Guerra Das Sombras escrita por Neko D Lully


Capítulo 6
Indo para o inferno.


Notas iniciais do capítulo

Ok, estou a um tempo sumida, mas hoje decidi postar caps de muitas das minhas fics. Entre elas estão: Essa Guerra das Sombras, também tem Cavaleiros do caos (é consegui voltar a escrever), OPM (estou me esforçando para terminar), e acho que só por enquanto. Se der eu posso até postar o cap de A vida de um arqueiro, mas acho que ai estou exigindo de mais de mim x.x *duvido que termine isso tudo de cap, do jeito que você é pecima para prender a atenção em uma só coisa* °to contigo mana, ela ta aqui com uns dez docs abertos° assim quando não estiver escrevendo um estou escreveno outro ^^ *°aff°*
Bem, aproveitem o cap ^^



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Guerra das Sombras

– E por que temos que ir se nem mesmo gostamos desse idiota? – perguntou Amy sentada em um dos sofás das varias salas do castelo sendo abraçada pela cintura por Sonic e com os braços cruzados. Muitos ali concordavam com sua pergunta, na verdade até mesmo quem tinha dado a noticia concordava com ela, mas o fato é que não tinham muita escolha. Manic podia ter saído do conselho dos seres da noite, mas mesmo assim era obrigado a ir nesses tipos de eventos que envolviam a troca de lideres.

O fato era que, como Dairos tinha avisado quando foi no castelo a algumas noites atrás, ele tinha perdido uma luta contra um lobisomem da tribo dele e agora ele não era mais o líder e sim aquele que o tinha ganhado. Como uma forma de anunciar esse fato e mostrar a todas as raças o poder que o novo líder dos lobisomens podia exercer iria ter um tipo de festa no principal local conde se encontravam. Todos os lideres das outras raças foram convidados e por mais que o conselho tivesse se desfeito, para conhecer seus amigos ou inimigos, era preciso participar desse evento, e como a relação entre vampiros e lobisomens tinha piorado de uns tempos para cá era obrigação de Manic ver qual seria a postura do novo líder dos lobisomens.

– Sei que não é do agrado de todos, mas como somos a classe mais alta de vampiros que tem em nosso mundo temos que comparecer a esse tipo de evento. – insistiu Manic olhando para todos que estavam ali. Ninguém queria ir, isso era fato, nem ele mesmo queria ir a essa porcaria de festa, mas como saberiam quem estava do lado de quem nessa confusão com Gaia se não estivessem ligados diretamente com todos os seres? – É só uma noite, não vai fazer mal a ninguém.

– Olhem por esse lado. – começou Yin tentando ajudar o tio. Todos os olhares foram em sua direção, a garota estava sentada na cabeça de um dos sofás e não parecia ter o menor problema para se equilibrar no mesmo. – Não estaremos indo comemorar uma coisa que ele ganhou e sim uma coisa que ele perdeu. Dairos adorava se exibir por ser o mais forte dos lobisomens, mas agora ele não é mais e estaremos indo lá para ver seu sofrimento.

– Sombrio, mas é verdade. E depois de tudo o que ele nos fez nada mais justo que dermos algo em troca, mesmo que for pequeno dessa maneira. – concordou Cassandra abraçada a um braço de Manic e sorrindo de leve para todos que já começavam a olhar aquilo tudo com outros olhos. Em pouco tempo a aceitação foi geral e todos voltaram ao seus afazeres costumeiros.

Manic então se deixou cair em um dos sofás e suspirou pesadamente sentiu seus músculos rígidos relaxarem um pouco. Com tudo o que estava acontecendo a ultima coisa que queria era uma festa e agora teria que suportar aquele lugar cheio de lobisomens, ainda bem que seus amigos estariam lá se não talvez não conseguiria.

– Preocupado? – perguntou Cassandra se sentando em seu colo e o abraçando pelo pescoço. Era tão bom tê-la como parceira... Depois de anos sofrendo por não poder estar com ela como queria, agora a tinha do seu lado por toda uma eternidade. Teria que dar um jeito com o fato de serem de raças diferentes e muitos não gostarem disso, mas na maior parte das vezes não se importava com os comentários. Assentiu de leve com a cabeça com mais um suspiro. – Manic se não quer ir a essa festa então não vá. Eu posso ir sozinha e depois de falo se o novo líder é aliado ou inimigo.

