Enquanto Você Dormia escrita por Just_Me


Capítulo 9
O sonho


Notas iniciais do capítulo

Gente a fic é curtinha mesmo senão ia sair do enredo !
Muito obrigado a todos que me mandaram reviews,adoreiiii todos!Agradecimento a Heide que indicou a fic,espero que vocês também o façam!
Enjoy o capítulo final!
Snifhhh...
Até a próxima menisnas
Fuii



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Fazia uma semana que eu havia saído do hospital. Natasha se partia em duas tentando me distrair e me fazer companhia, muitas vezes ela conseguia embora outras eu me pegasse encarando o telefone esperado uma ligação que não vinha. Não que eu quisesse que Bill Kaulitz ligasse, ele ter desistido tão fácil só provava que nada do que ele dia era real.

Então chegou o dia que minha irmã precisou voltar para casa, retomar a vida que ela tinha abandonado por mim. Por motivos que eu não compreendia ao certo me despedi dela em casa, não a acompanhando ao aeroporto.

Sem Natasha andando pela casa me senti tão solitária, como nunca antes na vida. Mais de uma vez peguei o telefone na intenção de ligar para meu emprego, avisando que voltaria no dia seguinte, depois largava o aparelho sem sequer discar o numero. Era como querer e não querer ao mesmo tempo... Logo eu que não via a hora de sair do hospital, quem sabe indo direto para o trabalho.

O apartamento estava me deixando sem ar, parecia uma doida andando de pijama desde que cheguei, ainda não tinha visto a rua, exceto pelo percurso até minha própria casa há uma semana. Tomei um banho e parei diante do meu closet... Olhei para tanta roupa que mais pareciam compor um uniforme, muito preto ,muito branco, muito cinza...Afastei os cabides para longe e revirei o resto do armário não tendo certeza se encontraria alguma coisa mais informal.

Por fim, dobradas e esquecidas, encontrei algumas roupas que sequer lembrava que tinha. Coloquei um short jeans e uma blusinha leve, nos pés uma sandalinha rasteira... Parecia para mim mais complicado andar com elas do que com salto doze centímetros.Peguei minha bolsa e saí para a rua não tendo um lugar certo para ir,apenas andaria ,nada mais.

As ruas de Los Angeles eram uma fonte sem fim de idas e vindas... Gente por todo o lado, tão absortas em si mesmas que mal notavam as outras. Caminhei por mais de uma hora  apenas aproveitando o fato de poder andar pelas ruas  sem pressa e sem pressão alguma.

Todo o dinheiro que eu havia ganhado nos últimos anos praticamente não era gasto, exceto para contas básicas de alguém, nada de compras, nada de shoppings, nada de viagens a passeio... Comecei a dar alguma atenção as vitrines das lojas, variar meu guarda roupas parecia uma boa forma de gasta-lo. Entrei em uma loja e comprei  algumas peças de roupa...Da ultima vez que havia vestido um jeans ainda estava na faculdade.

Parei em uma livraria, disposta a comprar alguma coisa que eu gostasse de ler por puro entretenimento, não por obrigação. Havia nela um setor com revistas, parei diante delas com os olhos fixos em uma.

Na capa, estava Bill, um tanto quanto diferente, mas era ele. A mesma barba por fazer que tinha em todas as vezes que esteve no hospital, o diferencial estava no topete loiro...Sorri com a capacidade dele de se transformar. Ao lado, na foto, estava um outro rapaz, tão lindo quanto ele, e com o estilo não menos chamativo, porem o inverso de Bill. A semelhança era uma coisa gritante, mas o mais baixo, ao invés do topete usava trancinhas e roupas nada parecidas com as de Bill.

Este deve ser Tom, pensei comigo mesma, o irmão... Minha mão foi até minha nuca de forma urgente, fazendo uma leve pressão sobre ela. A memória de uma conversa sobre o tal irmão era turva em minha mente, mas estava lá. Saí da livraria sem sequer comprar alguma coisa, apenas não queria pensar em Bill Kaulitz, tinha medo de pensar nele, tinha medo de como ele fazia eu me sentir. Toda vez que eu lembrava seu rosto era um misto de confusão e sentimentos que me deixavam tonta.Sentia no meu peito um sentimento esmagador,mais forte do que eu em relação a ele,alguma coisa que eu simplesmente não tinha como explicar.

