Guerra Das Sombras escrita por Neko D Lully


Capítulo 12
A Biblioteca Perdida.


Notas iniciais do capítulo

Esse foi um dos meus caps mais loucos e mais maneiros que já fiz em toda minha vida. Caprichei nele galera e por isso ficou grande desse jeito, mas não estranhei, não desanimem porque vai veler a pena lê-lo. O que é estranho, é natal e eu postando um cap desses! Que incoerencia! Mas bem, aproveitem ^^!



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Guerra das Sombras

Haviam ficado em um hotel no Cairo enquanto ainda permanecia de dia no continente. Foi um momento que eles tiveram para descansar depois de tudo o que acontecera na Rússia. Cada um ficara em um quarto e as garotas aproveitaram para ter suas “conversas de garotas” enquanto os meninos discutiam seus costumeiros problemas. O dia passou mais devagar do que imaginavam e quando finalmente a noite chegou eles partiram na direção do deserto, já com roupas apropriadas para o clima que iriam encontrar lá.

 Como era de se esperar de qualquer deserto, de dia o calor era insuportável, fervente e exagerado fritava a cabeça de qualquer um que quisesse atravessar seu terreno a pé. Mas a noite tudo se invertia, a temperatura caia significativamente e aqueles que passavam pelo lugar tinham que colocar blusas de frio. Porém, nossos vampiros não precisavam disso, as blusas de frio só serviam para tampar seus corpos dos grãos de areia que eram levados pelo vento e para eles, os animais que ofereciam risco aos humanos que saiam a noite não eram nada para eles.

 Já devia fazer algumas horas que estavam caminhando, olhando por todos os lados, tentando sentir mesmo que um pequeno rastro da energia caos que emanava de uma esmeralda, mas mesmo que estivessem com seus sentidos elevados ao máximo, suas visões preparadas para o escuro não conseguiram achar nem rastro do que procuravam. Novamente estavam perdidos no meio de todo aquele deserto, sem saber onde exatamente procurar o que buscavam.

 Racer tinha dentro de sua mochila as duas esmeraldas caos e se sentia mais que pronto para enfrentar qualquer coisa tendo sua energia quase triplicada com toda aquela força caos tão perto de si, mas ainda não entendia porque escolheram a ele para tomar conta daquelas pedras. Ramon estava um pouco mais afastado de Racer, procurando não perder ninguém de vista e ao mesmo tempo procurar a energia caos. Yin e Mitsuki estavam perto uma da outra, subindo uma das varias dunas que tinham pelo enorme deserto que percorriam, elas estavam em uma região entre os dois garotos tentando procurar um lugar mais propício para sentir as energias caos.

 - Se continuarmos assim o sol vai nascer e não vamos ter encontrado nada ainda. – reclamou Yin logo depois de abrir os olhos perdendo por um instante a concentração que tinha. A pequena chama azul de Mitsuki saltitava envolta delas também parecendo procurar a esmeralda caos. Yin voltou seu olhar para as estrelas logo acima, e como estavam longe da civilização elas pareciam reluzir em maior quantidade do que quando estavam em uma cidade grande. Se as esmeraldas caos foram tiradas de estrelas elas não poderiam ajudar a encontrá-las? Seus pensamentos foram cortados quando Mitsuki segurou seu braço. – O que foi Mi? Encontrou alguma coisa?

 A garota apontou para um ponto mais a frente onde podia ver dois vultos movendo rapidamente pela areia do deserto, parecendo nem mesmo encostar no chão. Yin esticou o pescoço tentando ver melhor quem eram e talvez por esse esforço a areia debaixo de seus pés escorregou e tanto ela como Mitsuki rolaram duna abaixo, embolando uma na outra e se sujando completamente. Não sabiam dizer em que ponto aquilo pareceu uma brincadeira, mas em poucos instantes as duas estavam rindo enquanto rolavam pela areia até chegar no final da duna e finalmente pararem, completamente lotadas de areia e soltando varias risadas. Até mesmo Mitsuki deixou a voz sair para rir, ela prometera não falar, isso não significava que não poderia rir.

 - Ta brotando garotas da areia Malcon! – exclamou uma voz perto delas que as fizeram parar de rir. Ambas levantara a cabeça e se encontraram com dois garotos, aparentavam ter seus vinte e poucos anos. Um deles era um cachorro de pelo amarronzado, os olhos reluzentes na escuridão eram de um verde bem claro, o corpo bem definido sendo um pouco menor que Racer e quase do mesmo tamanho que Mitsuki, tinha um rosto brincalhão e em suas costas podia se ver duas enormes asas de plumas negras, revelando sua existência. Seu parceiro era um enquidna vermelho escuro, devia ser do mesmo tamanho que Ramon, os olhos de um potente negro reluzente, o corpo forte, talvez tão forte quanto o de Kncukles e enormes asas negras em suas costas, mostrando ser igual a seu companheiro. Ele parecia ser mais sério, apesar de ter um brilho de diversão no olhar.

 - Não seja idiota! – esbravejou o equidna acertando o companheiro com um forte tapa na cabeça e logo erguia a mão para ajudar as garotas a se levantar. As garotas não negaram e com um só puxão ele as fez ficarem de pé sobre a areia fofa. – Desculpem meu parceiro, ele de vez em quando não sabe a hora de parar de brincar. Agora nos digam, o que duas belas moças estão fazendo no meio do deserto?

 - Estamos procurando uma coisa e talvez vocês possam ajudar. – respondeu Yin com um sorriso no rosto. E foi só então em os quatro escutaram gritos chamando ambas as garotas. Não demorou muito para Racer e Ramon se juntarem ao grupo ficando cada um de um lado das garotas encarando os demônios de uma maneira um tanto desconfiada.

 - Quem são vocês? – perguntou Ramon cruzando os braços e analisando cada um dos novos rostos que tinham aparecido. Os demônios se entreolharam e logo sorriram.

 - Somos demônios ceifadores. – respondeu o equidna fazendo uma pequena reverencia na direção dos quatro vampiros. – Viemos aqui procurar a alma de um pobre ladrão que acabou se perdendo no deserto e morreu com a mordida de uma cobra. Meu nome é Malcon e esse é meu amigo e companheiro de viagens Seifon. E vocês garotos, quem são?

 - Meu nome é Yin. Esses são Ramon, Racer e Mitsuki. – respondeu a ouriça negra apontando para cada um de seus amigos enquanto os apresentava. – Somos os controladores do caos e estamos atrás de uma das esmeraldas caos que acreditamos estar no meio desse deserto.

- Os controladores do caos! Que maneiro, o assunto lá no mundo dos demônios só é vocês! – exclamou o cachorro enquanto encarava os quatro vampiros com muita determinação. – Eles nem vão acreditar quando contarmos que encontramos vocês. São quase como celebridades lá! O Malcon aqui já teve a honra de conversar com o tio de dois de vocês.

 - Mephiles, realmente um vampiro com vários assuntos bem interessantes. – concordou o equidna com um pequeno sorriso no rosto. Yin sorriu ao ouvir aquilo, era bom saber que seu tio tinha se dado bem no mundo dos demônios enquanto estivera lá, assim talvez ele não tivesse sofrido tanto. – Ele também é muito sortudo. Kaira é braço direito do pai dele que agora é senhor supremo dos demônios. Sem falar de ser uma garota difícil de conquistar, vão por mim porque eu tentei.

 - Realmente, aquela garota chega a dar medo quando quer, mas nunca vai ser pior que Zion! Pelo rei dos demônios, aquele sim assusta! – continuou o cachorro, completamente animado por contar tudo o que sabia. Mas os vampiros não tinham tempo, precisavam encontrar a esmeralda caos antes que o sol nascesse, e Yin tinha a suspeita que eles poderiam ajudar. – Todos ficaram surpresos quando aquele vampiro chegou lá em nosso mundo de mãos dada com Kaira e ainda foi recebido com um abraço por Zion! Foi um choque! E...

 - Olha, sei que vocês tem várias histórias para nos contar, mas estamos com um pouco de pressa. – interrompeu Racer, tendo o mesmo pressentimento que Yin e já se adiantando em procurar informações. – Talvez vocês possam nos ajudar. Procuramos uma das esmeraldas caos que provavelmente estar perdida por esse deserto. Vocês não tem uma idéia de onde pode estar? Precisamos encontrá-la antes do sol nascer porque, não sei se perceberam, estamos no deserto e por aqui não tem muitos meios de se esconder da luz do sol.

 - Bom... Acho que tenho uma idéia de onde possa estar essa esmeralda. – comentou o equidna colocando uma mão no queixo de maneira pensativo, enquanto um pequeno sorriso parecia em seus lábios. – Tem um lugar que é o lugar mais confiável para se encontrar coisas perdidas. É para lá onde vão tudo isso, mas só pode ser encontrada por demônios, que são os únicos que sabem sua localização.

 - Que lugar é esse? – perguntou Ramon, erguendo uma sobrancelha. Nunca tinha ouvido falar de tal lugar, nem em livros, nem por meio de seus pais, nem por nada!

 - A biblioteca perdida. – falaram os dois demônios ao mesmo tempo.

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  “Não poderíamos vencer o s anjos tendo o mesmo nível de força deles, por isso precisamos arrumar uma maneira de aumentar nosso poder e assim estarmos em vantagem mesmo tendo um numero menor de guerreiros em batalha. Procuramos entender como alguns humanos conseguiam aumentar sua força com os anos. Tentamos submeter nossos soldados a exercícios para ver se com isso seu nível de poder aumentavam, mas tudo o que conseguimos foi aumentar sua maça muscular e não sua energia. Como os humanos conseguiam? Da onde tiravam tanto poder?