– E te deixar sozinha com Dairos e outros lobisomens? Sem chance, prefiro ir e aturar tudo isso do que arriscar você ser maltratada por Dairos mais uma vez. – respondeu o vampiro de maneira decidida mirando diretamente os olhos verdes de sua parceira que lhe sorriu de uma maneira doce e lhe deu um ligeiro beijo nos lábios.

– Você é um doce Manic, sabia disso? – disse ela brincalhona o beijando mais uma vez, só que dessa vez de maneira mais intensa e apaixonada. Se afastaram por um tempo e colaram uma testa a outra com sorrisos no rosto. Cassandra se ajeitou no peito do vampiro que apenas apreciava o contato. Um pequeno sorriso apareceu no rosto do rei dos vampiros ao pensar que finalmente tinha conseguido sua família, sua própria família.

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Novamente na biblioteca, anotando e anotando todas as informações que tinha coletado nesses últimos anos. O lápis se movendo rapidamente sobre a pobre folha de papel do pequeno caderno de capa de couro que tinha ganhado de seus tios quando fizera seu aniversario de cinco anos. Depois de tanto ler e pensar finalmente tinha conseguido achar uma maneira de começar a escrever aquilo. Decidira fazer um diario, começando desde o conhecimento de seus pais, uma historia que tanto havia ouvido e que ainda conseguia se lembrar cada detalhe...

Um forte trovão ecoou do lado de fora da janela e com um pequeno sobressalto olhou para a mesma percebendo que começara a chover fortemente do lado de fora. Suspirou de uma maneira cansada pensando que novamente essa chuva caia. Sentada naquele banco tão peculiar no parapeito da janela deixou o lápis de lado por um tempo e ficou apenas olhando para o teto, pensando em tudo o que estava passando. Um ligeiro calafrio percorreu seu corpo ao se sentir tão sozinha, a memória de quando havia “dormido” com Racer naquela torre mais alta de todo o castelo voltara a sua mente e novamente, ao perceber que ele não estava, aquele sentimento de solidão voltava a dominá-la. O que estava acontecendo? Por que se sentia tão... Dependente de senti-lo perto? Não compreendia...

Abraçou a se mesma tentando recuperar o pouco que lhe restava da tranqüilidade. Talvez depois de tanto tempo tendo que descansar naqueles galhos desconfortáveis, sem sentir o contato com ninguém, sua mente e seu corpo estavam desacostumados a estar perto de alguém novamente, por isso se sentia tão diferente quando estava tão perto de Racer. É, devia ser isso!

Um ligeiro ruído foi um pouco abafado pelas gotas da forte chuva que se chocavam ferozmente com o vidro a seu lado, mas mesmo assim conseguira ouvi-lo. Um pequeno sorriso tomou seu rosto e logo se ajeitou no pequeno banco, deixando um espaço a sua frente indicando que era para alguém se sentar ali. Pouco tempo depois Mitsuki ali estava, de pernas cruzadas enquanto Yin tinha os joelhos bem grudados ao corpo. A garota de cabelos prateados a mirava de uma maneira confusa e Yin sorriu entendendo aquele olhar.

– No lugar onde estava qualquer pequeno ruído era importante de ser ouvido, então não estranhe eu ter meus sentidos um pouco mais elevados que o normal para um vampiro. – respondeu sorrindo e Mitsuki logo assentiu com a cabeça. O silencio voltou a domar o lugar enquanto Yin percebia que sua amiga estava querendo lhe falar alguma, mas ao mesmo tempo parecia hesitar. Pegou outro caderno que tinha ali perto, colocou seu lápis encima da capa e o mostrou a ouriça prateada que a olhou sem entender. – Assim vai poder me dizer o que tem sem precisar falar. – disse sorrindo e a garota retribuiu o sorriso e pegou o caderno. – Agora me fale, o que aconteceu para você estar assim?

