Era Uma Vez escrita por jullyMoorin


Capítulo 13
Capítulo 13 - Anjo




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Já havia amanhecido mas eu ainda estava dormindo,senti algo se mexer ao meu lado na cama e me virei assustada,abri os olhos,era minha prima Anna.Sentei-me e cocei a cabeça confusa,o que ela estava fazendo lá?

- Anna? – Perguntei sonolenta.

- O que foi? Sou tão feia assim?! – Ela disse fingindo estar ofendida.

- Aconteceu alguma coisa?

- Comigo não...

- Nossa,as noticias correm rápido. – Me levantei indo até o banheiro. – Minha mãe te contou não é?

- Não,na verdade escutei sem querer a conversa e logo deduzi.

- Uau! Você deveria entrar para o CSI.

- Você fez uma piada! Tem certeza que é a Elize? Parece que alguém está de bem com a vida novamente.

- Engraçadinha.

- A questão é,de qualquer forma você iria me contar,sou sua priminha querida que te ama demais. – Nós rimos com o seu comentário,não por deboche,porque Anna sempre fora realmente uma prima muito querida. – Mas me conte,qual o motivo de tanta alegria? Não me diga que....

- Isso,exatamente o que está pensando e espero que entenda.

- Onde você está com a cabeça?! Pensei que tivesse dito não!

- E eu disse,mas me arrependi.Sabe como é difícil dizer não à alguém que ama?!

- Não... – Anna cruzou os braços desviando o olhar.Sabia que ela estava nem um pouco satisfeita com minha decisão mas era minha vida em jogo. – Já falou com ele?

- Ainda não.Depois do que disse acho que precisamos de um tempo para as coisas se acalmarem.

- Você sabe que o meu ser foi programado para odiar Bill Kaulitz,mas já que estamos falando da sua felicidade,eu faço esse sacrifício por você. – Sorrimos e logo em seguida nos abraçamos.

O que ainda me deixava um pouco insegura era aquela garota loira com Bill,admitia que estava com ciúmes ainda mais por não saber quem ela era,poderiam ser apenas amigos mas mesmo assim eu precisava de uma explicação. Anna só iria embora no outro dia então teríamos tempo o suficiente para discutirmos sobre o assunto,precisava de uma opinião a mais.

Estávamos na varanda conversando quando minha avó nos chamou a atenção para dizer que o almoço estava pronto.

- Desculpe vovó,mas Elize e eu vamos almoçar fora hoje. – Anna disse sorrindo.

- Vamos? – Perguntei sem entender.Pelo que sabia não me lembrava ter combinado com ela de almoçar fora.

- Sim.Inauguraram um restaurante no centro da cidade e dizem que a comida lá é ótima.

- Então está tudo bem,vão e divirtam-se. – Vovó disse sorrindo.

Pegamos nossas bolsas e fomos no meu carro,parei em um estacionamento próximo e nos dirigimos ao restaurante.O local era grande,paredes vermelhas,mesas e cadeiras escuras assim como os balcões e portas,naquela tarde não estava tão cheio,escolhemos uma mesa mais isolada para podermos conversar melhor.Tínhamos acabado de fazer nossos pedidos quando vi a expressão de Anna mudar,eu estava de costas para a entrada do restaurante por isso me virei,Bill e Tom tinham acabado de chegar,como estávamos em uma mesa distante provavelmente eles não nos viram.

Ameacei levantar assim que os vi mas Anna me puxou pelo braço fazendo-me sentar novamente.

- Você vai ficar ai.É assim que quer que as coisas sejam como antes,fugindo?

- Tudo bem... – Respirei fundo.Anna puxava assunto comigo mas eu estava inquieta naquela situação.Decidi ir ao banheiro.

- Onde você vai? – Anna perguntou quando me viu levantar.

- Ao banheiro.

Entrei por uma porta que dava em um corredor muito pequeno,haviam duas portas uma de cada lado,entrei no banheiro feminino,lavei o rosto e fiquei lá por um tempo até me acalmar.Estava saindo do banheiro para o corredor mas parei imediatamente quando vi Bill a minha frente,ambos ficamos calados.Ele abriu a boca para falar algo mas nos assustamos quando a porta do corredor se fechou de repente,corri para tentar abri-la mas parecia estar trancada,não acreditava no que estava acontecendo,Bill e eu trancados em um corredor e sem saber como a porta havia se trancado.

- Droga! – Gritei.

- Como isso aconteceu? – Bill perguntou tentando abri-la.

