Speak Now. escrita por Bellice


Capítulo 1
Speak Now - Capítulo Único.


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!
Musica: http://www.youtube.com/watch?v=sdWVz9zqZb4&feature=related



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Capítulo único – Speak Now

–Isabella Swan! Nem pense em sair de casa a essa hora! –Eu revirei os olhos para meu pai. Já era bem grandinha para sair de casa e pegar meu carro a hora que eu bem entendesse. Porém, ele não parecia entender isso. Charlie sempre me tratava como se eu fosse uma criança.

Chovia torrencialmente, mas eu não me importei. Tudo o que eu queria era pegar o meu carro e ir direto à casa de Alice. E finalmente dizer: Você estava certa esse tempo todo! Eu o amo e estava mentindo para todo mundo, porque quero que ele seja feliz! Porém, seu casamento é daqui a dois dias e eu não posso deixar, de maneira nenhuma, isto acontecer!

–Pai, por favor. Me. Deixe. Eu tenho 22 anos, não 12!- Bufei e entrei em meu carro. Ele ficou lá me encarando com uma expressão furiosa no rosto. Quer saber? Foda-se. Eu tinha coisas mais importantes a fazer agora do que lidar com a proteção exagerada e sem fundamento de Charlie.

Liguei o rádio numa tentativa de me acalmar, mas a música que tocava no momento produziu o efeito contrário. Só piorou as coisas.

“I remember what you wore in our first day…

You came into my life,

and I thought "hey, you know, this could be something"…”

Suspirei e deixei que as lembranças que eu tanto lutei para esquecer me tomassem.

...

–Você sabe que eu lembro, não é? – Ele me olhou sorrindo enquanto tentávamos dançar lentamente, ao ritmo da musica que tocava na sala da casa dele.

–Lembra-se do quê?

–Do que você vestiu. – Eu ri.

–Lembra mesmo? Preferia que não se lembrasse. Eu estava horrível e o resto do nosso encontro foi num hospital... –Nós rimos.

–Você sabe que isso não importa, Bella. Foi especial. Foi inesquecível. –Sorri com ele.

O fato era que no nosso primeiro encontro, eu decidi pedir ajuda à Alice. É claro que, a minha melhor amiga se empolgou e me fez de Barbie a tarde toda, e se esqueceu temporariamente da minha falta de coordenação (ou não), e me obrigou a ficar em cima de um salto agulha muito mais alto do que eu poderia suportar.

Claro, quando eu e Edward estávamos descendo as escadas do restaurante para dar uma volta no parque ali perto, eu tropecei e torci meu pé. O que resultou em um hospital em vez do parque lindo que iríamos se eu não tivesse estragado tudo...

–Foi especial mesmo. –Concordei. Apesar da minha burrada de ter ido de salto. O jantar foi agradável. Conversamos sobre tudo e rimos bastante... Nos divertimos bastante. E segundo o Edward, naquele dia ele teve mais certeza ainda que deveria me pedir em namoro.

...

Voltei minha atenção à estrada. Naquele dia, estávamos comemorando seis meses de namoro. Eu estava um pouco gripada, então preferimos ficar na casa dele e deixarmos a saída e a comemoração para outro dia. E nós dançamos a mesma musica que tocava no rádio agora, na casa dele, apenas nós dois formando uma bolha quase que impenetrável. O que não ajudava em nada.

Ligeiramente, desliguei.

Precisava chegar logo na casa da Alice.

(...)

–Eu não disse que você ia se arrepender?- Suspirei.

–Disse, Alice. Entretanto, parecia o certo a se fazer. Quer dizer, ainda é o certo a se fazer. Mas eu sou egoísta demais pra abrir mão logo dele.

Tudo aconteceu muito rápido em nosso relacionamento. Edward vinha de uma família rica, enquanto eu não. Num belo dia, o pai dele perdeu tudo no jogo. Tudo mesmo. Só ficaram com a casa em que moravam e mais nada. Eu sabia que tanto Carlisle quanto Esme estavam acostumados com o luxo. E inevitavelmente Edward também.

Quando eu soube que os pais deles queriam que ele se cassasse com Tanya Denali, filha de uns amigos mais ricos que eles para voltarem a viver “bem”, eu surtei.

Pensar em viver sem Edward era horrível.

