- O-orochimaru?

Sentia vontade de correr, mas suas pernas não obedeciam. Ela sabia que não teria chance alguma contra aquele ser, que muito lembrava uma cobra pronta para dar o bote. Tinha consciência de que ele era um dos Sannin Lendários enquanto ela era uma simples kunoichi de Konoha, a quem ele poderia destruir em um único golpe fatal.

O homem, percebendo o medo estampado na voz da bela ninja , sorrira malicioso, pois sabia que a jovem não teria coragem de fugir, e se fizesse, ele a pegaria. Então caminhara a passos lentos em direção a moça, que permanecia com os olhos arregalados e as pernas trêmulas:

- Vejo que está bastante assustada, mas não se preocupe. Só vim lhe fazer uma proposta. – Dissera, segurando o queixo da morena e sussurrando próximo ao ouvido da mesma.

A Hyuuga permanecia estática, porém pareceu despertar. Dera um salto para trás, ficando a alguns metros do ainda conhecido como Sannin, que gargalhava, enquanto ela gaguejava, nervosa:

- P-proposta? Q-que proposta? – A voz saiu fraca, demonstrando seu medo.

- Quero que venha comigo, e se torne uma de minhas subordinadas. – Explicara, frio.

Hinata arregalou seus olhos perolados. Que tipo de proposta era aquela? O que ele queria com ela? Qual era o objetivo? Milhares de perguntas surgiram à mente da herdeira, e junto delas surgira o pavor.

Quando se deu conta, já corria pela mata, fugindo daqueles olhos que tanto a assustavam. Não soube porque teve tal reação, pois tinha certeza que seria pega, e estava ainda mais certa de que aqueles poderiam ser seus últimos minutos de vida.

Mais uma gargalhada do vilão ecoara em meio à floresta, enquanto a morena se afastava de maneira considerável. Ela pensava que já estava livre, embora soubesse quão forte Orochimaru era. Imaginava que escaparia ao mesmo tempo que tinha na cabeça que ele poderia apenas tê-la deixado ir por gostar da caça.

Correra por vários minutos e, devido ao esforço da missão, sentia seu corpo reclamar de dor, implorando por descanso, porém aquele não era o momento nem a hora correta de parar. Poderia selar seu fim.

Já cansado de brincar, Orochimaru desaparecera, de repente, numa cortina de fumaça, voltando a aparecer na frente da Hyuuga, que trombara com ele por não notar sua presença já sólida ali, na sua frente:

- Cansei-me de brincadeiras. Venha logo comigo, isso se desejar sua preciosa vila e seu amado Naruto sãos e salvos.

Só de ouvir o nome do loiro, Hinata estremeceu. Sentiu as lágrimas escorrerem por sua face alva:

- P-por que? O que quer comigo? Por que esta fazendo isso? – Sussurrara, em meio aos soluços.

- Tenho planos pra você. Seu Byakugan será de grande ajuda. Caso não aceite vir, eu acabarei com todos que você ama. – Passara a língua nos lábios. – Você tem uma semana para se despedir de seus amados companheiros, mas antes de ir, Hinata, preciso te dar um presentinho.

Fizera selos com as mãos, e seu pescoço começou a se alongar, parecendo o corpo de uma cobra. A cabeça do homem voou em direção ao pescoço da Hyuuga, mordendo-a ali, obrigando-a a gritar de dor. Em seguida, o homem desaparecera novamente na cortina de fumaça, deixando a garota agonizando no chão.

O corpo da menina queimava. As lágrimas desciam pelo rosto dela mais uma vez. Pingos começaram a cair do céu, estes que se tornaram mais fortes a cada momento, encharcando suas vestes. A visão da morena escurecera, e segundos depois, tombara.

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Aos poucos seus olhos se abriam, o corpo ainda doía, a chuva continuava a cair intensamente. Não sabia quantas horas havia ficado desacordada. As lembranças do ocorrido tomaram sua mente, a fazendo levar as pequenas mãos ao lugar onde havia a marca deixada momentos antes. As palavras ecoavam em sua cabeça:

“Caso não aceite vir, eu acabarei com todos que você ama.”

Ela não queria abandonar seus amigos, mas não poderia deixá-los correr tamanho perigo. Se fosse para proteger quem ama, ela viveria na escuridão, e se necessário encararia até a morte.

Tinha apenas uma semana para aproveitar seus últimos momentos com àqueles importantes. Uma semana para começar o pesadelo cujo qual viraria sua vida. Precisava curtir aqueles últimos momentos preciosos.

Com muita dificuldade, levantara-se, dolorida. A ânsia de desmaio vinha e ia. Cambaleando, se embrenhou na mata, indo em direção a vila que estava à apenas algumas horas dali. Talvez conseguisse chegar viva, mas aquela frase ainda martelava em sua cabeça:

“Você tem uma semana para se despedir de seus amados companheiros...”

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O céu começava a escurecer. Não tinha idéia do quanto andara, só sentia uma queimação em todo o corpo. Suas roupas já secas, após a chuva, estavam rasgadas e cheias de sangue, por conseqüência de ignorar os galhos pontiagudos, que rasgavam a sua pele e suas roupas pelo caminho.

Aos poucos, o portão principal da Vila surgia no horizonte, dando alivio a menina, que já estava exausta, e sentia que iria desmaiar em breve. Ao longe, avistara os dois guardas que sempre se encontravam na frente da entrada.

Quando a viram naquelas condições, concluíram que ela havia se envolvido numa batalha. Ao se aproximarem, surpreenderam-se com os ferimentos profundos. Logo trataram de acudi-la:

- Hinata!

Ela sentira-se aliviada ao encarar aqueles dois rostos conhecidos. Finalmente estava em casa. O cansaço tornara-se mais forte à medida que a morena diminuía a distância existente entre os que corriam em sua direção:

- Hinata! Hinata! – Os gritos de desespero foram as últimas coisas que ouvira, antes de perder a consciência.