Viajamos de moto por umas 4 horas, eu viajava literalmente. Enquanto sentia o vento bater no meu rosto. Eu ria, eu estava feliz.

Mas essa felicidade não era verdadeira, era tudo efeito da droga.

Eu não me importava, eu estava quebrada por dentro e nada mais me afetaria. Eu queria acabar com tudo aquilo de uma vez. Começar uma nova vida e Brian não fazia parte daquele meio.

Chegamos a Sacramento, já era de noite. O efeito da cocaína já estava passando. Eu fiquei encantada com a cidade, todas aquelas luzes, todas aquelas pessoas, todos aqueles lugares.

Sorri pra mim mesmo, essa era minha nova realidade.

– Aqui é lindo – Gritei para Jev, ainda estávamos na moto

– Você não viu nada – ele murmurou pra mim e acelerou a moto

Sorri, e segurei mais firme em Jev.

Paramos em uma praia, e descemos da moto.

– Vou comprar um sorvete – ele disse sorrindo – você quer? – ele perguntou e eu me sentei na areia

– Seria ótimo um de Maracujá – eu disse e fitei o mar

Peguei meu celular do bolso. Tinha 1 mensagem e 5 chamadas não atendidas.

Tudo de Meg.

‘’ Droga, eu disse pra Meg que era só pra emergências’’ pensei e bufei.

Fui ler a mensagem:

Ooooi linda, onde vc tá? Eu to com sdd de vc já. Ah deixa eu te contar, syn enlouqueceu, foi na sua csa e como ñ te achou fez o maior escndalo, veio aq tbm, e disse que ia te achar e ia te matar depois. Kkkkkk. Ele ta putissimo, mas estou preucupada, volta pra mim. Te amo linda. Meg.

Eu respondi:

Manda ele tomar no cú. Tomara q ele me mate mesmo, assim já me poupo de mais decepções, estou em sacramento. Te amo tbm. Lauren.

Suspirei e guardei o celular.

‘’ Mal Comido’’ pensei e chutei a areia

Jev chegou com o sorvete. Me deu o meu.

Fiquei fitando o mar, era bom sentir aquela brisa batendo no rosto.

Eu e Jev conversamos algumas besteiras, contei direito para ele o que tinha acontecido comigo e Brian. Eu contei e não contive as lágrimas, a ferida ainda estava lá, queimando. Eu amava tanto Brian.

Eu estava chorando e Jev não sabia o que fazer.

Ele passou o braço por detrás de mim, como se quisesse me dar um abraço.

– Vai ficar tudo bem Lauren – ele disse e sorriu

Suspirei e limpei os olhos.

– Vai ficar tudo bem Jev – eu sorri

Voltamos pra moto e fomos para o apartamento de Jev. Era um lugar bonito e eu podia ficar em um quarto só meu. Tinha uma cama, uma cômoda, uma televisão e um banheiro só meu.

Eu agradeci milhões de vezes a Jev. No outro dia bem cedo, nós iriamos arrumar os últimos detalhes para o bar.

Tomei um banho gelado e fui me deitar. Eu estava meio confusa por causa da droga. E foi melhor para dormir.

Meu celular apitou.

Estava tocando, um número desconhecido.

Fiquei receosa para atender, estava com medo mas atendi.

– Eu sei que você está ouvindo – Brian cuspia as palavras do outro lado da linha – Eu vou te achar Lauritta, você acha que pode fazer essas coisas comigo? – ele ria atrás da linha – Eu vou te pegar, você vai ver – ele ria ainda

– Não se eu acabar com minha vida primeiro – eu disse e ele ficou em silêncio

– Eu vou te achar e eu mesmo faço isso pra você – ele disse nervoso – Eu vou descobrir Lauren – ele ria

– Você tá louco porra? Cheirou de mais hoje seu fudido? – eu gritei no telefone – Quem você acha que você é pra falar essas porras pra mim? – eu gritei – Vai tomar no seu cú arrombado – eu gritei

– Cala a boca Lauritta – ele gritou

– Cala a boca você – eu gritei – Você faz um monte de bosta e ainda quer que eu fique do seu lado? – eu disse e ri irônica depois – Eu quero que você se foda cada vez mais Brian – Eu gritei

– Quero que você fale isso na minha cara quando eu te achar, e não vai demorar Lauritta, me escuta – ele disse e ouvi um barulho alto atrás dele

– Vai comer suas putas, vai Brian – eu disse – Eu não tenho medo de você – e desliguei o telefone

– Fudido – murmurei pra mim mesma

Fui até a porta e tranquei.

‘Eu vou dormir, isso sim’ eu pensei e me deitei na cama.

Adormeci e sonhei com Brian.

Ele chegou na casa de Jev. Estava tudo escuro. Eu estava jogada no chão toda machucada. Não conseguia me levantar. Ele chegou e não conseguiu abrir a porta. Eu havia trancado. Eu queria abrir a porta, mais eu não conseguia levantar.

– Lauritta, abra a porta – Brian gritava – Eu vou te ajudar a sair dessa – ele bateu na porta de novo

– Eu não consigo – eu gritei e senti minha cabeça ficar pesada

Olhei pros meus braços, eles estavam roxos e havia vários furos. Como se eu tivesse injetado algo, várias vezes.

Eu precisava de ajuda, ou iria morrer ali.

Brian ainda batia na porta, mas ele parou. Devia ter desistido de mim. E iria me deixar morrer, como ele disse, várias vezes.

Tentei levantar, mas minhas pernas não obedeciam.

– Brian por favor – eu tentei gritar mais não conseguia – Eu te amo – eu disse e comecei a chorar – Não me deixe – eu caí

Minha cabeça bateu no chão e eu só vi a escuridão tomando cada vez mais parte da minha vida.

Acordei num susto. Era só um sonho. Olhei o relógio. 4:50.

Deitei na cama novamente, o sonho foi ruim. Mais era tudo coisa da minha cabeça, eu estava drogada e cansada. Sorri e voltei a dormir. O dia que estava chegando seria longo.