Joguei um pouco de game. Almocei no quarto mesmo. Assisti TV e me cansei do tédio.

Me levantei, tomei um banho, vesti uma calça preta, meu supra preto e uma blusa roxa.

Tranquei o quarto e bati na porta do Ryan.

-E aí garotão, o que quer? – perguntou Ryan e entrei no quarto dele que estava um nojo.

-Cara, - falei olhando em volta - estamos aqui, não tem nem um dia e você já transformou esse quarto em um chiqueiro. – e tirei uma cueca que estava jogada no sofá que sentaria.

-Ei não fala assim da minha desordem criativa. – reclamou ele me olhando engraçado.

-Se a Mama Jan entrar aqui vai te matar. – avisei e ela saiu catando as bagunças.

-Mas não me respondeu o que veio fazer aqui? – disse enquanto jogava tudo dentro da mala.

-Quero sair. – falei e ele me olhou com uma cara engraçada.

-Com direito a disfarces? – perguntou com uma cara maquiavélica.

-Sim. – respondi me levantando e dando um soco nele.

-Vamos lá. – ele gritou me dando um soco e ficamos nos socando um tempo.

Ryan sempre exagerava nos disfarces, mas era tão divertido e ridículo que não ligava.

-Coloca logo a peruca. – mandou Ryan me passando uma peruca ruiva.

-Não tenho sardas, vão pensar que pinto o cabelo. - brinquei e Ryan fez língua.

-Os garotos oxigenados fazem sucesso.

-Ah cala boca Ryan. – disse colocando a peruca e rindo – Me sinto o Rony Weasley.

-Tudo bem, agora se sinta o Harry Potter. – e me deu um óculos redondo. Olhei no espelho e tirei os óculos.

Saímos devagar pelos corredores do hotel e entramos no carro que o Ryan alugou.

-Aonde vamos? – perguntou me olhando.

-Quero fazer coisas sem noção.  E quero ser apenas o Justin. Não o Justin Bieber.

-Coisas sem noção, aí vamos nós! E quem é Justin Bieber mesmo?– e saiu cantando pneus.

Não sabia para onde o Ryan estava me levando, então liguei o rádio e tocava Super Bass, me lembrei da Anne e um sorriso surgiu maior do que esperava.

-Justin! Não! Você tá apaixonado. – disse Ryan dramático e me olhando.

-Claro que não. – respondi nervoso.

-Quando começou a sair com a Selena, ficava assim.

-Não fica não.

-Fica sim.

-Não.

-Sim! – gritou rindo da minha reação.

-Não!  - e balancei a cabeça irritado.

-Sabe qual é o seu problema Justin? – falou Ryan rindo e parando em um sinal.

-Você e previsível demais. Sempre sabemos o que está pensando, o que está aprontando. Quando está gostando ou não de uma coisa. Justin Bieber, você é previsível demais.

-O que quer dizer com isso? – perguntei irritado.

-Que não consegue mentir, nem esconder nada de ninguém. – e o sinal abriu e não quis falar mais sobre isso.

Chegamos a um salão, Ryan desceu do carro e eu o segui.

-Pode tirar a peruca. – não entendi nada, mas tirei aquilo coçava e suava muito.

Quando entrei pela porta tive uma crise risos, estávamos em um salão e rolava um baile de idosos.

-Pô Ryan onde estamos? – perguntei não conseguindo parar de rir.

-Você falou que queria fazer uma coisa sem noção e que queria ser apenas o Justin. – respondeu saindo andando e o segui. Ryan andou até o cara que estava ao lado do palco. Subiu no palco e meus olhos arregalaram. Ele começou a me chamar e eu comecei a rir e subi.

Ele olhou para o pessoal da banda, que tocava as músicas quando chegamos animadamente, mas como conheço o Ryan, seria bem mais animado e piscou. – Aqui ninguém te conhece - E então começou a tocar Runaway Baby do Bruno Mars.(http://www.youtube.com/watch?v=6Ww-8jvxT5Q)  Não segurei a gargalhada, pois ele dançava parecendo o Elvis misturado com uma minhoca eletrocutada.