O lápis se mexeu rapidamente sobre a folha de papel do caderno e logo o mesmo era mostrado a Yin, indicando o que tinha escrito. “Estou com um problema e não sei o que fazer.” Estava escrito no papel do caderno com uma bela caligrafia redonda de sua amiga. Ela então voltou com o caderno para o colo e voltou a escrever rapidamente, erguendo o mesmo poucos instantes depois. “Tem haver com Ramon”

– Com o Ramon? – ecoou Yin sem compreender aquilo. – Vocês pareciam tão próximos quando os vi quando acordei. Não pareciam estar com algum problema. Mas o que aconteceu? Vocês brigaram?

Mitsuki negou com a cabeça e voltou a escrever no caderno, mostrando o mesmo poucos instantes depois. “Não é briga, é algo um pouco mais complicado” Yin a mirou com uma sobrancelha levantada não compreendendo então novamente Mitsuki voltara a escrever no caderno, erguendo o mesmo poucos instantes depois. “Acho que o amo”

– E qual o problema nisso? Vocês foram sempre grandes amigos desde pequenos, não é de se surpreender ao saber que sente algo mais por ele. – falou Yin com um grande sorriso no rosto. Não se surpreendia muito com aquilo, mesmo quando pequena, percebera que os dois era muito próximos e que uma hora ou outra iam sentir algo a mais um pelo outro. Mas Mitsuki não parecia muito contente e voltou a escrever furiosamente no caderno, o mostrando pouco tempo depois.

“ Mas e se ele não sentir o mesmo que eu?” estava escrito e Yin compreendeu o medo da garota. Vampiros amavam dez vezes a mais que um humano ou qualquer outra raça, com o aumento de suas habilidades parecia que os sentimentos também tinham ficado exageradamente aumentados e agora só conseguiam amar uma só vez. Se caso fosse rejeitado ou perdesse essa pessoa significaria depressão profunda para o vampiro, ou uma vida eterna de sofrimento. “E se ele gostar de outra? Yin o que faço? Fiquei oculta durante anos e ele deve me odiar por ter feito a todos sofrerem dessa maneira!”

– Mi, olhe bem o que você esta pensando. A única que deveria ser odiada sou eu que deixou vocês por quatorze anos sem nenhuma notícia, tudo por um erro que cometi no passado. – falou se ajeitando no banco e segurando as mãos de sua amiga. Por um momento sentira que era sua mãe, dando dicas para acalmar a situação. Não mais sentia aquele jeito de seu pai, agora precisava ajudar a sua amiga. – Tenho certeza que ele não te odeia, mas sim que sente o mesmo que você. O jeito que ele te trata, que te olha e que fala com você não parece mais de um simples amigo. Vocês dois se amam e tem que ficar juntos antes que esses tempos de trevas possam atrapalhar.

Mitsuki a mirou diretamente nos olhos, por um instante sem acreditar naquelas palavras, mas então percebeu a sinceridade que sua amiga falava e não mais pode se conter. A abraçou com força segurando a vontade de chorar enquanto Yin hesitava por um momento pela surpresa, mas logo retribuiu o abraço com um pequeno sorriso no rosto. Mas algo pareceu passar em sua mente, e abraçou com mais força a Mitsuki,

Será que... Lhe passava a mesma coisa com Racer?

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– Estou lhe dizendo, não sei por quanto tempo mais vou suportar ficar dessa maneira. – falou enquanto lançava mais algumas adagas em uma das árvores ali perto. Seus ataques eram sempre certeiros, Ramon percebera que não tinha nenhum erro de posição no corpo ou algum desvio no lançamento das adagas, mas Racer sempre cismava que tinha algo de errado e fazia o exercício de novo e de novo sem nunca se cansar. As vezes se perguntava como ele não se cansava de menosprezar suas próprias habilidades. – Acho que se não tivesse tanto medo teria dito a ela o que sentia naquela hora mesmo!

– Não sei porque se sente tão inseguro em dizer isso. Do que tem tanto medo? – perguntou brincando com uma das adagas que Racer tinha deixado de lado. Não era muito de armas, preferia lutar corpo a corpo mesmo, assim treinava velocidade, força e agilidade sem falar que era um meio bem prático para quem não tem nenhum poder de ataque. Jogou mais uma vez a adaga para cima fazendo-a girar e logo pegou em seu cabo, sem nenhum erro de calculo. Racer parou de tacar as adagas que tinha em um compartimento secreto no cinto e o mirou de maneira reprovativa.

