Make You Feel My Love. escrita por ArcturianAlien


Capítulo 6
Capítulo seis.


Notas iniciais do capítulo

Gente, eu tô achando que os capítulos estão ficando ruins, sério :. Não estão ficando como eu gostaria, mas eu espero que gostem. Meninas que me deixaram reviews, muito obrigada, mesmo! Não me deixaram desistir da fic, porque eu ia mesmo deletar ela do Nyah... por isso, espero que curtam, porque é pra vocês.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/159135/chapter/6

My shadow, my shadow, i know you're close,

My shadow, my shadow, you're everywhere i go,

So i don't see the need to cry cause, you'll never leave my life.

My shadow, my shadow

You'll never leave me.

                              (My Shadow, Jessie J.)

Como que por algum milagre, era a primeira vez em muito tempo em que eu dormia bem... maravilhosamente bem. Isso não significa que Georg tenha sumido do meu sonho... do meu pesadelo. Mas algo estava diferente... o gosto do beijo era diferente, o olhar dele era diferente... era de outra pessoa, alguém que eu conhecia, mas não tive tempo de reconhecer. Já estava de volta à rotina matinal. Acordar, tomar café, essas coisas. Eu só ainda não sabia como teria coragem de encarar Bill messa manhã...
- Ai ai ai, Angie...agora vai ter que aguentar. - Olhei meio assustada para Ashlee. De que diabos ela estava falando? - Essa sua cara de preocupação aí não nega. Basta fingir que nada aconteceu com o professor ontem.
- Anda lendo minha mente? - Ri baixinho, enquanto pegava um chiclete no bolso. - Mas relaxa, é o que eu vou fazer. É a única coisa que posso fazer. - Lentamente, passei a mascar o chiclete, logo notando que Ashlee não estava mais ao meu lado.
Como era de se esperar, olhei para trás e lá estava ela, apertando tanto Gustav, que eu não sabia como ele conseguia respirar, nem como ela ainda não havia deixado nele um hematoma sequer. Mas eram lindos juntos. Ajeitei a bolsa no ombro e entrei na escola, dando de cara com Georg e Hanna, que me lançou um sorriso extremamente falso. Incrível como dar de cara com essa garota fazia todo meu bom humor sair voando. Por alguns segundos pensei sériamente em lhe mostrar o dedo, mas, apenas me rebaixaria ao nível daquela... infeliz. Retribuí o sorrisinho falso, logo xingando-a de diversas formas, mentalmente. Subi as escadas correndo, literalmente, apenas para não ter que ver a cena dos dois entrando na sala aos beijos e agarrões. Não sei como é que a diretora não percebeu e ainda não proibiu esse tipo de coisa na escola, é realmente desagradável. Sentei-me no lugar de sempre, largando a bolsa sobre a mesa e abrindo-a, procurando meu iPod. Assim que o encontrei, coloquei os fones nos ouvidos, deixando o volume no último, em um rock pesado. Deitei minha cabeça sobre a mesa e me deixei ser levada por pensamentos, pra bem longe daqui... no final das contas, deveria ter ficado bem alerta. Involuntáriamente, acabei me lembrando de como foi bom rir com as coisas que Bill dizia pra mim, ontem. Rir me fez bem... me fez esquecer por um momento, tudo o que eu tinha passado, e que ainda passo. Mas algo me intrigava... porque ele tinha que ser assim?
Fui acordada de meus pensamentos bobos com algumas cutucadas leves em meu ombro. Rapidamente elevei meu rosto, cruzando diretamente com o olhar dele. Guardei os fones e voltei a abaixar meu rosto, sentindo-o arder levemente. Droga de timidez.
- Parece que alguém não dormiu bem... - Bill colocou sua pasta preta sobre a mesa, ajeitando-se na cadeira. Voltou a me olhar com aquele sorriso lindo.
- Haha, se enganou. - Dei uma risadinha sem sal. - Dormi bem até demais, se quer saber.
