Quero estar com o senpai! escrita por AnyBnight, IEYaoi


Capítulo 1
One-Shot


Notas iniciais do capítulo

Eu NÃO deveria estar escrevendo. Devia estar traduzindo dounjinshis mas essa fic simplesmente surgiu na minha cabeça durante uma ida ao banheiro. Yes, I have serious problems



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A primeira vez que o vi, foi numa partida da 1ª fase da Holy Road, 1 anos antes de entrar pra Raimon. Algumas turmas de 3° ano ginasial* de diversas escolas ganharam o convites para alguns jogos do torneio. Se não me engano, a intenção era fazer os alunos escolherem pra qual colégio iriam depois de se formar. Já era a quinta vez que íamos ao estádio, e essa seria a última.

Era um jogo muito tedioso, mas meu colegas de turma e outros alunos estavam bem empolgados. Os times em campo eram Raimon e Okaruto, o segundo ganhando de 2-0. "Okaruto é o melhor!" ou "vou para o Okaruto quando me formar" eram as frases que eu mais ouvia por lá e sempre que falavam comigo, eu soltava um "tanto faz" com uma voz cheia de tédio.

"Não é possível que esse jogo seja tão tedioso..." - Pensei, mas logo após esse pensamento, ele entrou em campo.
 

O negócio era que o atacante principal da Raimon havia se machucado. Faltava pouco pro jogo acabar, mesmo assim houve a substituição. Quem entrou em campo era um garoto de cabelo roxo jogado pro lado, camisa de número 15. As garotas de todos os colégios começaram a berrar pra ele. Bem, eu não tiro a razão delas...
 

"Handoni Narisuke é substituido pelo novato Minamisawa Atsuhi. Será que o garoto do 1° ano pode mesmo ocupar o lugar de um atacante de longa data da Raimon?" - Dizia o narrador
 

Minamisawa Atsuhi. Não entendo porquê, mas assim que ele entrou em campo, passei a prestar mais atenção na partida. Ele era ótimo! Ia do meio campo à grande área do adversário em questão de segundos! Era veloz, seus passes eram perfeitos, seus chutes poderosos... Ele parecia ser o único que levava aquela partida à sério. Eu vibrei quando marcou um gol, não só eu como todas as garotas histéricas. Mas algo parecia errado, o time olhava pra ele com desaprovação. Logo o jogo acabou e eu ainda não entendia por que a Raimon ficou tão chateada com aquele gol.
 

"Então turma, já tem ideia dos colégios que pretendem prestar?"
 

"Teikoku", "Tengawara", "Okaruto", "Nosei" e "Kidokawa" eram os favoritos. Mas eu só tinha uma em mente: a Raimon.

(...)
 

O ano seu passou o mais lento possível, mas o verão estava no fim. Eu treinava futebol todos os dias desde aquela partida e nem preciso dizer que estava mega empolgado no primeiro dia de aula, tanto que cheguei 2 horas adiantado. A Raimon era imensa ( bom, comparado a mim, tudo é grande, mas isso não vem ao caso ). Percorri a escola toda, até encontrar um prédio gigantesco. Era o estádio de futebol. Não me deixaram entrar lá, então continuei rondando a escola pra passar o tempo.

(...)
 

Depois da cerimônia de boas vindas que pareceu ter durado um século e das aulas mais demoradas ainda, saí voando da sala. Acabei topando com alguns alunos, mas deixei eles reclamando pra trás.

Enfim, cheguei ao estádio. Tinha pouca gente na porta, lembro de ter visto a maioria daqueles rostos na cerimônia mais cedo. Usei uma das minhas vantagens de ser tão baixo e me espremi entre eles até a frente. Pouco depois, a porta se abriu e de lá apareceu a "assessora do time", que mais tarde conheceríamos com Otonashi-sensei.

Ela convidou todos a entrar. Por dentro era maior e mais moderno que por fora, mas não me apeguei ao detalhes. Chegamos ao campo e a primeira coisa em que meus olhos se concentraram foi no camisa 10 titular. Era ele, Minamisawa Atsuhi.

O time titular jogava contra o reserva e nós, novatos, assistíamos da arquibancada. Outra vez, não conseguia tirar os olhos dele.

Quando a partida acabou, Otonashi-sensei nos apresentou ao time e anunciou que quem quisesse entrar teria que passar por um teste. Eu e mais uns 2 caras éramos os únicos candidatos a artilheiro. Eu havia treinado muito antes de entrar pra Raimon, então não foi muito difícil pra mim. Passei por time reserva com êxito e fui parabenizado (ou quase) por ele.
 

"Você foi bem, mas não vá se achando porque passou na primeira nanico" - Disse passando por mim. E foi o suficiente para fazer meu coração bater acelerado.
 

Um tempo depois descobri sobre o Fifth Sector e tal, mas não me importava. Contando que estivesse no mesmo time que Minamisawa-san, nada mais importava.

(...)

"Eu estou desistindo"
"Tem certeza?"
"Sim, perdi a vontade de jogar"
 

E assim, Minamisawa-san me deixou. Qual era o sentido de continuar nesse time? Agora que não poderia mais estar com ele, o que me motivaria a continuar? Amor pelo futebol? Não me faça rir! É impossível amar futebol sabendo que existe o Fifth Sector por trás dele! É tudo culpa daquele pirralho maldito! O que custava seguir as regras?!

(...)
 