– Te faço a mesma pergunta. Por que tem tanto medo de falar para a Mi o que sente?- questionou fazendo o garoto albino virar o rosto para outro lado enquanto seu rosto ficava levemente corado. Racer de certo modo tinham razão, mas claro que não admitiria isso. Depois de tanto tempo juntos já eram como irmãos, Racer aprendera a se abrir com ele e tinha que admitir que também falava muito coisa para ele. – Não tem nada de simples nisso Ramon, você pelo menos não tem nenhum laço de sangue com a Mi, mas eu e a Yin temos. É uma das várias coisas que nos separam.

– Se continuar dizendo isso com certeza não vai ter chance alguma, nem coragem. – respondeu o albino se levantando da cadeira onde estava. Olhou para o céu, percebendo que a chuva não acabaria. Estava dentro de casa então não lhe afetava, mas Racer... Suspirou, para variar estava treinando a céu aberto, debaixo daquela terrível chuva e de seus trovões ridiculamente barulhentos. Era muita sorte do garoto ele ser um vampiro se não já teria morrido de hipotermia ou alguma outra doença do gênero. – Agora deixemos esse assunto de lado e entre. Temos que nos preparar para aquela maldita festa de lobisomens.

Racer assentiu de leve e rapidamente pegou todas as suas adagas guardando-as dentro de seu compartimento secreto e pulando para dentro do castelo onde praticamente se sacudiu para tirar o excesso de água de seu corpo. Ramon, mesmo tomando praticamente um banho com aquela atitude de Racer, estava impressionado do garoto ter obedecido com tanta facilidade. Normalmente ele dizia apenas um “já vou” e ficava mais várias horas treinando. Não pode evitar sorrir com aquilo, a volta de Yin tinha feito muito bem ao garoto, mas será que ela...

– Racer. – chamou enquanto andavam lado a lado pelos corredores. O garoto de cabelos azulados virou o rosto e o mirou indicando que podia continuar e que estava ouvindo. Ramon suspirou, pensando nas palavras certas para expressar o que pensavam sem insinuar nada. – Você acha que é mesmo a Yin que conhecemos? Digo, ela esta muito diferente do que era quando pequena e parece estar escondendo algo de nós.

– Ela continua a mesma, pode estar diferente sim, mas ainda é a Yin de antigamente. – respondeu Racer colocando as mãos para trás e caminhando de maneira despreocupada. “Nunca mais duvidarei” essa promessa ecoava em sua cabeça, Yin provara que merecia confiança, na verdade sempre mereceu, mas esses tempos estavam mexendo com a cabeça de todos. – Esses segredos que ela guarda são coisas importantes, é verdade, mas tenho certeza que ela só esta esperando o momento certo para nos falar, enquanto isso, te garanto que ela só esta pensando nas palavras certas para explicar tudo.

– Se você diz. – murmurou ainda não muito convencido. Algo lhe incomodava, talvez fosse aquela visão que tinha tido poucas noites antes de Yin voltar. Questionava-se porque ela estava no mesmo lugar que aquele Dark Chaos ao lado de Gaia. Havia muitas pontas soltas em todo esse mistério, Yin não tinha falado como havia conseguido voltar, não falava como conseguia saber tudo o que sabia sobre os Dark Chaos, não falava nada sobre Gaia, não dizia nada com relação a tudo o que estava acontecendo! Talvez Racer estivesse certo e ela só estivesse esperando o momento certo de contar, mas qual seria o momento certo?

Ficaram em silencio por grande parte do caminho. Não incomodava, já fazia tempos que estavam acostumados a andar em silencio um do lado do outro, absorvidos em seus próprios pensamentos. Desde o desaparecimento de Yin os dois tinham ficado como irmãos, um apoiando o outro em todos os problemas. Quando Racer estava em seu estado depressivo pelo desaparecimento de Yin, Ramon foi quem lhe apoiou para assim não cair na insanidade. Quando Ramon estivera em conflito com seus sentimentos por Mitsuki fora Racer que o ajudou a entender o que estava acontecendo. Estavam sempre ali um para o outro e agora para as garotas.

