Na visão de todos eu avia melhorado em muitos aspectos, minhas consultas com Dr. Cullen se tornaram mais dinâmicas e até o fez propor um novo método de consulta.

– Bom Bella você já conseguiu se abrir pra mim, falando dos seus medos, receios e expectativa, agora eu quero te ajudar o modo em que se aproxima das pessoas. Precisa começar a criar relações com mais pessoas, alem dos seus pais é claro. – disse ele com aquele jeito calmo e confortável de sempre.

– E como eu começaria a fazer isso?...Olha, eu na verdade não preciso de muitas pessoas ao meu redor... Sempre andei sozinha, fico bem comigo mesma. – eu tentei explicar, porém ele não deu nem ouvidos.

– Bella você esta aqui pra superara esse seus medos, já se permitiu ir tão longe, não vamos regredir agora né?! – disse ele passando a mão nos meus braços e me transmitido segurança – Vamos tentar, se você vê que não da para avançar esse passo agora a gente para, ok? Eu prometo.

– Tudo bem – disse desistindo de fugir e aceitando o que ele estava me propondo – E como vamos começar? – perguntei me animando um pouco.

– Primeiro você vai vir comigo a um lugar e depois te explico ta. - disse ele passando na minha frente e entendendo a mão em sinal para acompanhá-lo.

– Ok – disse o seguindo ao seu lado, quando vi estávamos na ala infantil do hospital e ele parou bem na frente de um quarto.

– Bom esse é o quarto de uma menina chamada Camile, ela esta aqui por que tem Leucemia aguda, seus pais não ligam muito dizem serem muito ocupados para ligarem para doenças de crianças – Carlisle fez uma cara de incrédulo ao dizer como os pais dessa garotinha a tratavam – Porém apesar de todos esses problemas ela segue a vida com a maior alegria e descontração – ele terminou de falar e em sua voz se via claramente o orgulho que ele sentia por ela.

– Nossa que barra ela sofre – disse realmente sentindo muito por aquela menina – Mas porque me trouxe aqui? – disse ainda em duvidas sobre o que ele queria com tudo aquilo.

– Bella você deve saber que as crianças são as pessoas mais puras e inocentes, elas não vêem você e sim seu coração. E é com uma pessoa assim que você tem que começar uma pessoa que veja mais do que você mostre a ela. – ele disse com a mão na maçaneta – Entende Bella, é com ela que você vai começar a se aproximar, vocês já tem muitas coisas em comum e uma delas é você ser sozinha porque quer, já ela porque as pessoas que importam não querem se aproximar. Entre – disse ele abrindo a porta e pela primeira vez vi a Camile.

Camile : http://4.bp.blogspot.com/-abHDZ357rzs/TYlOa0M9M_I/AAAAAAAACLc/OAH0Rhmhfhs/s320/DSCF1034_2.jpg

– Carlisle – disse Camile com um grande sorriso pela chegada dele e me olhando com olhos curiosos.

– Oi Camile, como esta se sentindo hoje? – e assim eles engataram em uma conversa sobre tudo o que ela sentiu e fez hoje, eu via toda simpatia e calma que ele a tratava. Porém ela ainda olhava pra mim com olhos curiosos, creio que não entendendo o que eu fazia lá.

– Oh, como fui sem educação... Camile essa é Isabella, ela também é uma paciente minha, mas eu não to conseguindo ajudar ela e como outro dia você disse que queria ser medica vim te pedir ajuda – disse ele imitando uma cara de tinha triste por “não ter conseguido me ajudar” e depois de serio.

– Eu? – perguntou ela com um brilho no olhar incrível quando soube que seria medica por alguns dias, não pude deixar de sorrir com aquele animo todo.

– É você, mas se não quiser... – ele deixou a frase no ar e prontamente ela falou .

– Sim quero sim - disse ela toda animada – Então Isabella, o que a senhorita tem? – disse ela tentando ser seria e profissional.

Simpatizei-me muito com a menina e decidi entrar na brincadeira, talvez Carlisle tivesse razão.

– Nossa tenho tantas coisas Doutora Camile – disse seria e sentando ao pé de sua cama. – Mas o que eu mais preciso agora é uma amiga, você poderia ser minha amiga? – ao disser isso eu percebi que realmente não sabia o que era ter uma amiga, não sabia o que era me abrir com alguém que não fosse meu pai e que isso seria mais uma barreira que eu teria que destruir.

– Claro, adoraria ter uma amiga... afinal me sinto tão sozinha aqui – disse ela se desfazendo do sorriso e concentrando seu olhar na sua mão. – senti pena dela, afinal ninguém merecia se sentir assim... eu não deveria me sentir assim.

– Então esta combinado, Bella sempre vira aqui na hora de sua visita – e continuou baixinho como se fosse um segredo dos dois – Camile me fale quando ela ficar melhor ok? Agora o tratamento é seu – ele terminou dando uma piscada e disse – até amanha princesa – dando um beijo em sua testa e indo abrir a porta.

– Até amanha, linda – disse indo beijar sua bochecha mais ela me abraçou, me pegando totalmente desprevenida.

– Até amanha amiga – disse ela baixinho e me soltando com um grande sorriso.

