Um dia muito bonito estava ficando muito estranho, a recepcionista arregalou os olhos e pareceu dar graças Deus pelo fato de estarmos aqui e aparentemente parecia muito agradecida por não ter ninguém naquela sala além de nós. Ela saiu apressada de trás da mesa para se juntar a nós, ela se posicionou bem na frente de Annabeth e elas são realmente muito parecidas, Annie parecia querer desmaiar ou então sumir, o que acontecesse primeiro.

- Estava te esperando a qualquer momento – ela parecia a beira de lágrimas – Annabeth, você não sabe o que eu fiz por você, filha.

- O que, me abandonou, mandou outra pessoa mentir e ainda mudar de nome por minha causa; mais porque tudo isso? De quem estava me escondendo?

Agora Atena realmente estava chorando desesperadamente.

- Você não sabe o que eu tive que passar, eu amava seu pai, mais seu avô não aceitava que eu me cassasse com ele, então eu viajei para Paris, lá acabamos nos envolvendo, e eu engravidei; menti para o meu pai que gostaria de ficar por mais tempo lá; ele pensou que eu estava me especializando em administração, eu fiz o curso; que durava nove meses, o tempo exato do seu nascimento, terminei o curso mais cedo, e voltei escondida para os Estados Unidos, você nasceu dias depois, e assim que tive alta da maternidade, seu pai te registrou e eu te dei para a Mary; uma ótima pessoa, convenci ela a mudar de nome tudo para manter a farsa e para que você fosse criada como se fosse realmente filha dela – ela secou as muitas lágrimas que escorriam de seu rosto com a manga da blusa – eu sofri muito com isso; mesmo que não me entenda saiba, se eu não tivesse feito isso seu avô iria te matar ou então te dar para alguém que morasse fora do país, aqui, eu mantinha contato com a Mary, e todos os anos recebia fotos do seu aniversário.

- Eu deduzi sozinha que eu corria risco de vida, afinal quem me escreveu uma carta daquelas não teria coragem nenhuma de me abandonar de propósito – ela havia parado de chorar – mais por causa disso não tive a chance de conhecer meu pai, e agora ele morreu, sem ao menos me ver.

- Na verdade John conseguiu um emprego na sua escola, era bibliotecário, e seu tio o diretor; John te via com mais frequência que eu, olhar de longe dentro de um carro com vidro fumê não é um bom jeito de matar a saudade.

- E meu avô? Mudou alguma coisa? Vou poder conhece-lo?

- Na verdade, ele não mudou nem um pouco; seu coração apenas amoleceu um pouco depois que o marido que ele arrumou para mim morreu dias depois do nosso casamento; eu disse a ele que eu queria ficar só agora, ele me compreendeu e aqui estou eu diretora do departamento de pesquisas da empresa dele. Como ele está muito idoso, acho melhor introduzir o assunto aos poucos, é melhor para a saúde dele!

- Claro – Annabeth chegou mais perto – será que posso te abraçar mãe!

Atena e Annabeth explodiram em lágrimas e se abraçaram por longos minutos, até que Atena finalmente notou minha presença.

- Quem é este garoto?

- Mãe, este é meu namorado, meu melhor amigos, e a pessoa que me ajudou a encontra-la, Percy Jackson.

- É uma honra finalmente conhece-la Sra. Chase.

- Por favor, me chame de Atena; e muito obrigado por ter ajudado minha filha.

- Não foi nada.

- Agora vocês precisam ir, ou seu avô os verá, mais antes passe no banheiro – ela apontou uma porta do outro lado da sala – não quero que esses empresários abelhudos pensem besteira!

- Claro – Annabeth deu mais um abraço em sua mãe – até breve, espero.

- Estarei perto de você sempre que possível.

Annabeth foi ao banheiro e eu fiquei sozinho com Atena, peguei papel e caneta em sua mesa e comecei a escrever meu endereço.

- Annabeth está morando comigo e minha mãe neste endereço, pode ir lá sempre que quiser.

- Muito obrigado Percy – ela me abraçou também – já que ela mora temporariamente na sua casa, vocês não estão fazendo nada que não deveriam né?!

Fiquei vermelho com a pergunta e a soltei.

- Claro que não, minha mãe toma cuidado para não passemos dos limites; mais nunca chegamos perto nem do limite, pode ficar tranquila.

- Melhor assim.

Annabeth saiu o banheiro pegou minha mão.

- Até mais Atena.

- Espero vê-la de novo em breve mãe.

- Eu também querida.

Entramos no elevador, descemos até o térreo, passamos pela recepcionista alegre e fomos voltamos pra casa, aquele dia tinha sido realmente muito cheio e merecíamos um descanso bem longo. Afinal, não é todo dia que conheço o melhor amigo e a mãe dela com menos de 2 horas de diferença entre os acontecimentos.