Ouvi Bill soltar uma risada convencida. Aliás, sua expressão era de convencimento. Porque? Fitei-o por alguns instantes e o vi erguer a sobrancelha, novamente. Parei, reproduzindo minha fala mentalmente algumas vezes, até achar o que eu havia dito de errado... é. "Dormi bem até demais...". MARAVILHA, ANGELIA. Junte sua cara vermelha com uma fala dessas, claro que ele vai pensar que foi por causa do beijo. Droga, droga, droga! Passei a mão pelo rosto, não acreditando no que acabara de fazer. Percebi que Bill se levantara e dizia alguma coisa para a sala. Pouco me importei. Apenas prestei atenção quando ouvi meu nome.
- Angelia vai ficar com... - ele passava o olhar pela sala, deixando os olhos semicerrados. - Georg e Hanna. Vocês serão o último grupo. O resto, formem um único grupo.
Hmmm, que ótimo, Bill. Não podia me jogar em uma piscina lotada de piranhas? Daria no mesmo. Levantei-me e logo que ele se aproximou da sua mesa, puxei-o. Lancei-lhe o olhar mais ameaçador que podia fazer, tentando intimidar.
- Professor, eu não fico nesse grupo. É palhaçada isso aí já. - Vi Bill arregalar seus olhos, como se não acreditasse no que acabara de ouvir. - Eu não faço trabalho nenhum com esses dois. Pode me dar nota zero, se quiser, eu não ligo.
- Ei, calma! Não precisa me matar mentalmente. Conte-me, porque não quer fazer trabalho com eles? - Bill cruzou os braços, escorando-se na mesa. Seu olhar me passava uma curiosidade além do que lhe era permitido.
- Não vem ao caso. - Respondi secamente. - Só quero saber se vai me trocar de grupo ou se vou ser obrigada a pegar meu material e sair da sala.
- Percebi que também é um poço de delicadeza. Mulher forte, hm? - Riu baixinho, se divertindo com aquilo. Maldito, se soubese como eu estava furiosa por dentro, não faria piadinhas. - Eu troco seu grupo, se me contar porque não quer ficar com eles.
Olhei para os lados. Eu não teria escolha, não é mesmo? E eu sabia que estava sendo rude com ele. Não deveria, eu me senti tão bem com ele.. estava sendo injusta. Me aproximei um pouco mais dele, apoiando uma de minhas mãos ao lado da dele, curvando meu corpo para o lado, impedindo a garota que sentava atrás de mim prestasse atenção na conversa.
- Ele é meu ex-namorado. E vamos dizer que não terminamos de uma forma amigável. Agora, por favor, Bill, pode me trocar de grupo? - Ele ainda me olhava, curioso, sabendo que ainda havia mais para ele saber. Bufei. - Hanna roubou ele de mim, e não terminamos como amigos.
- Eu vou trocar você de grupo, fica tranquila. - Respirei aliviada. Se fosse qualquer outro, já teria me mandado direto pra diretoria. - E, quanto à ontem... eu até pediria desculpa, mas acho que é como disse, nós dois... estávamos afim.
- Por motivos diferentes, e não vai se repetir. -Virei-me imediatamente e caminhei até o fundo da sala, com o grupão que se juntou por último. Bill podia ser uma boa pessoa, afinal.
-
Era quase sete da noite, Ashlee ainda não tinha chegado, e nem apareceu na aula. Sabia que ela estava com Gustav, então... eu realmente não estava preocupada. Apenas entediada. Com todos os deveres feitos, coloquei um moletom velho e fui pra sala. Olhei pela janela e vi a chuva que caía incessantemente, o que combinava perfeitamente com a xícara de chocolate quente que segurava, e meus cabelos ainda molhados. Pensei sériamente em ver algum filme, mas sabia que acabaria em Um amor pra recordar e chorando rios no final. Internet também não seria boa escolha, ainda evitava entrar nas redes sociais e ver o excesso de mel entre o casalzinho Listing. Ridículo. Liguei o videogame, torcendo pra que algum jogo sangrento estivesse lá, e abri um enorme sorriso ao ver a abertura de Resident Evil. Peguei o controle e me ajeitei no sofá, dando alguns tiros em três ou quatro zumbis, quando ouvi alguém tocar a campainha desesperadamente, várias vezes. Suspirei.