Risos então começaram a ecoar pelo lugar, na verdade era só um pequeno riso que para Racer fora o suficiente para fazê-lo congelar no lugar. Do outro lado do corredor, andando na direção oposta da deles, estavam Mitsuki e Yin, caminhando também lado a lado uma da outra com grandes sorrisos no rosto. Mitsuki tinha em suas mãos um caderno de capa azulada e arame em uma de suas barras. Ela anotava algo nele e logo o mostrava para Yin que começava a rir no mesmo instante.

– Para que tanto risos? – perguntou Racer com um enorme sorriso no rosto parando na frente das garotas que miraram aos dois garotos ainda com sorrisos no rosto. Yin logo apontou de leve para o caderno que Mitsuki carregava.

– Mi estava me contando algumas coisas engraçadas que tinham acontecido enquanto estava “fora” – respondeu Yin enquanto Mitsuki assentia rapidamente com a cabeça. Ramon e Racer se entreolharam, se questionando se Mitsuki tinha voltado a falar, mas Yin compreendera isso e logo interveio. – Ela não voltou a falar. Entreguei um caderno para ela, assim ela me conta as coisas sem precisar dizer uma palavra.

– Yin, ao invés de ficar incentivando essa idéia doida dela devia estar tentando fazê-la falar. – reclamou Racer cruzando os braços e mirando a prima de maneira reprovativa. Yin apenas deu de ombros e sorriu para ele.

– Se a escolha é dela que posso eu fazer? Sabe como Mi não larga de uma idéia por nada. – falou e Mitsuki assentiu passando os braços pelo pescoço da amiga e a abraçando com força, como uma forma de agradecer o apoio. Racer suspirou desanimado e Ramon ficou quieto mirando a cena. Pela primeira vez pudera observar o quanto sua amiga tinha crescido com esses anos.

Mitsuki usava sua roupa de sempre. Uma calça de malha justa e negra, uma blusa sem mangas negras justa em seu corpo, luvas negras que chegavam até seu cotovelo e deixavam os dedos a mostra, botas também negras que iam até metade da canela e a bandana em sua testa. Seus cabelos continuavam presos em um rabo de cavalo, mas para Ramon eles estavam maiores do que se lembrava. Seu rosto corou ligeiramente, sua amiga realmente tinha crescido, já era de todo uma mulher bem formada, com os quadris um pouco largos, a cintura estreita, as pernas alongadas e bem moldadas, não muito grossas nem muito finas, os seios podiam ser pequenos, mas eram evidentes em sua roupa justa e o rosto dela... Talvez nunca tivesse visto algo tão belo, principalmente com o enorme sorriso que tinha esboçado no mesmo.

Por um instante os olhos dourados reluzentes da garota se dirigiram em sua direção e um sorriso ainda maior apareceu em seu rosto. Tudo o que conseguiu foi retribuir o sorriso com um meio envergonhado e desajeitado. Por um instante pensara que Racer tinha razão, dizer para uma pessoa o que sentia não era nada simples, principalmente se essa pessoa fosse sua amiga desde que nasceram.

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Um bom banho, sempre era tudo o que precisava quando precisava pensar um pouco. Deixou a água escorrer por todo seu corpo enquanto deixava os olhos fechados e a cabeça levantada sentindo as leves gotas de água cair em seu rosto. Não sabia a quanto tempo estava ali, nem mesmo conseguia decifrar se a água estava quente ou fria, só sabia que sua mente estava dando voltas e mais voltas em tudo o que estava acontecendo. Logo teria que contar para todos o que tinha descoberto e provavelmente com isso revelaria o que apenas seus pais e Racer deveriam saber.

Talvez não tivesse sido uma boa idéia aceitar ir nessa festa dos lobisomens, mas sabia que seu tio não conseguiria suportar ficar entre todos aqueles lobisomens sozinho, então precisava ajudar. Suspirou e desligou o chuveiro, mas permaneceu de olhos fechados, apenas deixando que a escuridão levasse seu corpo para outro lugar. Como todos de lá agiriam depois que a vissem? Tinha sumido por quatorze anos e de repente voltara, será que a noticia tinha se espalhado? Se fosse o caso deveriam achar que eram apenas boatos.

