Pruaus Moments escrita por Yukinha


Capítulo 9
Hino à Alegria




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A música de Roderich era tempo triste. Desde a Anschluss era essa a melodia que soava do piano, mas Áustria jamais culparia Gilbert ou Ludwig por estar com esse humor.

Como sempre, a música foi interrompida pelo albino. Prússia tinha aparecido por trás do moreno e apertado suas bochechas.

\"Kono obakasan ga! Pare com isso!\"

\"Essa coisa ta irritando meus incríveis ouvidos!\"

\"É só ir para outro lugar!\"

\"Mas eu quero ficar aqui e se eu fico aqui então eu decido o que ouvir!

Áustria se virou para segurar os braços de Gilbert e a briga continuou.

\"Saia daqui, obakasan!\"

\"A casa é minha, imbecil!\"

\"A casa é do Ludwig!\"

\"Mas eu sou irmão dele e é minha também! Eu vou acabar enfiando um garfo no meu incrível olho se continuar ouvindo essa sua música!\"

Gilbert conseguiu se soltar e sentou-se ao lado do moreno. Olhou para as teclas do piano... E ficou nisso mesmo.

\"O que quer agora, obakasan?\"

\"Só estou olhando, não posso?\"

\"Não vai me dizer que sabe tocar\"

\"West sabe um pouco. Ele me ensinou o b-a-ba, mas eu nunca me interessei.\"

Roderich ia perguntar onde Ludwig tinha aprendido a tocar piano, mas achou desnecessário. O modo como o albino encarava as teclas segurando a vontade de tocar era tão... Fofo. O moreno corou com esse pensamento.

\"Se eu soubesse tocar piano como você, tocaria uma música mais animada\" confessou o prussiano.

\"Eu acho que não estou com nenhuma canção animada na cabeça.\"

\"Deve ser porque é difícil pensar em alguma coisa divertida no meio dessa guerra, a menos que tenha muita cerveja\" forçou um riso.

A guerra estava agora num de seus piores momentos. Todos os países combatentes estavam com suas terras arrasadas. Todos sofriam as consequências e o território alemão não ficava atrás, apesar de Hitler ainda estar em vantagem.

Roderich olhou para as teclas e falou o que sentia.

\"Acho que estou pagando pelo que fiz.\"

\"Ta falando do que?\"

\"Primeira Guerra Mundial. Fui eu que a comecei. Esta guerra nada mais é do que uma continuação da primeira.\"

\"Ah, pára de falar nisso, vai? Você só deu o estopim. Esses caras estavam tão neuróticos que iam começar uma guerra por qualquer merda que acontecesse! Você não foi o único nem o principal culpado.\"

Permaneceram calados.

Finalmente as orbes violetas encontraram as vermelhas e Roderich sorriu. Era um sorriso tão bonito que Prússia não pôde deixar de corar.

\"Q-que... Que foi?\"

\"Sente-se ali. Vou tocar algo pra você\"

\"Pra mim?\"

\"Sim. Acho que tenho uma música alegre afinal.\"

Foi tão estranho ouvir aquilo de Áustria... A música seria dedicada ao albino, agora nem poderia reclamar se fosse uma coisa fúnebre. Por mais que gostasse de provocar o moreno, nunca fez isso quando o austríaco lhe demonstrava algum tipo de carinho, o que era raro.

O dedos do pianista pressionaram as teclas e para a surpresa de Gilbert a música que saiu era incrivelmente linda. Já tinha ouvido aquela sinfonia antes, mas era sempre no rádio e nunca de uma forma tão irradiante quanto o arranjo do austríaco.

A canção se chamava Hino à Alegria, de Beethoven, e tocada pelos dedos de Roderich, trazia um intenso sentimento de esperança que o albino não conseguia resistir.

Enquanto se embalava pela música, Gilbert admirava a nuca do austríaco. Fechou os olhos e se imaginou em qualquer lugar longe dali, livre de todas as guerras e de todos os problemas. Sentia-se tão leve que não seria estranho se seus pés saíssem do chão... Aquela música...

Estava tão absorto que nem reparou quando a canção terminou. Sua mente estava num estado de torpor que só foi quebrado por uma coisa.

O toque macio dos lábios de Roderich nos seus.

O par de olhos de rubi se arregalaram. O austríaco agora estava em pé, bem diante dele e fazendo uma cara de quem tinha feito a pior besteira de todas. O rosto muito corado ressaltavam os olhos de ametista.

Áustria se virou e quase foi embora, mas Prússia deu um pulo da cadeira, agarrou-o pela mão e o puxou de volta.

\"Ei! Ei! Ei! Espera ai! Você me beijou!\"

\"N-não, eu...\"

\"Nem tente me enrolar! Você me beijou que eu sei!\"

\"Foi pra tirar você do transe.\"

O prussiano pensou na resposta. Pensou... Pensou... Depois abriu um sorriso maroto e acercou a cintura do vizinho.

\"E por que vai embora? Não quer continuar?\"

\"Só porque tive um momento de fraqueza, não significa que...\"

Tarde demais. Gilbert havia beijado seu pescoço a ponto de fazê-lo esquecer o que ia falar. Beijou o queixo, a orelha, o rosto, a pontinha do nariz do moreno e olhou para ele mais uma vez.

\"Isso deve ser muito melhor que músicas de luto, não é, Kizoku-sama?\"

\"...\"

Os fecharam os olhos e uniram os lábios num beijo profundo.

Imagine o choque de Alemanha ao passar pela porta e ver a cena.


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Notas finais do capítulo

O cap anterior foi tão triste que atualizei rapidinho. Desculpem, eu não queria estragar o dia de ninguém .-.