Escolhido Ao Acaso escrita por Mandy-Jam


Capítulo 18
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Notas iniciais do capítulo

Aqui vai. Sinto muito pelo atraso!



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POV Kim

As luzes do letreiro de um dos restaurantes chiques de New Jersey brilhavam de modo elegantemente caro. Ares estava sentado á uma mesa lá dentro, e Alice logo á sua frente. Ela olhou em volta ainda um tanto impressionada.

- Então? Isso aqui se enquadra no seu “muito bom”? – Perguntou Ares cruzando os braços, triunfante. Alice olhou para ele negando com cabeça.

- Ainda estou avaliando. – Respondeu ela tentando parecer indiferente.

- Ah, está? – Perguntou ele calmamente, prendendo o riso.

- Estou sim. – Confirmou ela. Alice se inclinou para a frente, e olhou para ele – Talvez... Só talvez, é claro. Se você não começar uma guerra de comida, ou comer seguindo todos os padrões de etiqueta... Eu te desculpo.

Ele riu desviando o olhar.

- É incrível como você só pede coisa fácil. – Disse mexendo no guardanapo de pano sobre o prato – Até onde eu lembro, é você que faz guerras de comida.

Alice cruzou os braços e olhou para ele, e pareceu um tanto chocada.

- Ei! Eu não começo guerras de comida! – Protestou ela. Ares riu e olhou-a como se aquilo fosse uma piada. Alice revirou os olhos – Ah, e você participa muito bem delas.

- Não tem provas disso. – Rebateu ele.

- Eu sou testemunha disso. – Retrucou ela.

- Ei, ei, ei! – Disse ele chegando para frente também – Acho que você não entende as coisas muito bem. Tem um bom motivo para eu participar, certo?

- Qual motivo? – Quis saber ela.

- Estamos juntos, ora! Eu tenho que apoiar o que você faz. – Disse ele, mas estava na cara que era uma desculpa ridícula, pois ele mesmo estava morrendo de vontade de rir. Alice ergueu uma sobrancelha para ele, e Ares continuou – É isso que os casais fazem. Se apoiam. Na saúde e na doença, alegria e tristeza, na guerra e na paz.

- Não somos casados. – Disse ela revirando os olhos.

- Mas é como se fosse. Dá no mesmo. – Ele deu de ombros, mas Alice olhou para ele de um modo curioso. Ela franziu o cenho e o fitou, e Ares entendeu o que estava falando – Er... Não que eu esteja insinuando que nós deveríamos ser casados. Claro que não. Não.

Ares deu uma risada, tentando parecer descontraído.

- Não é como se eu quisesse casar com você. – Disse ele, mas então viu que tinha falado besteira pela milionésima vez. Ao olhar para Alice, viu que ela o observava um tento irritada – Não que haja alguma coisa errada com você. Nem comigo. É só que se casar é uma droga. E nós nunca íamos... Bem, poderíamos nos casar, mas...

Ele engoliu em seco ao ver que só ia piorar as coisas.

- Ahm... Onde está o garçom? – Perguntou ele olhando em volta, para desviar o olhar de Alice – E porque ninguém liga o ar condicionado aqui? Está um calor dos Hades...

O garçom se aproximou.

- O que deseja senhor? – Perguntou ele.

- Uma garrafa de vinho tinto, por favor. – Pediu ele sem olhar para a namorada.

O garçom foi embora, mas trouxe rapidamente uma garrafa de vinho e a colocou na mesa. Serviu para eles dois, e se retirou dizendo que outra pessoa passaria para anotar o pedido do jantar.

Ares colocou o guardanapo de pano sobre as pernas, e tomou um gole curto de vinho educadamente. Alice tomou um gole também e por algum motivo prendeu o riso. Ele franziu o cenho para ela.

- O que foi? – Quis saber.

- É sério? – Perguntou ela tentando não rir – Você vai mesmo passar a noite toda falando “por favor” e “obrigado”, vai usar o guardanapo do jeito certo e ainda por cima... Ser gentil?

- Não foi isso que você pediu para eu fazer?! – Perguntou ele irritado como se estivesse sendo gentil á toa, mas então se recompôs rapidamente – Quero dizer... Mas é claro. Por que eu não seria gentil?

- É. Por que? – Perguntou ela assentiu fingindo não saber.

- Eu já disse. Vai ser um jantar calmo e tranquilo, e ninguém vai atrapalhar. – Sorriu ele. Essa foi minha deixa.

- Posso anotar o pedido, senhor? – Perguntei calmamente. Ele não olhou para mim, o que me fez sorrir maldosamente.

- Ah, por favor. – Disse ele olhando para Alice – Qual é o prato que o chefe sugere?

- Essa noite? Bem, durante um certo tempo nós vamos manter um prato em destaque. É a especialidade da casa. Qualquer coisa a ver com javali. – Respondi.

Ares e Alice franziram o cenho e olharam para mim. Ela não notou nada, mas ele sim.

- Você...! – Ele reprimiu um resmungo irritado, para que ela não notasse. Sorri para ele e depois para Alice – Que tal irmos para outro restaurante?

- Aqui serve javali? – Perguntou ela franzindo o cenho e ignorando a pergunta dele.

- Claro! Javali é o prato principal desde de hoje, mas vai continuar por um tempo. – Expliquei – Nós temos ele servido em uma bandeja. Assado, cozido, e o melhor de todos... Frito. Acompanhado do molho que você quiser.

- Ahm... Acho que eu vou querer outra coisa. – Murmurou ela achando estranho.

- Se manda daqui, peste. – Disse Ares olhando para mim com raiva.

- Tão cedo? – Perguntei olhando para ele – O que foi? Estou atrapalhando?

- Eu vou servir você em prato. Você e seu amiguinho ridículo, sua...! – Ele foi interrompido.

