_ ISABELLA! ISABELLA!  ACORDA LOGO PORRA!

Sorri sonolenta ao ouvir os gritos irritados da minha querida mãe, enquanto ela tentava arrombar a porta com seus murros. Gemi abrindo finalmente os olhos e piscando varias vezes tentando despertar rapidamente. Meu corpo reclamou arduamente assim que tomei coragem e me sentei na cama colocando meus pés sobre o piso frio do meu quarto.

Merda de dia!

Hoje era segunda feira, o pior dia da semana para uma garota de 17 anos. Por quê? A resposta é bem simples: Você dorme ate tarde sábado e domingo não se importando com a hora, mas quando a segunda feira chega trás com ela a pior maldição que uma pessoa possa querer... Escola.

Enquanto me arrastava para o banheiro deixei que meus olhos vagassem ate o relógio velho que ficava sobre minha cômoda. 06h20min. Ótimo. Se não colocasse minha bunda pra se mexer rapidamente perderia a droga do ônibus.

Continuei me arrastando para o banheiro como uma condenada indo pra forca, sim eu odeio tomar banho e você também odiaria se morasse no fim de mundo chamado Forks, o lugar mais frio que já vi em minha vida (só pra constatar, nunca estive no Alasca ok?) e ainda ter que se levantar de sua cama quentinha levantando de madrugada para se enfiar de baixo do chuveiro, a merda da agua não era nem quente!

Bati a porta assim que consegui entrar e comecei a me despir tirando primeiro meu capote e logo depois as três blusas que estavam embaixo destes, abaixei a calça junto com minha calcinha dos "Beatles" e me virei entrando no chuveiro depois de liga-lo. Tremi dos pés a cabeça assim que agua fria atingiu minha pele branca e sem graça, me ensaboei rapidamente enquanto cantarolava uma musica qualquer desejando acabar logo com a tortura

Quando finalmente decidi que estava limpa o suficiente, sai do chuveiro tremendo e me enrolei na toalha que ficava empidurada na parede começando a enxugar a o chão que estava encharcado por causa do banho. Há sim, meu banheiro não tinha a porra de um box e com isso toda a vez que eu tomava banho tudo ficava alagado, bufei impaciente e atirei o pano, com que enxugava o banheiro, no balde largando tudo do jeito que estava, não estava com saco de fazer nada hoje, mesmo sabendo que ouviria Renné latindo no meu ouvido pelo resto do dia por causa disso

Peguei um sutiã e uma calcinha do meu guarda roupa assim que cheguei ao quarto me vestindo rapidamente, e logo depois peguei uma blusa branca de manga comprida e uma calça jeans que estava no lugar mais fácil, agradecendo por não ter que vasculhar a zona do meu guarda roupa. Me vesti rapidamente e praticamente me enfiei dentro do meu enorme e velho capote preto, me virei em direção ao espelho pegando meu lápis e o passando com força embaixo dos meus olhos,  logo depois enterrei um pente em meu cabelo tentando abaixa-lo, falhando miseravelmente é claro, pra logo depois enfiar um boné na cabeça

Olhei para meu reflexo no espelho e sorri ironicamente. Isabella Swan a garotinha estupida que se esconde embaixo de seu moletom velho e que apenas usa lápis pra onde quer que vá lhe dando um ar gótico, principalmente pela sua pele ridiculamente branca, seus olhos estranhos com um tom de chocolate sem sabor e cabelos que nunca são visto por estarem sempre enfiados em um boné ou em seu capuz. Essa sou eu.

Peguei minha mochila que estava jogada no canto do quarto e sai batendo a porta com força enquanto descia as escadas pisando duro e no mesmo ritmo de sempre

_ Vai perder o ônibus - ouvi a voz irritada de Renne atrás de mim enquanto caminhava para a porta ignorando a fase do café da manhã

Não me dignei a olha-la, talvez por preguiça de acabar me movendo de mais, sai batendo a porta ouvindo-a berrar eu sei lá o que. Chutei minha Chev vermelha enquanto passava por seu tumulo enfrente a minha casa. Ainda me lembro do dia em que Charlie apareceu com seu projeto de carro e sorridente disse que seria minha pelo resto da minha vida. Dois dias depois ela quebrou e teve uma morte subida, e é claro que eu fui a causadora de sua morte, afinal quem em nome de Deus iria gostar de andar por ai com um carro dos anos 60? Mas é claro que Charlie e sua casquinhagem não tinha conhecimento disso

Andei calmamente ate o ponto de ônibus mostrando meu dedo a todos os carros que buzinavam quando eu atravessava a rua. Meti minha mão dentro da minha mochila à procura de meu celular e logo encontrei o que sobrou do que ele foi um dia, conectei o fone de ouvido e me pus a ouvir uma das cinco musicas que na memoria dele cabia.