 Procuramos então outra maneira de descobrir essa energia. Deixamos de apenas observá-los e os trouxemos para a mesa de pesquisas, primeiro não sabíamos por onde começar, tudo no organismo dos humanos já conhecíamos de experiências anteriores e sabíamos que não tinha nada de incrível em suas células ou em seus órgãos. Foi então que uma teoria passou pela cabeça de um de meus colegas. E se não fosse na matéria e sim na energia? Talvez eles apenas conseguissem absorver mais energia deixando seus corpos mais preparados para recebê-la. Mas que energia seria essa? Como ela poderia se acumular no organismo humano? Foi então que encontramos, espalhada por todo universo estava uma nova energia, tão abundante como a normal, uma que se acumulava nos corpos e aumentava suas forças.”

Ouviu o barulho da porta se abrindo e assim tirou os olhos do pequeno livro que tinha sobre a mesa pela primeira vez desde que Manic o tinha entregado. Pela porta de seu quarto então entrou Maria, parecendo estar cansada e com duas taças com um liquido viscoso de aspecto quase negro dependendo de onde olhasse. Ela o entrou uma das taças e logo se sentou encima da cama já começando a tomar o conteúdo de sua taça. Tudo o que pode fazer foi deixar a taça encima da mesa e voltar a ler, não estava com cede, seu interesse pelo livro que tinha em mãos era bem maior.

 “Denominamos essa energia de energia caos, ela era fruto da combustão das estrelas e se espalhava pelo universo. Diferente do que se acreditava na física humana essa energia podia ser criada, mas nunca se apagava. Ela envolvia todos os planetas e misturada com a energia comum se tornava um fonte de poder incrível! Mas o organismo humano não conseguia absorver muito dessa energia e por isso suas forças eram limitadas. Variando de animal para animal, essa energia podia ser encontrada em maior quantidade, mas nunca era o suficiente para se comparar a nós.

 Passamos então a estudar as estrelas, desde seu nascimento até seu leito de morte e percebemos que quando estavam prestes a estourar nas tão famosas super-novas elas produziam uma grande quantidade de energia caos que era liberada em aglomerados surpreendentes que chegavam a ser superiores a nossa força, de anjos e demônios juntos! Isso nos deixou intrigados e nos fez questionar se podíamos juntar essas energias em um só recipiente, tendo assim uma arma maior que a energia atômica! Se conseguíssemos a guerra estaria ganha.”

 - O que tem de tão interessante nesse livro para você não largá-lo? – perguntou sua parceira passando os braços por seu pescoço e espiando por cima de seu ombro, vendo as paginas meio amareladas do livro que agora lia. Levou uma mão até os braços finos dela e lhe deu um pequeno beijo no rosto.

 - É o relatório de um dos cientistas demônios que estavam presentes quando criaram as esmeraldas caos. – respondeu passando a mão de leve por cima das escrituras. – Manic decidiu ficar com Cassandra por causa do estado que ela esta agora e então pediu para que eu lesse o livro que Yin encontrara. Mas quando o peguei... Não sei, acho que senti alguma coisa que me dissesse que esse pequeno livro poderia responder algumas de minhas perguntas que tive desde pequeno.

 - Quais perguntas? – questionou Maria se apoiando mais no parceiro que tinha os olhos vermelhos cravados no livro, de uma maneira quase obsessiva.

 - Tipo, eu e meus irmãos surgimos antes das esmeraldas caos, então como nós podemos possuir energia caos? Como podemos reagir com as esmeraldas caos? – eram perguntas realmente boas e até Maria sentia curiosidade em saber a resposta. Por isso, agora ambos tinham os olhos cravados no livro lendo as paginas amareladas com sumo interesse.

“Usando a matéria que temos em abundancia aqui na terra percebemos uma coisa. Nós que somos seres de energia não podemos prender a energia em nossos corpos, ela passa por nos e então se vai como um ciclo, mas os seres de matéria como os humanos podem reter a energia em seus corpos até realmente precisarem dela então decidimos que usaríamos um composto material para absorver a energia caos de estrelas prestes a morrer, mas seriam corpos inativos, que não tivessem vida, para assim a energia nunca precisar ser usada e desperdiçada.

 Pegamos algumas pedras e enviamos soldados para perto das setes estrelas que estavam em seu leito de morte. Quando os soldados voltaram a surpresa foi geral, as carcaças duras e cinzentas das pedras haviam desaparecido deixando recipientes transparentes que mostravam e energia dentro de si como um brilho de cores diferenciadas. Seu formato também mudara ficando muito parecido com esmeraldas e a força que transmitira fora capaz até mesmo de curar nossos soldados mais feridos.

 A energia que transmitiam eram como uma droga para nos, senti-la entrar e sair de nossos corpos era algo viciante que nenhum demônio conseguia resistir. E um efeito extra que provocara era o de recompor sua energia com a que passava freqüentemente pelo planeta, nunca ficando fazias, sempre se renovando. Mas não sabíamos sobre seu efeito colateral. Esse acumulo tão excessivo de energia acabara se espalhando e como a energia nuclear causou mutações. Seres humanos passaram a controlar a energia de uma maneira que parecia até mesmo magia, animais cresceram, criaram consciência e ao mesmo tempo tiveram suas forças quadruplicadas para mais, se tornando feras bem temidas, e outras afetaram as plantas que pareciam se fundir a animais e assim criar criaturas deformadas e terrivelmente fortes. Conseguimos capturar algumas dessas criaturas e percebemos que poderiam ser usadas na guerra. Não nos preocupamos em dar nomes a elas, os humanos cuidaram desse detalhe para nós.

 As pesquisas andaram normalmente, a guerra para nós estava quase ganha com a ajuda das esmeraldas e era possível ver os avanços que fazíamos com aquelas terríveis criaturas. Mas outra chegou a nosso poder. Descobrimos ser um hibrido de demônio com humano, um ser que continha as qualidades de ambos. Porem, o mais impressionante fora ver que essa criatura tinha a capacidade de acumular a energia caos tal como as outras, talvez até mais! Talvez por ser um corpo material e ter uma força bem maior que a dos humanos sua capacidade de acumular a energia caos fosse maior! Era um ser magnífico, digno de estudos e próprio para uma arma.”

 - Então é assim... – murmurou Shadow. Em sua mente se lembrava da vez que fora capturado, mas não sabia que estava sendo usado também como experimento de laboratório.

 - Talvez fosse por isso que na os controladores do caos são vampiros e não outra espécie. – comentou Maria com o olhar perdido. No resto das paginas falaria sobre as propriedades das esmeraldas. Haviam desenhos explicativos sobre a anatomia daquelas pedras peculiares e mais coisas sobre a energia caos. Mas por enquanto já tinham informações de mais.

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 - Bom... É uma história até mesmo interessante essa de parceiros. Nós demônios não somos muitos de nos apegar as pessoas, sabem? – continuava a falar Malcon enquanto caminhavam pelo deserto a procura daquela tão intrigante biblioteca perdida. Os demônios tinham explicado que era um lugar mágico, criado por um grupo de humanos e demônios para que os conhecimentos não fossem realmente perdidos com o tempo. Era um lugar que praticamente tinha parado no tempo e que os humanos haviam esquecido, deixando seus cuidados apenas para os demônios. Tudo que era supostamente perdido, era magicamente transportado para aquele lugar e preservado para sempre. Desde onde estavam não teriam que andar por muito tempo para encontrar a entrada daquela biblioteca, mas eles andavam com calma, percebendo que ainda faltava muito tempo para a noite terminar. Era como diziam: a noite é uma criança! – Por isso é muito intrigante para nós o que vocês vampiros fazem.

 - Verdade!  Não compreendemos como conseguem montar grupos que se dão tão bem! É muito intrigante! – exclamou Seifon que sempre era muito animado. Os vampiros haviam percebido que ele adorava brincadeiras e nunca desmanchava o sorriso do rosto. Chegava até mesmo a ser irritante de tão feliz que era. – O mais impressionante é quando arrumam um parceiro! Sério, como conseguem viver com uma pessoa por toda eternidade e sem perder o sentimento que sentem por ela?! É simplesmente incrível!

 - Bom, ninguém sabe ao certo porque isso acontece. Mas para nós vampiros é como se fosse o sentimento humano só que aumentado várias vezes e por isso quando amamos só uma vez. – respondeu Yin que já tinha se simpatizado bem com os demônios ao igual que Mitsuki que caminhava ao lado deles sempre com um sorriso no rosto, fazendo gestos para conversar quando podia. Ela não se incomodava em ficar calada, sabia que não seria ignorada por ninguém e deixava que Yin fizesse as explicações.

 - E as senhoritas já encontraram seus parceiros? – perguntou Seifon em um tom cortes dessa vez. Yin e Mitsuki coraram fortemente ao igual que os garotos que caminhavam mais atrás. Elas gaguejaram um pouco, sem saber ao certo o que responder, cada um por seu motivo. Mitsuki não queria falar porque não tinha certeza se o garoto atrás de si sentia o mesmo e Yin ainda não tinha certeza do que sentia, ainda não sabia decifrar esse calor que aparecia em seu peito quando estava próximo de seu primo. Malcon soltou uma gargalhada.

