O gato olhou para ele e surpreendeu-se. Não era ele o tão falado humano com alma de felino? Então por que parecia tão... humano? Não pela expressão de frustração, muito menos por estar atrás de outra humana comum. Tinha algo estranho nele, algo que apenas os gatos achariam estranho. Em quem sabe os outros Sohma também.

Era como se ele fosse um gato sem rabo ou orelhas. Quase dava para ver ambos desaparecendo.

Já o vira outra vez. Em cima de um telhado, de olhos fechados e sentindo uma leve e confortável, sentado como se realmente fosse um gato. Frustrado, olhou para os lados, contrariado: alguém se aproximava. Uma garota, a mesma que ele perseguia agora.

O que afinal havia acontecido com ele? Até algumas horas atrás, todo gato – todo legitimo gato – o olharia com cumplicidade e até certa compaixão. Iria aproximar-se com gosto, sem o receio normal para uma situação como essa. Mas agora... agora ele era quase um humano comum. Murmurou algo, socou a parede e voltou a correr atrás da humana. O gato que indagara essas mudanças apenas seguiu em frente, lamentando a perda de um parceiro.

Alguns minutos depois, lá estava ele abraçado com aquela humana... e nenhum resquício felino podia ser visto mais.