Depois em despedi de Carlisle e fui para a casa que amanha cedo teria mais um dia de escola. Porém meus pensamentos estavam naquela garota incrível, eu nunca fui como todos da minha idade, nunca tive muitos amigos, nunca tive alguém que ficasse do meu lado, eu sempre tive somente a mim. Aprendi que não vivo sozinha porque gosto e sim porque aprendi a ser só e era isso que o Dr. Carlisle queria que eu entendesse.

E os dias foram passando e as coisas mudaram significantemente, todos os dias depois da escola eu passava no hospital e ficava quase a tarde toda falando com aquela incrível menina. Ela com apenas seis anos se mostrou muito madura, por tudo o que ela enfrenta e muitas vezes mostrar não precisar de ninguém.

Camile mostrou como deixar as pessoas se aproximarem de mim e foi assim que consegui alguns colegas na escola, na verdade seis colegas. A primeira é Angela Weber, uma menina que senta do meu lado na sala de aula, ela é alta, tímida e aparenta ter um grande carinho por mim. A segunda é Jessica Stanley foi a primeira pessoa a se aproximar de mim em Forks, porém parece que ela esta mais interessada na popularidade que a “aluna nova” tem, do que outra coisa. Outra que é iguala a ela é Lauren Mallory, garota de cabelos loiros acinzentados, hostil e que também tem um costume irritante de ser muito sarcástica. E por ultimo, porém não menos irrelevante os três garotos do nosso pequeno grupinho, Tyler Crowley, Eric Yorkie, Mike Newton, que eram um posso de gentileza comigo e dando assim margem para muitas pessoas dizerem que eles tinham intere-se por mim.

Cada uma das minhas aulas tinha algum deles me fazendo companhia, porém a que eu mais me sentia a vontade era Angela, já que com ela eu podia me abrir do mesmo jeito que com fazia com a Camile. A gente se parecia em vários aspectos e tinha confiança nela, mas nunca deixei que nenhum deles soubesse sobre meu autismo, claro que achavam alguns gestos ou jeito de falar estranho, mas nada anormal para uma “nerd” como eles me chamam.

Segunda mais um dia de escola e tinha acabado de bater o sinal, anunciando o recreio. Fomos para a fila, para comprar o lanche e estávamos envolvidos em um dialogo entre Jessica e Lauren sobre se faziam ou não o teste para lideres de torcida. Eu claro apoiava mais ficava um pouco na minha, aquele dia estava sendo cansativo pra mim, afinal mal tinha dormido na noite anterior, pois estava estudando para uma prova muito difícil que faria hoje. Elas continuavam falando o quanto iriam ser mais populares se passarem e Angela, Eric, Tyler e eu só ria dos grandes egos que elas tinham. Ainda não tínhamos visto o Mike que veio depois que nos sentamos à mesa.

– Nossa Mike você demorou, o que estava fazendo? – disse a Jessica, se sentando do lado dele.

– Uma coisa importante Jessica, que por acaso não te diz respeito – Disse Mike um pouco sarcástico, fazem ela bufar e se afastar.

– Seu grosso – disse ela voltando a sua comida e fazendo todos da mesa, menos eu, rirem.

– Coisa importante é Mike, isso envolve alguma mulher? – disse Tyler querendo saber do repentino desaparecimento de Mike.

– É pode ser- disse ele olhando pra mim e sorrindo

Senti-me um pouco intimidada e comecei a dar uma importância exagerada a meu pedaço de torta, até que tenho a impressão de alguém passando pela nossa mesa, quando levanto minha cabeça vejo Edward indo em direção a mesa de seus irmãos. Lembro da ultima vez que falei com ele e de tudo o que dissemos um pro outro, depois daquele dia o evitei o máximo possível, ele ainda atentou se aproximar, mas o ignorei até o dia em que ele parece ter desistido mesmo. A frase que eu um dia li veio em minha mente “difícil não é lutar pelo que mais se quer e sim desistir do que mais se ama. Eu precisei desistir, mas não foi por não ter mais forças de lutar e sim por não ter mais condições de sofrer”.

Fiquei alheia as conversar ao meu redor e aliviada quando finalmente tocou o sinal, para irmos para nossas salas. Levantei-me e fui em direção ao meu armário, pois precisava pegar alguns livros para fazer a prova. Mas quando abri meu armário um bilhete caiu no chão, me abaixei e desdobrei-o ate poder ler o que tinha escrito.

– Vamos Bella?! – disse a Angela com o livro dela já na mão.

– Vai na frente Ang já to indo – disse ainda prestando atenção naquele pedaço de papel.

– Ok, não demora – disse ela indo para a sala.

O bilhete estava escrito com uma caligrafia tão incrível que perto dela a minha ficava o pior dos garranchos, no entanto o que me deixou mais passada foi oq eu tava escrito nele.

Oi Bella.

Bem, eu não sei como explicar mas, quando me lembro do seu rosto, do seu abraço, do seu cheiro, do seu olhar, eu começo a sorri,

É assim mesmo, automático,

Como se tivesse uma parte do meu cérebro que me fizesse por um instante à pessoa mais feliz do mundo,

Como se só você, de algum modo fosse capaz de ativar.

A única coisa que eu sei, é o que sinto por você é muito forte é amor

Eu te amo Isabella Marie Swan.

Ass. SV.

Voltei pra classe e tentei fazer minha prova, mas as palavras do tal SV não saiam da minha cabeça. Quem era esse tal admirador secreto?!

Parece que eu vou ter que descobrir isso...