Escolhido Ao Acaso escrita por Mandy-Jam
Notas iniciais do capítulo
Aqui vai. Sinto muito pelo atraso!
POV Kim
As luzes do letreiro de um dos restaurantes chiques de New Jersey brilhavam de modo elegantemente caro. Ares estava sentado á uma mesa lá dentro, e Alice logo á sua frente. Ela olhou em volta ainda um tanto impressionada.
- Então? Isso aqui se enquadra no seu “muito bom”? – Perguntou Ares cruzando os braços, triunfante. Alice olhou para ele negando com cabeça.
- Ainda estou avaliando. – Respondeu ela tentando parecer indiferente.
- Ah, está? – Perguntou ele calmamente, prendendo o riso.
- Estou sim. – Confirmou ela. Alice se inclinou para a frente, e olhou para ele – Talvez... Só talvez, é claro. Se você não começar uma guerra de comida, ou comer seguindo todos os padrões de etiqueta... Eu te desculpo.
Ele riu desviando o olhar.
- É incrível como você só pede coisa fácil. – Disse mexendo no guardanapo de pano sobre o prato – Até onde eu lembro, é você que faz guerras de comida.
Alice cruzou os braços e olhou para ele, e pareceu um tanto chocada.
- Ei! Eu não começo guerras de comida! – Protestou ela. Ares riu e olhou-a como se aquilo fosse uma piada. Alice revirou os olhos – Ah, e você participa muito bem delas.
- Não tem provas disso. – Rebateu ele.
- Eu sou testemunha disso. – Retrucou ela.
- Ei, ei, ei! – Disse ele chegando para frente também – Acho que você não entende as coisas muito bem. Tem um bom motivo para eu participar, certo?
- Qual motivo? – Quis saber ela.
- Estamos juntos, ora! Eu tenho que apoiar o que você faz. – Disse ele, mas estava na cara que era uma desculpa ridícula, pois ele mesmo estava morrendo de vontade de rir. Alice ergueu uma sobrancelha para ele, e Ares continuou – É isso que os casais fazem. Se apoiam. Na saúde e na doença, alegria e tristeza, na guerra e na paz.
- Não somos casados. – Disse ela revirando os olhos.
- Mas é como se fosse. Dá no mesmo. – Ele deu de ombros, mas Alice olhou para ele de um modo curioso. Ela franziu o cenho e o fitou, e Ares entendeu o que estava falando – Er... Não que eu esteja insinuando que nós deveríamos ser casados. Claro que não. Não.
Ares deu uma risada, tentando parecer descontraído.
- Não é como se eu quisesse casar com você. – Disse ele, mas então viu que tinha falado besteira pela milionésima vez. Ao olhar para Alice, viu que ela o observava um tento irritada – Não que haja alguma coisa errada com você. Nem comigo. É só que se casar é uma droga. E nós nunca íamos... Bem, poderíamos nos casar, mas...
Ele engoliu em seco ao ver que só ia piorar as coisas.
- Ahm... Onde está o garçom? – Perguntou ele olhando em volta, para desviar o olhar de Alice – E porque ninguém liga o ar condicionado aqui? Está um calor dos Hades...
O garçom se aproximou.
- O que deseja senhor? – Perguntou ele.
- Uma garrafa de vinho tinto, por favor. – Pediu ele sem olhar para a namorada.
O garçom foi embora, mas trouxe rapidamente uma garrafa de vinho e a colocou na mesa. Serviu para eles dois, e se retirou dizendo que outra pessoa passaria para anotar o pedido do jantar.
Ares colocou o guardanapo de pano sobre as pernas, e tomou um gole curto de vinho educadamente. Alice tomou um gole também e por algum motivo prendeu o riso. Ele franziu o cenho para ela.
- O que foi? – Quis saber.
- É sério? – Perguntou ela tentando não rir – Você vai mesmo passar a noite toda falando “por favor” e “obrigado”, vai usar o guardanapo do jeito certo e ainda por cima... Ser gentil?
- Não foi isso que você pediu para eu fazer?! – Perguntou ele irritado como se estivesse sendo gentil á toa, mas então se recompôs rapidamente – Quero dizer... Mas é claro. Por que eu não seria gentil?
- É. Por que? – Perguntou ela assentiu fingindo não saber.
- Eu já disse. Vai ser um jantar calmo e tranquilo, e ninguém vai atrapalhar. – Sorriu ele. Essa foi minha deixa.
- Posso anotar o pedido, senhor? – Perguntei calmamente. Ele não olhou para mim, o que me fez sorrir maldosamente.
- Ah, por favor. – Disse ele olhando para Alice – Qual é o prato que o chefe sugere?
- Essa noite? Bem, durante um certo tempo nós vamos manter um prato em destaque. É a especialidade da casa. Qualquer coisa a ver com javali. – Respondi.
Ares e Alice franziram o cenho e olharam para mim. Ela não notou nada, mas ele sim.
- Você...! – Ele reprimiu um resmungo irritado, para que ela não notasse. Sorri para ele e depois para Alice – Que tal irmos para outro restaurante?
- Aqui serve javali? – Perguntou ela franzindo o cenho e ignorando a pergunta dele.
- Claro! Javali é o prato principal desde de hoje, mas vai continuar por um tempo. – Expliquei – Nós temos ele servido em uma bandeja. Assado, cozido, e o melhor de todos... Frito. Acompanhado do molho que você quiser.
- Ahm... Acho que eu vou querer outra coisa. – Murmurou ela achando estranho.
- Se manda daqui, peste. – Disse Ares olhando para mim com raiva.
- Tão cedo? – Perguntei olhando para ele – O que foi? Estou atrapalhando?
- Eu vou servir você em prato. Você e seu amiguinho ridículo, sua...! – Ele foi interrompido.
