A garotinha meiga. A garota feita para casar. Menina doce e serena. Seus cabelos eram lisos, um pouco ondulados, tinham um comprimento um pouco abaixo dos ombros. Seu sorriso era encantador. Seu olhar, aprazível. Aquela que diziam que só iria se apaixonar uma vez. Essa mesma. Aquela que não se apaixonava por nenhum garoto. Quem diria, não é? O coração de gelo da pequena garota, descongelou. Havia quem dissesse que ela não se machucaria caso nada desse certo. Ela era a garota forte. Era um pouco de doçura e malícia. Menina rude e fria. E ao mesmo tempo, delicada. Calma. Tão doce quanto o perfume das flores. Alegre, sorridente. Marcante. Era contraditória e misteriosa. O mistério que muitas pessoas gostariam de desvendar. O enigma que muitas pessoas gostariam de decifrar. Mas que, ninguém conseguia. Era um pouco disso, um pouco daquilo. Era um pouco de tudo. Um pouco do amor, um pouco do ódio. Um pouco dos sorrisos, um pouco das lágrimas. Um pouco da felicidade, um pouco da dor. Ela era tão única. Tão… Ela. Não se importava com o que diziam. Não se importava. Era apenas ela. Ninguém nunca a viu chorar. Ninguém nunca via tristeza naquele rosto. Mas ainda assim, havia quem dissesse que seu coração era de porcelana. E ela perguntava-se como ele poderia ser? Porcelanas quebram, não é? E até onde ela sabia, corações não.

- você se foi , e eu estou bem cansada de sentir a sua falta .

- Não , você não pode fazer isso Lucy .

- Como posso , quanto eu vou Justin - Disse por fim , deixando uma lagrima escorrer pelo meu rosto braco e a limpei rapidamente .

Virei de costas e segui para a minha vida , sem...ele .

Mas veja só como é esta vida. Sempre pregando-lhe peças. Sempre surpreendendo e decepcionando-a. E ela continuara andando por aquelas ruas escuras sem rumo, como sempre. Foi quando percebera que estava chegando em um lugar conhecido. Olhou para a janela e tudo encontrava-se apagado. Não havia ninguém por lá. Resolvera não esperar ali, parada. Foi então que continuou seguindo em frente. Procurando fazer com que os sorrisos forçados se tornassem verdadeiros. Procurando fazer com que aquela dor que a consumia fosse cicatrizada. Vai menina, seja forte. Seja forte e vá em frente.Ouviu aquela mesma voz de antes dizendo à ela. Uma parte dela queria continuar ali e esperar caso ele resolvesse aparecer. Mas a outra… Bem, a outra parte queria ir embora, não voltar mais. Queria seguir em frente e deixar para trás tudo aquilo que a fazia mal. Dava uns cinco passos para frente e então, parava. Olhava para trás e não enxergava ninguém. Mas ainda conseguia ouvir a música… A música que eles haviam dançado juntos no dia em que se conheceram. Fechara os olhos e então, era como se naquele momento eles estivessem lá, dançando. A bonequinha de porcelana —era como ele a chamava. Seus cabelos lisos, um pouco ondulados nas pontas. Seu sorriso doce com um pouco de malícia encantava qualquer um que a observasse. Abrira seus olhos, olhara em sua volta e não encontrara nada além de ruas escuras. Pensava em voltar atrás e esperá-lo naquela praça de sempre. Mas ela não poderia cometer os mesmos erros novamente. Ela não pode. Encontrava-se em meio à uma imensa confusão de pensamentos. Voltar ou não voltar. Ficar ou seguir em frente. Parar no passado ou procurar um futuro. Ela não consegue achar o seu lugar. Ela está perdida por dentro. Perdida em pensamentos…