Descobertas escrita por Kelly S Cabrera


Capítulo 3
III - Descontrole


Notas iniciais do capítulo

Aeee finalmente cap 3! Espero que curtam ;)

Syrus é meu, mas eu empresto se pedirem ;)


Boa leitura o/



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Havia passado quase uma semana sem noticias de Lorelai e quando a mulher-anjo ligou, Ametista nem acreditou. Nem se importou como a outra havia conseguido seu numero, apenas fez o que a mulher pediu: pegou sua foice indo para o local indicado.

Já passavam da cinco da tarde e ela estava em frente a um grande jardim botânico que ficava do outro lado da cidade e que também era o local de sua mais nova presa.  Perguntou-se o que Lorelai faria num lugar daqueles, enquanto pulava o portão do jardim botânico já fechado.

-Bem, com certeza não veio ver plantinhas – Ametista falou para si assim que pulou.

Caminhou pelo local com cuidado sentido várias energias espalhadas. Seguiu para a mais próxima se  deparando com uma espécie de cachorro, pelo menos de forma era muito parecido, apesar de ser maior. A criatura rosnou para Ametista, mostrando suas longas e afiadas presas e a olhando fixamente com os olhos vermelhos. Possuía uma pele negra, sem pelos e uma coleira com espinhos longos de ferro.  A criatura correu em direção a Ametista que desviou indo pro lado.

-Qual é Lorelai apelando até pra zoofilia?! – Ametista falou, sabendo que não receberia resposta nenhuma a não ser o rosnado zangado do cão.

Resolveu então ver se as outras energias também eram de seres parecidos, começando a correr para a próxima e sendo seguida pelo animal.

Como imaginava, havia um grupo de cães infernais naquele local que logo a cercaram. Totalizavam seis e estavam bem irritados pela invasão em seu território. Logo um dos cães pulou em direção a Ametista que o cortou ao meio com sua foice, antes do cão chegar perto para mordê-la. Com os outros cães não foi muito diferente. A mestiça focava-se em desviar e destruir o resto do pequeno grupo com rapidez, o que era estranho. Quem visse Ametista com sua grande foice jamais imaginaria que ela teria movimentos tão rápidos e precisos como tinha. 

Tudo parecia estar resolvido, até sentir outra energia demoníaca que pelo visto estava sendo mascarada pelos cães. Mas antes mesmo que conseguisse fazer algo sentiu ser puxada pelos tornozelos e então ser arrastada fazendo com que a foice escapasse de suas mãos. Sentiu seu corpo ser levantado e logo ficou suspensa sobre o que julgou ser parecido com uma grande flor fechada.  Logo vinhas a prenderam pelos braços a impossibilitado de se mexer enquanto a flor desabrochava. Assim que abriu por completo revelou metade do corpo de uma mulher coberto em vermelho. Era como se as pétalas, também em um vermelho vivo, fizessem parte do corpo do demônio.  

-Olha só, refeição especial no meu jardim. Eu não esperava por essa – Falou  enquanto, com um movimento de mão, trazia Ametista para mais perto.  – E é tão linda!

-Okay, obrigada pelo elogio, mas dá pra me soltar? – Ametista perguntou irritada. Uma coisa que a mestiça descobriu em sua temporada no inferno foi que odiava ser presa e não seria aquela planta que faria isso com ela.

                A mulher planta gargalhou.

                -Queridinha, você acha mesmo que eu vou soltá-la? Agora que eu achei algo tão interessante – Estreitou os olhos enquanto passava a língua pelos lábios.

                -Você vai se arrepender disso – Ametista sorriu liberando seu poder demoníaco e conseguindo se desprender das vinhas com facilidade.

                Em sua forma demoníaca, Ametista ganhava força, agilidade e proteção extra, graças a segunda pele resistente e avermelhada que mais fazia lembrar uma armadura.  Também ganhava longas asas que lhe permitiam voar, garras e uma longa cauda segmentada terminando em uma ponta triangular. Mas apesar das vantagens, a mestiça não tinha total controle sobre sua forma demoníaca ficando agressiva e, quando voltava ao seu normal, quase não se lembrava do ocorrido quando transformada.

                Encarou a mulher planta enquanto a mesma debruçava-se em suas pétalas parecendo interessada no que via.

                -Mas o que temos aqui... – A mulher falou – Não sabia que você tinha esse poder, garotinha...

                Antes mesmo da mulher lançar mais vinhas para tentar prendê-la, alçou voo para depois mergulhar em alta velocidade. O que não esperava era que ela fechasse as pétalas e que por fora fossem revestidas por um tipo de couraça, impedindo assim o grande impacto em seu corpo.  Mesmo assim Ametista permaneceu em cima da flor, visivelmente enfurecida por não ter conseguido o que queria.

                -Você vai ficar ai até amanha, querida – Ametista ouviu o riso abafado – Não há nada que possa romper essa couraça.