Se enroscou em uma toalha que tinha separada para si e saiu do banheiro, com uma toalha um pouco menor secando seus cabelos longos que estavam completamente encharcados. Parou no meio do quarto mirando nada em especial e secando distraidamente o cabelo. Seus olhos então foram para a janela vendo que a chuva ainda caia. Por alguma razão aquilo lhe relaxava, talvez pelo fato de que a muito tempo não via a chuva. Tudo em seu mundo voltara a ser novo para ela, os anos que tinham passado naquela terrível criação de Gaia a tinham feito se esquecer de como as coisas nesse mundo eram diferentes e intrigantes e talvez por isso gostasse tanto de apenas ficar mirando as coisas distraidamente.

Uma leve batida na porta chamara sua atenção e murmurou um leve entre, sem nem mesmo se preocupar se estava de toalha ou não. Por sorte era sua mãe que entrara lentamente no quarto e fechara a porta atrás de si delicadamente. A mulher loira tinha um pequeno sorriso no rosto e escondia algo atrás de suas costas. Yin a mirou um pouco confusa e se sentou na cama pegando uma escova de cabelo e começando a pentear os longos cabelos.

– Já escolheu algo para vestir? – perguntou Maria mirando sua filha com os olhos azuis reluzindo. Yin negou de leve com a cabeça, tinha até mesmo se esquecido de pensar em algo desse tipo, chegou no quarto e foi direto para debaixo do chuveiro, nem mesmo pensara no que estava fazendo. – Que bom, porque trouxe isso para você.

Maria então mostrou uma belo vestido negro com delicados detalhes azuis. Ele era folgado, devia prender bem nos seios da garota e logo deslizar suavemente sobre o resto do corpo indo até provavelmente metade da coxa da garota. Não tinha alças, suas mangas pegavam um pouco abaixo do ombro e desciam pelo resto de seu braço até o inicio dos dedos, sendo que as pontas das mangas eram largas e folgadas. O vestido era completamente negro, mas se olhasse bem podia ver como detalhes circulares de um azul escoro era formado em sua extensão, dando um toque místico a peça.

Yin pegou o vestido um pouco impressionada e foi só então que percebeu que era muito parecido com o vestido branco que sua mãe usava no momento. Apenas sua cor mudava e podia perceber que sua mãe sorria com isso, indicando que isso tinha sido de propósito. Sorriu para ela e logo se levantou colocando a peça de roupa na frente do corpo e se mirando com o mesmo, parecia que ficaria bem. Rapidamente tirou a toalha e se aprontou, colocando o tão belo vestido que sua mãe havia lhe dado, e para combinar colocara uma delicada sapatilha negra. Agora só faltava o cabelo.

Se sentou na cama e logo Maria se colocara atrás de si, com a escova na mão e começando a pentear seus cabelos que já se encontravam quase completamente secos, formando ligeiras ondulações. A escova passava com suavidade deslizando desde o topo da cabeça da garota até a ponta dos cabelos que se encontravam esparramados no colchão. Maria começara a cantarolar uma pequena canção, a mesma que cantava quando Yin era bem pequena e costumavam fazer isso quando se arrumavam para descansar.

– Isso me lembra quando você era bem pequena – comentou Maria pegando pequenas mechas que tinha na parte lateral do rosto da garota e os puxando para trás, prendendo a todos atrás da cabeça com uma presilha prateada, que se destacaria com a roupa negra e quebraria o tom escuro. Yin se sentiu culpada, fizera seus pais ficarem preocupados por todos esses anos não merecia todo esse carinho.

– Sinto muito. Fiz vocês sofrerem bastante não? – falou em um tom triste abaixando levemente a cabeça deixando a franja que tinha sobrado na parte da frente de seu rosto tampar seus olhos. Maria negou de leve e abraçou a filha por trás.