- Qual é o seu problema? – Perguntou Alice olhando para ele.
- Nenhum. – Sorriu ele calmamente – Não tem problema nenhum.
- Mesmo? – Perguntei prendendo o riso.
- Cala a boca. – Reclamou ele com raiva novamente.
- Você a conhece? – Perguntou Alice sem entender. Ares abriu a boca para salvar-se, mas eu acabei irritando-o ainda mais.
- Bem, você podia estar mais relaxado agora, se tivesse me ouvido. Tudo já teria acabado, mas você insistiu em agir sozinho... – Murmurei negando com a cabeça.
- O que eu faço não é da sua conta, fedelha. – Rebateu ele.
- Ora, não desconte em mim porque está com raiva de ter levado um chute. Eu te avisei. – Retruquei – Eu disse que só ia conseguir derrubá-lo com a minha ajuda.
- Não preciso da ajuda de uma menininha! Harris teve sorte, só isso! – Exclamou ele, mas então sentiu o olhar fixo de Alice. Ele olhou para ela e notou que estava de braços cruzados, inclinada para frente.
- Ah, Harris. Continua. – Pediu ela um tanto irritada.
- Eu não vou perder o meu tempo falando de... – Ele tentou parecer casual novamente, mas eu estava determinada em acabar com o encontro dele.
- Claro. – Confirmei calmamente – Tenho certeza que ele também não quer falar de você com a Afrodite.
- Por que você não cala a boca antes que eu faça isso?! – Perguntou com raiva.
- Por que você não cala a boca? – Rebateu Alice olhando para ele. Ela sorriu como se estivesse animada – Ela está falando do Matt Harris. Eu tenho certeza que você vai adorar ouvir.
- E sobre o plano. – Completei.
- E sobre o plano. – Confirmou Alice. Ela sorriu para ele ainda mais – Ela tem um plano.
- Eu sei que ela tem um plano! – Exclamou ele para ela.
- Então devia prestar atenção! Por que não para para ouvi-la? – Perguntou Alice extremamente simpática. Ela olhou para mim – Já sei! Por que não senta aqui no meu lugar?
- O que?! – Exclamou Ares. Ela se levantou e jogou o guardanapo no prato. Eu prendi o riso ao ver a cara de desentendido do Deus da guerra – O que está fazendo?!
- Dando espaço. Eu aposto que vocês dois tem muito em comum, e muito o que conversar. Vamos, ouça a garota. – Disse Alice ajeitando o vestido. Eu me sentei em seu lugar calmamente e Ares se levantou.
- Mas nós...! – Ele foi interrompido.
- Faça um favor, Ares. – Disse ela chegando perto dele – Por favor, se case com Matt Harris. Vocês iam formar um belo casal.
Ela virou as costas e foi embora. Comecei a rir da cena de um Deus da guerra atrapalhado correndo atrás de uma garota.
- Como você vai voltar para casa?! Vai precisar de uma carona! – Tentou ele.
- Eu pego um ônibus, Ares! Tenha uma boa noite! – Exclamou indo embora. As pessoas tinham parado para observar a cena também, mas quando Ares virou-se para a mesa... Todas elas pararam.
Não de medo. Não de curiosidade.
Elas simplesmente congelaram como se o tempo tivesse parado de correr. Ares estalou os dedos da mão e estalou o pescoço. Aquilo foi tão alto que parecia que tinham quebrado uma pilha de tijolos.
- Achou divertido? – Perguntou ele sério andando em minha direção. Ele puxou a gravata com tanta força que ela arrebentou. O pedaço de pano caiu no chão perto de mim e virou uma cobra.
Eu me levantei desviando do animal e Ares continuou a avançar.
- Acha que pode jogar uma vitória na minha cara? – Perguntou arregaçando as mangas. Todos os pratos, copos, garrafas e objetos frágeis do salão estouraram como se tivessem caído no chão – Eu vou mandar você para ver seu pai mais cedo.
- Você devia me ouvir. – Disse um tanto baixo, por estar surpresa.
- O que?! – Rugiu ele.
- Você devia me ouvir! – Exclamei voltando á mim.
- Eu não devo ouvir ninguém a não ser a mim mesmo! – Rugiu ele.
- Ah, deve ter sido por isso que sua namorada deu o fora! – Rebati. Acho que aquilo o atingiu em cheio, pois Ares estendeu o braço para mim e de repente, eu estava flutuando pendurada pelo pescoço no ar. Como se alguém estivesse me enforcando.
- Me dê um motivo para não matá-la! – Rugiu ele.
- Por que eu posso estou cansada do Matt! – Exclamei com o resto de ar que tinha em meu pulmão. Ares fez um gesto com a mão. O ar me soltou e eu caí no chão passando a mão no pescoço e tossindo.
- Você deve estar fora da realidade se realmente acredita que eu preciso da sua ajuda para matar um mortal! – Exclamou ele.
- Ele tem a ajuda da Afrodite, não vê?! – Ele parou de andar e me fuzilou com um olhar de raiva, mas ao mesmo tempo... Parecia curioso – Ela já sabe os seus truques. Vai avisar para o Matt o tempo todo, e ele vai escapar. Do mesmo jeito que fez hoje com o javali.
- E, por Zeus, onde você entra nessa história?! – Berrou ele com ódio.
- Eu sou diferente. – Disse com calma. Ele ergueu uma sobrancelha – E acho que o diferente pode pegar alguém de surpresa.
Ele parou para avaliar.
- Fale mais... – Murmurou ele, e foi o que eu fiz.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
O que acharam?
Espero pelo review de vocês. Sinto muito se ficou pequeno, ou sem graça. É que eu corri um pouco para escrever.
Obrigada por lerem, e até o próximo capítulo.