 - Deixe-as Seifon! Isso não é uma coisa fácil de se discutir. – o cachorro deixou o assunto de lado e logo pulou para outro, mas Malcon ainda tinha um pequeno sorriso no rosto encarando as duas garotas e logo em seguida dando uma ligeira espiada nos garotos que tinham se afastado um pouco mais deles. Conhecia aqueles olhares, sabia bem o que acontecia ali mesmo que os garotos não soubessem. Ainda se lembrava de ter visto esse olhar quando se encontrara com Mephiles...

  - Com licença. – dissera o demônio logo depois de encostar no ombro do ouriço que se encontrava lendo atentamente um dos vários livros que possuíam nas cessões de pesquisa do castelo do mundo dos demônios. Não sabia como aquele vampiro tinha ido parar lá, mas se fosse quem pensava que fosse não era de se surpreender muito. Quando ele se virou para encará-lo soube que tinha razão. – Você é Mephiles não é? É uma honra te conhecer, meu nome é Malcon.

- Prazer Malcon. – falou o ouriço apertando sua mão e lhe sorrindo de maneira amigável. Tinha uma curiosidade incrível sobre aquele ouriço, o jeito como seu julgamento estava demorando era impressionante.

 - Me diz, qual sua relação com o senhor supremo? O jeito que ele te recebeu aqui foi meio peculiar. – comentou se sentando do lado do ouriço que apenas sorriu um pouco sem graça.

 - Para dizer a verdade até eu me surpreendi da maneira como ele me recebeu. – disse um pouco constrangido e fechando o livro que uma hora estava lendo. – Mas respondendo sua pergunta, ele é meu pai.

 - Então você é um dos lendários vampiros que surgiram da união de um demônio com uma humana! – exclamou o demônio simplesmente impressionado. O ouriço assentiu.

 - Fui o primeiro a nascer junto com meu irmão Shadow. – respondeu com um tom de melancolia e nostalgia. Os olhos dele se perderam em algum ponto morto do lugar e o demônio pode jurar ver lagrimas neles.

 - Mephiles! – os dois garotos voltaram seu olhar para trás onde vinha a pequena raposa ruiva com um enorme sorriso no rosto. O sangue do demônio congelou e já estava lamentando por sua vida quando de repente a garota abraçou o ouriço ainda permanecendo com seu sorriso, enquanto um pequeno aparecia no rosto do garoto. – Achou o que queria?

 - Algumas coisas, mas não era tudo o que eu queria saber. – respondeu o vampiro abraçando de volta a garota enquanto o demônio observava tudo impressionado. Nem parecia a demônio braço direito do líder dos demônios que sempre estava séria e mortiferamente perigosa. – Mas tenho certeza que se procurar com mais cuidado vou conseguir achar.

 - Eu queria te ajudar, mas tenho muito trabalho a fazer. – lamuriou a garota com um cara triste. E então, sua atenção foi parar nele e seu sangue novamente gelou. Encolheu-se no lugar e esperou, mas tudo o que recebeu foi um sorriso. – Olá Malcon. – ela o cumprimento o deixando surpreso, ela então voltou seu olhar para o ouriço. – Se precisar de mais alguma coisa é só pedir.

 - Ta, mas acho que você já fez muito por mim. – a garota sorriu e lhe deu um beijo na bochecha, desaparecendo corredores a dentro logo em seguida. O demônio ainda atônito não conseguia nem falar direito.

 - Como conseguiu fazer a Direita ficar tão... Carinhosa? – questionou para o ouriço que ainda tinha um sorriso bobo no rosto.

 - Ela sempre foi assim. Pelo menos comigo e com meus irmãos sempre foi... – respondeu o vampiro sem deixar de mirar o lugar pelo qual a tão importante demônio tinha ido. Malcon se encontrava surpreso, mas ao tinha percebido o olhar que um tinha mandado para o outro... Seria isso o tão famoso sentimento de amor de um vampiro?

 Sorriu, era a segunda vez que via esse companheirismo vampiresco e sabia os milagres que isso poderia causar. Voltou a si bem quando haviam chegado ao local que tanto queriam. Aparentemente não tinha nada, mas quando se aproximou de uma pequena duna de areia e passou de leve a mão por cima um brilho esverdeado cortou a areia formando um retângulo, que sem precisar de ajuda se abriu revelando escadas de pedra da mesma cor que a areia que levavam a um breu sem fundo.

 - Bem vindos a entrada da Biblioteca perdida garotos. – falou Malcon apontando para o breu que a escada levava. Os vampiros se entreolharam e logo depois que os dois demônios passaram eles foram, ainda hesitantes em entrar naquele breu maior que a escuridão da noite, que nem mesmo seus olhos bem preparados conseguiam ultrapassar.

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Sentiu um calafrio. Não sabia como explicar o que era, mas sabia que algo de ruim estava prestes a acontecer, como se fosse um desequilíbrio no lado sombrio. Negou fortemente com a cabeça tentando esquecer essa sensação, se caso algo estivesse acontecendo ele e Kaira já teriam sido informados, não é? Zion teria mandado um comunicado de urgência se algo estivesse saindo do controle dos demônios, então não tinha com que se preocuparem.

 Suspirou e deixou seu corpo relaxar debaixo daquela árvore que tinha no jardim daquele enorme castelo. Aquela estranho ouriça tinha novamente o levado para lá vai se saber para que. Ela estava ajoelhada perto de um pequeno campo de flores, mexendo um pouco na terra, aguando algumas outras do outro lado... Era um trabalho que ela parecia ter prazer de fazer e ele não compreendia o porque. O que tinha de divertido em mexer com aquelas coisas minúsculas e coloridas.

 Ela então levantou a cabeça e a virou para encará-lo. Não compreendeu o que foi que aconteceu quando viu o sorriso que apareceu no rosto dela, não entendeu o que foi essa inquietação no peito que sentiu, mas logo que viu ela fazendo sinal para que se aproximasse não conseguiu evitar levantar e caminhar até ela, se ajoelhando a seu lado.

 - Algum problema? – perguntou ela enquanto voltava a fazer o que estava fazendo antes. Ele apenas observou, vendo como as mãos dela afofavam a terra perto daquelas pequenas coisas coloridas que cresciam da terra. – Parece preocupado.

 - Não é nada, apenas um pressentimento ruim. – respondeu ainda olhando como ela trabalhava calmamente com aquelas delicadas criaturas. Sentia nelas a vida que todos os seres tinham, mas então porque não agia como os outros? Como poderia crescer da terra?

 - Dizem que trabalhos manuais ajudam a relaxar. – comentou a garota em um tom despreocupado e logo lhe sorriu, segurando suas mãos e as levando até a terra, fazendo com que a afofasse da mesma maneira que estava fazendo antes. – Viu? Relaxa, se preocupar nunca ajuda em nada. – novamente não conseguiu entender nem mesmo sabia explicar o que estava sentindo, era algo novo que só aquela ouriça estranha conseguia causar. – E sabe? Todas essas pequenas plantas dependem disso para viver, e você esta ajudando. Esta ajudando uma vida.

 Olhou um pouco impressionado para aquele pequeno ser, que não falava, que não se mexia, mas encantava e vivia. Ele estava ajudando, ajudando a manter uma vida sendo que sempre pensou que os demônios só serviam para tirá-las. Era uma sensação incrível e pela primeira vez sorriu, sorriu feliz por ter achado um novo jeito de passar sua existência. Só esperava poder não mais voltar para o mundo dos demônios. Ficar com aquela ouriça...

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  Parecia que aquela escada de pedra não teria fim, desciam, desciam e desciam e nada de encontrar o final delas. O escuro os envolvia e não mais via aquela passagem tão confortante que levava para a noite no deserto. Os demônios pareciam nem um pouco preocupado e a única luz que reluzia no local para poder ver os degraus era da pequena chama que se encontrava perto do ombro de Mitsuki. Mesmo não tendo nenhuma entrada de ar eles ainda conseguiam sentir uma leve brisa fria passando por eles, mas para alguns ali isso não era algo confortante.

 Racer se sentia estranho, sua cabeça latejava e sentia sua visão embaçar. Sua garganta agora ardia e seus dentes estavam crescendo, como se estivesse se preparando para atacar. Encontrava-se mais ao fundo, o ultimo da fila que tinha se formando para descer aquelas escadas enormes e preferia que tivesse um pouco mais atrás. Um instinto selvagem começava a crescer em seu corpo, sentia uma vontade insana de acabar com tudo o que via pela frente e aquele velho e esquecido desejo de vingança e o sentimento de ódio voltaram a lhe incomodar o peito. Um sorriso malévolo estava querendo escapar de seus lábios e ele não mais sabia se poderia manter o controle. Respirou fundo e fechou os olhos tentando se acalmar, mas nem isso parecia funcionar. Queria matar...

 - Falta muito para chegarmos? – perguntou Ramon que estava logo a sua frente. Seus olhos se abriram e por um instante pensou ter perdido o controle, cambaleando para os lados até voltar com o equilíbrio e a sanidade, mas estava tudo por um fio... – Parece que estamos andando a horas e não chegamos a lugar nenhum.

 - A biblioteca é um ser mágico, talvez esteja nos testando para ver se realmente somos dignos de estar no meio de sua coleção. – respondeu Malcon que estava na frente de todos com Seifon logo a suas costas. Ele parecia já ter estado naquele lugar e por isso os guiava por aquelas escadarias sem fim. – Dependendo das pessoas essa escada podem ser menores, mas como somos muitos...

 - Espera, você disse que ela é um “ser”? – questionou Yin, ela era a terceira da fila e também estava sentindo como seu lado Dark Chaos lhe incomodava mais do que o habitual, mas como já tinha uma certa experiência com ela não tinha muitos problemas para se controlar. Sua mente estava sobe controle seu. – Quer dizer que essa coisa esta viva?