Algumas semanas depois, eu já tinha me conformado com a situação da equipe, mas isso não significava estar de acordo com tudo. Eu queria jogar livremente, mais ainda, queria jogar livremente com Minamisawa-san. Num dia qualquer, durante o intervalo do almoço, nos encontramos no terraço da escola.

– O time parece ótimo - Dizia olhando o pátio pela grade. Não sei o que ele olhava, não tinha nada acontecendo lá.
– É, todos se dão bem agora e planejamos acabar com o Fifth Sector. - Eu ficava perto da porta, de guarda pra que algum membro do corpo discente não nos repreendesse. Via Minamisawa-san de costas.
– Huh, não é como se eu me importasse com isso.
– Verdade. Minamisawa-san só queria mesmo boas notas no boletim.
– No começo - Segurou a grade - eu só queria jogar futebol. Ser um jovem esportista feliz e blablabla.
– Eu percebi isso quando o vi jogar contra o colégio Okaruto 2 anos atrás.
– Era meu primeiro jogo, e desconhecia as ordens.
– Mesmo assim você ainda ama o futebol, certo? Quer dizer, voltaria para o clube se não houvessem tantos-
– Não. Eu realmente estou farto de tudo aquilo. - Se virou, largando o corpo sobre a grade e ainda olhando pro nada - E você Kurama? - Agora, me encarava - Quando deixará o clube?
– Não tenho a intenção de sair - Virei o rosto. Não era de hoje que os olhos dele me intimidavam - Temos tido muitas vitórias e sinto que podemos vencer ainda mais.
– É mesmo? - Pôs-se ereto - Futebol é realmente algo maravilhoso, tão cheio de energia. Vocês jovens devem aproveitá-lo bastante.
– Está falando como um velho derrotado, senpai.
– Em todo caso - veio andando em minha direção - não deixe que tirem isso de você.
 

O sinal já ia tocar, então era óbvio que ele já estava de saída. Quando ele passou por mim, curvei-me, implorando.

– Por favor Minamisawa-san, volte ao clube!
– K-kurama? - Sua voz era de espanto
– Eu só quis jogar futebol porque você me inspirou a isso! Sempre quis jogar com você! Mas agora - Droga, estava quase chorando - Quando olho pro meu lado no campo, não o vejo mais. Ver seu lugar tomado por aquele sujeito é horrível. Volte Minamisawa-san!
 

Continuei curvado e houve silêncio por parte de nós dois.

– Não vou voltar Kurama, não importa o quando queira isso.
– Por favor! Eu...
– Levante-se. Eu não irei reconsiderar. - Frio, como sempre. Tão frio que doía.
– Por favor!
– Por que faz tanta questão disso?
– Porque eu - levantei o rosto, e a essa altura, estava chorando - gosto de você, Minamisawa-san! Quero estar ao seu lado sempre!
 

Ele continuava inexpressivo, como se já esperasse por aquilo.

– Você é um garoto estranho. Limpe seu rosto.
– Hã?
 

Passei o antebraço nos olhos, secando as lágrimas com a manga do uniforme. Ao abaixar o braço, o vi se aproximando rápido e logo, nossos lábios estavam unidos. Minamisawa-san pressionou um pouco mais então abri a boca, dando liberdade a ele. Passei os primeiros segundos daquele beijo paralisado de olhos abertos, dava pra perceber que ele estava bastante inclinado (AAAH por que eu tenho que ser tão baixo?!). Não sabia o que fazer, então fechei os olhos e deixei que ele me guiasse. Sua língua era macia e úmida na medida certa, não babava tanto quanto eu. Sei lá, acho que eu tava mandando bem pra um primeiro beijo. Misamisawa-san segurava meu queixo pra cima (altura problemática essa minha!) e ao mesmo tempo, me envolvia pela cintura. Senti que tinha que mover os braços também, então envolvi o seu pescoço. Por falta de ar, nos separamos com uma suave linha de saliva entre nós.

– Minamisa... - Tentei chamá-lo, mas ele já tinha me tomado outra vez.
 

Ele me puxou pra mais perto. Meu coração parecia querer pular pra fora e eu podia sentir os batimentos dele também e não eram regulares. Não conseguia raciocinar direto, minha mente e meu corpo estavam imersos naquele momento. Ter Minamisawa-san tão perto era como um sonho, do qual logo tive que acordar. O sinal soou e quebrou nosso momento. Eu abri os olhos surpreso e nos soltamos. Ele só cortou o beijo, e deslizou os lábios até minha orelha direita. A tocou e sussurrou.

– Quando quiser me ver, me chame. Mas não voltarei ao time. - Pôs as mãos nos bolsos e se virou.
 

Eu continuava imóvel, totalmente corado. O vi sair andando e abrir a porta.

– E quando quiser jogar comigo, faremos isso só nos dois.
 

Ele deu um sorriso estranho e foi embora. Sacudi a cabeça e bati no rosto com as duas mãos, tentando por os pensamentos em ordem. Isso agora... Não foi um sonho, foi? Deixei-me devanear mais um pouco, até o mala do Hamano aparecer.

– Kurama-saaan, a aula já vai começar - Continuei devaneando - Tá se sentindo mal? Seu rosto tá vermelho...
– Hâ? Ah! N-não é nada! - Disse passando por ele - Vamos logo pra sala!
 

Ainda é solitário estar no campo sem ele, mas enquanto eu puder ter esses momentos só nossos, estarei satisfeito.


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Notas finais do capítulo

*O sistema escolar japonês consiste em Primário (5 anos), Ginásio (3) e Colegial (3).

Citei algumas escola presentes na série clássica pra variar um pouco.

Reviwes?