Andei de volta para meu apartamento,com passos ligeiros,encurtando pela metade o tempo que levei para me afastar dele.Abri a porta,sentindo novamente a sensação de vazio,sentindo falta de alguma coisa que eu não sabia o que era.

Larguei as sacolas de compras em cima do sofá e andei até o telefone. Disquei o numero de meu emprego e assim que a secretária atendeu pedi que passasse a ligação imediatamente para Justin e ela o fez. Talvez se eu voltasse a trabalhar teria menos tempo para pensar em Bill, seria minha rota de fuga.

-Alex... Tudo bem com você, como está sendo sua recuperação querida?...-Por incrível que pareça ele parecia estar sendo sincero.

-Olá Justin... Foi exatamente por isso que eu liguei...

Nem acreditei no que havia feito, parecia que minha cabeça pensava uma coisa e minha boca falava totalmente o contrário. Ao invés de dizer que desejava voltar o mais rápido possível, disse que precisava de mais tempo para descanso e Justin prontamente se dispôs a dar-me o tempo que eu julgasse necessário, foi extremamente compreensivo, um lado dele que eu não conhecia, ou talvez eu fosse paranoica demais e não tivesse percebido. Mas estava feito...Passaria um tempo mais comigo mesma, e estava aliviada com isso.

Liguei o computador dando pulinos pela sala,como se tivesse conseguido um grande feito,o que na verdade era,há dois meses atrás eu doaria um rim para a ciência mas em hipótese alguma sairia de férias.Estava estranhamente orgulhosa de mim mesma.Liguei para meus pais contando a boa nova ,quem sabe iria a Washington mais cedo do que eu pensava.Tive que jurar duas vezes antes de minha mãe acreditar que eu falava a verdade.Era compreensível.

Fiz um lanche rápido e fui para frente do computador, saber o que há de novo ,não é por que eu estava de férias que meu instinto de jornalista estaria também.Naveguei nos sites da maiores revistas e jornais atenta a todas as noticias.

Fiquei batucando com os dedos na mesa do computador pensando se deveria...Se era saudável para mim dar para minha cabeça mais sobre Bill para pensar.Foi mais forte do que eu ,digitei Bill Kaulitz,clicando em seguida nas opções de vídeos para a procura. Eram tantos, aleatoriamente cliquei em um que carregou rapidamente.

Mudanças no visual deveriam ser algo comum para ele.Esta mais jovem,os cabelos diferentes,não menos exótico tampouco menos bonito.Dei o play no vídeo deixando ele cantar.

Keiner weiß wie's dir geht

Keiner da der dich versteht

Der Tag war dunkel und allein

Du schreibst Hilfe mit deinem Blut

Obwohl es immer wieder wehtut

Du machst die Augen auf und alles bleibt gleich

Ok, a letra era em alemão, pelo menos não ficaria martelando na minha cabeça o tempo inteiro até que eu decorasse a letra. Escorei meu queixo nas mãos ouvindo a melodia.

Ich will nicht stör'n und ich will auch nicht

Zu lange bleiben

Ich bin nur hier um dir zu sagen

Ich bin da, wenn du willst

Schau dich um dann siehst du mich

Ganz egal wo du bist

Wenn du nach mir greifst dann halt ich dich

Lentamente fui prestando mais atenção na musica, apesar de não entender sequer uma palavra ela parecia estranhamente familiar, não como se eu já tivesse escutado antes por acaso, mas uma lembrança viva, de alguma coisa que eu julgava ser bom... Um momento especial.

Assisti a um vídeo após o outro, até altas horas da noite. Vencida pelo cansaço deitei em minha cama adormecendo logo em seguida.

Minha mente vagou para onde somente o sonho poderia leva-la. Lá estava eu sentada em um banco, no alto de uma colina onde, no gramado de um verde tão vivo que não parecia real, via inúmeros pontos brancos movendo-se de um lado para o outro.

O branco que dominava eram as vestes de tantas pessoas que eu não poderia contar. O sol que refletia forte, parecia tornar tudo mais claro e mais lindo, a grama era mais verde, o branco muito mais branco, e tudo o que era colorido parecia ter duas vezes mais cor. Era lindo. Fiquei a observa-los por um bom tempo no banquinho confortável, embora nenhum deles tenha me visto. Até que senti alguém ao meu lado.