Porém... Eu amava Edward. E só queria o melhor para ele. E eu achava que o melhor pra ele era se casar com Tanya e voltar a ter a vida que estava acostumado. Edward merecia mais do que alguém que não tinha nada para oferecer a ele, como eu, por exemplo.

Fechei os olhos me lembrando do horrível dia de quatro semanas atrás. O dia que eu resolvi terminar tudo para ele poder ser feliz...

...

–Edward, para! Será melhor pra você! Ela é tudo o que você merece e...

–Bella, pare você! Eu te amo. E nada vai mudar isso. Dane-se o dinheiro. Eles podem muito bem se acostumar com uma vida mais simples, só com o salario que meu pai ganha naquele hospital... E eu também. Eu não quero saber do dinheiro...

Mas era o melhor pra ele. Eu não o merecia. Eu não tinha nada a lhe oferecer.

–Edward, vai. É o melhor pra você. Case com ela. –Pedi.

–Só se você me der um motivo convincente para que eu faça isso. –Ele disse por fim. Esperando que eu falasse alguma coisa.

Eu não sabia mais o que fazer.

Eu não queria que ele ficasse comigo e abrisse mão de todas as outras coisas, todo o dinheiro e o conforto que o mesmo trazia. Eu sabia que ele se arrependeria mais tarde, talvez quando estivéssemos casados e com filhos. E aí, seria tarde demais para ele voltar atrás.

Então, fiz a única coisa que poderia fazer Edward ir embora da minha casa e da minha vida. Para sempre.

–Eu não te amo mais, Edward. –Falei, fazendo uma força enorme para olhar em seus olhos e ainda por cima não derramar nenhuma lágrima. Eu mentia horrivelmente. Mas, parecia que Edward nunca percebia isso. E por isso eu disse que não o amava mais. Mesmo sendo a maior mentira do mundo, ele acreditaria.

Meu namorado (agora ex) baixou os olhos. Olhou-me desnorteado. E por fim, concordou com a cabeça.

–Se é assim então... - E saiu.

Quando ele finalmente bateu a porta da minha casa, eu pude me jogar no sofá e chorar.

Chorar por tudo. Principalmente por ter perdido para sempre o homem que eu amava.

...

–Bella? –Saí dos meus pensamentos com Alice me chamando. Olhei para a minha amiga em busca de respostas. Eu estava vivendo um paradoxo. Um paradoxo muito completo. Eu tinha certeza que o queria para mim, mas também tinha certeza que apenas queria o melhor para ele. E o melhor que Edward poderia ter não era eu.

–Você o ama. Conseguirá ser feliz sem ele? –Ela perguntou me olhando nos olhos.

–Não. –Respondi sem pensar duas vezes, não perdendo o contato visual.

–Tudo o que você quer é que Edward seja feliz, não é?

–Sim. –Assenti. Ela sorriu.

–Então, Bella. Ele te ama. Acha que ele conseguirá ser feliz sem você? É claro que não. Enfie uma coisa de uma vez nessa sua cabecinha: ele te ama de verdade, Bella. E o dinheiro não importa porra nenhuma para ele. Ele quer ficar com você.

–Mas Alice... Ele vai casar daqui a dois dias... E...

–É claro que ele vai! Você simplesmente disse a ele que não o amava mais. Logo depois dele ter te dado uma grande prova de amor. Ele mostrou que tudo o que importava era você, Bella. E aí você me faz uma merda dessas! Por favor.

Suspirei e decidi desistir. Foda-se. Alice estava certa. Ele me amava. Eu sabia disso. Tinha que me livrar da droga da minha insegurança e do meu senso de achar o que era melhor pra alguém. Por Deus, eu não sabia nem o que era melhor para mim. Vou saber pelos outros?

–O que podemos fazer antes de... Dois dias? –Sorrimos.

–Você quer ter Edward de volta?

–É tudo o que eu quero. –Admiti.

–Ótimo! Tenho um plano já!

(...)

Eu não sou o tipo de garota

Que interrompe rudemente uma ocasião de véu branco.

Mas você não é o tipo de garoto

Que se casaria com a garota errada.

Eu entro e vejo os seus amigos

E a pequena família mal-humorada dela toda vestida em tons pastéis.

E ela está gritando com as damas de honra

Em algum lugar lá dentro

usando um vestido em forma de doce.

