SAM NARRANDO ON

Eu te vi ontem a noite, perto do lago. Eu vi suas mãos mexendo gentilmente no cabelo dela enquanto o vento batia forte nos mesmos. Eu estava lá, atrás daquela árvore, chorando silenciosamente enquanto via você a beijando delicadamente, com os olhos fechados. Você tinha a mesma expressão que tinha a dois meses atrás, quando eu estava no lugar dela. Depois disso eu fui pra casa, ignorei os comentários da minha mãe e me fechei no meu quarto. Eu olhei para meu espelho e eu nos vi lá. Fechei os olhos, com as lágrimas escorrendo e desejei que você estivesse aqui, mas não. Você está em outro lugar, com outra garota. Queria que você soubesse o que ainda faz comigo. Eu queria que você ficasse comigo, queria que você fizesse meus sonhos darem certo. Eu queria que você saísse da minha cabeça e entrasse no meu coração. Quando eu estou sozinha, é como você estivesse aqui do meu lado. Ainda com os olhos cheios de lágrima, eu olho pra gaveta abaixo do meu espelho. Abri e me deparei com aquele bilhete, aquela 'carta' que você tinha me mandado semanas atrás com os dizeres: Eu queria que você fosse como ela. Novamente meu coração se partiu, porque você escreveu isso? Sinto as vezes que eu não mereço você, eu fiz a merda, eu terminei esse relacionamento, eu não deveria estar chorando se fui eu que quis isso. Mas não, eu não consigo te esquecer. E quer saber? Eu sei como aliviar essa dor...

3 MESES DEPOIS

      FREDDIE NARRANDO ON

O vento batia forte no meu rosto, uma lágrima solitária caiu sobre o meu rosto, eu lembrei dela. Lembrei do seu cheiro, do seu sorriso, das suas risadas, lembrei daquela garota perfeita, a quem eu estava a meses atrás. Logo depois de ter lembrado de todas as coisas maravilhosas que aquela garota me fez passar, me lembrei dos momentos ruins. Lembrei de nossas brigas, lembrei do bilhete que eu escrevi as lágrimas, lembrei daquela sensação que eu senti aquela noite no lago, aquele choro silencioso que eu tanto presenciei e... lembrei dela, atirada no chão, com sangue em suas mãos, seus pulsos cortados bem na veia, ela estava lá, sem respirar. Não era mais a Sam, era só o corpo dela que logo seria cremado, e do lado dele, estava: Foi bem melhor assim, alias, eu não sou como ela, não é mesmo Freddie? Sim, ela se matou, por mim, por eu ser um idiota, por eu ter trocado ela por uma qualquer. Agora eu estou aqui, no lugar mais distante que eu consegui estar, num deserto, segurando um vaso, onde dentro, estavam as cinzas da Sam, da minha Sam. Acabou, ela não está mais aqui, o corpo dela não está mais aqui, mas eu sei que ela sempre vai estar comigo. Senti um arrepio em mim e um vento forte se soprava, era ela. Sorri no meio de tantas lágrimas silenciosas, era chegada a hora. Abri o vaso e joguei suas cinzas ao meio ao vento e fechei os olhos enquanto sentia aquele vento forte soprar sobre mim. A Sam pra mim era como o vento naquele momento, eu não podia vê-la, mas eu podia senti-lá.