 - Sim, toda a biblioteca é um organismo vivo. Usa magia para absorver os conhecimentos que supostamente foram esquecidos ou deixados de lado ou simplesmente perdidos. É como uma inteligência artificial criada pelos humanos, e é bem possessiva com as coisas que coleta. – respondeu Malcon. Ele era inteligente, todas as coisas relacionadas ao mundo dos demônios ele conhecia e tinha uma ligeira idéia dos costumes humanos. Era um demônio bem informado. – A magia que utiliza é ancestral e muito poucos demônios ainda a recordam. É um poço de conhecimento, literalmente! Mas tomem cuidado, ela é astuta e se não tomar cuidado seus conhecimentos podem ficar presos na biblioteca e você sai como um bebê. Também não façam nada para deixá-la furiosa, pode ser o ultimo erro que cometam!

 Onde estariam se metendo? Todos eles agora imaginavam o que enfrentariam naquela tão estranha biblioteca. Racer por um instante pensou nisso, mas então sua mente se dispersou para outro lugar, tentando novamente manter o controle de seu próprio corpo. Não sabia o que acontecia e tinha medo de descobrir.

 Foi então que chegaram, as escadas tinham acabado e agora tinha a frente deles uma enorme porta de pedra da mesma cor que os degraus, na parte da frente estava entalhado o desenho de uma enorme ave que tinha suas asas abertas como se estivesse em pleno vôo, as garras bem a mostra, pontiagudas e perigosas, o bico aberto como se estivesse emitindo um berro de ataque e o corpo bem esticado indo de ponta a ponta na porta. No centro haviam duas maçanetas que serviriam para empurrar as duas partes da porta para serem abertas. E pelo o que parecia eram grossas, quase do tamanho de uma mão aberta, se não fosse isso.

 - É isso? – perguntou Ramon um pouco impressionando pela enorme escultura. A pequena chama de Mitsuki foi até a porta a iluminando de cima a baixo enquanto rodopiava de um lado para o outro, agitada. Quando Malcon se aproximou ela se afastou e rodopiou entorno de Mitsuki e se escondeu atrás da ouriça prateada.

 O demônio empurrou a porta tendo um pouco de dificuldade no inicio e então uma luz amarelada, mas não incomoda, saiu de dentro do enorme cômodo que tinha do outro lado da porta. Os quatro vampiros não souberam o que dizer com o que viram caminhando lentamente para dentro sendo seguidos pelos demônios que não pareciam muito surpresos.

 - Sejam bem vindos a Biblioteca Perdida! – exclamou Malcon apontando para toda a enorme biblioteca. O teto devia estar a uns quinze metros do chão, tendo uma aparência meio oval, cheios de mosaicos reluzentes de várias épocas da historia humana. O chão era de mármore cor creme, havia mais um andar abaixo do que estavam visto por uma abertura circular que tinha no centro do segundo andar que devia ter uns dez metros de raio, luzes como a pequena chama de Mitsuki só que alaranjadas, perambulavam por todo o lugar rodopiando e iluminando toda aquela enorme construção, parecendo até mesmo a luz do sol. Estantes de madeira que continham enormes quantidades de livros de todos os tipos de época estavam espalhados por todo o lugar, estatuas se espalhavam por ai junto com os luxuosos pilares de mármore com detalhes parecidíssimos com os dos gregos antigos. Todo o lugar parecia ter vida, com animais pré históricos, mitológicos e até mesmo atuais perambulando de um lado para o outro, cuidando de suas vidas como se eles não estivessem lá. Havia também computares em certas áreas, maquinas mecanizadas e do inicio da Revolução Industrial. Tinha árvores e espécies de plantas da época antes dos seres humanos e que provavelmente nunca foram descobertas, Pelas paredes praticamente de vidro passavam todos os tipos de seres marinhos e plantas aquáticas de todas as épocas. E, no centro de tudo, no primeiro andar, estava uma enorme esfera dourada que reluziam com um brilho inacreditavelmente belo, sendo o coração de todo aquele mágico lugar.

 - Esse lugar é enorme! – exclamou observando tudo com os olhos arregalados, dando voltas em si mesmo para observar tudo a sua volta. Era simplesmente incrível tantas coisas de tantas épocas em um só lugar. – Como acharemos a esmeralda caos em um lugar como esse? Levaremos séculos mesmo nos separando!

 - Aconselho a não fazer isso, meu caro. – repreendeu Malcon se aproximando de Ramon e colocando uma mão em seu ombro. – Esse lugar é mais traiçoeiro do que aparenta. Sem falar que é quando dois lados podem se encontrar e até perder o controle de um corpo. Por isso que ela sempre arruma uma maneira de jogar com a cabeça de cada um.

 - Droga. Racer... – o equidna branco se virou para ver o amigo, mas ele não estava mais. Racer simplesmente tinha desaparecido do lugar onde estava de inicio. E não era só ele, Yin havia corrido para um canto da biblioteca e Mitsuki agora seguia a pequena chama azul para um caminho completamente distinto. Agora, Ramon não sabia para onde ir, não sabia quem ajudar e estava mais que perdido naquele lugar. – E agora? Que faço?

 - Sinto muito amigo, mas é bem provável que eles estejam perdidos agora. – disse tristonho Malcon enquanto dava ligeiras batidas no ombro de Ramon e logo se afastava para ir embora. – Vamos Seifon. Temos que levar a alma que coletamos para nosso mundo.

 - Mas não podemos deixar eles nessa situação. O trouxemos até aqui e temos que continuar a ajudar! – reclamou Seifon para o amigo que já se direcionava para a porta.

 - Se atrasarmos mais com essa alma sabe o que Zion fará conosco. – respondeu o equidna vermelho escuro voltando um pouco o rosto para encarar seu amigo que ainda continuava com um olhar suplicante. – Sem falar que não a mais nada o que fazer. Ela vai sugar a mente de cada um deles e não deixará nada.

 - Temos que ajudar Malcon. – continuou a insistir o cachorro colocando uma mão no ombro do amigo e lhe sorrindo com gentileza. – Todos queremos acabar com essa escuridão que esta sobre o mundo e os únicos que podem fazer isso são eles, então, por favor, abra essa exceção. – continuou e logo se afastou do amigo se direcionando para a porta. – Eu levo a alma para nosso mundo. Você conhece esse lugar como a palma da sua mão, então ajude os garotos.

 - Ok, eu ajudo eles, mas não garanto que consigo ser mais rápido que ela. – Malcon foi então atrás de Ramon pelo caminho que Mitsuki tinha ido, Seifon sorriu e foi embora terminar o trabalho que eles foram designados.    

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 Era como se tivesse tirado férias, e que férias! Sentado na cama com Cassandra sempre a seu lado lhe abraçando ou lhe beijando... Não podia pedir coisa melhor. Não que tivesse deixado seus deveres de lado, como rei sempre tinha que ficar atento a seu trabalho, mas não significava que não pudesse usufruir de uma noticia tão fantástica como a que tinha recebido a poucos instantes. E, novamente, que noticia! Nunca se sentira tão feliz em toda sua vida e ao mesmo tempo não podia acreditar que aquilo estava acontecendo.

 - Manic você ta muito meloso! – exclamou Cassandra enquanto ria divertida. Ele agora a estava abraçando, ambos sentados na cama, ela entre suas pernas e com as costas deitadas em seu peito, ele com as costas encostadas na cabeceira da cama, os braços envolta da cintura dela e beijando levemente seu pescoço.

 - Te amo, te amo, te amo muito Cassandra! – falou ele enquanto a abraçava com mais força e deitava a cabeça em seu ombro. Cassandra sorriu e passou um dos braços por cima dos dele enquanto a outra mão ia para a cabeça do ouriço a acariciando delicadamente. – Não sabe o quão feliz você me faz.

 - Também te amo muito Manic. – respondeu ainda sorrindo e acariciando a cabeça do ouriço. – Mas estou muito tempo por aqui e tenho assuntos a resolver como líder das Bruxas. – Manic a abraçou com mais força e a mirou com tristeza, quase suplicando para que ficasse. – Não me olha com essa cara, você mais do que ninguém deveria saber dessas responsabilidades.

 Manic se afastou, mas antes que Cassandra pudesse se levantar ele puxou-lhe o braço e lhe beijou com intensidade, a abraçando novamente pela cintura e a puxando mais e mais para perto de si. Cassandra não conseguiu resistir e acabou retribuindo o beijo, esquecendo completamente o que tinha para fazer. Manic chegou ao ponto de deitá-la cuidadosamente na cama e se colocar encima dela, passando a mão por seu plano ventre passando calafrios pelo corpo da garota.

 Até que alguém bateu na porta e Manic teve que se separar da garota para ir ver quem era. Caminhou ainda um pouco grogue e abriu a porta se encontrando com Mephiles do outro lado.

 - Desculpe interromper Manic, mas queria saber se você viu Kaira por ai. – Manic estranhou o pedido. Kaira normalmente sempre estava perto dele, só saia quando tinha alguma reunião no mundo dos demônios, mas ela comunicava antes. O que poderia tê-la feito sair de perto do parceiro sem dizer nada?

 - Não a vi não Mephiles. – respondeu Manic ainda um pouco confuso. Mephiles suspirou preocupado e levou uma mão a cabeça, olhando o corredor vazio que estava.

 - Ela sumiu sem mais nem menos, e antes disso pareceu ficar muito alterada. – falou deixando os ombros caírem em mais um suspiro. – Nem mesmo aquele demônio que fica sempre com Sonia sabe onde ela foi parar. Não consigo deixar de me preocupar com o que possa ter acontecido para ela ter desaparecido assim de repente.