-Daniel! Achei que nunca mais nos veríamos... -Falei em sonho, certa de que conhecia o homem lindo sentado a sorrir ao meu lado.

-Olá minha querida. Devo dizer que estou orgulhoso de você, por um momento achei que voltaria correndo para a vida antiga, não fazendo valer meus esforços... -Disse ele sem por nenhum segundo sequer esconder o sorriso perfeito. Sorri para ele de volta, ainda ouvindo-o falar... -Mas você ainda não está totalmente feliz não é mesmo? Sente falta de alguma coisa, sente falta de alguém...

-Estou confusa Daniel... -Tudo parecia tão claro, ele parecia poder ler até mesmo meus pensamentos e saber exatamente o que passava neles... -Não sei o que fazer.

Aquele que só poderia ser um anjo segurou-me pelos ombros em um ato acolhedor.

-Alex... Não afaste de você quem lhe quer tão bem, ele a ama, se não fosse por ele, este...-Abriu os braços apontando o lugar maravilhoso...-Seria ser lar agora.

-Não entendo... -Disse a ele.

-O tempo todo você pensou no que poderia ser útil para ele, para seguir adiante, e nem se deu por conta que era você que precisava dele... -Apenas o ouvia com a maior atenção vendo onde as palavras dele chegariam... -Foi ele chamando por você que impediu que estivesse morta agora. O amor que ele passou a sentir por você foi o suficiente para que você permanecesse. Ele te guiou o tempo inteiro, eu apenas te ofereci uma segunda chance de rever sua vida, causando o acidente.

As palavras dele aos poucos começavam a fazer sentido para mim, mas a pergunta constante era por que eu ainda não me lembrava de Bill.

-Você só não se lembra dele por que é medrosa demais para aceitar que está apaixonada por alguém... -Olhei para ele tentando saber como conhecia minha dúvida. Ele apenas sorriu, abraçando-me com força... -Minha previsível Alex... Esteve quase morta, voltou a vida e ainda precisa ver para crer.

Como em um passe de mágica, ele passou a mão no ar, diante de sí, fazendo aparecer ali cenas de minha vida que u não lembrava ter vivido. Junto a mim estava Bill oras me olhando nos olhos, oras nervoso demais para falar comigo. Podia ver-me com ele, com as mesmas roupas do dia do acidente, sempre seguindo seus passos, no meu rosto um vestígio de dor, ao olhar em seus olhos também, muitas vezes, tristes. Meu coração acelerou diante da imagem de um toque seguida de um beijo, e nós dois trocando juras de amor. Ele me amava e eu soube naquele momento que o amava também.

Meus olhos marejados olharam para o anjo que sorria ainda mais para mim.

-Meu trabalho com você acabou... Agora cabe a você aproveitar ou não a sua segunda chance. Adeus Alex.

Minha respiração era ofegante ao acordar daquele sonho, parecia tão nítido ,tão real...Não consegui mais dormir naquela noite pensando em uma única pessoa, pensando em Bill.

Na manhã seguinte agradeci a mim mesma por pedir dispensa do trabalho, e tivesse que acordar cedo seria de tanta utilidade, quanto uma pedra.O dia começava a surgir quando finalmente o sono foi mais forte e agora estava acordando quase a uma da tarde.

Levantei e tomei um banho para desperatar,comi qualquer coisa da cozinha e pensei mais uma vez em Bill.olhei para o telefone me sentindo uma total idiota, Bill não voltou a ligar e eu não tinha o numero dele.Precisava dele,precisava ouvir sua voz,dizer que era loucura,mas acreditada nele.

Pensei por alguns instantes no que faria,com certeza na lista telefônica não teria o telefone de um cantorr famoso.Saí do meu apartamento ,ao invés de descer ,subi mais alguns lances de escada ,abrindo a porta do terraço, meu porto seguro, onde eu parecia pensar com muito mais coerência.

Escorei-me no parapeito, sentindo o vento brincar com meus cabelos, acompanhando dali a visão privilegiada que tinha da cidade.O rosto de Bill sempre uma constante em meus pensamentos.

