Pruaus Moments escrita por Yukinha
A música de Roderich era tempo triste. Desde a Anschluss era essa a melodia que soava do piano, mas Áustria jamais culparia Gilbert ou Ludwig por estar com esse humor.
Como sempre, a música foi interrompida pelo albino. Prússia tinha aparecido por trás do moreno e apertado suas bochechas.
\"Kono obakasan ga! Pare com isso!\"
\"Essa coisa ta irritando meus incríveis ouvidos!\"
\"É só ir para outro lugar!\"
\"Mas eu quero ficar aqui e se eu fico aqui então eu decido o que ouvir!
Áustria se virou para segurar os braços de Gilbert e a briga continuou.
\"Saia daqui, obakasan!\"
\"A casa é minha, imbecil!\"
\"A casa é do Ludwig!\"
\"Mas eu sou irmão dele e é minha também! Eu vou acabar enfiando um garfo no meu incrível olho se continuar ouvindo essa sua música!\"
Gilbert conseguiu se soltar e sentou-se ao lado do moreno. Olhou para as teclas do piano... E ficou nisso mesmo.
\"O que quer agora, obakasan?\"
\"Só estou olhando, não posso?\"
\"Não vai me dizer que sabe tocar\"
\"West sabe um pouco. Ele me ensinou o b-a-ba, mas eu nunca me interessei.\"
Roderich ia perguntar onde Ludwig tinha aprendido a tocar piano, mas achou desnecessário. O modo como o albino encarava as teclas segurando a vontade de tocar era tão... Fofo. O moreno corou com esse pensamento.
\"Se eu soubesse tocar piano como você, tocaria uma música mais animada\" confessou o prussiano.
\"Eu acho que não estou com nenhuma canção animada na cabeça.\"
\"Deve ser porque é difícil pensar em alguma coisa divertida no meio dessa guerra, a menos que tenha muita cerveja\" forçou um riso.
A guerra estava agora num de seus piores momentos. Todos os países combatentes estavam com suas terras arrasadas. Todos sofriam as consequências e o território alemão não ficava atrás, apesar de Hitler ainda estar em vantagem.
Roderich olhou para as teclas e falou o que sentia.
\"Acho que estou pagando pelo que fiz.\"
\"Ta falando do que?\"
\"Primeira Guerra Mundial. Fui eu que a comecei. Esta guerra nada mais é do que uma continuação da primeira.\"
\"Ah, pára de falar nisso, vai? Você só deu o estopim. Esses caras estavam tão neuróticos que iam começar uma guerra por qualquer merda que acontecesse! Você não foi o único nem o principal culpado.\"
Permaneceram calados.
Finalmente as orbes violetas encontraram as vermelhas e Roderich sorriu. Era um sorriso tão bonito que Prússia não pôde deixar de corar.
\"Q-que... Que foi?\"
\"Sente-se ali. Vou tocar algo pra você\"
\"Pra mim?\"
\"Sim. Acho que tenho uma música alegre afinal.\"
Foi tão estranho ouvir aquilo de Áustria... A música seria dedicada ao albino, agora nem poderia reclamar se fosse uma coisa fúnebre. Por mais que gostasse de provocar o moreno, nunca fez isso quando o austríaco lhe demonstrava algum tipo de carinho, o que era raro.
O dedos do pianista pressionaram as teclas e para a surpresa de Gilbert a música que saiu era incrivelmente linda. Já tinha ouvido aquela sinfonia antes, mas era sempre no rádio e nunca de uma forma tão irradiante quanto o arranjo do austríaco.
A canção se chamava Hino à Alegria, de Beethoven, e tocada pelos dedos de Roderich, trazia um intenso sentimento de esperança que o albino não conseguia resistir.
Enquanto se embalava pela música, Gilbert admirava a nuca do austríaco. Fechou os olhos e se imaginou em qualquer lugar longe dali, livre de todas as guerras e de todos os problemas. Sentia-se tão leve que não seria estranho se seus pés saíssem do chão... Aquela música...
Estava tão absorto que nem reparou quando a canção terminou. Sua mente estava num estado de torpor que só foi quebrado por uma coisa.
O toque macio dos lábios de Roderich nos seus.
O par de olhos de rubi se arregalaram. O austríaco agora estava em pé, bem diante dele e fazendo uma cara de quem tinha feito a pior besteira de todas. O rosto muito corado ressaltavam os olhos de ametista.
Áustria se virou e quase foi embora, mas Prússia deu um pulo da cadeira, agarrou-o pela mão e o puxou de volta.
\"Ei! Ei! Ei! Espera ai! Você me beijou!\"
\"N-não, eu...\"
\"Nem tente me enrolar! Você me beijou que eu sei!\"
\"Foi pra tirar você do transe.\"
O prussiano pensou na resposta. Pensou... Pensou... Depois abriu um sorriso maroto e acercou a cintura do vizinho.
\"E por que vai embora? Não quer continuar?\"
\"Só porque tive um momento de fraqueza, não significa que...\"
Tarde demais. Gilbert havia beijado seu pescoço a ponto de fazê-lo esquecer o que ia falar. Beijou o queixo, a orelha, o rosto, a pontinha do nariz do moreno e olhou para ele mais uma vez.
\"Isso deve ser muito melhor que músicas de luto, não é, Kizoku-sama?\"
\"...\"
Os fecharam os olhos e uniram os lábios num beijo profundo.
Imagine o choque de Alemanha ao passar pela porta e ver a cena.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
O cap anterior foi tão triste que atualizei rapidinho. Desculpem, eu não queria estragar o dia de ninguém .-.