Capitulo VII

Passei a noite (dia) toda a falar com a Daisy, sempre a tentar nao acordar Gabbe. Daisy falou-me de como era quando ainda era viva. Tinha a minha idade e morrera ha mais ou menos 1 mes. Quando lhe perguntei como ela tinha ido parar aquela cela, ela dissera que nao se conseguia lembrar, mas que estava completamente encantada por Kalona e o seu Alp.
-Entao, so as raparigas conseguem ser encantadas por esse tal Kalona? Quer dizer, ha rapazes que morreram como tu? - questionei Daisy certa vez no meio da conversa.
-Quer dizer, se esse Kalona se baseava na Beleza para vos encantar como fazia ele isso com os rapazes?
-Boa pergunta, os rapazes não estiveram com Kalona nem com o Alp. Quando eu e as outras lhes falamos de Kalona eles ficaram interrogativos. Eles garantiram terem sido encantados por uma deusa. Chamavam-lhe Neferet.
-Então isso significa que esse Kalona não está sozinho. Mas uma coisa que eu ainda não percebi é porque é que vos rouba metade da alma. - cocei o topo da cabeça e tentei pensar direito. Isto está a ficar muito esquisito.
-Oh Taylor tens que nos ajudar. Por favor. - Daisy implorava.
-Eu prometo que te vou ajudar, mas muito sinceramente não estou a ver como... - calei-me e deitei-me escondendo a cara por baixo dos cobertores quando senti Gabbe a levantar-se. Não queria mesmo que ela me ouvisse a falar com Daisy (que ela não conseguia ver) pensaria que eu teria endoidecido de vez. Ela foi até à casa de banho, ouvi-a a ligar a torneira, e voltar a desligar. Quando voltou para o quarto dirigiu-se para perto da minha cama e começou a bater o pé impacientemente.
-Escusas de fingir que estás a dormir, eu sei muito bem que não estás. Eu ouvi-te a falar sozinha. - oh bolas, eu sabia que Gabbe não era parva nenhuma.
Mas o que haveria eu de dizer? "Olha Gabbe consigo falar com iniciados mortos, e agora até tenho uma amiga Daisy que perdeu metade da alma para um tal Kalona." Não podia contar-lhe, apesar de só a conhecer há dois dias não a queria perder. Ela era minha amiga.
-Taylor, sabes que me podes contar... eu prometo que não vou gozar nem nada disso... podes contar-me. - ela sentou-se na borda da minha cama e esperou que eu lhe respondesse. Foi aí que eu decidi que lhe iria contar tudo.
Ela iria compreender certo? Quer dizer num mundo de vampyros nada é impossivel, ela teria de acreditar em mim. Levantei-me e comecei a contar-lhe tudo desde o inicio. Falei-lhe de Daisy, de Kalona e dos outros iniciados.
Gabbe ouviu-me sem nunca me interromper. Quando acabei, esperei pela reaçao dela.
-Hmmmmmm... isso quer dizer que tu vez os iniciados mortos?
-Sim.
-Achas que isso pode ter alguma coisa a ver com o facto de teres a tua marca diferente? - fiquei admirada com aquela pergunta, estava a espera que ela me perguntasse se eu teria endoidecido de vez, mas em vez disso fez me uma pergunta tão simples, mas para a qual eu não tinha resposta.
-Bem, não sei bem mas a Daisy acha que sim.
-Essa Daisy... eu acho que a conheci... como é que ela é?
-Ela é loura, tem um cabelo invulgarmente volumoso, olhos castanhos e disse que foi companheira de quarto de uma Lily. - olhei para Daisy para cofirmar se a tinha descrito bem, ela sorriu-me em aprovação.
-É ISSO! Eu sabia que esse nome não me era estranho. A Lily tem aula de interpretação comigo e falou-me nela. Ela andava muito deprimida com a morte dela. Até porque se culpa pelo facto de ela ter morrido sozinha. Mas explica-me isso melhor, então quem a matou foi esse tal Kalona?
-Sim, ele matou-a e roubou-lhe metade da alma.
-Isso não é possivel. Ela rejeitou a mudança enquanto dormia...
-Não pode ser, eu vi-a trancada numa cela e o Alp foi busca-la e ... - Gabbe interrompeu-me bruscamente.
-Disseste ALP? - ela fez uma cara assustada.
-Sim, ele deu-lhe uma rosa e chamaram-lhe Alp... Mas porque? Conheces?
-Não! Felizmente não conheço! A professora Candy falou numa criatura dessas na aula de historia dos vampyros. Os Alpes eram uma especie de vampyro muito perigosa. Eles atormentam e apoderam-se dos sonhos das mulheres. Mas a professora disse que esses vampyros estavam extintos.
-Tu tens a certeza do que estás a dizer? - questionei Gabbe se aquilo seria mesmo possivel, e olhei para Daisy que estava completamente paralisada a olhar para nos. Daisy olhou para mim com um olhar fixo.
-Faz sentido, é por isso que eu não me lembro de como tinha ido parar aquela cela, eu estava a dormir... morri durante o sono. - Daisy fez um ar completamente chocado.
-Daisy está a dizer que é possivel, talvez seja essa a razao pela qual ela não se lembre de como tinha ido parar à cela. Mas como podemos ter a certeza? - questionei Gabbe para ver se ela teria alguma ideia.
-Vamos pesquisar e contar tudo aos outros.