Temer a escuridão, não significa nada para mim. Só significa que posso conhecê-la melhor.

- Que bom que é otimista. Pelo menos, não vai durar menos do que aqueles vermes que se arrastam e se arremessam contra a parede.

Aiji deu de ombros e sentou-se sobre a cama, vendo a escuridão ir chegando aos poucos pelo lado de fora da janela.

- Em breve, terá seu destino, Aiji.

Have you ever been alone at night
Thought you heard footsteps behind
And turned around and no one's there?
And as you quicken up your pace
You'll find it hard to look again
Because you're sure that someone's there

Os cabelos loiros, delicadamente cortados, eram a sua parte mais charmosa. Mostravam o quanto era mimado e delicado. Não, não que assim perdesse seus traços verdadeiramente reais, mas ainda assim era belo.

Ainda que ficasse todo dia trancado dentro do local, à espera de alguém que pudesse chegar e dizer que estava livre, continuava lá, sempre vendo o escuro tomar a forma da saudade e da vontade de voar livre para bem longe dali.

Ouviu passos irem se aproximando e, de repente, quis correr para bem longe. Não sabia o que aquilo signficava, ou quantos dias já estava longe de casa realmente. Tudo o que sabia era que estava doendo cada pedacinho do seu corpo. Apanhava constantemente, e tudo o que sabia fazer era resistir bravamente.

Olhou em volta e ouviu a voz que, um dia, roubaria seu coração.

- E então, Shin. Vai ajudar?

Levantou-se, apoiando-se na parede atrás de si, tentando encolher-se para próximo dela como se isso fosse evitar que algo pior acabasse por acontecer. E não tinha mais o que esperar, sabia que nunca mais voltaria a ver a sua casa.

Shin suspirou, quando teve o pulso puxado com a fúria imensurável de um dragão. Aquela maneira de se impor, que um dia o faria se apaixonar, era tudo o que sentia de mais desagradável.

Foi jogado dentro do carro e nada disse. Tudo o que via era o escuro de dentro de si fugir para o lado de fora e tomar a forma de um homem bonito, de olhar muito estranho e distante. Mas isso não conseguia entender com tanta certeza.

Quando o carro parou numa casa abandonada, no interior da Inglaterra, mal sabia que estava mesmo na Europa. A última vez que estivera em algum lugar era em Osaka, em sua casa, com a sua família. E então, fora seqüestrado e levado para fora.

E agora, era jogado contra o assoalho.

O homem que tomou a forma escura e o homem que jurou vingança não resistiram a mostrar-lhe que as coisas não seriam fácil dali para frente.

E teria que enfrentar a escuridão sozinho se quisesse se sair bem.

Watching horror films the night before
Debating witches and folklores
The unknown troubles on your mind
Maybe your mind is playing tricks
You sense, and suddenly eyes fix
On dancing shadows from behind

- Me solta!

- Não, não. Pode ficar aí, bem quietinho. Nada de se mexer demais.

- Me solta, mas que coisa!

Kozi jogou o cigarro no chão e arrumou os óculos escuros sobre os olhos. Os cabelos loiros se bagunçaram brevemente com o vento e nada disse. Soltou devagar o pulso do rapaz, deixando-o cair ao chão.

- O que pensa que está fazendo?

Os olhos do seu subordinado lhe encararam friamente, mas nada que não estivesse acostumado a encarar aquele olhar lhe mutilando por dentro. Deu de ombros e pegou outro cigarro dentro do maço, até que o teve arrancado dos lábios.

- Escuta, eu te soltei, tá legal? Agora devolve.

O rapaz negou com a cabeça, saindo dali e deixando Kozi sentado sobre o banco do jardim, olhando o nada enquanto buscava outro cigarro dentro do bolso do casaco – sem sucesso, porque aquele era o último.

Na verdade, não se lembrava quando foi que entrou para aquele mundo. Não dos cigarros, porque isso foi em uma festa com os amigos, mas para a vida de mandar e desmandar em subordinados, exigir que fossem os melhores ou o suficiente para obter sucesso em tudo o que o chefe lhe pedia. Nem ao certo sabia quando foi que viu os pais pela última vez.

Como se isso importasse.

Tudo o que lembrava era que sentia-se num filme de terror, todas as noites, quando chegava na mansão em que vivia e se via cercado de mordomos (que só faltavam lhe dizer para fazer o “Time Warp”), empregadas, faxineiras e derivados.

Sua mente realmente lhe pregava peças, mas ainda assim, se destacava ao lado do outro líder na época. Não que isso fosse lá grande coisa, só existiam os dois mesmo como lideres e os outros iam aprendendo.

Deitou-se no banco e desejou que, por dois segundo, tudo sumisse. Sabia que ficaria sem subordinado, até porque tinha lideres em ascensão e seu subordinado estava gravemente ferido, mas lidaria com aquilo da mesma forma que lidou.

Sem saber a mente lhe pregaria ainda mais peças.

When I'm walking in a dark road
I am a man who walks alone

Senhores,

Gostaria apenas de lembrá-los que somos uma família e que, qualquer regra a ser quebrada, deverá ser rigorosamente relembrada. Não, é apenas brincadeira. Só quero que lembrem que nunca andarão sozinhos.

Contem sempre comigo. E com todos.

Hizumi.


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Notas finais do capítulo

Review? *u*



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