Jaqueline levou Laura para as compras no shopping, apesar de preocupada com Marco, ela tentou se divertir, pois havia esperado muito por aquele momento. Elas entraram numa loja de roupas de grife.

- Mãe! É muito caro aqui! – os olhos de Laura brilhavam – Tem certeza? Vou lhe dar prejuízo.

- Pode escolher tudo que quiser, mas... – olhou para sua a camiseta e calça tipo soldado – poderia escolher alguns vestidos, saias, sandálias, coisas femininas também, por favor?

- Tudo bem, mãe! – sorriu enviesada – Já entendi o recado.

Laura havia decidido não tirar conclusões precipitadas, daria a mãe a chance de ouvir sua versão dos fatos e que tentaria ser feliz, afinal não estava sendo difícil ter esperanças, apenas não era uma felicidade completa porque sentia que sua felicidade custava a do pai.

- Bom Dia, Sra. Vieira! – a atendente disse solicita – O que devo procurar?

- Olá, Regina! – cumprimentou a funcionária da loja – Por favor! Veja o número dela de todas as roupas que escolher e ajude-a a escolher os acessórios, bolsas e sapatos – suspirou cansada da noite mal dormida – vou sentar aqui e você me amostra o que escolheu.

Laura e a atendente iam e vinham do provador, cada nova peça era separada de acordo com o gosto de Jaqueline, não se importou em deixá-la escolher, definitivamente sua mãe tinha bom gosto e sabia o que ficava bem nela.

Duas horas depois, elas saiam da loja abarrotadas de sacolas. Enquanto perambulavam pelas vitrines da loja, o celular tocou e mãe pareceu sobressaltada em atendê-lo.

- Alô? Luiz? – o semblante preocupado desanuviou antes de terminar a ligação – Venha! Os rapazes cabularam o colégio e nos esperam numa livraria aqui perto.

Elas adentraram as portas do SABER, a livraria estava abarrotada de estantes, com livros até o teto, Marco e Luiz estavam sentados lendo uma edição especial de histórias em quadrinhos.

- Espero que você tenha um bom motivo para não estar na aula, Luiz – a mãe dizia sorrindo – vou ter que castigar?

- Recebemos a ligação das lojas dizendo para vir buscar os uniformes de Laura e os livros da escola – ele disse com um sorriso maroto. – E como Marco quis dar um passeio... Eu só o trouxe.

- Ah! Então, a culpa é sua? – Laura riu – Está com a costa larga!

- Bem, pelo menos vocês adiantaram o serviço para nós! – Jaqueline riu sem menor vontade de castigá-los – Podemos almoçar juntos e depois vocês fazem um programa... Antônio veio junto?

- Claro, Dona Jaqueline! – Marco fez careta – você acha que viemos a pé?

- Que atrevido! – beliscou a bochecha de seu enteado – Podemos ir? Só por causa disso você será nosso carregador oficial de sacolas.

Jaqueline olhou para a filha e num entendimento silencioso Laura depositou as sacolas no colo de Marco e o que não coube entregou para Luiz. Ela agarrou-se a mãe e eles saíram da livraria para entrar num restaurante mais próximo.