I Deserve? escrita por AkireBell


Capítulo 8
Os botões da cerejeira Parte II


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a demora, mas realmente fiquei muito decepcionada com vocês..
Poxa.. eu escrevi um capítulo com tando carinho pra vocês e não recebi UM review sequer!!!! :(
Fiquei suuuuper triste, mas mesmo assim estou trazendo a segunda parte do capítulo do Sasuke, que por um pequeno imprevisto, vai ter 3 partes.
Espero que gostem..



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O barulho abafado da porta do carro batendo e a ignição sendo ligada me fizeram saber que já estávamos de saída.

            Desde o momento em que tive meus olhos tapados por aquela sedosa fita de cetim que eu e Sasuke enfrentamos a “maratona” até chegarmos ao térreo. Sem brincadeira nenhuma, eu cai bem umas duas vezes e, se não fosse por Sasuke, teria caído muito mais por conta da minha falta de equilíbrio; – sou pateta gente, abafem – mas enfim, desde a saída do apê eu tentei arrancar de Sasuke o lugar para onde íamos e o porquê de faixa em meus olhos, mas acham que ele respondeu? CLARO QUE NÃO! Ele apenas bufava e permanecia lá, calado. A verdade é que o que eu tenho de lerda o Sasuke tem de determinado e isso já me dava uma clara convicção de que não ia adiantar gastar saliva com ele já que só ia servir para me deixar com sede.

Por isso o trajeto inteiro foi calmo e silencioso – calmo uma ova porque eu tava suando mais que gordo em sauna por conta do meu nervosismo – e durou longos e intermináveis 60 minutos – será que o Sasuke me levou pra Índia? Se for eu faço questão de amarrar uma pedra no pescoço dele e jogá-lo no Ganges – que pareceram mais dias do que meras horas.

Ouvi a porta do carro sendo aberta e uma leve brisa tocar meu rosto, o que me deu indício de que já tínhamos chegado ao destino final.

O barulho das chaves sendo rodadas e do cinto de Sasuke sendo aberto de forma devagar fez eu saber que ele já ia sair do carro, por isso logo comecei a falar.

- Tudo bem, pode deixar que eu saio sozinha – disse a ele quando veio me ajudar a sair do carro. Ouvi um murmuro baixo e logo após a sua voz grave e macia chegar aos meus ouvidos.

- E como você vai sair se está com os olhos tapados? – perguntou despreocupadamente, mas eu sabia que em seus lábios vincavam um leve sorriso sarcástico, o que era um claro sinal de que ele estava se divertindo as minhas custas. Regularizei minha respiração e me pus a falar.

- É só você descobrir os meus olhos, gênio! Coisa fácil, não? – conclui não conseguindo conter o sarcasmo que tinha em minha voz. Sasuke conseguia essa proeza com muita facilidade.

- Sim, mas ainda não é o momento certo – disse ele me pegando pelas mãos e me puxando de forma delicada para fora do carro – Ainda não chegamos ao nosso destino final – terminou me pondo de pé, de modo que eu não batesse a minha cabeça na parte de cima do carro, e me guiando para que eu não tropeçasse ou fosse para o lugar errado. Virei minha cabeça para a direção em que eu achava que estava seu rosto e fiz uma careta de reprovação.

- E qual é o nosso destino final? – perguntei um pouco irritada com ele. Pra quê tanto mistério? Só serviria para piorar o meu humor que já estava meio doente com essa curta viagem de carro – Eu to com sede, Sasuke-kun! – terminei cruzando os braços e fazendo um biquinho de irritação. Eu parecia uma criança birrenta, eu sei, mas eu REALMENTE precisava de um copo d’água. Ele soltou uma breve e baixa risada antes de falar.

- Não se preocupe, é uma caminhada curta, tranquila e completamente compensadora – falou enquanto começávamos a andar de forma lenta para onde quer que ele estivesse me levando. E eu fui neah? Fazer o que?

Enquanto andávamos, a brisa primaveril me acariciava de forma terna e os cheiros trazidos por ela eram os mais doces e suaves que eu podia sentir estando na situação em que eu estava.

Os raios de sol, ainda fracos por conta do horário, traziam uma sensação gostosa, um calorzinho agradável que só os dias de primavera traziam.

Essa era a primavera em Tókio...

Essa era a minha estação preferida do ano.

Continuei aproveitando a caminhada até o momento em que Sasuke estancou e me fez parar também. Senti suas fortes e quentes mãos soltarem das minhas, acariciarem meu rosto e logo após, desatar o nó que estava prendendo a fita em meu rosto, me tirando da “escuridão” a qual eu estava submetida.

