I gave you my heart, but the very next day you gave it away (...)
Now I know what a fool I've been, but if you kissed me now, I know you'd fool me again.

A garota possuía longos cachos louros, e caminhava sem rumo. Fazia frio, mas ela não se importava. Seu coração se tornara um eterno inverno sob os pequenos cristais quase azuis que lhe percorria a face, molhando-a. Seu vestido rendado estava parcialmente visível sobreposto pelo casaco, azul. Cor que representava a ingenuidade que tivera um dia, antes daquele que hoje o fizera se tornar gelo. Fria. 

Ora pequena menina, acreditou no amor. Envolveu-se com a ilusão. Prometeu que seria forte, que não derramaria lágrimas por ele, não mais. E ainda sim, chorava. Todas as noites, porque ele lhe fazia falta. Porque ela o amava. Doía. E se ele estivesse falando a verdade? E se realmente sentisse sua falta? As dúvidas reacenderam sentimentos que jaziam, bloqueados, intensificando-os. Esperança foi acrescentada. Era certo sentir isso? 

Tua máscara caiu, lavada pelo choro. Que carregava consigo fingimento, dor e, sobretudo, suas cores frias. Seu par de olhos esmeraldas ardeu em coragem, e mesmo tendo apagado o número dele, o sabia de cor.

Lembrou-se de quando ele a perguntara se ela o amava. Quando ele dissera que sentia sua falta. E sua mensagem apenas dizia: “Eu ainda sinto”.