-Ah yes! – e gritou igual na música do Bruno e começou a cantar e eu fui cantando junto.

E quando reparei, dançava e todos no salão também. Eu e Ryan cantávamos iguais a dois doidos. Ryan puxou uma senhora para o palco e eu outra. Dançava e ria muito. Acabei cantando quase a música toda, sozinho o Ryan estava mais é dançando.

Quando acabamos, todos olharam e começaram a pedir mais. Olhei para o Ryan e ele correu até o cara da banda.

-Vamos lá Justin, que tal gastar seu espanhol em uma frase? – não entendi até ouvir a batida da música. (ajudaria se clicassem AGORA http://www.youtube.com/watch?v=p47fEXGabaY&ob=av3n, quem sabe não tem a mesma surpresa do Justin)

-Livin' La Vida Loca. – dei uma gargalha e comecei a dançar no ritmo da música.

Sinto-me no filme Shrek, comecei a balançar no ritmo da música e comecei a dançar.

Ryan veio para o meu lado e dançávamos muito engraçado juntos.

- She's into superstition – tentei fazer a voz o mais sensual possível.

 -Black cats and voodoo dolls I feel a premonition

That girl's gonna make me fall

She's into new sensation

New kicks and candle light

She's got a new addiction

For every day and night – Não deve como não pensar nela, no seu sorriso sedutor e na sua confiança.

-She'll make you take your clothes off

And go dancing in the rain

She'll make you live the crazy life

Or she'll take away your pain

Like a bullet to your brain – e lembrei-me do som da sua gargalhada e do seu jeito de pronunciar meu nome.

-Upside inside out

She's living la vida loca

She'll push and pull you down

Living la vida loca

Her lips are devil red

And her skins the color mocha

She will wear you out

Living la vida loca

Living la vida loca

She's living la vida loca.

E cantava e dançava. Aquilo era tão bom. Sem fotos, gritaria, só o Justin. Apenas o Justin. E ficamos assim quase que a tarde toda.

                                                         ***

-Estou morto. – falei enquanto me jogava no banco do carona do carro que o Ryan alugou.

-Aquilo foi tão engraçado. Ricky Bieber. – disse o Ryan e comecei a rir.

-Onde arrumou esse lugar? – perguntei curioso.

-Minha mãe participou de um concurso aqui. E fiz quase a mesma coisa. – respondeu rindo.

Ele dirigiu até o hotel e fomos rindo das palhaçadas que aprontamos.

Desci do carro e entrei no hotel. Fui em direção ao elevador e Ryan foi à recepção saber se tinha algum recado.

Quando a porta do elevador se abriu lá estava ela. Com seus cabelos preto, presos em um coque frouxo, seus olhos se arregalaram a me ver, então um sorriso amistoso surgiu em seu rosto.

-Quanto tempo. – disse Selena saindo do elevador e me abraçando – Não vai mais a nenhuma premiação, diz sempre que está em turnê, shows, estúdio. Estava fugindo de mim? – “Sim estava” – E em todas essas premiações, me apresento coincidência?  “Não, nem um pouco”

-Estava ocupado mesmo.  – menti, mas pelo seu olhar, não acreditou - Minha mãe e o Scooter me colocaram na escola, como qualquer adolescente de 17 anos. Está meio apertado.

-Então está gostando? – ela sorriu ao perguntar.

-Estou sim. – respondi dando de ombros. Ela ia fazer outra pergunta, mas estava incomodado com a situação e a cortei – Tenho que subir, estou cansado, depois nos vemos. – e apertei o botão do elevador.

-Janta comigo. – convidou ela me surpreendendo – Ou não quer minha presença.

-Não, janto sim. – respondi sem pensar. “Mas que merda estava fazendo, não quero jantar com ela. Ela me largou do nada e agora age como se fossemos amigos”

-Tudo bem. – falou Selena balançando as mãos – As oito?

-Claro as oito. – a campainha apitou e a porta do elevador abriu – Tchau. – me despedi sorrindo e entrei no elevador.

Andei até meu quarto com uns quinhentos pensamentos me enlouquecendo ao mesmo tempo. E tudo culpa da Selena.