- Qual é o seu problema? – Perguntou Alice olhando para ele.

- Nenhum. – Sorriu ele calmamente – Não tem problema nenhum.

- Mesmo? – Perguntei prendendo o riso.

- Cala a boca. – Reclamou ele com raiva novamente.

- Você a conhece? – Perguntou Alice sem entender. Ares abriu a boca para salvar-se, mas eu acabei irritando-o ainda mais.

- Bem, você podia estar mais relaxado agora, se tivesse me ouvido. Tudo já teria acabado, mas você insistiu em agir sozinho... – Murmurei negando com a cabeça.

- O que eu faço não é da sua conta, fedelha. – Rebateu ele.

- Ora, não desconte em mim porque está com raiva de ter levado um chute. Eu te avisei. – Retruquei – Eu disse que só ia conseguir derrubá-lo com a minha ajuda.

- Não preciso da ajuda de uma menininha! Harris teve sorte, só isso! – Exclamou ele, mas então sentiu o olhar fixo de Alice. Ele olhou para ela e notou que estava de braços cruzados, inclinada para frente.

- Ah, Harris. Continua. – Pediu ela um tanto irritada.

- Eu não vou perder o meu tempo falando de... – Ele tentou parecer casual novamente, mas eu estava determinada em acabar com o encontro dele.

- Claro. – Confirmei calmamente – Tenho certeza que ele também não quer falar de você com a Afrodite.

- Por que você não cala a boca antes que eu faça isso?! – Perguntou com raiva.

- Por que você não cala a boca? – Rebateu Alice olhando para ele. Ela sorriu como se estivesse animada – Ela está falando do Matt Harris. Eu tenho certeza que você vai adorar ouvir.

- E sobre o plano. – Completei.

- E sobre o plano. – Confirmou Alice. Ela sorriu para ele ainda mais – Ela tem um plano.

- Eu sei que ela tem um plano! – Exclamou ele para ela.

- Então devia prestar atenção! Por que não para para ouvi-la? – Perguntou Alice extremamente simpática. Ela olhou para mim – Já sei! Por que não senta aqui no meu lugar?

- O que?! – Exclamou Ares. Ela se levantou e jogou o guardanapo no prato. Eu prendi o riso ao ver a cara de desentendido do Deus da guerra – O que está fazendo?!

- Dando espaço. Eu aposto que vocês dois tem muito em comum, e muito o que conversar. Vamos, ouça a garota. – Disse Alice ajeitando o vestido. Eu me sentei em seu lugar calmamente e Ares se levantou.

- Mas nós...! – Ele foi interrompido.

- Faça um favor, Ares. – Disse ela chegando perto dele – Por favor, se case com Matt Harris. Vocês iam formar um belo casal.

Ela virou as costas e foi embora. Comecei a rir da cena de um Deus da guerra atrapalhado correndo atrás de uma garota.

- Como você vai voltar para casa?! Vai precisar de uma carona! – Tentou ele.

- Eu pego um ônibus, Ares! Tenha uma boa noite! – Exclamou indo embora. As pessoas tinham parado para observar a cena também, mas quando Ares virou-se para a mesa... Todas elas pararam.

Não de medo. Não de curiosidade.

Elas simplesmente congelaram como se o tempo tivesse parado de correr. Ares estalou os dedos da mão e estalou o pescoço. Aquilo foi tão alto que parecia que tinham quebrado uma pilha de tijolos.

- Achou divertido? – Perguntou ele sério andando em minha direção. Ele puxou a gravata com tanta força que ela arrebentou. O pedaço de pano caiu no chão perto de mim e virou uma cobra.

Eu me levantei desviando do animal e Ares continuou a avançar.

- Acha que pode jogar uma vitória na minha cara? – Perguntou arregaçando as mangas. Todos os pratos, copos, garrafas e objetos frágeis do salão estouraram como se tivessem caído no chão – Eu vou mandar você para ver seu pai mais cedo.

- Você devia me ouvir. – Disse um tanto baixo, por estar surpresa.

- O que?! – Rugiu ele.

- Você devia me ouvir! – Exclamei voltando á mim.

- Eu não devo ouvir ninguém a não ser a mim mesmo! – Rugiu ele.

- Ah, deve ter sido por isso que sua namorada deu o fora! – Rebati. Acho que aquilo o atingiu em cheio, pois Ares estendeu o braço para mim e de repente, eu estava flutuando pendurada pelo pescoço no ar. Como se alguém estivesse me enforcando.

- Me dê um motivo para não matá-la! – Rugiu ele.

- Por que eu posso estou cansada do Matt! – Exclamei com o resto de ar que tinha em meu pulmão. Ares fez um gesto com a mão. O ar me soltou e eu caí no chão passando a mão no pescoço e tossindo.

- Você deve estar fora da realidade se realmente acredita que eu preciso da sua ajuda para matar um mortal! – Exclamou ele.

- Ele tem a ajuda da Afrodite, não vê?! – Ele parou de andar e me fuzilou com um olhar de raiva, mas ao mesmo tempo... Parecia curioso – Ela já sabe os seus truques. Vai avisar para o Matt o tempo todo, e ele vai escapar. Do mesmo jeito que fez hoje com o javali.

- E, por Zeus, onde você entra nessa história?! – Berrou ele com ódio.

- Eu sou diferente. – Disse com calma. Ele ergueu uma sobrancelha – E acho que o diferente pode pegar alguém de surpresa.

Ele parou para avaliar.

- Fale mais... – Murmurou ele, e foi o que eu fiz.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?
Espero pelo review de vocês. Sinto muito se ficou pequeno, ou sem graça. É que eu corri um pouco para escrever.
Obrigada por lerem, e até o próximo capítulo.