PDV STEPHANIE

Ja sentia saudades dela. Eu não gostava de demonstrar, mas eu a amava. E muito. Resolvi ler um pouco O código Da Vinci para tentar esquecer isso, pois daqui a pouco eu pulava daquele carro e voltava correndo lá, somente para abraça-lá de novo. Sabia que não ia conseguir ler muito tempo, os Winchester me amavam demais pra ficarem muito tempo sem falarem comigo. Ri sozinha com esse pensamento nada humilde.

Abri o livro na página que estava marcada.

Ouvi Sam me chamar, ri ao me lembrar do meu pensamento anterior.

- Sim? - falei.

- Como vocês fizeram as pazes? - ele perguntou, franzindo a sobrancelha.

- Nós brigamos? Nem me lembrava - ri, e ele virou para a frente, provavelmente rindo também.

- Já foram tantas vezes que eu nem me lembro mais. - disse enquanto fechava o livro.

Passado um instante, olhei para o vidro retrovisor.

- Você está quieto Dean, o que houve?

Ele olhou para o retrovisor também, e desviou o olhar novamente para a estrada.

- Não quero atrapalhar a conversa do casal.

Sam e eu nos entreolhamos rindo silenciosamente. "Engraçadinhos" ouvi ele dizer tão baixo, que conseguiu sair mais baixo que um sussurro, quase um resmungo.

- Ah é, me esqueci que Leticya já estaria em altos papos com você né. Isso se fosse apenas papo. – Falei.

- É, acho que sim. - ele me lançou, pelo retrovisor, um olhar provocante e ao mesmo tempo triunfal. Não cheguei a ver se Sam havia notado nossa pequena discussão.

Desviei o olhar para não denunciar a minha evidente ciumeira. Tentei me acalmar e disse:

- Eu vou tentar dormir um pouco. – Falei com raiva não só por Dean ter dito aquilo, mas por Sam não ter me ajudado a fazer ciúmes, o que era um pensamento bem egoísta.

Deitei a cabeça no banco, e deixe-me cair no sono, o meu último pensamento foi: Iowa, aí vou eu.

(...)

Acordei com meu celular tocando, eu estava na cama de um hotel, ele tinha uma decoração meio anos 80, quase ri, mas eu estava muito sonolenta para isso. Peguei imaginando que era Leticya, mas a tela denunciava: Vó.

- Alô? – Falei.

- Oi querida! Desculpa a hora, e como eu sei que você fica de mal humor quando não dorme direito, foi direto ao ponto, andei mexendo uns pausinhos e eu descobri que talvez tenha uma bruxa em Beverly hills que pode ajudar vocês, parece que ela sabe o que aconteceu entre sua mãe e seu pai, quais eram os planos deles, e talvez ele saiba algo sobre a profecia. – Ela falou tudo quase rápido de mais.

- Ahn, Ok. Como eu faço para achá-la? – Perguntei coçando os olhos.

- Bom... Ela não é muito amigável... Na verdade você provavelmente vai ter que amarrá-la e forçá-la a dizer. Ela é bem... Poderosa, e perigosa, ela sabe de mais, ela vive a vida se escondendo, ela aprendeu a agir na defensiva.

- Ok.

- Ela estará em uma festa hoje à noite, ás 21 pm, você vai precisar estar acompanhada de um cavalheiro, traje formal, nome falso e de gente chique.

- Ok. – Falei prestando atenção.

- Eu vou ter que desligar agora, tchau minha querida. Te amo! – Ela falou com aquele tom maternal.

- Tchau vóvó, te amo e brigada! – Falei e ela desligou.

Olhei no relógio que mostrava 5:11 am. Antes que eu pudesse pensar em algo caí no sono.

(...)

Era 6:30 pm, eu estava sendo teletransportada pelo Cass junto com Sam e Dean para a casa de Leticya, eu e ela iríamos nos arrumar para festa atrás da tal bruxa. Eu iria com Sam e ela com Dean. Cass não iria. Chegamos na sala dela. Ela olho do topo da escada e veio correndo.