- Calma, já vou abrir! -Larguei o controle de qualquer jeito sobre o sofá, e o cobertor que ali estava. Corri até a porta e a abri, surpreendendo-me com quem estava parado diante dela. Ele sabia o número do meu apartamento?
- Você esqueceu sua jaqueta no meu carro... - Bill ofegava, parece até que veio correndo, pelas escadas. Estava encharcado, com seu moicano desfeito e a maquiagem completamente borrada. - E eu preciso de um favor seu...
Permaneci estática na porta. Ainda estava processando a informação, a imagem daquilo tudo. Peguei minha jaqueta, também molhada das mãos dele e abri a porta um pouco mais, me afastando, para que ele pudesse entrar. Logo que o fez, corri até o quarto e abri o armário, pegando uma toalha sobre a pilha de outras toalhas que havia ali. Voltei para a sala e vi Bill com o controle na mão, atirando com destreza em uma lata de gasolina, fazendo vários zumbis voarem. Caminhei devagar até ele, observando cada movimento que fazia.
- Não sabia que era adepta dos jogos de terror. - Ele riu baixinho, enquanto eu lhe entregava a toalha e pegava o controle da sua mão.
- Não sabia que costumava visitar suas alunas. - Pausei o jogo, ainda não acreditando. Ele me lançou um olhar magoado. - Ou não me considera como uma?
- Me perdoe por te considerar... talvez não como amiga, proque mal nos conhecemos. Mas como alguém que me faz bem. Relaxa, já estou indo embora.
Ironia, sarcasmo e... esse meu jeito rude sempre foram minhas armas de defesa. Não gostava de me aproximar das pessoas, elas são imprevisíveis, falsas e costumam nos – me – magoar. Um dia elas lhe dizem como são importantes nas vidas delas, e no outro, lhe chutam como lixo. Isso dói, e eu evitava esse tipo de dor. Mas a mágoa – se é assim que posso chamar – no olhar dele, também me causou uma leve dor... talvez não, talvez um incômodo. Suspirei ao vê-lo agradecer timidamente pela toalha e deixá-la sobre a mesa de centro, enquanto ia de encontro à porta. Segurei seu braço.
- Você não precisava de um favor? - Abri um pequeno sorriso. Ele se soltou, logo girando a maçaneta da porta. - Desculpa, Bill... me desculpa. É que... isso não acontece com muita frequência, não quis te chatear.
Bill ficou parado na porta. Virou-se para mim e bateu o pé na mesma, fazendo-a se fechar. Caminhou de volta à mim e parou à minha frente, fazendo-me erguer o rosto para vê-lo, como ele era alto... abaixei-me e peguei o controle, entregando-lhe.
- O favor que eu queria... na verdade, eu só queria sair do tédio. E te entregar a jaqueta. Nada além disso, Angelia. Me desculpa.
- Me desculpa também. Só ando meio desconfiada, e revoltada. Quer jogar comigo?
Nós dois abrimos um enorme sorriso. Ele também me fazia bem, e, eu precisava de amigos assim. Não que Ashlee não fosse boa amiga... mas ela tinha a vida dela, e o namorado dela pra curtir. Já havia tomado muito seu tempo. Talvez esteja na hora de arriscar e descongelar parte desse coração ferido. Talvez seja hora de deixar que alguém – não me importaria se fosse o Bill – me fizesse bem, sem querer relacionamentos, apenas uma amizade... apenas.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Estou com problemas pra editar o texto, principalmente a parte da música, então, me perdoem. Reviews? (:



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Make You Feel My Love." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.