A princípio a claridade solar fez meus olhos arderem, mas à medida que os segundos passaram, eu fui conseguindo distinguir o que tinha em meu redor.

Um gramado de um verde vívido nos rodeava como milhares de formigas rodeiam um pedaço de bolo, e as flores, milhares delas, deixavam o local como um caleidoscópio de cores vibrantes e contrastantes. Os perfumes que exalavam das pétalas eram os mais variados possíveis e deixavam o local com um agradável aroma campestre. Mas havia um aroma que se destacava mediante os outros. Era um cheiro doce, suave e extremamente relaxante. Era o aroma que só a primavera poderia trazer.

Dei uma volta, procurando a fonte do cheiro adocicado, e parei quando a vi e comprovei que minha suspeita estava certa: esse cheiro, esse aroma tão estonteante, era o cheiro das flores de cerejeira.

Virei-me novamente para o outro lado e olhei para Sasuke, que estava tão encantado quanto eu com a paisagem. Direcionei-lhe um terno sorriso e apontei para a paisagem ao meu redor.

- Como você encontrou isso aqui? – questionei-o ainda em estado de êxtase – É... É lindo demais! – conclui me abaixando e pegando uma esguia flor que estava próximo aos meus pés. Ela era tão pequena e delicada que eu tinha medo de que o meu simples toque pudesse fazê-la desmanchar.

Olhei para Sasuke mais uma vez, ainda a espera de sua resposta.

- Meu pai costumava me trazer aqui quando eu era pequeno – ele pegou a flor de minha mão antes de continuar - Mas isso foi a muito tempo, na época em que ele não passava dia e noite enfurnado naquela empresa – me lançou um olhar entristecido e apontou para a flor que tinha em mãos – Você sabe que flor é essa, Sakura? – a pequena flor era quase imperceptível em suas grandes e claras mãos, mas mesmo assim eu podia a ver. As pétalas rosadas eram do tom de meu cabelo e apenas de olhá-la, podia saber que a sua textura era macia e aveludada.

Olhei para Sasuke e arqueei uma de minhas sobrancelhas. Ele havia feito uma pergunta boba demais.

- Claro que eu sei que flor é essa, Sasuke-kun – comecei olhando para seus olhos – É a flor que deu origem ao meu nome, a flor de cerejeira – terminei desviando meu olhar para a enorme árvore que havia atrás de mim. Era grande, protuberante e, sem sombra de dúvidas, a mais bela de todas que haviam naquele vasto campo. Senti as mãos de Sasuke nas minhas e ao virar meu rosto novamente, pude ver que ele havia colocado novamente a pequena flor em minhas mãos.

- Certo. Mas você sabe o que ela significa? – perguntou afastando suas mãos das minhas e me olhando nos olhos. Eu fiz que não com a cabeça. Não que eu nunca tenha ouvido, é só que tinha me fugido completamente da cabeça. Ele soltou um leve sorriso e prosseguiu – Ela significa a beleza, a felicidade, o amor. Mas não é só isso. Por sua árvore ficar pouco tempo florida, suas flores representam a fragilidade da vida, cuja maior lição é aproveitar intensamente cada momento, pois o tempo passa rápido e a vida é curta. – terminou olhando para a árvore que estava atrás de mim. Olhei para ele um pouco confusa.

- Onde você quer chegar com toda essa conversa? – perguntei procurando seus olhos, mas, por mais que eu tentasse, sua total atenção estava nas flores que, a cada lufada de vento, caiam em maior número.

- Só quero dizer que hoje, nosso dia é como a flor de uma cerejeira. Tem a vida curta, frágil, porém, bela. Devemos aproveitá-lo o máximo possível, como se esse fosse o último dia de nossas frágeis e pequenas pétalas. – terminou voltando sua atenção para mim e depositando um leve beijo em minha testa. Olhei para ele e não pude conter um sorriso.

- Então estamos esperando o que? Vamos logo aproveitar esse dia enquanto as nossas pétalas estão todas no lugar – conclui com um sorriso que se alargava cada vez mais. Sasuke pegou minha mão, olhou nos meus olhos e disse:

- Vamos logo, antes que nossas pétalas se percam e acabemos não aproveitando nossa curta vida com elas – e me arrastou. Não sei para onde, não sei até onde. Mas sei que com ele eu iria até o fim do mundo sem reclamar.


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Notas finais do capítulo

Tá aii..
Espero que gostem e POR FAVOR.. Deixem reviews'



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