Steiner e Meminger escrita por Mrs Jones


Capítulo 5
Capítulo 5




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Desde o dia do reencontro, Liesel e Rudy passeavam todos os dias no Amper e relembravam momentos de infância que haviam sido vividos ali. 

Rudy e os pais estavam morando na casa em que há dez anos Allina e Audrick viveram. Não haviam vendido-a, pois era um lugar que guardava muitas lembranças. Às vezes Liesel aparecia para jantar ou almoçar a convite de Rudy. Ela gostava muito de estar na companhia do casal e do amigo. Mas ultimamente ela andara se perguntando se ele era mesmo só um amigo. 

Várias vezes surpreendera Rudy olhando para ela de longe, e embora soubesse que ele sempre lhe pedira um beijo há alguns anos, não descartava a possibilidade de ele ainda estar apaixonado.

Se era paixão ele não sabia, mas sentia uma coisa estranha toda vez que via Liesel Meminger. Sempre que ela chegava perto ele começava a tremer e às vezes dizia coisas idiotas, que talvez fizessem Liesel pensar que ele era um imbecil. 

Mas Liesel não pensava assim. No fundo ela o admirava. 

Por vezes Rudy desatava a falar inglês - que ele aprendera nos dez anos em que morara nos Estados Unidos - e fazia Liesel rir, porque ela não entendia nada. E havia horas em que ela ficava impressionada com todos os conhecimentos médicos do rapaz. 

- Vai ser um bom médico, Saukerl! - ela dizia

- E você daria uma boa escritora, Saumensch... Por que não escreve um livro?

- Que livro eu escreveria?

- A Menina Que Roubava Livros? - sugeriu Rudy.

- Talvez! 

Liesel não achava que sua história fosse interessante o bastante para que fosse publicada. E também não achava que alguém lesse, mesmo que fosse apenas por distração. Afinal, o que há de interessante na história de uma menina orfã, ladra e que sobreviveu a um bombardeio? Rudy não partilhava da mesma opinião... Ela achava que a amiga tinha todas as chances de fazer um tremendo sucesso. 

Fazia uma semana que estava na Alemanha, e Rudy já se familiarizara com o lugar novamente. Era como se ele nunca tivesse partido. Às vezes aparecia na Livraria Himmel e ajudava Liesel e Max a pôr ordem nas estantes ou até fazia papel de vendedor. O pior de tudo isso é que Rudy estava fazendo sucesso com as garotas e Liesel não gostara nada. 

- Olhe só pra elas - comentou certa vez com Max, ao ver o assanhamento das adolescentes com Rudy - Parecem crianças! Como se nunca tivessem visto um homem na vida... 

Max riu.

- Ciúmes, Liesel? Nunca esperei isso de você...

Liesel ficou irritada.

- Não estou com ciúmes... Só não quero que essas garotas fiquem vindo aqui só por causa do Rudy... 

Mas se Liesel estivera com ciúmes antes, depois foi a vez de Rudy. Certa vez apareceram alguns rapazes na loja à procura de alguns livros. Pareceram muito interessados em Liesel, e mais tarde chegaram a convida-la para sair. Rudy achara que fora muita ousadia da parte deles, e embora Liesel não tivesse aceitado o convite, aconselhara-a a não dar confiança a eles, se por ventura aparecessem na loja outra vez. 

- São fregueses, Rudy. É meu dever trata-los com educação - ela dissera sem entender por que o amigo lhe dizia aquilo.

- Bem, não devia sequer conversar com eles, Liesel... E se quer saber, acho que já vou indo... 

Enquanto Rudy se retirava da loja deixando Liesel espantada com seu comportamento, Max ria atrás das estantes empoeiradas. Aquele comportamento só podia significar uma coisa: Rudy estava com ciúmes, assim como Liesel também estivera. 

A magia do amor estava acontecendo, e ele sabia que dentro em breve o tempo traria uma resposta... O destino de Liesel e Rudy era que ficassem juntos, e isso ninguém iria impedir... 


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