PDV Bella

Percebi que Edward estava coberto de razão, não tinha porque ficar enlouquecendo com isso, o jeito é pelo menos por hoje, esquecer um pouco do mundo ao redor e aproveitar o dia. Ele me levou a um parque de diversões, há séculos eu não visitava um desses.

Era um lugar enorme, e havia muitos brinquedos e atividades, só despertei do transe em que me encontrava quando ouvi a voz de Edward:

-Vamos, temos muitas coisas a fazer.

Sorri, e peguei a mão que ele havia estendido para mim. Esse dia com certeza seria inesquecível.

(...)

Assim que entramos, vimos como o lugar estava cheio, várias crianças com suas famílias e também alguns casais se divertindo. O primeiro brinquedo que me chamou atenção foi a montanha russa.

-Vamos, já sei aonde eu quero ir. – Falei arrastando Edward em direção à montanha russa.

-Aonde? Nisso? – Perguntou ele apontando para lá.

-Sim. Vai ser divertido e emocionante. Vamos logo!

-Tudo bem, tudo bem. Você é realmente a garota mais estranha que eu conheço, nenhuma outra me arrastaria pra um brinquedo desses, provavelmente elas entrariam em pânico. – Disse ele sorrindo.

- Elas não servem como comparação. Não tenho porque ter medo disso. Sorte a sua em estar comigo, é um privilégio para poucos. – Respondi.

-Eu sei que eu tenho sorte mesmo. Você além de ser a garota mais estranha, é também a mais inteligente, a mais bonita, e a mais interessante de todas. –Sorri com isso e ele me beijou.

Vai ver não foi uma má ideia dar um chance a ele.

Ao entrarmos no brinquedo todos estavam calmos, mas depois das primeiras voltas só o que se ouviam eram gritos, enquanto a única coisa que eu fazia era rir, descontroladamente. Era incrível a sensação do vento no rosto e também, de liberdade. Algo indescritível, por um momento era como se nada mais existisse, somente eu, ali cercada por nada mais que o vento.

Minutos depois, quando já tínhamos feito várias piruetas e dado muitas voltas, finalmente chegamos ao final. Desci me sentindo incrivelmente bem, quando olhei pro lado percebi que Edward não partilhava o mesmo sentimento que eu.

-Que foi? Ficou com medo? – Perguntei brincando.

-Não... Mas você nunca mais conseguirá me arrastar pra algo assim. – Disse ela com a voz arrastada.

-Ah, mas nem foi tão ruim assim. – Falei.

-Pra você. Agora vamos fazer outra coisa.  – Ele falou recuperando a animação.

(...)

Depois de passarmos por quase todos os brinquedos do parque, fomos comprar algodão doce. Nenhum passeio a um parque de diversões estaria completo sem algodão doce.

Edward comprou dois, e enquanto comíamos, passeávamos pelo parque apenas conversando e observando as pessoas a nossa volta.

-Hm... Preciso pensar. – Estávamos fazendo perguntas aleatórias para passar o tempo e também para que conhecêssemos melhor um ao outro. – Tá bom, uma música que você ache tudo a ver com você.  – Perguntei.

-Ah, essa é fácil. – Disse ele. – Sexy and I know it.

Com essa eu tive que rir.

-Fala sério, não cansa ser tão convencido assim não? – Perguntei.

Ele riu também, e respondeu.

-Claro que não, não estou dizendo nada além da verdade, ou você discorda? –Perguntou ele me olhando maliciosamente.

-Eu já te disse o quanto eu te acho um idiota? – Perguntei.

Ele riu ainda mais com minha resposta.

-Sabia que você não poderia discordar, eu tenho razão. Fim da história.

-Sua vez. – Disse tentando mudar de assunto.

-Tá bom, vamos lá... Qual estilo de filme você prefere? –Perguntou ele.

-Acho que ação e comédia. – Respondi.

-Hm... Interessante, e os românticos? – Perguntou – Porque uma vez eu passei uma noite inteira assistindo filmes românticos com a Alice.

Comecei a rir novamente.

-Queria ter visto isso. Ela é assim mesmo, sempre me obriga a assistir esses filmes, mas eu não sou muito fã. – Respondi.

-Podia ter me avisado antes. Eu podia ter inventado uma desculpa sem parecer suspeito. – Falou ele.

-Dificilmente você se livraria dela. – Comentei.

-É, tem razão. – Disse ele pensativo.

Avistei uma barraca de tiro ao alvo e imediatamente fui até lá.

-Você tem boa pontaria? – Perguntou ele.

-Não, sou a pessoa mais descoordenada do mundo com você já sabe. – Falei. – Mas acho legal mesmo assim.

-Então, vamos jogar. – Disse ele.

Eu fui até o senhor que cuidava da barraca e paguei. Primeiro foi minha vez, como eu já previa, errei por pouco, mas mesmo assim, errei. Mesmo não tendo acertado eu achava divertido. Depois foi a vez de Edward jogar, ele ao contrário de mim, conseguiu acertar no alvo várias vezes. Ganhou um urso de pelúcia, e me deu.