 - Tenho certeza que ela esta bem Mephiles. Pode ficar calmo. – tentou apoiar Manic, mas seu irmão estava muito preocupado para ouvir. Apenas assentiu com a cabeça e saiu andando corredor a fora, torcendo para que Kaira realmente estivesse bem.

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A quanto tempo estava seguindo a si mesma? A quanto tempo estava caminhando por aqueles vastos corredores cheios de prateleiras de livros enquanto animais dos mais variados tipos passavam ao seu redor? Não sabia, mas queria descobrir como podia se ver, como podia ver sua imagem de quando era bem pequena. Porque, quando chegou naquele lugar, viu que Racer estava mal e que desaparecia para um canto qualquer, ia segui-lo, mas uma figura familiar apareceu na sua frente e correu na direção oposta a que Racer tinha ido. Aquela pequena imagem, aquela pequena ouriça que tinha aparecido na sua frente não era nada mais nada menos que ela mesma quando muito pequena, quando ainda tinha cinco anos e aparentava seus oito.

 Seu primeiro impulso foi de correr atrás daquela pequena e realmente foi o que fez e agora não sabia onde estava. Caminhava sem um rumo fixo procurando nem que fosse uma saída ou um caminho que a levasse de volta para seus amigos, mas nada encontrava além de mais e mais livros. Suspirou e escorou em uma das estantes que tinha por ali perto. Por que diabos tinha que ter se separado de seus amigos? Tudo por um impulso idiota.

 Ficou um tempo apenas olhando para aqueles belos mosaicos no teto e então voltou a suspirar. Não ganharia nada ficando ali parada, teria que continuar andando para achar seus amigos. Saiu de perto da estante e voltou a caminhar, até que sentiu uma presença atrás de si. Parou de andar quase de imediato e deu uma ligeira olhada para trás vendo como um vulto cortava o ar indo de uma estante a outra e desaparecendo logo em seguida atrás da mesma.

 Seu chicote já estava preparado e ao se virar quando sentiu o vulto se aproximando mais de si teve a surpresa daquela “coisa”, abaixando de seu ataque e então segurar seus pulsos a lançando para cima de uma mesa de madeira bem detalhada, reluzente e bem polida, enquanto aquela coisa se colocavam encima de si com o corpo entre suas pernas e o dorso bem colado ao seu. Primeiro ficou com os olhos fechados por causa da dor que sentiu quando seu quadril bateu com força na beirada da mesa, mas quando abriu os olhos se assustou com o que viu.

 Era Racer, podia não estar como antes, mas tinha certeza que era ele. O azul de seu corpo tinha sumido, agora era negro, e a tão peculiar mecha rosa que lhe tampava o olho agora estava mais escura, quase não dando para perceber que era rosa. A iris e a pupila tinha desaparecido deixando apenas um branco reluzente e assustador, enquanto em sua boca se encontrava um sorriso extenso e sinistro cheio de dentes pontiagudos e prontos para o ataque.

 - Olá Yin. – falou com uma voz duplicada, não parecendo a dele. Yin se assustou, nunca imaginou ver o primo daquele jeito, pensava que fosse a única que... Só então se lembrou, um fato que seu pai tinha lhe contado, mas não dera muita importância na época. – Te assustei? Desculpa priminha, só queria... Brincar um pouco com você.

- R-racer? – gaguejou, se sentindo nervosa por ter o rosto do garoto tão perto do seu. Não só o rosto, o corpo inteiro dele estava próximo ao seu e podia sentir cada detalhe, percebendo que o corpo de seu primo era realmente bem maior que o seu. Ele riu.

 - Não pequena, eu não sou o Racer. Pelo menos não o que você conhece. – ele aproximou o rosto de seu pescoço e o beijou de leve, fazendo Yin soltar uma exclamação de surpresa. – Aquele otario esta agora onde eu fiquei durante esses dezenove anos. Diferente de você eu não compartilho metade do corpo com esse paspalho. Estou em desvantagem, pode se dizer. – Yin tentou se soltar, mas Racer era mais forte, não sabia quando ele tinha tirado tanta força para conseguir lhe segurar com uma só mão, mas agora percebia que seu primo, nesses anos todos, tinha ficado bem mais forte. A mão livre dele foi para seu rosto, o acariciando de leve. – Ele tinha toda a razão para cair em um pecado tão grande. É uma tentação ficar do seu lado sem cair a seus pés.

 - Do que esta falando? – essa ultima parte... como assim Racer tinha caído em um pecado grande? Quer dizer que ele tinha feito algo ruim? Mas seu primo... Racer nunca fazia nada de ruim, era o garoto mais gentil e bom que já tinha conhecido, o que ele poderia fazer para essa outra parte dele falar dessa maneira?

 - Ele não te contou não foi? – uma longa risada saiu daquele ouriço, Yin não mais o considerava seu primo no momento e agora torcia para que Racer retornasse a se, voltasse a ser o que era antes. Se contorceu mais um pouco atraindo novamente a atenção daquele ouriço que permanecia com o sorriso sinistro no rosto. Ele se aproximou mais de seu rosto. – Então por que eu não dou um empurrão? Afinal, estou doido para saber qual é o gosto desses lábios tão tentadores...

 - O qu... – Yin não conseguiu continuar, aquela coisa havia lhe calado com um beijo. Seu primeiro beijo! Ele apenas encostou seus lábios no dela, foi um beijo inocente depois de tudo, mas mesmo assim um beijo. E por mais que não quisesse pensar nisso, ou talvez realmente quisesse e desejasse, era Racer que estava roubando seu primeiro beijo, era Racer que a estava beijando. Não teve reação, não conseguiu fazer nada além de permanecer de olhos arregalados encarando o nada, enquanto o beijo continuava até aquela coisa se afastar.

 - Conseguiu entender agora garota? Ou ainda é inocente de mais para entender o duplo sentido das coisas? – outra risada escapou da boca daquele ouriço, mas aquelas palavras despertaram uma coisa em sua mente. Uma lembrança, de muito tempo atrás quando ainda era pequena e estava com seus amigos. Racer falara um “te amo” para ela, naquele dia acreditava que não passava de um te amo familiar, o amor de primos e primas e de irmãos, mas agora... – Pelo seu olhar vejo que compreendeu. Então acho que posso continuar com...

 De repente o ouriço parara de falar e se afastou, levando as duas mãos a cabeça enquanto se contorcia de um lado para o outro, parecendo lutar com alguma coisa. Yin se sentou na mesa onde estava deitada e observou, sem saber o que fazer, não conseguia nem pensar direito. O ouriço continuava se contorcendo e lamuriando, até que a cor azul de seu corpo voltou, a franja rosa retornara ao seu tom normal, seus olhos voltaram a ter pupila e iris, e seus dentes voltaram ao normal. Era novamente Racer, sabia que era novamente seu primo. Ele parecia cansado, mas fora isso estava bem, mas não podia fazer nada além de observá-lo.

 - D-d-desculpa Yin... N-não consegui me controlar. – resmungou Racer se erguendo e voltando a mirar a prima que estava ainda estática no lugar. Ela assentiu, sem poder dizer uma só palavra. – O que ele te fez?

 - V-você não se lembra? – perguntou a garota confusa. Seu peito se apertou um pouco, mas não demonstrou nada em seu rosto além de confusão.

 - Tudo o que me lembro é de estar perdido em um lado escuro da minha mente até ouvir você me chamando. Depois disso, nada até agora. – respondeu levando uma mão a cabeça ainda sentindo como doía. Voltou a olhar sua prima que pulava para fora da mesa. – O que ele te fez?

 - Nada, apenas falou sobre o que era. – mentiu a garota. Não sabia se estava fazendo a coisa certa ocultando aquilo, mas ainda não tinha certeza do que pensava... E se aquela coisa só estivesse se divertindo com ela e contando mentiras? Se bem que com sua experiência sabia que aquelas coisas não costumavam mentir. Mas também eram imprevisíveis... Não podia confiar. – Mas Racer, desde quando...

 - Acho que tive isso desde sempre, mas era muito pouco e por isso podia controlar. Aqui... Bom, acho que aqui ele fica mais forte. – Racer suspirou e sentou no chão, ainda não se sentia bem... – Descobri que o tinha logo depois que você foi embora, estava perdendo o controle e Ramon me ajudou a me recompor. Devo ter puxado isso de meu pai, mas como nem ele tinha muito em mim também ficou bem pouco, mas agora parece que ficou mais forte... E não sei se consigo controlá-lo como você faz.

 - Eu tenho pratica Racer, você não. É normal isso acontecer. – falou tentando consolar seu primo, colocando uma mão em seu ombro e se ajoelhando perto dele. Ficaram um tempo em silêncio, até que Yin novamente viu um vulto passando por eles. Rapidamente se virou, retirando a mão do ombro de Racer e encarando sua imagem de quando criança perto de uma das prateleiras. Segurava seu costumeiro ouriço de pelúcia que quase chegava a arrastar no chão, estava com um vestido negro que chegava até seus joelhos e sapatilhas negras, seus olhos, tão peculiares, a encaravam atentamente e logo desapareceu atrás da estante. Se virou para falar com Racer, mas ele já não estava.

 Por um instante não soube o que fazer, até que novamente aquele impulso a fez se levantar e correr atrás de sua imagem. Não sabia o que estava acontecendo, mas não tinha nada a perder.

