Shooting Star escrita por Emmy Black Potter


Capítulo 3
Vegetariana?! Uma Volturi?!


Notas iniciais do capítulo

Ahhh, adorei os comentários! =D Espero que venham mais, não sejam leitores fantasmas! Rsrs. Boa leitura!


Beijos, Emm :)



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Capítulo 2 – Vegetariana?! Uma Volturi?!

Pov's Bella:

         Fechei a última mala. Não levaria muita coisa, na verdade, estava levando mais do que gostaria, mas com Heidi e Jane me ajudando, estou surpresa de não levar meu closet inteiro. Malucas por moda. Não, nada contra compras, eu somente nasci numa época em que as mulheres não iam a shoppings e, sim, faziam. Não que eu fizesse – eu tinha pessoas para isso.

         Suspirei levemente. Três malas – é o mínimo que eu conseguiria negociar com elas.

- Não foi tão ruim assim, Bella, tire essa cara mal humorada do rosto! – Jane riu. Viu o que eu estava falando sobre "expressão"? O meu rosto não tinha mudado nem um pouco, no entanto, ela enxergava perfeitamente meu mal humor.

         Isso era tão estranho.

         Resisti à vontade de revirar os olhos. Não perca a concentração!, minha mente gritou. E foi como se fizessem uma magia, meu impulso de revirar os olhos e morder o lábio inferior morreu rapidamente.

         Não perca a concentração.

- Seu vôo parte daqui três horas, Bella – Heidi avisou, entregando-me uma passagem de avião. E pensar que na minha época, quando tinha que resolver algo para os Volturi, eu tinha que correr, ou atravessar o oceano nadando.

         Minha consciência resmungou. Dois dias. Dois dias atrás meu pai tinha me contado que eu iria para Forks. Eu ainda não estava psicologicamente preparada para ir até o fim do mundo.

- Certo, obrigada.

         Esperei milésimos de segundos, até...

- Você não pode ir sem mim, Bella... – Jane choramingou infantilmente, lançando os braços em volta do meu pescoço. Ela tinha minha altura, mesmo sendo, na aparência, três anos mais nova.

         Lembro como se fosse ontem o dia que papai chegou em Volterra com Alec e Jane: dois futuros vampiros com quatorze anos. Mas, de acordo com Aro, talentosos. Engraçado, mas, no inicio, Jane achou-me uma pessoa muito irritante. Ela não entendia como alguém poderia ser, bem, assim – até ouvir toda a minha história e se tornar minha amiga.

- Jane – eu disse num suspiro – sabe que não tenho opções. Vou para os Estados Unidos e volto o mais rápido possível.

- Em quanto tempo? – ela cruzou os braços, questionadora. No canto do quarto, empilhando as minhas malas, Heidi riu.

- Não sei, Jane, o mais rápido que eu conseguir – repeti e, vendo seu olhar de cachorrinho abandonado, completei – eu prometo.

         Ela bateu palminhas e me deu um abraço. De repente, Renata entrou no quarto com um sorriso. Vendo a cena, falou: - Já chegou a hora das despedidas, Jane? Você faz isso toda vez!

- Bom, não podem me culpar. Minha melhor amiga já passou décadas longe de mim, uma vez!

- Foram duas décadas, e foi uma vez – eu disse monotonamente – Sinceramente, para imortais como nós, duas décadas são duas horas.

- Correção: para imortais lindas como nós – Heidi concertou e as três riram. Olhei inexpressivamente para frente.

         Renata me deu uma olhadela tristonha: - Ah, Bella... Você podia pelo menos sorrir, só um tantinhozinho – e juntou o polegar e dedo indicador, expressando "pouco".

- Não posso perder o controle de meu dom – foi minha resposta seca. Não estava irritada com minha amiga, só não gostava que tocassem no assunto, e acho que Re viu, pois não comentou mais.

         Elas me deixaram sozinha com meus pensamentos, alegando que voltariam quando faltasse uma hora para o vôo, assim iríamos juntas. Acenei um tchau e as vi sair, "rindo" da animação que elas emanavam.

         Caminhei em direção ao banheiro, enchendo a banheira com água quente e sais de banho. Alguns minutos depois, encontrava-me relaxadamente na banheira. Claro, eu não sentia frio, nem calor, mas a água quente contra minha pele de mármore era uma das melhores sensações do mundo.

