Cheguei em casa ainda atônita com o que tinha acontecido,Daniel só podia estar louco ou coisa parecida para ter se atrevido a fazer uma coisa daquelas.

Acabava de sair do banho quando minha avó me gritou do andar de baixo pedindo para que eu descesse,vesti-me rápido e desci.Bill estava com minha avó na sala,eles pararam de conversar e me olharam.

- Oi,meu amor. – Bill venho em minha direção e me abraçou forte. – Já estava quase morrendo de tanta saudade.

- Não seja exagerado... – Ele sorriu.

- Vou deixar vocês à vontade. – Vovó saiu da sala.

Bill me pegou pela cintura trazendo-me para mais perto de si unindo nossos corpos,ele me beijou intensamente e eu segurei em sua nuca retribuindo.Então lembrei de Daniel e a raiva percorreu o meu sangue,mesmo sabendo que eu não tive culpa nenhuma,me sentia suja e traidora,queria muito contar para o Bill,queria mas não conseguia.

- Sua avó disse que está melhor,estou feliz que ela esteja bem. – Disse ele pegando em minhas mãos.

- Sim,é um alivio para mim.

- Ontem eu te vi saindo. – Eu gelei - Pensei em falar com você,mas achei melhor não.

- Porque não?

- Você parecia apressada.

- Claro que não.

Ficamos em silencio por um tempo,e então eu estava decidida,tomei coragem e resolvi que iria contar o que acontecera.

- Sabe... ontem eu fui me encontrar com Daniel...

- Quem é esse Daniel? – Bill me interrompeu.

- É um amigo meu.Ele trabalha na biblioteca onde eu costumo freqüentar.

- Nunca me falou sobre ele... – Bill franziu o cenho e mesmo que não fosse sua intenção eu me senti pressionada.

- Porque não temos nem um ano ainda de amizade.

- Tem certeza de que ele vê você apenas como amiga?

Bill perguntou como se já soubesse de algo.Eu estava tentando contar,juro que estava,mas o meu lado pessimista falou mais alto e eu logo imaginei uma possível má reação dele.

- É claro que sim... quer dizer... Bill! Porque me perguntou isso?!

- Não,nada.Desculpe. – Ele me abraçou afagando meu cabelo.

Me desfiz de seus braços e segurei seu rosto em minhas mãos.

- Não me pergunte mais essas bobagens.

- Não vou. – Ele selou nossos lábios. – Venha,quero te levar a um lugar onde podemos ficar longe disso.

Bill me puxou pela mão e me levou até a floresta,depois de uma certa parte do caminho ele tampou meus olhos com suas mãos e me guiou.Estava ansiosa para saber o que ele havia aprontado,sentia a grama já um pouco acima dos meus tornozelos,até que paramos.Bill retirou as mãos dos meus olhos e me pediu para abri-los.Bem na minha frente estava uma casa na árvore não muito alta mas também não muito baixa,tinha uma escadinha feita de madeira com degraus retangulares presos ao tronco da árvore,era muito linda.Subimos cuidadosamente pois a construção aparentava já ter um bom tempo.

Por dentro era vazio como eu já esperava,tinham algumas folhas secas pelo chão e bastante poeira,aquilo já deveria ter anos.

- Como achou essa casinha? – Eu perguntei ainda encantada indo até Bill,ele estava apoiado no peitoril de uma pequena janela.

- Sinceramente,não sei,apenas encontrei um dia desses. – Ele sorriu.

- Vem todos os dias aqui?

- Hum... não.Mas é um lugar agradável,principalmente por me fazer lembrar você. – Sorri envergonhada. – Estou gostando de ter mais contato com a natureza.Sabe,em Los Angeles nós quase não temos tempo para fazer coisas que pessoas normais fazem,é uma correria total com os compromissos com a banda e tudo mais.

- Imagino.Mas vocês devem se divertir quando vão às festas.

- Sim,nos divertimos,mas cientes de que estamos sempre a ser observados,é claro que de forma alguma estou reclamando porque gosto de quem sou e batalhei para chegar aonde cheguei,só não é mais tão divertido como no inicio.

- Entendo. – Deitei minha cabeça em seu ombro e acariciei o mesmo. – Quando eu era pequena sempre quis ter uma casa na árvore,só não sabia que iria esperar tanto para ter uma.

Nós rimos.