Pensei que era apenas um devaneio o forte cheiro de perfume masculino que pairava pelo ar,mas ao me virar lentamente,estava diante de mim o objeto do meu desespero e de todas a minhas vontades naquele momento.

Bill estava parado,como se tivesse chegado a muitos munitos, tradicionalmente vestido de preto,com o topete loiro um pouco remexido pelo vento.Apenas olhei seu rosto por um momento ,garantindo a certeza de que estava ali mesmo.

Confuso ele ergueu uma das mãos ,de certo,aguardando pelo momento em que eu o expulsaria aos berros.

-Alex...-Começou ele devagar...-Eu vim porque amanha embarco para a Alemanha e só queria ter certeza de que estava bem...-Era engraçado como um homem daquela altura parecia realmente temer a mim,que nem tinha um metro e setenta .Sorri para meu pensamento dando um apaço a frente,fazendo –o ficar mais confuso,aparentemente.

-E como sabia que eu estaria aqui?...-Peguntei em um tom de voz calmo,aproximando-me um passo a mais,embora ele ainda estivesse a uns dois metreos e meio de distancia.

A atitude dele parecia mais defensiva  ao falar.

-Eu sei que não quer ouvir nada disso ,mas eu tive um sonho,onde via você parada bem ai onde está...

Daniel pensei comigo mesma, antes de voltar a falar com ele.

-Também sonhei com você esta noite... -Não era mentira de fato... Pude vê-lo muitas vezes em minhas recordações.

Ele sorriu parecendo satisfeito com minha confissão. Andou um passo calculado em minha direção.

-Você está diferente... -Ele passava o olhar cautelosamente por mim, provavelmente referindo-se ao short caqui e a regata branca que eu vestia, nada comparado ao uma roupa de hospital ou um espirito bem vestido. Sorri de canto para ele.

-Você também... -Instintivamente ele passou a mão pelos cabelos, que era de fato a única coisa que havia mudado nele, a barba ainda era visível... -Não vai querer saber o que eu sonhei?...-Perguntei a ele que me olhava inquisitivo. Alguma coisa no meu rosto denunciava que as noticias eram boa, pude vê-lo aos poucos ficar mais apreensivo, assentindo com a cabeça para minha pergunta.


-Eu sonhei que estava frente a frente com você e que dizia “Eu te amo”... -Citei a ele uma das imagens que Daniela me proporcionara, esperando que ele entendesse que eu falava a verdade, que, mesmo que eu não pudesse explicar, eu o amava, a mais tempo do que eu sabia.

Assim que ele deu o primeiro passo em minha direção fiz uma pequena corrida até ele que me tirou do chão em seu abraço me apertando com força.

-Você se lembra?...-A voz saia abafada em meus cabelos...

-Eu apenas sei... -Disse a ele encontrando seu rosto.

Bill passou a ponta dos dedos finos em minha bochecha depois pousou os lábios macios sobre os meus me convidando para um longo beijo, que eu e ele, lembraríamos para sempre.

O levei para meu apartamento e naquela tarde fizemos amor pela primeira vez.

Ainda o observava em minha cama, pensando na viagem que ele disse que faria. Apoiei-me em meu cotovelo e com a outra mão, percorri com o polegar o formato de sua boca .Em resposta sua mão pousou sobre o meu rosto.

-Então, está a fim de levar sua garota para conhecer a Alemanha?...-sua cabeça tombou para tráz em sinal de satisfação com um enorme sorriso nos lábios.

-Eu não sei... Ela é uma jornalista ocupada, duvido que tenha tempo para mim...-a resposta veio em tom de zombaria enquanto eu lhe dava um peteleco no braço...-Você vem comigo?E seu trabalho,sua vida?...-Agora ele parecia mais sério ,possivelmente temendo que eu estivesse apenas brincando.

Olhei firmemente em seus olhos ao falar.

-A partir de hoje eu sempre vou estar disponível para a pessoa mais importante da minha vida...Eu te amo Bill...-Declarei meu amor que apenas fazia existir em mim.

-Eu também te amo Alex...-O olhar doce era aliviado e contente.

Aquela seria a primeira viagem que faríamos juntos,o começo da minha verdadeira história com Bill,o homemem que eu aprendi a amar enquanto eu dormia. 

  Fim


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Notas finais do capítulo

Reviews???Indicações??Pedradas?
hehe