- Você precisa ver o vestido que eu comprei! – Ela praticamente gritou. – OI GAROTOS! – Dessa vez ela gritou. – Vem, vem, vem! – Ela me puxou escada á cima.

Segui ela anciosa, até parecia nossa primeira festa.

- Olha! – Ela abriu a porta do seu quarto e me empurrou dentro. - O seu é o azul.

Ele estava sobre a cama, simplesmente maravilhoso! Ele era cheio de como se fosse faixas, azul marinho e um outro azul em um nível mais claro que o marinho. Ao lado, no chão, um sapato preto de salto alto de uns 8 cm, admito que eu prefiria um all star.

- LINDO! – Falei.

(...)

PDV Dean

Eu estava na cozinha sozinho esperando as meninas ficarem prontas, eu estava de terno o que me encomodava, Cass estava vendo a caixa mágica, digo, TV, e Sam estava no banheiro. Ouvi passos vindo até a cozinha, de salto alto.

- Ei Dean. – Stephanie parou na porta com uma das mãos na cintura e outra na parede, extremamente sensual.

Ela estava com uma maquiagem que ia do cinza ao preto, respectivamente. Um gloss nos lábios e ela havia botado um all star, mas obrigamos ela a colocar o sapato. O vestido marcava a sua provocante silhueta, deixando à mostra suas pernas torneadas e morenas, ela estava deslumbrante, o cabelo preso pela raiz com as pontas enroladas e soltas abaixo do topo da cabeça.

Fiz sinal para ela chegar mais perto, ela veio lentamente com olhar matador. Botei as mãos na sua cintura e sem rodeio à puxei para perto, me recostei na mesa e abri as pernas, dando encaixe para ela se apoiar na mesa junto comigo, nossos corpos se colaram e eu pus minha boca perto da sua orelha.

- Você quer me provocar? – Falei distribuindo um beijo, quase como um chupão no seu pescoço.

Ela não me impediu, quase gemeu, o que me surpreendeu. Ouvi passos vindo até a cozinha. Ela se avastou abrupdamente e foi para a porta da cozinha.

- Oi Sam. – Ela falou sorrindo.

- Nossa, você está linda. – Ele falou.

- Brigada. – Ela falou, engatou o braço no dele, e foi sala adentro.

Me controlei para não chutar ou esmurrar a mesa. Ouvi mais passos de salto alto, pensei em Stephanie, mas não parecia passos desajeitados, parecia passos firmes. Leticya adentrou a cozinha.

- Oi Dean. – Leticya sorriu.

Ela estava perfeita, sapato vermelho um pouco maior do que da Stephanie, vestido preto, não marcava sua silhueta, mas ela não precisava disso para ser sensual, 50% dos seus seios eram expostos pela costura do vestido, que levantava eles. O seu cabelo estava solto com cachos nas pontas, os olhos estavam delineados, e nos lábios batom vermelho contrastando com a sua pele branca, quase como neve.

Ela foi até a geladeira e pegou uma garrafa de água.

- Quer? – Ela perguntou.

- Ahn, não, brigada. – Falei meio sem jeito por provavelmente ter ficado boquiaberto.

Admito que sem Stephanie, eu me sentia realmente atraído pela Leticya, talvez não apenas fisicamente, mas quando Stephanie está junto, pareço que não existe mais ninguém no mundo, no mundo inteirinho!

- Você ta pronto? – Ela perguntou dando um pulo e sentando no armário da cozinha, ao lado da geladeira.

Eu ainda estava sentado na ponta da mesa de madeira.

- Aham.

- Então vamos, acompanhante. – Ela falou guardando a água e saindo da cozinha.