                Irritada como já estava a mestiça resolveu apelar para a força que tinha. Fincou suas garras entre as pétalas e começou a puxar com tudo o que tinha. Assim que conseguiu abrir espaço suficiente, colocou um dos seus braços para dentro. O que procurava  na verdade era a cabeça  da mulher, mas ao notar o braço próximo o puxou para fora ouvindo o berro do demônio.

                Ametista se afastou agachando-se um pouco distante da planta que voltava a abrir.  Em sua mão estava o braço ensanguentado da planta que a mestiça não hesitou em lamber, como se fosse uma recompensa por seu ato.  O gosto que sentiu era forte e adocicado e pensou em o sangue da planta estar até envenenado, mas descartou essa hipótese. Caso houvesse veneno ela teria usado antes.

                Ouviu a mulher berrar em uma língua estranha e então lançar mais vinhas em sua direção, mas o que ambas não esperavam é que antes das vinhas conseguirem tocar no corpo demoníaco de Ametista eles se queimassem e se desfizessem em cinzas. O demônio olhou chocado para a jovem a sua frente que dava um sorriso largando o braço.  Avançou, como um animal, pulando para o centro da flor, onde o demônio ficava e então alargou mais o sorriso.

                -Agora somos nós duas – Falou com a voz distorcida por conta da transformação e então tocou com certa delicadeza o rosto da mulher – Peça misericórdia, demônio.

                -P-Por favor... – A mulher disse parecendo bastante assustada.

                -Claro por que não? – A mestiça perguntou, segurando o rosto com ambas as mãos.

                Antes da planta poder implorar novamente, Ametista soltou seu mais novo poder demoníaco, criando chamas em suas mãos e queimando a planta que começava a gritar. Logo, não existia nada ali a não ser cinzas de um demônio.

                Ametista ficou por um tempo, ali parada, olhando para o que sobrara do demônio e quando finalmente conseguiu voltar a sua forma humana se sentiu tão exausta que acabou caindo sentada. Não se lembrava muito bem do ocorrido, mas não ligava muito na verdade. Havia acabado com o demônio e agora iria atrás de sua foice e de seu pagamento.

                -x-

                Sentado no sofá da pequena sala de Lorelai estava um homem. Possuía longos cabelos negros e olhos alaranjados. Parecia entediado e, uma hora ou outra, bocejava.  Vestia um longo sobretudo negro de couro sem mangas, calças escuras e usava coturno.  Havia também uma tatuagem tribal que pegava todo seu braço direito.

                Desde quando pisou lá dentro tudo o que fez  foi escutar Lorelai reclamar e xingá-lo de todas as formas. Bem, já deveria estar acostumado.

                Bocejou mais uma vez, apoiando os braços no encosto do sofá.

                -Sabe qual é a função de um informante Syrus? INFORMAR! – Lorelai berrou praticamente ao seu lado – Mas nem isso você fez! Como pode deixar de me passar uma informação dessas?!

                -Não sei por que tanto desespero Lorelai. Eu juro pra você que eu estou tentado entender, mas meu cérebro não está captando o real problema.

                -Seu desgraçado! Nós estamos falando de Lívia, tá me entendo?!

 Syrus rolou os olhos. O que sabia era que Lorelai morria de medo de Lívia por ter escapado praticamente no ultimo segundo da mulher-demônio, mas Lorelai tinha seus truques e podia muito bem dar conta de qualquer demônio.

-E a Diviner? – Perguntou, olhando para onde deveria estar uma televisão.

-Eu não vou usar essa merda! -  A mulher- anjo respondeu transtornada – Ai que eu vou me foder caso algum demônio abrir a boca que eu ainda tenho essa coisa.

Como era estranho pensar naquilo depois de ter caído, Lorelai pensou. Diviner era o nome dado as armas celestiais dos anjos, escondidas em seu próprio corpo.  Cada um tinha uma e a de Lorelai era uma lança feita de prata com detalhes dourados. A vantagem da arma é que ela vinha banhada em sangue angelical, logo dissolvia qualquer coisa que fosse demoníaca. Mas isso não importava, não estava falando de um demônio qualquer. Era Lívia e capaz que a mulher-demônio ter achado uma forma de driblar essa vantagem.

-Quanto medo hein. Você me decepciona às vezes – Syrus voltou a falar, suspirando e recebendo um tapa forte no ombro.

-Seu filho da puta! Quem está decepcionada aqui sou eu! Eu tive que saber disso por um humano!

-Oh, foi um humano então – Pela primeira vez Syrus a olhou cruelmente – Bom saber, vai ter passagem só de ida pro inferno.

-Vá a merda está bem?! – Falou sentando-se e ascendendo um cigarro – É sua maldita função não de um humano que nem conhece porra nenhuma do inferno!

-TUDO BEM – Syrus falou por fim, parecendo bastante irritado – Mas que merda Lorelai, preferia quando você era anjo, pelo menos não falava tanto!

Sim, Syrus conhecia Lorelai desde aquela época, mesmo porque ele também fora um anjo.  Ao contrario de Lorelai, Syrus havia caído por poder e por causa disso acabou transformando-se em um demônio, permanecendo no Inferno a pedido da mesma. Nada melhor do que ter alguém no território do inimigo para saber seus passos.