         Na verdade, eu via uma coisa positiva em ir para Forks e ser uma vegetariana temporariamente. Pela primeira vez, eu não teria ninguém me vigiando nem nada do tipo. Claro que posso me proteger perfeitamente bem - e meu pai sabe disso -, porém, ser a "princesinha" de Volterra é, às vezes, uma merda. Pronto, falei.

         Quando eu nasci, ganhei dois guardas pessoais. Demetri e Heidi. Por isso somos tão amigos e unidos, eles são como meus conselheiros e sabem tudo sobre mim. Ah, e, claro, depois de tanto tempo juntos me protegendo, acabaram por descobrir que se amavam e viraram parceiros. Até hoje Dimi me chama de cupido, algumas vezes.

         Respirei fundo, adorando o cheiro de lírios do campo que os sais tinham. E, despertando de meus pensamentos, concluí que tinha de sair dali, alguma hora meu momento de paz acabaria. Enrolada na toalha, atravessei o quarto e entrei no meu closet, indo em direção às roupas de frio.

         De acordo com Aro – e com o que eu descobrira sobre a minúscula cidade -, Forks era um lugar frio, então, eu tinha de fingir corretamente, sentindo "frio".

         Coloquei uma meia calça grossa, uma botinha de salto, uma saia, uma touca e um cachecol de lã. Tirando a blusa branca rendada, toda a minha roupa era preta. Preto é bom, neutro.

         Olhei no meu relógio de pulso e percebi que dali cinco minutos – acredite, vampiras podem ser muito exatas – cinco vampiras invadiriam meu quarto histericamente. Então, poupando-me de gritarias, peguei minhas duas malas e a bolsa de mão.

         Tá, "pegar" é uma coisa subjetiva – talvez. Encarando de um ângulo, levar duas malas grandes e uma bolsa de mão pode parecer difícil, mas, bom, telecinese* existe, não é? E, felizmente, isso faz parte do meu dom. Minhas malas simplesmente flutuavam ao meu lado enquanto eu caminhava pelos corredores.

         Abri as conhecidas portas da sala do trono e vi meu pai ali, conversando com Sulpicia – esta sorriu amavelmente para mim. Claro, Sulpicia não é minha mãe biológica, mesmo sendo esposa de papai, mas eu a considero minha mãe. Ela nem mesmo me odeia por ser minha madrasta ou algo do tipo. Viu? Muito gentil, ela.

- Bella – ela exclamou antes de praticamente flutuar pelo salão e me abraçar delicadamente.

- Mãe – eu a cumprimentei de volta. Nunca entendi direito, mas desde que me conheço por gente, ela me pediu para chamá-la assim. Acho que é por que vampiras não podem ter filhos, pois seu corpo nunca muda. E, comigo, ela teve uma espécie de filha.

- Como vai, querida? Aro me contou que vai para mais uma missão – ela não hesitou em esconder seu desagrado, odiava com todas as forças quando eu saía do castelo. Ela ainda me via como frágil, às vezes. Bom, eu já tinha sido mais frágil, antes de virar completamente vampira... Mas, agora, era indestrutível.

- Sulpicia – Aro a repreendeu sentado em seu trono.

- Tudo bem, tudo bem – ela disse, erguendo as mãos num gesto de rendição. Repentinamente sorriu – Espero que fique bem e, bom, tente se divertir lá, Bella. Sorrir é uma coisa boa, minha filha.

         Dessa vez não fiquei brava. Sulpicia, Athenodora e Dydime* são as únicas pessoas com quem não consigo ficar brava por tocarem nesse assunto. São amáveis demais para se irritar com elas, é como um crime, ou sei lá.

         As próximas duas horas passaram rápidas. Com choros secos – vampiros não choram, mas com Jane lá, você quase pode contar com isso -, abraços de despedidas, três caixas de lentes verdes (para nenhum humano suspeitar) e "boas sortes". Toda vez era a mesma coisa, tirando o fato de que essa era a primeira vez que eu estava definitivamente sozinha.

         Quando minha missão era "sozinha", eu sempre tinha um dos guardas comigo. Ou, algumas vezes, a tarefa não era somente para mim, e, sim, com algum outro vampiro. Mas, não. Dessa vez, eu estava completamente só.

         Bom, eu e animais fedorentos como alimento.

Um dia antes, na casa dos Cullen...