Sim! Enquanto a maioria das garotas normais de Forks possuíam celulares de ultima geração e MP2, MP4 e MP não sei quanto, eu apenas possuía um dos primeiros celulares lançados em Forks. Sorte a minha não. Quando finalmente cheguei ao ponto vi que um ônibus amarelo, talvez mais velho do que minha finada Chev, estacionado na calçada e seu motorista me encarando impaciente

_ Anda logo Isabella - grunhiu irritado - Não tenho o dia todo

Apenas dei de ombro enquanto passava por ele e entrava no buzão o ouvindo reclamar mais uma vez. Revirei os olhos, eu não pedia pra ele me esperar, então por que diabos reclamava tanto?

Me joguei nos primeiros bancos já que os de trás já estavam ocupados pelos idiotas, baderneiros e irritantes populares de "Forks School". O motor rugiu alto e então finalmente se colocou em movimento, puxei meu capuz jogando por cima do meu boné e encostei minha cabeça no vidro embaçado fechando os olhos. A segunda musica começou a tocar me deixando sonolenta, por ser melancólica, e a mudei rapidamente, mas sonolenta do que eu já estava era impossível ficar. Senti que o ônibus havia parado e abrir os olhos atenta para o que viria, apesar de continuar largada na mesma posição.

A primeira que vi entrar foi a loira com seu lindo nariz empinado fazendo uma careta e se limitando a ter qualquer tipo de contato com o seu querido meio de transporte. Atrás dela vinha o grandão pervertido que só falava merda, mas que tinha conquistado a loira a sua frente, que por incrível que pareça metade da população masculina de Forks adoraria comer. A loira saiu desfilando ate o fundo do carro e desejei que uma pedra surgisse no seu caminho só pra ver seu perfeito narizinho se chocar contra o chão imundo do carro. Já o grandão não, é claro que ele tinha que vim falar comigo.

_ Mais sociável hoje Bells? - questionou com um sorriso sacana e eu me limitei a lhe mandar orgulhosamente meu dedo do meio - Pelo visto não, como já te disse isso é tudo falta de sexo, depois que você dar uma...

_ Dá pra você tirar sua bunda do caminho e cair fora Emmett? - um grunhido interrompeu que merda fosse ele falar e ele se virou pra trás com um sorriso maior ainda

_ Olá Anãzinha, é bom te ver também nesse dia lindo, por que você não aproveita o tempo e vai atrás de uma branca de neve pra você ein? - perguntou zombeteiro, a morena a sua frente lhe fulminou com o olhar.

_ Me desculpe querido irmão - respondeu com um ar inocente - Estou ocupada demais procurando seu cérebro - deu seu golpe final sorrindo diabólica

_ Ouch Lice, assim você acaba comigo - e com seu falso olhar magoado moveu sua bunda para o "território" dos populares

Alice revirou os olhos e me cumprimentou com um aceno seguindo os passos feitos anteriormente pelo idiota sem cérebro. O loiro Hale entrou um pouco depois e tinha uma carranca no rosto, como sempre, me cumprimentou com um aceno como sua namorada e se mandou pro fundo do ônibus. E ele veio logo atrás. Com seu sorriso torto de arrancar suspiros de toda população feminina de Forks, seus cabelos num tom estranho entre o loiro e o ruivo, acabando o deixando num tom de bronze e seus olhos verdes que brilhavam divertidos e sorriam como se estivessem no auge da felicidade.

Aquele era Edward Cullen. O garoto mais popular de toda escola e talvez ate mesmo de toda Forks, o capitão do time de basquete considerado um gênio por todos, o queridinho da mamãe e do papai e aquele a quem eu mais odiava.

Talvez não seja ódio... E sim inveja. Inveja por ele ter a vida que um dia eu já quis ter, mas que hoje eu simplesmente abomino. Inveja por ele sorrir sempre e nunca demonstrar o quanto a merda desse mundo é horrível. Olhar para Edward Cullen é a mesma coisa que olhar para um sonho, uma coisa irreal. Ele nunca esta triste ou zangado, fala com todo mundo e não zoa ou humilha ninguém, procurando sempre ajudar ate quando ninguém lhe pede ajuda. Ele é Irritante. Verdadeiramente Irritante.

_ Bom dia Bella - me cumprimentou como sempre quando passou por mim e eu apenas o ignorei, como sempre, fechando os olhos e aumentando o volume do som.

Sentia seu olhar queimando em mim, mas logo depois ouvi seus passos se afastando e suspirei abrindo os olhos e os arregalando ao vê-lo bem próximo de mim, sentado no espaço ao meu lado.

_ Eu disse Bom Dia - murmurou com um olhar magoado me encarando intensamente

Continuei o encarando como uma idiota e percebi finalmente que ele não arredaria o pé dali, como sempre, enquanto não o cumprimentasse também

_ Bom Dia - resmunguei de má vontade, apenas para ele da o fora dali o mais rápido possível

Seu sorriso em resposta me cegou por um momento e, como sempre, dando um beijo estalado em minha bochecha se levantou ainda sorrindo cantarolando um “Nós vemos mais tarde" e foi se sentar entre seus queridinhos.

_ Insuportável - resmungue comigo mesma

Levei uma das minhas mãos a bochecha onde seus lábios haviam tocado, e mesmo que tivesse sido rapidamente, o calor do contato ainda continuava lá. Sorri minimamente, confessando pra mim mesma que lá no fundo era por esse beijo que eu esperava todos os dias.