A Felicidade se Conquista escrita por Aki Nara
Uma moto Ninja de mil cilindradas percorria o céu noturno londrino fazendo acrobacias radicais escrevendo com a fumaça: “Eu estou aqui!” E após, desceu lentamente na rua dos Alfeneiros até parar no número quatro, era a casa de um velho amigo.
Eu era tão feliz
E não sabia, amor
O motoqueiro retirou o capacete e de onde surgiu uma cabeleira avermelhada, a roupa de couro apertada revelava o corpo escultural de uma linda mulher. A porta se abriu de supetão como se estivesse esperando aquela visita.
Fiz tudo o que eu quis
Confesso a minha dor
Um homem surgiu de dentro da casa parando na soleira, tinha estatura mediana, feições marcantes, cabelos desgrenhados e olhos extremamente verdes, ele parecia em dúvida se deveria prosseguir ou não.
- Hugo Evans! – disse a mulher suavemente – o que tem feito?
- Nada! – sorriu ao reconhecer o espírito da sua garota no corpo daquela estranha. – Eu agora sou um trouxa e você é uma pop star.
E era tão real
Que eu só fazia fantasia
E não fazia mal
- A fama não é para mim, me cansei dessa vida – pendurou o capacete, desceu da moto para se aproximar do homem. – Por que não me procurou?
- Pensei que você seria mais feliz sendo a capitã do time de quadribol, não se recebe um convite da Chudley Cannons todo dia – abaixou a cabeça passando a mão pelos cabelos num gesto nervoso – eu quis que você aproveitasse seu momento de glória.
E agora é tanto amor
Me abrace como foi
- E aproveitei cada momento nesses dois anos, mas não me atrai... – suspirou aconchegando-se ao calor que emanava do abraço correspondido – não tanto quanto estar aqui, agora.
- Gina! – revelou o nome entre beijos sôfregos em sua tez. – Harry Potter é um bruxo morto e nem mesmo posso lhe dar um nome verdadeiro – o duelo com Voldemort, o Lorde das Trevas parecia ter sido a uma eternidade atrás. – E mesmo assim ainda quer continuar com essa loucura?
Te adoro e você vem comigo
Aonde quer que eu voe
- Eu não preciso de mais nada! – os olhos grandes radiantes de felicidade. – Loucura é ficar por mais tempo separado – sorriu com a esperança renovada. – Eu vim te buscar. Você vem?
Harry Potter olhou para a casa em que vivia qual um morto-vivo, não perdia nada deixando o lugar e talvez até fosse melhor para a paz de espírito dos Dursley que sumisse de vez.
E o que passou, calou
E o que virá, dirá
Ele olhou para Gina e cada vez que se perdia nos olhos dela, seu futuro parecia cada vez mais certo.
E só ao seu lado, seu telhado
Me faz feliz de novo
Para Gina pareceu uma eternidade até ouvir Harry responder:
- Tem certeza? - ele sorriu até as covas aparecerem no canto da boca - Não aceito ser devolvido.
O tempo vai passar
E tudo vai entrar no jeito certo de nós dois
- Você vai ver o que te aguarda! - ligou a moto novamente - Suba!
As coisas são assim
E se será, será
Pra ser sincero, meu remédio é te amar, te amar
Gina colocou o capacete e jogou o outro sobressalente para ele usar. Harry se sentou na traseira e segurou a cintura marcada.
Não pense, por favor
Que eu não sei dizer
Que é amor tudo o que eu sinto longe de você
- Segura mais forte! - sorriu marota - você só entende de vassoura.
- Nunca dê a direção ... - ele ia dizer gaiato, porém segurou mais firmemente em Gina quando sentiu o turbo e completou falando mais alto - para uma mulheeeerr!
A Rua dos Alfeneiros ficou silenciosa novamente e quem olhasse para o céu da noite veria apenas um risco branco entre as estrelas.
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