Isso certamente não é o que você pensava que seria.

Entrei na igreja vendo a decoração um tanto quanto exagerada. Tinha muitas flores nos cantos dos bancos e de variados tipos. Vermelhas e brancas. Claramente, não era do meu gosto. E eu sabia que o de Edward também não.

Vi os amigos nojentinhos de Edward da faculdade em que estudávamos. Revirei os olhos. Bando de idiotas que o que tinham de dinheiro, não tinham de cérebro.

Vi a família de Tanya bem ali, na primeira fila de bancos. Nunca gostei muito deles. Também, deve ter sido pelo jeito que os conheci...

–Bem, espero que não se importe, querida. Tomei a liberdade de convidar mais quatro pessoas para o nosso jantar. –Era Esme.

Edward tinha me convidado para jantar ali. Segundo ele, a mãe dele estava com saudades de mim. Fazia quase um mês que estávamos juntos e eu apareci ali na casa deles no máximo duas vezes. Na verdade, era sempre eu que fugia. Tinha a impressão que Esme não gostava muito de mim...

E na verdade, naquela noite, tive a certeza que ela não gostava.

...

Ela convidou Tanya, que eu já sabia que era uma ex namorada do Edward, que ainda era meio louca por ele, mais a irmã dela, e mais os pais. Eles me olharam com desdém.

–Olá. –Os quatro me responderam em sincronia. Carlisle que estava sentado em sua poltrona, só me deu um sorriso gentil.

Ele era uma boa pessoa. Um excelente médico. Só tinha sérios problemas com jogos.

–Boa Noite. –Respondi sorrindo. O qual foi rapidamente ignorado por Tanya. Que veio abraçar o MEU namorado.

–Oh, Edward. Quanto tempo... –Revirei os olhos.

O que Esme tinha contra mim afinal? O que aquela vadia tinha que eu não tinha?

...

Agora eu sabia a resposta. Não sei como não enxerguei antes. Estava tão obvio. A vadia tinha grana. Tinha um nome a zelar. Era popular. A sociedade a respeitava. E era isso que Esme queria. Tudo isso.

Ela era mesquinha. Infelizmente, essa era a realidade.

–Eu já disse para você ficar reta! Mantenha a postura! E ajeite este seu vestido! O que vão pensar de mim vendo a minha dama de honra com o vestido todo amarrotado? E você também! Se ajeite. Sorria. Que droga! Vocês nem para isso servem! –Revirei os olhos. Tanya era outra ridícula. Isso era jeito de se falar? Fosse com quem fosse.

Imaginei Edward ali. Aquele, nem de longe era o casamento que ele queria. Ele queria coisas simples, mas ao mesmo tempo aconchegantes. Ele queria que tudo fosse lindo, mas não pelo preço. Pelo que cada coisa significava pra ele e pra mim na droga da decoração. Pelo menos, foi isso que ele me falou em uma das diversas noites que ficamos planejando um futuro juntos.

Fiquei escondida quase atrás de uma cortina. Se alguém me visse antes do tempo, era meu fim.

Foi quando eu vi. Edward no altar. Visivelmente triste. E nervoso, já que ele passava a mão nos cabelos toda hora e bufava.

E aquilo só me fez ter mais certeza em continuar com o plano.

Gestos divertidos são trocados,

E o órgão começa a tocar

Uma canção que soa como uma marcha da morte

E eu estou escondida nas cortinas

Parece que eu não fui convidada

Por sua adorável futura noiva

Ela flutua pelo corredor, como

uma rainha de concurso

Mas eu sei que você gostaria que fosse,

Você gostaria que fosse eu

(Não gostaria?)

Observei a vaca loira entrando com seu vestidinho com certeza caro e de marca no salão, acompanhada de seu pai.

Aquela musica me dava arrepios. Não era a hora certa de ela tocar. Só deveria tocar quando eu me cassasse com Edward.

Imediatamente, fiquei nervosa. E se Edward risse de mim e dissesse que não me amava mais? Que Tanya realmente era melhor do que eu?

Balancei a cabeça e mandei essas ideias para longe. Tudo que eu menos queria nesse momento era a minha velha amiga insegurança.

Graças a Deus a música era lenta demais. O que forçava Tanya a ir devagar até onde Edward se encontrava. Ela caminhava com aquele seu sorriso prepotente de sempre.