Ela não mostrava nenhum desejo por mim, ou qualquer fraqueza, e isso me irritava. Sai da cozinha, e tinha um pequeno corredor, a porta da sala ficava no fim do pequenino corredor, ao lado da porta da cozinha tinha uma mesa de canto, vi o celular de Stephanie, peguei para entregá-lo para ela. Confesso que não me controlei e fui ver. Vi nas mensagens uma pasta chamada "live" e a abri. Notei que era pra ser um tipo diário, pois cada um tinha um dia da semana. Entrei e percorri a folha com os olhos, vi meu nome. Estava escrito "Acho que eu provoco Dean, ele disse isso algumas vezes. Seilá porque, nunca pensei que fosse provocar alguém. Serão as minhas roupas? Se forem desculpa, eu as uso por que gosto. O que eu menos quero agora é uma imagem manchada. Dean e eu fizemos muitas coisas, foi legal. Muito legal. Ele é um bom parceiro, pra tudo. TUDO. Não sei, mas boa parte do meu relacionamento com ele é baseado em sexo..." Atirei o celular na mesinha. Não consegui me controlar, e derrubei a mesinha de madeira, na qual ficou no chão.

- O que foi? - Leticya voltou rápido.

- Nada, eu só... Tropecei. - forcei um sorriso, e me abaixei para levantar a mesa.

Como ela podia? Ela estava me usando, só podia. Ela me via como um "objeto sexual"! Era isso mesmo? Fiquei tão irritado que tive vontade de chorar, só não sabia se era pela raiva ou por estar triste. De repente ouvi Stephanie dizer:

- Vamos?

Ela estava de mãos dadas com Sam no meio da sala de Leticya, meu coração fez algum movimento desconhecido, e meu estomago se revirou. Olhei para seu rosto com fúria no olhar, respirei fundo e me virei segurando a mão de Leticya, talvez forte demais. Ela olhou para o celular e correu para pegá-lo. Caminhei de encontro a saída junto com Leticya, sem olhar para trás. Na verdade eu estava puxando ela. Já no corredor do prédio, enquando descíamos ás escadas ela falou:

- Ei, Dean, você esta matando minha mão! – Ela aumentou o tom de acordo com o fim da frase.

- Desculpa. - Parei de apertar sua mão, mas não larguei.

- Acho melhor agente não brincar de fazer ciúmes para ela. - Ela falou com insegurança na voz, me puxou e me obrigou a parar e olhá-la.

- Se você achar melhor. - Falei.

- Você... quer conversar comigo? Sobre a stephanie. - Ela falou lentamente.

Pensei um minuto, mas afinal, o que eu falaria para ela? Que eu estava com ciúmes do meu irmão com o provável amor da... minha vida? Será?

- Não. - Falei enfim.

- Ok, então vamos voltar. - Ela falou rindo e me puxando escadas à cima.

- Por que? - Falei deixando ela ir na frente e me puxar pela mão. O toque dela era delicado.

- Você esqueceu que nós vamos com o Cass né? - Ela perguntou chamando o Cass de Cass, ela já é intima dele, é?

- Ahn, parece que sim. - Falei subindo vagarosamente os degraus.

Me perguntei por que ela não havia dito isso antes, por que ela havia descido varios lances de escada sozinha comigo.

Enquanto ela subia dois degraus à minha frente percebi que o corpo dela era escultural, mais do que eu lembrava quando vi ela apenas enrolada na toalha, as pernas não eram tão torneadas, a cintura um pouco mais fina que da Stephanie, o busto era demasiadamente igual, mas mesmo assim, ela tinha um charme especial. Se ela é tudo isso, por que eu não consigo pensar nela quando Stephanie está perto? Seria o "poder" de sedução da Stephanie? De repente tudo pareceu ter maior sentido. Ela estava usando o poder todo esse tempo. Balancei minha cabeça tentando esquecer tudo isso e me focar apenas na bruxa que estávamos atras.

Alcançamos o topo das escadas, e adentramos novamente a casa da leticya.

Cass colocou a mão em todos nós como um enorme abraço de urso e sem rodeios fomos teletransportados.