Vampire Academy Por Dimitri Belikov escrita por shadowangel


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Pessoal, este e o próximo cap eu adorei escrever! Espero que vcs gostem de ler!! bjs



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Todos os alunos, sem exceção olhavam para nós com os rostos surpresos. Eu sorria por dentro, mas permaneci sério, caminhando firmemente. Lissa andou imponente, parecendo convocar sua postura de realeza e Rose lançava, para todos, um olhar desafiador, muito embora seu sorriso fosse amargo. As duas davam expressões de reconhecimento para alguns colegas, à medida que passava por eles.

Finalmente, chagamos ao escritório de Kirova, que já nos aguardava, sentada à mesa. Os outros guardiões foram liberados, mas eu permaneceria para essa segunda e pior etapa da missão. Era a parte da punição.

Assim que entrei, percebi que a Diretora não estava sozinha. Victor Dashkov estava ali. Ele era um Príncipe Moroi que, embora não tivesse laços sanguíneos, era considerado um parente de Lissa e, de certa forma, se sentia responsável por ela. Ele sofria de uma doença rara, própria dos vampiros Morois, que acelerava o processo de envelhecimento. Já fazia algum tempo que eu o tinha visto em um evento na Corte e agora, olhando para ele, eu tive a impressão que ele havia envelhecido uns trinta anos. Sua aparência era de uma pessoa extremamente fragilizada.

Alberta, que tinha nos encontrado ao longo do nosso percurso, também ficou na sala. Nós dois tomamos a posição de guarda, nos colocando em pé, junto à parede, como perfeitas sombras.

As duas garotas entraram, olhando apreensivamente para Kirova, não percebendo a presença de Victor.

“Vasilisa!” Victor exclamou, com uma voz suave e acolhedora.

As duas olharam como uma para ele, obviamente pegas de surpresa. Isso revelou mais um despreparo de Rose. Um guardião tinha por obrigação observar atentamente todos os arredores do ambiente onde estava. Nada poderia o pegar de surpresa.

Victor levantou-se, em meio a um grande esforço e se dirigiu para Lissa que, prontamente correu para os seus braços, o abraçando.

“Titio” ela falou em meio às lágrimas. Era uma cena de reencontro bem comovente.

Victor deu duas tapinhas carinhosas nas costas dela, com um pequeno sorriso “você não tem ideia de como estou feliz por vê-la a salvo, Vasilisa.” Então ele se voltou para Rose, ainda com expressão fraternal “E a você também, Rose.”

Ela acenou de volta, com o choque estampado em seus olhos. A aparência dele devia ter modificado muito desde a última vez que ela o tinha visto. Depois do momento familiar, Kirova chamou Lissa novamente para frente de sua mesa. O sermão dado por ela para as duas foi memorável. Tudo girou em volta de comportamento responsável, negligência, egocentrismo, etc. Bem típico de uma diretora de escola enfurecida. Lissa ouvia tudo atentamente, com a vergonha brilhando em seu olhar, mas Rose estava totalmente dispersa.

“E você, Srta. Hathaway. Quebrou a promessa mais sagrada entre os da nossa espécie: a promessa de um guardião proteger um Moroi. É um grande ato de confiança. A confiança que você violou de forma egoísta, ao levar a princesa daqui. Os Strigois podiam ter extinguido os Dragomirs. Você quase permitiu isso”

“Rose não me raptou. Eu fui por que eu quis. Não a culpe.” Lissa falou com a voz firme, impedindo qualquer autodefesa que Rose pudesse fazer.

E era justamente o que eu estava pensando. Todos cogitavam que Rose tinha sequestrado a Princesa e foram tomados inteiramente por aquela ideia. Tanto que não enxergavam o lado oposto. Lissa quis fugir e não restou a Rose outra alternativa a não ser acompanhá-la. E como uma boa guardiã, ela a seguiu, não a deixando sem proteção. Claro, não era uma proteção excelente, mas a intenção era válida.

Kirova se colocou em pé, andando de um lado para o outro fazendo um som com a boca “tsic, tsic”

“Srta. Dragomir, você pode ter sido aquela que orquestrou o plano, pelo que eu saiba, mas ainda era responsabilidade dela ter certeza que você não levaria isso adiante. Se ela tivesse feito o seu trabalho, teria reportado isso a alguém. Se ela tivesse cumprido o seu dever, teria lhe mantido salva.”

“Eu cumpri o meu dever!” Rose exclamou, saltando da cadeira. Eu tive um impulso de ir até ela, mas me mantive onde estava, assumindo que ela não faria nada demais. Ela estava só desabafando.