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  Continuava a seguir a pequena chama azul que não parava de ziguezaguear pelo lugar. Fora parar no primeiro andar, passou pelas estantes, por plantas, animais, tudo o que tinha naquele e nunca parecia chegar onde a pequena chama queria que chegassem. Até que finalmente pararam e Mitsuki se impressionou com o que viu. Bem na sua frente tinha uma área diferente das que antes tinha passado.

  Um enorme espaço redondo era deixando na parede, onde se encontrava a estatua de um enorme dragão. Devia ter sido tirado da china, seu corpo era como o de uma cobra, só que maior, mais grosso com escamas mais aparentes e patas bem no centro. A cabeça era como a de qualquer dragão que se podia imaginar, larga com um fossinho bem grande, os dentes também enormes e pontiagudos, na ponta do fossinho tinha dois fiapos que escorriam para os lados parecendo bigodes e na ponta de sua calda era possível ver como parecia ter pelos. Não possuía asas, mas mesmo assim se erguia em uma parte bem perto da ponta da cauda e ficava esticado para cima, tendo seu corpo com algumas curvas, enquanto sua boca permanecia aberta. Devia ser feito de ouro puro, com os olhos reluzentes de uma pedra jade simplesmente deslumbrante.

 Mitsuki ficou encantada com aquele objeto enquanto a pequena chama novamente voltava a se posicionar em seu ombro. Não sabia porque aquela estatua lhe atraia tanto, só sabia que não conseguia desgrudar seus olhos daquelas duas orbes verdes e só conseguiu voltar a si quando aconteceu. Como um espírito um fogo colorido saiu da estatua, tomando a forma do mesmo dragão que era representada na mesma. Mitsuki recuou alguns passos, completamente surpreendia pelo o que tinha acontecido.

Dama do Fogo, estava a sua espera. Falou o dragão, mas sem realmente abrir a boca. Seu corpo parecia não tomar uma forma solida e por isso em algumas partes ficava deformado e sua voz, era profunda, longínqua e aparentemente masculina. Mitsuki ficou confusa, tanto pelo nome que ele a havia chamado quanto pelo fato de estar vendo aquilo. Meu espírito por anos ficou preso nessa pedra, apenas esperando que você aparecesse e pudesse levar o que é seu.

 Mitsuki balançou a cabeça confundida, afastando mais alguns paços daquela coisa, mas antes que pudesse se afastar completamente o corpo de chamas do dragão a rodeou impedindo que desse mais um passo. Então, ao ver tanto fogo lhe rodeando, se lembrou do “sonho” que tivera quando fora levada para aquele esconderijo na Rússia. O medo subiu seu corpo e por um instante teve vontade de gritar.

Você teme o fogo? Teme seu poder? Questionou a criatura vendo o medo nos olhos da garota. Ele a encarava, cara a cara, e aqueles preciosos jades ainda estavam ali, hipnotizando a garota. Como pode ter medo de algo que faz parte de você? Como pode temer seu próprio poder? Mitsuki não precisou falar nada, em seus olhos a criatura pode ver suas memórias, seus desejos tudo relacionada a ela, e foi assim que compreendeu. O fogo não trás apenas destruição garota. Pode ser que sua raça o tema, mas tem chamas que não machucam.

 Envolta da garota então apareceram chamas de todos os tipos de cores. Eram iguais a pequena chama azul que tinha perto de Mitsuki e que logo se juntou as outras. Elas saiam do corpo do dragão, assustando a pobre vampira que já não sabia mais como agir.

Existem chamas que ferem, como o fogo vermelho e o verde. Mas também existem aquelas que apenas iluminam como a azul e a laranja. Continuou o dragão, enquanto a vampira prestava atenção tocando cada chama que se aproximava para se apresentar diante da fala do enorme réptil. Existem também as chamas raras, como a roxa e a rosa. E também existem as mais perigosas como a negra e a branca. Mitsuki agora ria enquanto todas as chamas rodopiavam a sua volta, tocando de leve sua pele e fazendo cócegas. Não tem do que temer. Vocês as controla, você é dona de todas elas, esse é seu poder. E quando souber controlá-lo e não temê-lo, não terá mais que se preocupar em ferir alguém. Agora pequena, aceite seu dom!

 O dragão então avançou em sua direção e não pode fazer nada. As chamas a atravessaram e pode sentir como penetravam em sua pele, inundando seu organismo com um poder que ela desconhecia, mas sabia que sempre esteve lá, escondido, guardado. Ficou alguns instantes de olhos fechados sentindo como todo seu corpo era preenchido por aquela energia, se sentia mais forte, mais capaz e preparada para qualquer coisa.

 - Mi! Mi, abra os olhos! – só então sentiu como seu ombro era sacudido de leve para frente e para trás. Lentamente abriu os olhos e a sua frente viu Ramon, completamente preocupado e quase desesperado. Ao lado dele, um pouco atrás, estava o equidna vermelho escuro, o demônio Malcon que também parecia preocupado. Sorriu para mostrar que tudo estava bem, o que fez o vampiro suspirar. – Ainda bem, só temos que encontrar agora Racer e Yin. Vamos.

 Voltaram a adentrar na biblioteca, mas Mitsuki tinha sua cabeça em outro lugar enquanto Ramon a puxava para os lugares que pensava estar o resto de seus amigos. A vampira olhou para sua própria mão, enquanto ligeiros fiapos de chamas coloridas escapavam dela.

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Ainda seguia aquela pequena figura que nada mais era do que si mesma mais nova. Eram corredores para lá, corredores para cá e parecia nunca chegar. Não sabia para onde estava sendo levada, mas aquele impulso que tinha de apenas seguir a estava incomodando, por que estava tendo aquilo? Não era de agir sem pensar, então por que agora? Só saberia quando chegasse lá. Foi então que a pequena imagem sua parou em um lugar rodeado por aquelas paredes de vidro, não tinha estantes de livros, apenas a estatua de um antigo deus grego, Poceidon. Não compreendia, a garota havia parado perto da estatua e agora a encarava enquanto abraçava com força o ouriço de pelúcia que carregava.

 - Queria mesmo te encontrar garota. – um forte brilho apareceu perto da estatua, do lado da pequena garota. Pouco a pouco essa luz foi tomando forma, parecendo virar uma bela mulher, com um longo vestido reluzente, mas não conseguia ver seu rosto, apenas o longo cabelo que se esvoaçava em suas costas. Ela colocou uma mão na cabeça da pequena que se encolheu. – Queria saber quem era a pessoa que a única coisa que perdeu foi a infância.

 - Eu não perdi minha infância. – retrucou a ouriça negra se colocando alerta. Agora que sabia quem a havia chamado não podia evitar se colocar de uma maneira defensiva esperando qualquer intenção que fosse.

- Ah! Sim, perdeu. - a voz que aquela figura de luz emitia era potente, forte, a de uma verdadeira mulher formada e sabia. Yin recuou um passo. – Sabe, tudo que é perdido vem parar aqui. Até mesmo emoções, quando são esquecidas e deixadas de lado, características da pessoa que acaba mudando, vem para cá. Tenho várias coisas de várias pessoas, mas sua... Eu só tenho o que você era com cinco anos de vida. Você não perdeu mais nada.

 - Talvez porque no lugar onde eu estava eu não tinha mais nada o que perder. – respondeu Yin um pouco rude, mas isso era normal levando em conta sua desconfiança. Teve a impressão de ver aquela figura sorrir e voltar a acariciar a cabeça de sua pequena “eu” de cinco anos. – Mas se for só por isso que me chamou, vou voltar para procurar meus amigos.

 - Espere. – Yin tinha chegado a dar um passo para caminhar de volta por onde veio, mas parou no mesmo instante que ouviu a voz da mulher novamente. – Ouvi muito sobre sua fama. Seu destino esta escrito em vários livros de profecias, e se tudo é realmente verdade irei precisar de sua ajuda. Em troca eu lhe dou o que veio buscar.

 Yin ficou interessada. Encarou atentamente aquela figura enquanto sua pequena imagem desaparecia. A única coisa que viera procurar ali fora a esmeralda que provavelmente estaria no Saara. Se aquela mulher poderia lhe dar o que queria e finalmente sair daquele lugar com seus amigos então faria qualquer coisa. Já ia responder quando alguém gritou seu nome. Ramon, Mitsuki e Malcon se aproximavam rapidamente e em poucos instantes se posicionaram a seu lado.

 - Quanto tempo, não é, Ella? – disse Malcon a mulher de luz que novamente pareceu sorrir. Os três vampiros não compreenderam muito bem o que estava acontecendo. – Não esta pretendendo puxar o conhecimento dessas crianças, está? Precisamos deles para a guerra e você sabe disso.

 - Você me julga mal Malcon. Não sou tão egoísta assim, sei da importância desses garotos. – respondeu a mulher levando uma mão ao peito como se estivesse se sentindo ofendida. – Tudo o que eu queria era uma ajuda, e em troca daria o que eles queriam. Não é nada alem de negócios.

 - E qual seria essa ajuda? – nem precisou da mulher falar. Grasnados ecoaram por todo o lugar, grasnados bem conhecidos para todos ali. O lugar pareceu se estremecer e uma inquietação subiu por tudo ali. A tensão aumentou e os três controladores se prepararam para o que sabiam que ia chegar. – Desde quando eles estão aqui, Ella?

 - Desde que aquele idiota de Gaia invadiu meu recanto! Roubou livros e mais livros meus e ainda deixou essas duas coisas aqui! – exclamou a mulher indignada enquanto mais grasnados eram lançados ao ar. – Fiquei séculos esperando pessoas que pudessem derrotá-los e eliminá-los. Por isso peguei essa esmeralda, seria uma pechincha justa.

