Os fios castanhos lhe caiam sobre o rosto, cobrindo parcialmente a pele pálida. Com a cabeça apoiada na parede, seus dedos se enroscavam delicadamente no cabelo alheio, o menino mais novo espichado preguiçosamente na grande cama, a cabeça apoiada no colo da mais velha. Sandara deixava, eventualmente, alguns suspiros escaparem de seus lábios enquanto seus olhos se perdiam observando sem motivo aparente a parede cor creme do seu quarto.

-Noona.. – Chamou o mais novo, a voz calma ainda mais baixa. Viu o sorriso de Dara para si, lhe dando permissão pra continuar. – O que aconteceu? Você está assim desde que atendeu um telefonema algum tempo atrás... – Perguntou baixinho, saindo do colo da irmã e sentado-se apoiado na cabeceira da cama. Abraçou os joelhos, observando a irmã.

-Hmm... ChaeRin me ligou... Bêbada de novo... Aigoo... – Resmungou, um bico mínimo se formando em seus lábios.

-E você está perdendo a paciência com a namorada beberrona, não é? – Falou o mais novo, puxando a mais velha para que a mesma viesse para mais perto.

-Aiiish! – Resmungou, os semicerrados e os lábios em um bico ainda maior, mas logo riu, deitando a cabeça no ombro do mais alto – É, é bem isso mesmo... – Fechou os olhos, sentindo as mãos firmes do outro deslizarem lentamente por seus braços, as pontas dos dedos roçando tão levemente que quase seriam capazes de não serem sentidas.

-Imaginei... – Respondeu o maior simples, deixando as mãos subirem até a bochecha quente da menor. Sentiu-a estremecer levemente e riu, a soltando. Ia se levantar e ir para a sala, talvez estivesse passando algo bom na televisão, mas sentiu seu pulso preso tão leve e delicadamente pela mão da outra.

-Fica aqui... – Murmurou ela, o puxando para que ele se deitasse.

Sorrindo minimamente, CheonDung deixou que seu corpo fosse puxado novamente para o colchão macio. De lado, apoiou a cabeça em um dos braços e deixou seus olhos se prenderem na figura delicada de sua irmã. Com a mão livre a puxou para que se deitasse perto de si, e quando sentiu o calor do corpo alheio, deixou seus braços rodearem-na, apertando o pequeno corpo contra si. Sentiu as mãos finas se espalmarem em seu peito, o rosto pequeno se esconder na curva de seu pescoço, a respiração lenta batendo contra sua pele devagar, lhe arrepiando levemente.

Deixou o próprio rosto deslizar pelo rosto alheio, o nariz roçando na pele macia, o perfume doce invadindo-o. As mãos em sua blusa apertando o pano delicadamente, o chamando baixinho, sem propósito. E ele foi, deixou seus lábios se roçarem aos lábios alheios, o coração batendo tão forte que doía. Sempre doía, sempre machucava, mas eles não podiam evitar, e nem queriam evitar, eram eles ali, só eles, e o mundo não tinha que saber disso.

O membro úmido adentrou os lábios alheios, encontrando então a outra língua. Ambas dançavam tão bem juntas, tão ritmadas e perfeitas que seria um pecado ainda maior não deixar que acontecesse... Deixou sua mão livre descer pela coluna alheia, os dedos dedilhando o corpo feminino tão delicadamente quanto possível, repousando a mão na cintura fina e deixando ali, gradativamente puxando o corpo em frente ao seu para ainda mais perto.

Separaram-se algum tempo depois, e antes que fizesse qualquer coisa, viu os olhos úmidos que lhe fitavam. Não pensou muito quando a abraçou, envolvendo-a novamente no calor de seus braços para sentir suas lágrimas caírem e inundarem seu peito, o coração esmagando-se por dentro. Tentavam, diariamente, fugir disso tudo, mas nunca dera certo. Estavam condenados a essa dor, dor de amar sem poder, condenados ao medo do que vem depois que tudo for... Mas estavam juntos, como irmãos, como amantes, estavam juntos...