“Eu a mantive salva! Eu a mantive salva quando nenhum de vocês-“ ela parou e fez um gesto com o braço direito apontando em volta da sala “pôde fazer isso. Eu a levei embora para protegê-la. Eu fiz o que eu tinha que fazer. Vocês certamente não saberiam fazer isso.”

Aquelas palavras atiçaram meus sentidos. Elas tinham tido um motivo oculto para terem fugido. Algo que elas não revelavam, mas que ela estava considerando agora. Lissa lançou para ela um olhar sereno e a agitação de Rose diminuiu um pouco.

“Srta. Hathaway, perdoe-me por não entender essa sua lógica de que tirá-la de um ambiente altamente protegido e magicamente assegurado é uma forma de protegê-la. A não ser que haja algo que você não esteja me contando.”

Rose mordeu os lábios, a preocupação passando pelo seu rosto. Mas ela não falou nada. Então, Kirova continuou.

“Como imaginava. Está bem. Pela minha avaliação, a única razão de você ter ido – tirando aquela que envolvia a aventura disso tudo – sem dúvidas, foi para evitar as conseqüências daquela horrível e destrutiva façanha que você fez, antes de desaparecer.”

Eu já podia imaginar para onde tudo estava sendo conduzido e não estava concordando nada com aquilo. Rose tinha tido, sim, muitos atos de indisciplina, mas tinha enfrentado todos eles sem expor Lissa. Ela não fugiria para escapar de uma punição. Eu realmente estava acreditando que a razão era algo bem maior e séria, embora não soubesse que razão era essa.

“Não, isso não-“ Rose começou a protestar, mas foi impedida por Kirova.

“Isso só torna a minha decisão ainda mais fácil. Como uma Moroi, a Princesa deverá continuar aqui na Academia, pela sua própria segurança. Mas nós não temos nenhuma obrigação com você. Você será mandada embora o mais rápido possível.”

Eu senti a raiva crescer dentro de mim. Aquele era um tratamento absurdamente desigual. Lissa era tão culpada quanto Rose, olhando pelo prisma de Kirova, mas ela só estava expulsando a Rose. Isso não era justo. Não mesmo. Aquele tipo de distinção entre Morois e dhampirs era algo que eu repugnava. Se Lissa podia ficar, Rose também poderia. Se Rose fosse expulsa, Lissa também deveria ser. Isso era o justo: usar a mesma medida para as duas. O ato das duas foi igual.

“Eu... o quê?” Rose perguntou humildemente.

Lissa se levantou, assumindo uma postura imponente, própria de uma princesa da realeza. Eu pude perceber que ela sabia bem quando usar sua posição, embora, na maioria das vezes, fosse bem humilde.

“Você não pode fazer isso! Ela é minha guardiã!”

“Ela não é nada disso! Especialmente porque ela nem é uma guardiã ainda!” Kirova rebateu, se contradizendo. Ela havia colocado a quebra dos deveres de um guardião como razões para punir Rose e agora estava afirmando que ela não era uma guardiã.

“Mas meus pais-“

“Eu sei o que seus pais queriam, que Deus abençoe suas almas, mas as coisas mudaram. A Srta. Hathaway é dispensável. Ela não merece ser uma guardiã e ela irá embora.”

Eu comecei a organizar os pensamentos, procurando uma forma de argumentar racionalmente. Eu sabia que um guardião não devia se posicionar em uma ocasião destas, mas o sentimento de justiça estava me consumindo.

“Para onde você vai me mandar? Para minha mãe no Nepal? Ela pelo menos sabe que eu estive ausente? Ou talvez você esteja planejando me enviar para o meu pai? Ou talvez você esteja tentando me transformar em uma meretriz de sangue. Tente isto e nós teremos fugido novamente, antes do final do dia.”

As palavras de Rose eram desenfreadas, mas ela tinha razão. Mandá-la embora era arruinar toda a sua vida. Ela não tinha família – pelos seus relatórios, sua mãe nunca tinha se manifestado sobre sua fuga – e ninguém mais por ela. Somente Lissa. E esta jamais viveria sua vida sem Rose. Eu comecei a lembrar de todos as garotas dhampirs que eu conhecia, principalmente as minhas irmãs. Eu jamais aceitei este destino imposto a elas pela sociedade. Eu tinha que me posicionar. Uma força dentro de mim me cobrava isso. Eu precisava sair em defesa dela.

“Srta. Hathaway, você está agindo inadequadamente.”

“Elas têm uma ligação.” Falei baixo e calmamente, mas meu forte timbre de voz fez com que aquelas palavras ecoassem imponentemente pela sala, quebrando todo aquele clima pesado.


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