Pela expressão, acredito que o senhor da banca tenha ficado um pouco impressionado com o ótimo desempenho de “Bella” e o meu péssimo desempenho. Mas nenhum de nós se importou com isso.

Continuamos a caminhar de mãos dadas até que percebi que estava morrendo de fome, não havia comido nada a tarde inteira, ou melhor, havia comido só um algodão doce, mas isso e nada é quase a mesma coisa.

-Edward, eu tô morrendo de fome. – Falei.

-Agora que você falou, também estou com fome. Vamos procurar algum lugar para comer.  – Disse ele.

Caminhamos até uma lanchonete, ainda dentro do parque. Entramos e sentamos em uma mesa para escolhermos o que pedir.

-O que você quer? – Perguntou Edward.

-Hm... Acho que um hambúrguer e um refrigerante. – Disse, e ele riu.

-Ainda me surpreendendo... Apesar de eu não acreditar que você fosse querer algo menos calórico que isso. – Ainda bem que ele não acreditava que eu era dessas que vivia de dieta.

O garçom chegou para anotar os pedidos dissemos o que queríamos e ele saiu.

-E então, preparado para amanhã? – Perguntei.

-Nada de falar sobre amanhã. Vamos aproveitar o agora. – Falou ele.

-Tá bom, vamos aproveitar o agora. – Eu disse.

Realmente o dia estava sendo incrível, nunca imaginei que algum dia eu estaria em um lugar como esse na companhia de ninguém mais ninguém menos que Edward Cullen.

-Em que você está pensando? – Perguntou ele.

-Nada de mais, só que eu nunca imaginei estar aqui, ainda mais com você. – Respondi verdadeiramente.

-É, eu também nunca imaginei que a garotinha mais irritante e mimada do planeta conseguiria me controlar dessa maneira. Não tenho mais nenhum outro pensamento a não ser você. Pode ser considerada obsessão, então é melhor tomar cuidado... – Falou ele brincando.

-Tá bom Edward, eu vou fingir que acredito, e além do mais, não tenho medo de você. – Disse ainda brincando.

-Estou falando sério, e você não deveria confiar tanto... – Ele disse me puxando para um beijo incrível, como sempre.

Cedo demais ouvimos o garçom nos chamar e rapidamente nos separamos. Ele colocou nossos pedidos sobre a mesa e saiu.

PDV Edward

O dia estava ainda melhor do que eu esperava, depois de termos ido em todos os brinquedos, estávamos agora comendo em uma lanchonete, parecíamos duas crianças sem preocupações, por mais que eu soubesse que amanhã tudo isso nem pareceria real.

Era incrível conhecer melhor a Bella, ela era ainda melhor do que eu acreditava. Passamos o dia rindo e brincando, e a cada minuto eu percebia o quanto eu havia sido idiota por ter ignorado uma garota tão incrível, por tantos anos.

Mas, essa era a hora de recuperar o tempo perdido. Depois que saímos da lanchonete, voltamos aos brinquedos e antes que pudéssemos chegar a onde queríamos alguém se colocou na nossa frente.

-Ei gatinha, e aí, lembra de mim? – Fala sério, será que esse mundo podia ser menor? O babaca do shopping em quem eu havia dado um fora dias atrás agora me encarava.

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-Parece que você esqueceu a minha demonstração de que eu não estou interessada. – Falei.

-Ah, aquilo. Você me pegou distraído. Mas agora que estamos aqui, bem que podíamos dar uma voltinha no túnel do amor hein? O que me diz? – Esse idiota tá querendo morrer.

Antes que eu pudesse dar uma resposta Bella passou na minha frente e respondeu primeiro.

-Olha babaca, se manda. Ela já disse que não está interessada, então dá o fora. – Falou ela.

-Calma aí cara, a mina ainda não respondeu. – Disse ele.

-Se manda, ou dessa vez o soco vai ser mais forte. – Bella continuou.

-Tá bom, tá bom. Depois a gente se fala linda. – Ele sorriu e saiu da nossa frente.

-Quem era? – Perguntou Bella.

-Era o imbecil do shopping, aquele que eu comentei. – Respondi.

-Ah, era esse. – Falou ela com compreensão. – Até que ele não é feio. – Ela disse e sorriu.

-Você tá precisando de óculos, linda. Eu não vou nem me comparar porque ele não chega sequer aos meus pés. – Falei.

-Tá bem, humildade personificada. Eu não disse que ele era melhor que você, eu disse apenas que ele não era feio. – Ela sorriu e saiu correndo em direção a uma banca de maçãs do amor.

Saí atrás dela e ao chegar, ela já havia pedido uma e estava caminhando em direção a um lago próximo.  Ela parou e sentou-se na borda. Juntei-me a ela sentando ao seu lado.

-Comprou uma só? – Perguntei.

-Sim, mas eu sou boazinha, deixo você experimentar. – Falou ela me dando a maçã.

Mordi e devolvi a ela.

-Muito bom. – Falei.

Ela mordeu também, e voltou sua atenção ao lago.

-Não é lindo? – Perguntou ela.

Ao me virar para o lago, vi o sol colorir o céu de vermelho. O pôr do sol se aproximava e não era possível existir algo tão lindo. Simplesmente... Perfeito.