 E eles apareceram, dois enormes Dark Chaos de aparências estranhas. Um era semelhante a um escorpião, seu corpo era enorme, seu ferrão esticado por cima das costas pingava veneno e suas pinças eram preparadas para dilacerar. O outro era uma enorme serpente, com espinhos nas costas, presas enormes e um corpo preparado para esmagar. Yin preparou seu chicote de luz, Ramon fechou os punhos e se agachou um pouco e Mitsuki já tinha suas mãos em chamas, saltando na direção da cobra para lhe acertar um murro.

 - Garota idiota! Não use seus poderes aqui, vai estragar meus tesouros! – gritou a mulher de luz fazendo Mitsuki se lembrar do poder destrutivo de suas chamas e assim deixar com que as mesmas em seus punhos desaparecessem, permitindo que a cobra lhe acertasse com o rabo e a lançasse encima de uma mesa que tinha ali perto.

 O escorpião então atacou, lançando sua calda na direção de Ramon, mas antes que pudesse acertá-lo Yin laçou seu chicote um pouco acima do ferrão, o puxando para o lado e fazendo com que atingisse o chão enquanto fumaças saiam de seu corpo por estar entrando em contato com a luz. A cobra então esgueirou seu corpo envolta do escorpião e pegou Yin pelas costas a obrigando a soltar o outro Dark Chaos. O corpo da ouriça seria esmagado pela cobra se Ramon não tivesse se apressado e dado um potente soco no rosto do réptil, o desconcentrando e deixando a ouriça livre, mas com algumas costelas quebradas.

 Mitsuki não demorou a se recuperar, saltando encima do escorpião e lhe segurando entorno da pequena cabeça enquanto seu ferrão tentava acertar a ouriça prateada que sempre conseguia desviar se abaixando. Mais afastado Yin e Ramon lutavam contra a cobra, que de um movimento inesperado acertou Ramon com a cauda e o lançou na direção em Mitsuki, que acabou sendo jogada para fora do escorpião.

 Todos os três controladores sentiam falta de alguém, falta do único que conseguiria juntá-los de uma maneira imbatível. Mas onde estava Racer?

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 Cambaleou, bateu as costas em uma das estantes, se afastou dela e bateu em uma das mesas, sempre com as mãos na cabeça tentando se manter no controle, tentando ignorar aquela maldita voz. Caiu no chão, exausto de tanto lutar contra si mesmo, e enquanto agonizava por ainda se manter com o mínimo de sanidade possível a figura de um pequeno ouriço azul, com uma franja rosa lhe tampando um dos olhos, um sorriso sinistro no rosto, indo de orelha a orelha, e um dos olhos verdes, o único visível, estava coberto de insanidade, apareceu sentado na mesa que a pouco tinha se chocado. Era ele, a pequena parte insana sua, que se materializava na sua forma de um garoto de aparentemente dez anos.

 - Me deixa em paz. – suplicou com a voz quebrada enquanto aquele pequeno garoto ria, ria de seu sofrimento e desaparecia só para reaparecer de pé a sua frente, ainda com aquela enorme sorriso malévolo no rosto. Racer não suportava mais, aquela coisa o estava seguindo desde que chegaram lá e estava lutando contra ela desde um pouco antes. – Me deixa em paz! Eu não sou assim!

 - Ah! Você é... Sempre foi assim Racer, tanto que eu estou dentro de você. – falou o garoto, voltando a rir e a desaparecer, reaparecendo sentado encima de uma das estantes. Racer soltou um gemido abafado de dor e sacudiu a cabeça com força. – Eu sou você Racer, eu sou seu desejo de matar, de se vingar, de odiar. Sou seus erros, seus medos, seus pecados. Não tem como você lutar contra mim.

 - Não, você não sou eu, eu sou diferente. Eu vou ganhar essa luta, eu vou continuar no controle do meu corpo. – em sua mente passava todas as vezes que Yin deveria ter passado por isso, quantas vezes deveria ter lutado para permanecer no controle. Se ela tinha lutado tanto e não fraquejara, ele iria fazer o mesmo, por ela, por todos! Novamente aquele garoto riu.

 - Você não pode ganhar Racer, porque você é fraco. Sempre foi e sempre será, não importa o quanto você lute, não importa o quanto você treine, você sempre vai ser fraco. – voltou a falar aquele garoto aparecendo agora a sua frente. O olho dele, a iris e a pupila eram bem pequenos comparados a imensidão branca que ali estavam, o sorriso era enorme cheio de dentes pontiagudos se mostrando. O outro olho era tampado pela sombra da franja tornando sua figura mais amedrontadora. – Você não queria ser forte Racer? Você não queria ter poder para que aquilo não se repita? Para ter Yin a seu lado? Então me deixe no controle Racer, eu posso te dar essa força, eu posso te ajudar.

 - Não. Não! As coisas não pode ser assim! Eu serei forte por mim mesmo! Eu ficarei forte para lutar contra pessoas como você! – esbravejou o ouriço azul erguendo um pouco o olhar para encarar sua outra parte, que pela primeira vez perdeu o sorriso e recuou. Mas então estrondos foram ouvidos e os guinchados de Dark Chaos ecoaram pelo lugar. Racer se levantou cambaleante. – Galera. Eles precisam de mim.

- Acha mesmo que eles precisariam de você? Olha seu estado, olha como esta! Você seria apenas um fardo. – por mais que Racer odiasse admitir ele estava certo. Nas condições que estava não conseguiria ajudar em nada. Mas tinha que tentar. Tirou sua espada da bainha e deu o primeiro passo na direção que os guinchados eram emitidos, mas seu corpo fraquejou e teve que fincar a espada no chão para não cair. A criatura voltou a sorrir. – Viu? Não poderá fazer nada estando dessa maneira. Então como ajudá-los, não é? Deixe-me ajudar Racer, eu poderei te dar o poder de derrotar qualquer coisa, eu poderei te dar o poder de ajudar seus amigos. Deixe-me controlar seu corpo Racer, me deixe comandar seu corpo!

  Racer pensou, hesitou em aceitar, mas então novamente estrondos ecoaram e seu corpo cedeu a escuridão sendo que a única coisa que ouviu depois foram risadas maquiavélicas e maníacas...

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 Assim não daria, estavam cansados e desorganizados, sem Racer não conseguiam colocar seus ataques de maneira sincronizada isso fazia com que a luta fosse apenas uma confusão sem fim. Malcon tinha se colocado mais afastado, para proteger a mulher luz que era o coração de toda a biblioteca, eles já estavam quase caindo. Diferente dos outros Dark Chaos aqueles não tinha uma força nem sanidade limitadas. Eles foram um dos que Gaia criou e por isso Yin não conseguia fazer nada para controlá-los, e isso era um desvantagem.

 Com as costelas custando a se curar Yin não mais sabia o que fazer. Ramon não tinha ataques a distancia, Mitsuki não poderia usar seus poderes por causa da vasta coleção inestimável que tinha em volta deles e seus poderes nem encostavam naquelas criaturas que conseguiam desviar com tanta agilidade que nem pareciam ter o tamanho que tinham. Afinal, onde Racer estava? Precisavam dele!

 Lançou suas sombras e suas luzes nas direção das criaturas mais uma vez, mais especificamente na direção da cobra, mas a mesma desviou de todas, se aproximando enquanto contorcia seu corpo de um lado para o outro e então a segurando com a calda, apertando suas costelas já quebradas e impedindo que se curassem, quebrando mais algumas. Antes que pudesse se quer lançar um grito de dor ao ar a cobra a jogou para cima e então lhe acertou novamente com a cauda a lançando para o chão que se quebrou com o contato brusco de seu corpo com o mesmo. Novamente a cobra se aproximou, só que dessa vez com a intenção de devorá-la, já tendo sua boca bem aberta para fazer isso. Mas Yin conseguira pular para fora do buraco que tinha se formado fazendo a cobra bater seu rosto no chão, mas quando a ouriça encostou os pés novamente no chão sentiu uma enorme dor lhe percorrer quase a fazendo desabar no chão. Sua boca se inundou de seu próprio sangue que logo fora cuspido no chão.

 Um pouco mais a seu lado Ramon e Mitsuki lutavam contra o escorpião. Mitsuki já tinha uma de suas pernas quebradas, sua cabeça sangrava e como custava a se locomover até mesmo com as mãos devia ter um ferimento em um dos braços. Ramon estava cheio de cortes que deixavam escorrer seu sangue por todo seu corpo, suas mãos estavam quase em carne viva de tanto que tentara segurar aquelas coisas que escorregavam e rasgavam a pele com seus corpos ásperos. Era claro que não agüentariam muito.

 O escorpião então atacou com seu rabo na direção dos dois e Ramon o segurou a poucos centímetros de acertar seu estomago, sendo arrastado para trás por alguns metros, quebrando o chão debaixo de seus pés. Mitsuki então aproveitou aquilo para atacar com um soco no meio da calda do Dark Chaos, só que ele afastou o rabo o mais rápido que conseguiu, chegando a puxar Ramon junto e o tacar para trás. Mituski então acertou o chão e então a enorme pinça do escorpião lhe segurou pela cintura e a apertou, fazendo já cortes aparecerem no estomago e nos braços da garota que estava prestes a ser partida ao meio. Mas foi então que aconteceu...

