Capitulo 3

Roxanne POV

Música: 2 become 1 das Spice Girls

Link: http://www.youtube.com/watch?v=6M9cSez-mY4

Ouvi um resmungo do meu lado direito e lutei por conter uma gargalhada. Lily lutava novamente contra a embalagem de protector solar. O sol de Itália era bastante forte para a sua pele branca e ela estava decidida a mantê-la assim.

- Não tem piada, Roxanne. – ergui os meus óculos de sol e encarei-a.

- Acredita. Tem e muita. - ela revirou os olhos e levantou-se. – Aonde vais?

- Caminhar! – gritou e continuou a afastar-se. Ainda fiquei a olhar na sua direcção durante um bocado, mas dei de ombros e deitei-me novamente.

Eu gostava de sol. Em Inglaterra era difícil estar o calor que estava naquele momento e eu sempre me dera muito melhor com temperaturas quentes. Virei-me de barriga para baixo de forma a apanhar sol nas costas. Planeava voltar ainda mais morena.

De repente o calor desapareceu e senti um peso nas minhas costas e a água fria em contacto com a minha pele.

- Albus! – exclamei sabendo que era o meu namorado. Ele riu-se e beijou o meu ombro. – Estás molhado!

- Como não vais até á água, vem a água até aqui. – tentei libertar-me, mas ele era muito mais forte e pesado.

A água já não me incomodava realmente. Aliás! Era muito bem-vinda. Sentia todo o corpo de Albus sobre o meu e isso estava a provocar-me um calor enorme. Arrepiei-me ao sentir os seus lábios distribuírem beijos pelas minhas costas e agradeci por a praia ser deserta. Eu estava em fogo e Albus ficou “animado” ao ouvir o gemido que eu soltei quando as suas mãos começaram a percorrer as minhas laterais.

- Albus… - murmurei.

- Sim?

- É melhor… - mas as minhas palavras perderam-se ao sentir as suas entrarem no bikini e tocarem os meus seios. Contive um gemido alto.

- É melhor irmos para casa e procurarmos um pouco de privacidade. – ele sugeriu. Neguei com a cabeça ao lembrar da pequena gruta que eu tinha encontrado naquela manhã enquanto caminhava com Lily.

- Tenho uma ideia melhor. – empurrei-o com força e ele caiu na areia olhando-me confuso. Levantei-me e com um sorriso maroto comecei a correr.

Sabia que ele me seguia. Ouvia a sua voz a chamar por mim. Acelerei o passo ao observar a pequena saliência na pedra e entrei. Desci as rochas com cautela e cheguei ao pequeno lago que se formava no centro. Do lado oposto a água caia calmamente. De alguma forma o mar conseguira furar as rochas, formando uma pequena cascata e mais tarde aquele lago.

Despi o meu bikini e saltei. Sentia a água fria em contacto com o meu corpo, mas era-me indiferente. Eu estava a arder por dentro.

Albus desceu as rochas e eu mergulhei, deixando o meu corpo submerso. Vi-o olhar para o meu bikini e depois correr o olhar pelo lago. Nadei silenciosamente até á borda e com um movimento rápido puxei-o para dentro de água.

Fiquei na superfície á espera que ele volta-se e não demorou muito. Após tomar uma golfada de ar, Albus encarou-me furioso.

- Ficaste louca? – aproximei-me dele, passando os meus braços pelo seu pescoço, as pernas pelo seu quadril e colando dos nossos corpos. Ele arregalou os olhos e depois sorriu.

- Fiquei. – aproximei os meus lábios aos deles, mas não completei o beijo. – Agora a questão é pelo quê. Ou quem. – senti os seus lábios tomarem os meus com urgência e depois perdemos em carícias, toques, sussurros e gemidos.

Não era a minha primeira vez. Eu sabia disso e Albus também. Mas sentia-me como se fosse. Estava muito nervosa. Tinha medo de a qualquer momento fazer algo errado. Eu queria que Albus gostasse, que, tal como eu, se lembrasse daquele momento para sempre. Porque ninguém se esquece do primeiro amor. E era isso que ele era. Apesar de todos os rapazes com quem saí e namorei, Albus era o único que eu amara. E como se lendo os meus pensamentos, ele murmurou num tom rouco.

- Eu amo-te. – os meus olhos não se encheram de lágrimas e ele não fez um monologo como nos livros de romance, mas senti a verdade em cada uma das palavras.

- Eu também. – e de repente percebi que eu não precisava de ter medo. Porque aquele momento era nosso e nós nunca íamos errar. Não quando pertencíamos um ao outro.

Lily POV

Caminhei sob aquele sol quente durante algum tempo e quando alcancei a falésia que separava a nossa praia da outra, sentei-me na sombra desta. Sabia que os meus irmãos e Andrew deviam estar preocupados comigo, mas o problema de Rose estava-me a corroer por dentro. Sentia-me demasiado inútil. E precisava de estar sozinha.

- Está tudo bem? – sobressaltei-me ao ouvir a voz desconhecida e fiquei ainda mais assustada ao reparar que era o rapaz no restaurante do karaoke.

Agora á luz do dia podia observá-lo bem. Era alto e forte. Tinha os ombros largos e o tronco nu dava-me visão para os seus abdominais ligeiramente definidos. Subi o meu olhar para o seu rosto, passando pela boca fina e rosada, pela barba por fazer e parei nos seus olhos tão azuis como o céu acima de nós.

- Sim. Estou apenas a fugir do sol. – ele riu-se levemente e sentou-se ao meu lado.

- Tu não és destes lados pois não? – sorri.

- Não. Sou de Inglaterra. Estou de férias com uns amigos.

- Nota-se. – ergui a sobrancelha. – A pele demasiado branca é obra da falta de raios solares.

- Não diria falta, eu diria carência. – rimo-nos juntos durante algum tempo e quando a última gargalhada se fez ouvir, ele virou-se na minha direcção e estendeu a mão.

- Sou o Federico Agostini. – apertei suavemente a sua mão.

- Lily Potter. – ele sorriu e eu não resisti em retribuir. Por uns momentos Rose e todos os outros problemas ficaram esquecidos na minha mente, até ouvir um grito.

- LILY! – virei-me na sua direcção e deparei-me com Andrew a olhar-nos confuso a uns metros de distância. Levantei-me e sacudi a areia das minhas pernas.

- Quem é? – perguntou Federico curioso.

- É Andrew, o meu namorado. – respondi enquanto acenava a Andrew. – Tenho de ir. Obrigada pela companhia.

- Vais logo á festa? – virei-me novamente para Federico. Ele sorriu.

- Festa?

- Sim, as festas da cidade. São durante esta semana. Á musica, jogos, doces… - sorri só de imaginar.

- Vou tentar! – exclamei animada. – Até logo! – gritei enquanto corria em direcção a Andrew. Não ouvi a sua resposta, mas pouco me importou. Mal senti os lábios do meu namorado sobre os meus esqueci-me de tudo.

- Eu amo-te. – murmurei.

- Eu também te amo, ruivinha.