O Amor não Escolhe Dono escrita por Aki Nara


Capítulo 6
Capítulo 6 - O Triângulo




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Numa caverna Lord Voldemort aguardava a volta dos seguidores. Às vezes era um suplício para ele agüentar servos tão inúteis a testar sua tolerância e em algumas ocasiões, como esta, no silêncio da caverna, ele sentia alívio e prazer ao estar completamente só.

- Escravo do espelho meu! Existe alguém mais belo do que eu? – parou diante do espelho admirando sua beleza e respondeu para si mesmo num tom macabro. – Tu, Milorde! Vós sois o bruxo mais belo!

Ele gargalhou demonstrando toda a sua insanidade de um louco e doente, o lorde pensou que para alguma coisa o orfanato trouxa servira, pois conheceu muitos contos infantis, que ao retirar o “felizes para sempre”, os trouxas sabiam inventar contos muito interessantes, é claro que ele adorava os vilões e ficava inconformado por eles serem destruídos.

- Quem está aí? – virou-se de supetão ao ouvir um barulho – Revele-se!

- Milorde! – um homem saiu da escuridão – Eu vim lhe informar que me infiltrei na Sede do inimigo, como foi vosso desejo.

- Ah! Severo – os olhos brilharam como os de uma harpia – Aproxime-se e curve-se diante de seu senhor!

Snape fez o que lhe foi ordenado e o Lorde das Trevas estendeu-lhe a mão para ser beijado. Voldemort esvoaçou a capa indo à direção de seu trono, lá chegando acomodou-se e aspirou o ar profundamente e sentiu um leve aroma, uma fragrância que não soube definir, um perfume de mulher, doce e inebriante, cerrou os olhos, incapaz de resistir à sedução.

- Mestre! Consegui que eles acreditassem que sou um deles – Severo curvou seus lábios num meio sorriso irônico – Serei um agente duplo para levar informações nossas, mas eles não sabem...

Ele abriu os olhos justamente na hora em que Severo sorriu, um calafrio de antecipação percorreu por todo seu corpo, poderoso, incontrolável e seu olhar lascivo percorreu Severo da cabeça aos pés. Severo congelou, o lorde estava com aquele olhar assassino, que presenciou algumas vezes quando prazerosamente matava, seu rosto estava impassível, mas seu coração dava saltos à distância.

- Venha até mim, Severo!

Voldemort enfatizou cada palavra e a Snape cabia apenas obedecer, aproximou-se lentamente do trono, dobrou os joelhos, permaneceu ajoelhado e de cabeça baixa diante de seu senhor.

O lorde curvou-se para o seu servo passando a mão levemente pelo queixo de Severo, quase uma carícia.

Severo sentiu asco, mas controlou-se, o lorde chegava cada vez mais perto de sua face e ele pôde sentir que seu fim estava próximo, pois o hálito de seu mestre contribuía para isso.

- Dê-me um beijo! – ordenou numa voz bem alegre e efeminada,

- Como senhor? – Severo indagou surpreso e confuso.

- Um beijo, Severo. Daqueles de boca – fez bico – e língua – demonstrou agilidade contorcionista de uma cobra com sua língua. – E aproveita que estou ordenando, mas que se não me der... – fez uma pausa de efeito – eu posso tomar à força, queridinho! Vai querer medir forças com o seu lorde?

Voldemort encostou-se na poltrona numa pose sexy, na medida do possível para um lorde desengonçado e colocando o indicador na boca, enviava um recado impróprio para menores através de seu olhar 43.

Severo estava atônito, acabava de receber uma cantada mais que explícita do Lorde das Trevas e não sabia o que dizer, o que fazer, estava completamente sem reação.

- Milorde! Eu não vim preparado para isso – procurava algo em sua memória no Manual de Instruções da ODF se havia algum treinamento para esse tipo de situação e continuou – não pensei em receber proposta tão honrosa de vossa parte, eu nem escovei os dentes... – engoliu em seco, pois precisava de um bom álibi – Hoje eu comi alho e cebola no café, sabe?

O Lorde escutava as desculpas esfarrapadas do Snape esfregando as unhas, revelando indiferença e tédio em sua face.

- O banheiro fica logo ali – apontou a direção condescendente. – Eu te empresto a minha escova – olhou-o de soslaio – ademais eu adoro alho e cebola – bateu duas vezes com as mãos em seu joelho – vem aqui e senta no colinho de Voltinho, é som um Celinho, juro que não vai doer e nem vou te tirar o pedaço – estalou os dedos e fitou-o alucinado – apesar de que isso seria muito bom ou você prefere outras coisas piores.

Snape se levantou para sua sentença de morte, depois de tantos anos como espada ele viraria gilete, tentou atrasar o máximo possível os últimos passos, quando um estrondo reverberou dentro da caverna, fazendo-o se proteger atrás da poltrona do lorde.

- Locomortis caverna do Voltinho – Rabicho apareceu esganiçando.

Vários objetos voaram em direção de Voldemort e Severo sem realmente atingi-los, pois Rabicho era um bruxo de magia medíocre.

- Protego! – foi mais rápido. – Como ousa me chamar de Voltinho? – os olhos faiscavam de raiva contida – seu rato de esgoto, isso é o máximo que consegue fazer?

- Não se atreva a tentar beijar o meu chefuxo – bateu o pé como uma criança mimada - pois esses lábios são meus.

- Você não é nada, seu parasita ambulante – levantou-se esvoaçando a capa novamente como uma galinha soltando as penas – nem para verme serve.

- E vo-você seu bruxo de meia-tigela – gaguejou como sempre faz em situações de tensão – que se borra toda quando vê o poderoso Dumbie?

- Poderoso? Aquele velhaco? – colocou as mãos na cintura impaciente literalmente soltando às frangas – eu sou o grande Lorde das Trevas, seu paspalho.

Severo saiu sorrateiramente enquanto os dois frangos brigavam de peito estufado e soltavam às penas um do outro. A Poção do Amor se revelava perigosa e isso estava ficando vergonhoso demais, ele precisava tomar atitude de bruxo macho com “M” maiúsculo e confessar para Lílian sua “pequena” travessura para ajudá-lo com um antídoto.


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