Olhei no relógio e levei um susto. Sete e meia. Melhor ir me arrumar. Tomei um banho rápido, coloquei uma calça jeans escura, meu supra rosa choque e uma blusa branca. Sai do quarto e bati na porta da minha mãe, ela não atendeu e fui até o quarto do Scooter.

-Fala Justin. – disse Scooter pegando meu ombro enquanto entrava no quarto.

-Vou jantar com a Selena. Quando minha mãe chegar, avise-a pra mim.  – Scooter me olhou e balançou a cabeça.

-Não gosto disso. – disse por fim – Quando vocês terminaram, tive que te tirar de todas as premiações, não coincidir lugares de shows, não quero ter que intervir de novo.

-Não sei se gosto dela Scooter, gosto da. – e não consegui continuar 

-Ruiva Justin? – ele falou e dei um sorriso pela forma que se referiu a ela.

-Essa é a questão. A Anne é tão diferente de mim, mas causa reações em mim, que não sei explicar.

-Como? – perguntou Scooter curioso. E sorri tentando explicar.

-Penso nela, em detalhes pequenos, quero protegê-la e sinto uma vontade inexplicável de ouvir a voz dela, não sei o que sinto por ela cara. – é isso. Scooter começou a rir e fiquei super irritado – Pô cara estou aqui, desabafando e você começa a rir da minha cara. Vai se ferrar. – e fui andando em direção a porta.

-Olha a boca Justin! – xingou Scooter rindo  e abri a porta – Tem certeza que não sabe o que sente pela Anne? – Scooter perguntou e o ignorei saindo e batendo a porta atrás de mim.

- Tem certeza que não sabe o que sente pela Anne – resmunguei o imitando e descendo ao restaurante do hotel. Olhei em volta e estava meio cheio. Várias cabeças se viraram a me ver, ignorei e continuei andando procurando a Selena. Encontrei-a sentada na ultima mesa. Bem no fundo do restaurante. Ela mexia no celular e quando me viu levantou a cabeça sorrindo.

-Atrasado! – brincou se levanto e nos cumprimentamos com três beijinhos.

-Desculpe, estava conversando com o Scooter.

-Tudo bem, foram só vinte minutos. – ela brincou e dei um sorriso sem graça.

-Posso chamar o garçom? – perguntei e ela assentiu.

Chamei o garçom, fizemos os pedidos e ficamos calados.

-Então Justin gostaria de conversar com você. – ela me olhou e sorri.

-Diga.

-Eu gostaria muito de ser sua amiga. E acho que não deveria ter se afastado de mim assim.

-Selena, você me largou! Queria mesmo que fossemos amigos? – a encarei.

-Justin você era muito imaturo. – falou ela jogando aquilo na minha cara.

-E quem te disse que não continuo? – perguntei irritado. Quando ela ia responder, o garçom chegou com os pratos. Comemos calados e sentia seu olhar em mim.

-Desculpe. – falou Selena quebrando o silencio - Devíamos ter conversando.

-Onde você está querendo chegar? – perguntei sem entender.

-Em você, quero chegar a você. – respondeu ela se levantando e me surpreendendo com um beijo.

 Ela se sentou no meu colo e continuou me beijando. Nossas línguas brincavam em perfeita sincronia, seu beijo era bom, mas não sentia nada de diferente, era só um beijo. E não era nem de longe, parecido com o beijo da Anne. Ela parou e me olhou.

-Isso não devia ter acontecido Selena. – expliquei e ela se levantou me encarando.

-Por quê? – perguntou ela curiosa.

-Não é assim. Você me largou garota. Disse que não te completava. Agora te completo? Como as coisas mudaram assim? – a encarei com raiva.

-Justin eu me enganei. – sussurrou segurando o meu rosto.

-Que bom! Não sou bom o suficiente pra você. – peguei o pulso dela e tirei a mão dela do meu rosto.

-Justin, ouça. – ela falou pausadamente – Esse ano muitas coisas aconteceram...

-Tem razão muitas coisas aconteceram, não quero suas desculpas. – disse a interrompendo – Se quiser minha amizade, ótimo! Mas amigos não se beijam. – e sai deixando ela com uma cara engraçada.