– Ficamos preocupados, sim. Mas sabíamos que um dia você ia voltar, sã e salva. – disse enquanto Yin voltava a abaixar a cabeça, mas dessa vez para conter as lágrimas que queriam escapar de seus olhos. Logo sua mãe se separou de si e colocou em sua cabeça algo que não compreendia o que era. Levou de leve a mão até o local sentindo o leve frio do metal que tinha ali. – Agora venha ver como você esta.

Sua mãe lhe puxou para a frente de um espelho que tinha ali perto e mostrou seu reflexo. Seus cabelos tinham se formado em uma bela trança delicada e meio solta que descia por suas costas até perto de seu quadril. O vestido delineava bem seu corpo e parecia tornar seu tamanho algo benéfico, a tornando mais delicada do que pensara ser alguma dia. No topo de sua cabeça tinha aquela bela tiara de metal que seu pai tinha lhe feito quando era pequena e que apenas usara uma vez, no dia em que se comemorava a criação das raças há quatorze anos.

- Seu pai vai ficar feliz ao te ver usando isso. – falou Maria tocando de leve a pequena tiara, fina e leve, que Yin tinha na cabeça. A morena sorriu de leve e se mirou mais uma vez no espelho. Pela primeira vez não se sentia desconfortável em um vestido, se sentia até mesmo bonita. – Agora vamos, tenho certeza que todos devem estar esperando.

Yin assentiu com a cabeça e acompanhou a mãe para fora do quarto. Caminharam pelos corredores até o hall onde todos estavam esperando. O pai da garota usava um terno negro, com uma blusa vermelha por baixo e uma gravata negra, do lado dele o irmão caçula reclama até não poder mais junto com seu filho, da grava que tinha prendendo a garganta. Ambos pareciam idênticos, talvez se não fosse a mecha rosa de Racer não daria para diferenciar. Os dois tinham ternos negros, com uma blusa azul por baixo e a gravata negra com pequenas linhas azuis cortando a mesma. Mitsuki estava do lado de Ramon, ela usava um delicado vestido verde claro, com apenas uma manga e que escorria até metade de suas cochas parecendo ser um pouco rodado. Usava também delicadas sandálias prateadas e uma delicada pulseira da mesma cor. Ramon a seu lado vestia um terno branco, com uma blusa negra dentro e a gravata também negra. Amy estava perto de Sonic e Racer, usava um delicado vestido rosado que chegava até seus joelhos e não tinha alças e nos pés uma delicada sapatilha branca que tinha algumas fitas que subiam por sua canela se prendendo na mesma. Rouge estava do lado de Knuckles, ela usava um vestido negro um pouco brilhante, ele ia até um pouco abaixo dos joelhos com um corte que chegava até perto do inicio de sua coxa direita e por fim uma delicada sandália negra nos pés. Knuckles a seu lado tinha o mesmo terno branco do filho, só que com uma blusa vermelha debaixo e uma gravata também negra. Manic usava um terno negro com uma blusa verde por dentro e uma gravata negra ao seu lado estava Cassandra usando um vestido branco meio azulado sem mangas e uma delicada sandália branca. Sonia usava um vestido roxo com finas alças e uma sapatilha negra, a seu lado Blaze tinha um vestido lilás que ia até metade de suas coxas e sandálias prateadas e Silver um terno prateado, com uma blusa verde clara por baixo com uma gravata também prata.

Todos estavam prontos e agora podiam ir. Uma certa hesitação dominava a todos, ninguém tinha muitos ânimos de ir em uma festa onde sabiam que teria pessoas que não gostavam deles, mas não tinham mais outra escolha. Manic abrira o portal e todos entraram se encontrando pouco tempo depois em uma enorme floresta onde todos os lobisomens se encontravam para fazer a tal festa.

Por alguns instantes pareceu que os olhares de todos tinham se voltado na direção deles, mais especificamente na pequena garota que se encontrava entre eles, com um olhar sério e perdido. Yin virara o centro das atenções.


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Notas finais do capítulo

Bom... Terminei mais um cap, agora tenho que ir para outros se não o dia termina e eu não consigo terminar todos os que quero. Espero ue tenham gostado, fiz com minha criatividade quase no zero, mas acho que ficou maior do que eu esperava que ficasse.
Bye e Bjss



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