Vi no altar, Alice com o namorado, irmão de Edward. Do outro lado uma patricinha e um outro cara que eu não fazia a mínima ideia de quem fosse.

Tanya infelizmente chegou até Edward. Ela deu um sorriso idiota para Edward. Ele, por outro lado forçou um sorriso e pegou na mão dela, se virando para o padre.

Minha respiração acelerou. Eu ia fazer isso mesmo?

Bom, parecia certo. Edward não parecia nenhum pouco feliz ali naquele altar. Acho que impedir esse casamento era o certo, sim.

–Bem, se alguém tem algo contra a união desse casal... Fale agora ou se cale para semp...

–Eu tenho. –Dei uns passos apressados, parando a uma pouca distância de onde eles estavam.

Eu sentia o olhar de várias pessoas em mim. Eu vi Alice sorrir abertamente, juntamente com o Jasper. Ouvi a mãe do Edward dizendo que ia desmaiar e mais um monte de merda... Mas eu só conseguia olhar para ele. Edward.

Ele me olhava surpreso e ao mesmo tempo, feliz. Eu só conseguia sorrir. A cara de Tanya estava hilária.

O padre deu uma tossida disfarçada, como se pedisse para eu continuar a dizer por que queria impedir a droga do casamento, ou o deixar prosseguir com aquela merda.

–Então... O que você tem a dizer, minha jovem? – O padre perguntou. Eu sorri mais ainda.

–Bem, ele não a ama. E eu acho que um casamento que começa sem amor não pode ir pra frente.

–Sua... –Tanya se pronunciou, mas logo prossegui, não dando a mínima pra ela.

–E também porque ele só estava se casando com ela porque eu meio que o mandei fazer isso. Ela tem uma coisa que eu não tenho. –Sorri. –Dinheiro. E achei que isso fosse fazer falta para Edward. Como eu o amo demais e só queria vê-lo feliz, eu o mandei embora da minha vida.

–E por que você voltou logo agora sua idiota? Ele estava muito bem sem você, sua sonsa. –Revirei os olhos.

–Voltei porque sou egoísta o bastante pra querer ser feliz. –Olhei para ele. –E eu não consigo sem você, Edward. –Ele sorriu. Veio até mim e sem ao menos eu perceber, ele estava me abraçando.

–Pensei que não me amasse mais. –Bufei.

–E você acreditou nisso mesmo seu bobo? –Sorri.

–Vamos lá... No três, a gente sai correndo pra bem longe daqui, certo?

–Combinado.

–Um... -Comecei.

–Dois...

–Três! Vamos.

Saímos correndo daquela igreja nojenta e chique demais. Ouvi a mãe de Edward dizendo para alguém segurá-la porque ela iria desmaiar novamente, mas não dei muita importância. Edward muito menos.

Entramos no meu carro, e eu acelerei o quanto pude, indo para qualquer lugar desde que fosse longe o bastante para que ninguém da família de Edward ou da família de Tanya nos encontrasse.

Quando eu percebi que já estávamos bastante afastados, eu parei o carro, não me importando em estar no meio do nada. Só queria olhar para Edward e confimar que tudo aquilo era real mesmo. E como se ele lesse minha mente, nossos olhares se cruzaram. Era real. Era perfeito.

Tão perfeito que começamos a rir de tanta felicidade. Eu sabia mesmo como estragar um casamento, uh?

–Eu te amo. - Falei entre os risos.

–Eu também, Bella. Obrigado por não ter me deixado cometer o maior erro da minha vida.

Sorri. O puxei para perto de mim e o beijei. Ele retribuiu. Eu tinha sentido muita falta daquilo, muito mesmo. E pensar que eu ficaria sem aquilo pra sempre...

–Nunca mais me deixe te afastar de mim... - Disse rindo.

–Nunca mais.

Fomos para uma sorveteria qualquer em algum canto daquele lugar em que nós estávamos.

Não importava o lugar, a hora, ou qualquer coisa quando eu estava com ele.

Antes de entrarmos na sorveteria, anotei mentalmente de me lembrar de agradecer à Alice pelo plano brilhante dela.

FIM


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Notas finais do capítulo

Bem, deixem reviews dizendo a opinião de vocês...
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