 O braço do escorpião simplesmente se partiu, deixando a enorme pinça cair no chão despregada do corpo, soltando assim a ouriça prateada que nem conseguia andar de tanta dor que sentia. Ramon aproveitou isso para correr até a garota e a tirar de lá, vendo como suas feridas eram profundas e ainda sangravam, mas já estavam começando a se curar. O escorpião agonizava de dor pelo braço perdido, que desapareceu em fumaça negra enquanto um liquido negro caia do que tinha ficado grudado ao corpo e desaparecia também em fumaça negra.

 Risadas foram ouvidas, risadas maníacas que sentiam prazer ao ouvir o sofrimento do Dark Chaos. Um vulto então cortou o ar e ao mesmo tempo a outra pinça do escorpião se soltava do corpo e caia no chão, desaparecendo como a outra tinha feito. Mais gritos e guinchados de dor ecoaram pelo lugar e a risada ficou mais forte, se deliciando com o que estava fazendo. Yin olhou para todos os lados, conhecendo bem aquele riso, e seu corpo gelara só de pensar no que poderia acontecer se isso continuasse.

 O vulto novamente cortara o ar e ao mesmo tempo a calda do escorpião caia, desaparecendo no chão enquanto o Dark Chaos ainda agonizava. Mas dessa o vulto não desapareceu, ficou em pé encima do escorpião com uma espada na mão que pingava com o liquido negro que desaparecia a cada gota em fumaças negras. O sorriso que possuía era assustador, dentes pontiagudos e brancos brilhavam nele. Apenas um dos olhos estavam a mostra e ele era tão pequeno que quase desaparecia na imensidão branca que estava cada vez maior, seu corpo era quase negro, mas ainda se podia ver um brilho ligeiramente azulado e a franja que tampava um dos olhos era, aparentemente, rosa, só que tão escuro que mal dava para saber. Aquele era Racer.

 A risada novamente ecoou pelo lugar e o vulto guardou a espada na bainha que tinha nas costas. O sorriso dele aumentou e em sua mão o ar começou a se remover, ficando mais agitado e chegando quase a ser visível. Yin percebeu, quase tarde de mais, que aquilo era uma concentração de átomos prestes a entrar em colapso formando uma enorme bomba, mas que ao mesmo tempo era do tamanho da palma da mão do garoto. Ia gritar, mas antes que pudesse fazer aquilo o vulto ergueu o braço, e ainda rindo, perfurou o corpo do escorpião com a mão que continha aquela bomba, fazendo o Dark Chaos explodir de dentro para fora, tendo seus pedaços espalhados desaparecendo em fumaças negras.

  No chão perto de onde tudo tinha acontecido estava aquele vulto, rindo e se divertindo do que tinha feito. A cobra, indignada por ter perdido seu parceiro de luta, se lançou contra o ouriço que apenas ergueu a mão e segurou o focinho da cobra, o perfurando com seus dedos fazendo um liquido negro escorrer por eles, sendo que desaparecia lentamente em fumaças negras. O sorriso do ouriço aumentou e então ele desapareceu, arrancando uma parte do focinho da cobra. Só voltou a reaparecer perto da calda, com a espada novamente na mão já cortando o ar para decepar o rabo do Dark Chaos. O guinchado de dor que ele soltou depois disso foi insuportável e Yin levou as mãos aos ouvidos para minimizar a dor, sem muito sucesso. E então, o ouriço cortou a cabeça da cobra fazendo a mesma desaparecer.

  - Eu quero mais... – Yin conseguiu ouvi-lo murmurar antes que mais um extenso sorriso aparecesse em seu rosto. Soube quase que de imediato que ele ia atrás de seus amigos e talvez não pudesse salvá-los no estado que estava. Já começou a se desesperar quando um vulto passou a seu lado e foi na direção do ouriço que parecia ainda mais divertido.

 Quando tudo se focou Yin viu Kaira. Uma aura negra e poderosa era emanada do corpo dela, em suas mãos se encontrava uma foice de cabo acinzentado como lava solidificada, formando curvas estranhas até chegar na parte da lamina que era um enorme molde de metal vermelho simplesmente assustador que brilhava como sangue e que tilintava como o grito sofrido de várias almas pecadoras. A lamina estava parada no ar sendo segurada pela mão do ouriço que ainda sorria. Novamente aquela concentração de energia se concentrou na mão do garoto que, com isso, impulsionou a lamina e sua dona para trás. Mas não demorou muito para Kaira voltar a atacar chocando novamente sua lamina contra o garoto, só que dessa vez com sua espada.

 - Vai mesmo machucar seus amigos Racer? – perguntou a raposa logo que se viu bem perto do ouriço que apenas sorriu ainda mais. – Você não é assim Racer. Você quer protegê-los não matá-los.

 - Eu não sou aquele Racer! Eu sou um Racer melhor! – respondeu o ouriço tentando intimidar a demônio que não demonstrou nenhum abalo. –Eu não tenho amigos, eu não preciso de amigos!

 - Não estou falando com você, estou falando com Racer. – falou Kaira fazendo o ouriço perder um pouco o sorriso e encarou de maneira séria a raposa que tinha a frente. Em seus olhos não se via mais o verde e o negro, apenas o branco. – Racer acorda, olha o que você esta fazendo , o que esta se tornado. Você é mais forte que ele, tem que continuar a lutar!

- Cale a boca! – com a outra mão o ouriço fez uma explosão entre os dois, os separando por alguns metros de distancia. Kaira tentou voltar a se aproximar, mas o ouriço causava explosões a sua frente impedindo que chegasse perto. E em um de seus ataques acabara lançando Kaira em uma das estantes e estava prestas a terminar com tudo em um golpe de espada quando Yin se colocou na frente.

 - Racer pára! – esbravejou e o ouriço realmente parou, a encarando atentamente. O corpo da ouriça tremia pelo esforço que estava fazendo, mas tinha que continuar de pé. – Sei que esta ai Racer, sei que não quer fazer nada disso, mas precisa recuperar o controle de seu corpo. Sei que é difícil, sei que a tentação de ficar assim é grande, eu entendo mais que ninguém, mas se continuar assim vai fazer coisas que você não quer. Você vai virar uma coisa que realmente não é. Então volta Racer. – eram suplicas e o ouriço parecia compreender, parecia realmente estar despertando. – Precisamos de você, para derrotar Gaia, para seguir em frente, sem você não sabemos o que fazer. Ramon precisa de você, Mitsuki precisa de você, o mundo precisa de você! Eu preciso de você Racer! Volta, por favor!

 Foi então que aconteceu, a cor do ouriço começou a voltar ao normal, seus olhos voltaram a se como antes e não mais possuía dentes tão pontiagudos. Ele voltou a ser quem era e abaixou a espada, voltando a colocá-la na bainha enquanto se aproximava da prima e a abraçava com carinho.

 - Obrigado e sinto muito, Yin. – falou no ouvido da garota que apenas sorriu e retribuiu o abraço, sem se importar com as dores que sentia na costela. Tudo tinha terminado, eles tinham conseguido...

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Novamente as duas garotas estavam acabadas e tinha que ser carregadas pelos companheiros. Yin era segurada cuidadosamente por Racer enquanto suas costelas voltavam para o lugar em fincadas dolorosas, Mitsuki era segurada por Ramon, sendo que seus ferimentos ainda sangravam um pouco, mas não como antes. Kaira sorria, feliz por ter chegado a tempo de impedir que um desastre pudesse acontecer, Malcon tinha levado uma bronca por não ter voltado ao mundo dos demônios, mas ao mesmo tempo foi abraçado pela Direita, como agradecimento por ter cuidado dos pequenos, e Ella pagava o que devia, entregando a esmeralda amarela para os garotos.

 - Vocês vão ficar bem? – perguntou Kaira enquanto se despediam. Ela ia sair com Malcon para logo tomarem caminhos diferentes, os garotos teriam mais uma ajuda de Ella, sendo transportados para o local da próxima esmeralda. – Não querem mesmo ajuda com essa busca? Estão muito machucados.

 - Ficaremos bem tia Kaira, não precisa se preocupar. – respondeu Yin sorrindo para a raposa que retribuiu o sorriso com um, um pouco forçado. Mas ela sabia que não podia fazer nada para impedi-los de continuar em sua busca.

 - Ok, mas é melhor voltarem logo. Ao parecer vocês vão ter mais um primo. – Racer e Yin se entreolharam, surpresos, se perguntando que poderia ser que estivesse nesse estado. Por um instante pensaram que era Kaira, mas ela negou. – Cassandra esta grávida de algumas semanas, seu tio esta super animado com isso.

 - Manic merecia isso. Depois de tudo o que já passou... – falou Racer com um pequeno sorriso no rosto. Ella então abriu o portal e os garotos olharam para os dois demônios. – Obrigado pela ajuda Malcon, sem você ainda estaríamos perdidos no deserto. E obrigado Kaira, e me desculpe pelo o que aconteceu.

 - Sem problemas Racer. Agora vão, vocês tem uma missão a cumprir. – os garotos sorriram e entraram no portal, indo para sua próxima aventura.


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Notas finais do capítulo

Bom... Finalmente consegui terminar e agora vou pagar uma dividas que tenho com outros autores e então começarei a escrever o proximo cap que com certeza vai ser menor que esse. *você nunca vai superar aquele de O Fim de uma Era* eu sei, e nem quero superar para falar a verdade O.o. Vinte mil palavras não esta muito em minhas metas, acho melhor ficar com vinte caps, ai eu fico feliz, e como essa fic eu vou conseguir chegar nisso com certeza eu estou aqui pulando de alegria.
Bom... Feliz natal para todos meus leitores! E vou tentar postar um cap no ano novo para falar feliz ano novo nele.
Bjsss!



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