-Tá certo, não vou falar mais nada – A mulher respondeu -  Mas se algo acontecer comigo, a culpa é sua!

O demônio riu.

-Não faça isso Lorelai... Você está cansada de saber que essas chantagens não funcionam com um demônio. E além do mais, creio que Lívia está mais preocupada com outras coisas do que descobrir se você está viva ou não.

-Tipo?

Então Syrus contou exatamente o que havia escutado de outros demônios. Primeiro falou do fim do território rebelde, para logo em seguida falar dos planos do mais novo senhor  do Inferno.  Conseguia as informações com outros demônios e quase sempre eram verdadeiras. Afinal, porque demônios engrandeceriam alguém que fora ser filho de um traidor, era um mestiço?

Lorelai riu pesarosamente quando o demônio terminou de contar as novidades.

-Sério isso? Deus, estamos à beira de um apocalipse aqui! – Voltou a rir vendo Syrus assentir – Estamos fodidos! Pago pra ver os outros anjos ajudarem em algo!

-Uhn pode ser. Quer apostar que eles ainda devem estar ressentidos com a perda da guerra? – Syrus rolou os olhos – Anjos puros, quem os entendem?

-Fato, quem os entendem? – Lorelai voltou a fazer a pergunta como se fosse algo de difícil compreensão. – De qualquer forma, você me trouxe algo interessante no fim. Por essa está perdoado.

-Obrigado, acho que não conseguiria viver sem seu perdão – Syrus falou sarcástico. – Mas enfim, se me der licença agora vou me divertir!

Lorelai sorriu maliciosa antes de perguntar:

-Vai pegar quantas hoje?

-Quantas forem preciso para me satisfazer – O demônio respondeu se levantando.

-Duvido que elas sejam como eu – Riu convencida – Mas tudo bem, você pode pegar essas vadias. No fim você sempre volta pra minha cama.

Syrus limitou-se a rir enquanto saia do apartamento. O que Lorelai havia dito era verdade. No fim, ele sempre voltava para ela.

-x-

Ametista agradeceu mentalmente por chegar ao  apartamento de Lorelai. Sua cabeça estava doendo e sentia-se um pouco enjoada, provavelmente consequência de sua transformação.  Pelo menos era o que achava.

Quando Lorelai apareceu pelo outro lado da porta aberta, encontrou a mestiça a olhando com irritação. A foice estava apoiada em seu corpo como se o peso fosse indiferente. E de fato era.

-Por que não me avisou que tinha mais demônios no maldito jardim botânico? – Perguntou furiosa.

-Ah, não gostou da surpresa? – Lorelai deu um sorriso provocador.

 -Surpresa?! Você estava a fim de me matar por um acaso?!

-Não – A mulher-anjo arqueou a sobrancelha – Só foi um pequeno castigo pela omissão. Eu poderia ter feito algo pior, mas achei que você se divertiria com alguns demônios.

-Claro! E virar comida de uma flor – Suspirou tentando se acalmar e cruzou os braços – Vai me dar o sangue ou eu vou ter que esperar até amanha?

-Claro, claro – A morena riu desaparecendo dentro do apartamento.

Quando voltou a mulher-anjo carregava um pequeno frasco com uma quantidade mínima de sangue. Ametista olhou para aquilo inconformada.

-Só isso? Depois do que eu passei?

-Você que disse que queria o suficiente pra adaga – Lorelai rebateu tranquilamente.

-Tudo bem – Falou mal-humorada, tirando o frasquinho da mão do anjo-caído – E da próxima vez que for me dar uma surpresa, acho bom avisar.  – Advertiu.

Ametista saiu do prédio da mulher-anjo e rumou para casa. Sentiu-se aliviada, quando chegou, por ver que Zero ainda não estava por ali, mas sentia a presença do pai, o que a fez bufar. Encontrou-o parado no meio da escada, a olhando curioso.

-Eu tive que vim ver para crer... Tomou sangue de demônio Ametista?

-Está preocupado, papai? – Ametista perguntou irônica.

-Surpreso. – Respondeu – Apesar de saber que aquela historia de “eu não sou um demônio” era pura encenação.

Ametista cerrou os punhos

-Eu não...

-A quem você quer enganar? – Aurus a interrompeu – Você pode até conseguir com o filho idiota de Sparda, ou com o humano tolo com quem vive... Mas não a mim, um demônio completo e antigo.

-Eu não sou um demônio – Ametista disse por entre os dentes.

-Você já não tem mais direito de dizer isso – o demônio rebateu enquanto voltava a subir – Somos parecidos agora. 


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Notas finais do capítulo

Auruuuuus, seu fdp u.u Provoca e sai no maior estilo como se a casa fosse dele, mas vou dizer algo pra esse demo u.u: A CASA NÃO É SUA! *apanha* Okay parei XD Apenas uma surpresinha básica ;)
Até o próximo cap!



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