- Socorro! – Comecei a gritar para ver se alguém nos escutava,chamei por alguns minutos e nada. – Brincadeira de mal gosto só pode!

- Calma deve haver outro jeito. – Ele continuou tentando abri-la,e nada.Já estava agoniada com aquilo e me sentei em um dos cantos.Não demorou muito e Bill desistiu,encostou na parede oposta à minha e cruzou os braços.

- Alguém vai ter que nos achar,uma hora vão dar falta. – Bill disse.

- Espero que sim. – Ficamos longos minutos em silêncio.

O lugar era muito pequeno e sem janelas,aquilo estava me sufocando,sempre odiei ficar em locais muito pequenos por muito tempo,não tinha nada relacionado à claustrofobia era uma coisa minha mesmo.Andava de um lado para o outro,logo comecei a ficar ofegante,sentei-me no chão novamente abraçando as pernas,percebi que Bill não tirava os olhos de mim ele havia reparado que tinha algo de errado comigo.Por um momento fechei os olhos e abaixei a cabeça na tentativa de me acalmar,foi quando senti uma mão sobre a minha.

- Elize,você não parece bem. – Bill estava ajoelhado a minha frente com a feição preocupada.

- Estou sufocada... é muito fechado. – Falei com dificuldade.

- Você é claustrobófica?

- Não.

Bill levantou e foi até a porta novamente,bateu,gritou e ninguém apareceu.Ele parecia preocupado,em passos rápidos abriu a porta do banheiro masculino e entrou,depois fez o mesmo no feminino,Bill ajoelhou a minha frente novamente.

- Abri as janelas dos dois banheiros,são pequenas mas já devem ajudar. – Bill segurou minha mão novamente. – Você vai ficar bem. – Acariciou meu rosto.

Bill era muito cauteloso comigo,apesar das coisas que eu tinha lhe dito,ele colocou-as de lado.Confesso que cheguei a gostar um pouco daquela situação,Bill tinha o poder de fazer as coisas ficarem melhores como um anjo e ele ao meu lado me fez esquecer até mesmo da falta de ar.Nossas mãos permaneceram unidas,ele começou a acaricia-las para me acalmar,o que não era necessário,o simples fato de ele estar ali já me acalmava.Nossos olhares se encontraram,nossos rostos se aproximaram lentamente até meu nariz unir-se com o dele,uma de minhas mãos automaticamente apoiaram-se em seu peito e eu pude sentir seu coração bater assustadoramente acelerado,como o meu. A porta se abriu e nós nos separamos rapidamente.

- Vocês estão bem? – Um dos funcionários do restaurante estava na porta surpreso.

– Peço desculpas pelo ocorrido.

- Esta tudo bem,isso acontece. – Bill disse ao rapaz que não sabia o que fazer.

- O que aconteceu? – Perguntei já de pé.

- Não sabemos,mas a porta estava trancada do lado de fora,talvez alguma criança.Um dos fregueses veio ao banheiro e perguntou porque a porta estava trancada então ao abri-la achamos vocês aqui.

- Crianças... – Sussurrei sorrindo.

- Bem,obrigado. – Bill agradeceu.O rapaz sorriu e foi embora em seguida.Ele me olhou por um tempo e depois virou-se indo embora.

Eu estava de cabeça baixa,queria ter lhe agradecido mas minha voz não saia,como eu queria ficar mais tempo ao lado dele.Fui até Anna que me esperava em pé perto da porta.

- E ai? – Ela perguntou erguendo as sobrancelhas.

- O que?

- Você e o Bill...

- Anna! Ficamos apenas trancados graças a uma brincadeirinha de muito mal gosto.

- Só? – Ela sorriu e como sempre eu corei.

- Bem... nós quase... nos beijamos. – Anna abriu um grande sorriso e levou as mãos a boca. – Mas tenho certeza que foi por puro impulso!

- Elize,por favor eu te conheço muito bem.

- Ele já foi? – Perguntei olhando todo o lugar e vendo que eles já não estavam mais lá.

- Claro,você deixou ele escapar.

- Anna,porque você apenas não me pergunta se eu estou bem,como qualquer prima normal faria? – Disse isso e sai andando.

- Por que eu não sou como as outras,sou única,uma peça rara. – Não pude deixar de rir.


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Notas finais do capítulo

Quero agradecer a todas pelos reviews e dizer que isso tem me incentivado muito a escrever =D
Muito obrigada marina_caloi pela recomendação.
Beijos!!



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