Pov's Edward:

- Como assim "uma Volturi virá", Carlisle? – eu perguntei. Grunhi seria uma escolha de palavras melhor, mas, sinceramente, no momento, eu não dava a mínima.

- Edward, acalme-se – meu pai pediu. Mas, vendo que eu não me acalmava, Jasper fez o favor.

         Bufei, mas não saiu muita irritação. Empatia, humpf!

- Como diria Jack, o estripador, vamos por partes! – Emmett disse, tentando aumentar o ânimo de todos. Rosalie, sentada ao seu lado, revirou os olhos.

- Carlisle, querido, eu não entendi muito bem – Esme disse; sempre a mais calma depois do próprio Carlisle – Aro Volturi ligou-lhe, pedindo um favor e você aceitou, é isso?

         Pois é, a frase toda soava um absurdo enorme. Desde quando Aro pedia favores? E por que, diabos, Carlisle aceitou?

         O mesmo suspirou.

- Ele me pediu um favor simples. Somos amigos há séculos, é o mínimo que eu poderia fazer. Além de tudo, não é como se eu tivesse opções. Os Volturi são poderosos, vocês sabem disso. A Volturi que vai vir, viria de qualquer maneira, antes aqui, do que em outro lugar.

- Por que antes aqui? – Jasper perguntou, franzindo o cenho. A idéia também não lhe agradava, percebi pelos seus pensamentos.

- Bom, é uma forma de sabermos o que está acontecendo, afinal, acredito que também estejam curiosos para saber o que uma Volturi vem fazer aqui, fingindo ser normal.

- Ah, claro – Rosalie zombou, mesmo estando concordando – todos sabemos que os Volturi são orgulhosos do título que ostentam. Ser normal não é a primeira coisa na lista de desejos.

         Vi que ela estava com seus típicos pensamentos fúteis. Ela com certeza não é mais linda que eu. Eu sou a vampira mais linda do mundo. Sem dúvida. E blá, blá, blá mental.

- Bom, então estamos combinados. Ela virá amanhã pela tarde. A história que contaremos aos humanos é que é uma intercambista da Itália, e ficará no segundo ano, com vocês – indicou a mim e Alice, que quicava na cadeira.

         Para ela não importava quem fosse, só queria uma nova amiga. Humpf. Como se algum Volturi fosse sociável – ou divertido, ou gentil. Ou qualquer coisa boa. São cruéis e inescrupulosos.

- Qual Volturi que vem? Jane? Ou, talvez, Heidi – eu ironizei. Nunca tinha visto um, ou uma, no caso, Volturi na minha frente, mas conhecia o suficiente de sua fama para saber como eram.

         Carlisle olhou seriamente para mim. Seus pensamentos estavam distraídos na conversa que tivera com Aro anteontem.

- Peço que a tratem bem, por mais que carregue o sobrenome Volturi. Seu nome é Isabella Volturi.

         Silêncio. Isabella Volturi? Um vampiro seria julgado como tolo se não conhecesse esse nome.

- O que a princesa Volturi vem fazer aqui, passando-se como uma simples humana, aliás? – Jasper estava nervoso. Ele não gostava da idéia de uma Volturi aqui, muito menos da princesa aqui. Ele ficava preocupado com Alice.

- Calma. Ela virá e vocês serão hospitaleiros. Não a conheço pessoalmente na época que vivi com os Volturi, ela parecia estar em uma viagem. Mas, pelo jeito que Aro falava dela, Isabella parece ser uma boa pessoa – eu quase podia acreditar nisso.

- Claro, tirando o fato de ela ser uma Volturi – eu disse sarcasticamente. Argh, hoje não era o melhor dia da minha existência, não mesmo.

- Não julgue as pessoas antes de conhecê-las, Edward – Alice brigou. Foquei-me em seus pensamentos, mas ela cantava "cinco patinhos foram passear", só que, ao invés de cinco patinhos, eram cinco mil.

         Baixinha irritante.

- Tanto faz – bufei.

         Carlisle deu a reunião familiar como encerrada, vendo que eu precisava de um tempo sozinho para me acalmar. Porém, acalmar-me era última coisa que queria fazer no momento.

         Uma Volturi estava vindo!


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Notas finais do capítulo

*telecinese é a habilidade de conseguir mover objetos com a força da mente.

*nessa história, Dydime está viva. Apesar de que Marcus continua com expressão entediada.